Pavani,

Você não se deteve apenas na evapotranspiração nem nos lisimetros.
Deu uma passeada federal no âmbito geral e lembrou a todos nós que a
produção de alimentos é uma equação muito mais complexa.
Vimos como a discussão de um iten, a evapotranspiração, moveu a discussão
também para a globalidade da questão.
Poderia também ter passado pela abundância atual de alimentos e poderia ter
conjecturado sobre se a fome zero de facto existe na dimensão politica
espanejada, ou se por alguma razão é mais um degrau para alguns subirem no
palco.
Por enquanto, parabéns pela sua abordagem e também parabéns pelo diálogo
entre o grupo  que está bem mais aquecido e interessante.
Acrescentaria ainda, sem esquecer que estamos centrados na evapotranspiração
, um reforço á sua ideia de se cuidar da agricultura com profissionais
competentes. Iria mais longe, competentes e bem pagos, empenhados em
profundidade na produtividade, no bem estar social , na ecologia de sistemas
económicos, produtivos auto sustentados.
Mais do que a assinatura fugidia de um profissional competente, a
agricultura exige um esforço maior e mais atento in loco.
Mais do que 2% de comissãop pela assinatura, um empenho premiado com
produtividade, economicidade e representatividade da Agricultura Brasileira
no Cenário Mundial.
Mais do que estabelecer as bases teóricas para o calculo do Kc, será
importante que seja o mesmo entendido e aplicado pela classe de agricultores
ou de seus executores de campo, no sentido do melhor uso da escassa água.
Um lembrete: A Agricultura é séria demais para ser apenas o último reduto
empregatício dos que não encontram emprego nas outras áreas da economia.
Também o facto de se nascer na zona rural não me parece, tal fato por si só,
suficiente para qualificar o cidadão como agricultor.
A terra como a água, é também um património escasso e em acelerado processo
de exaustão de fertilidade, se não invertermos certos procedimentos
exploratórios.
Se não cuidarmos dela com profissionais competentes, talvez sobre Àgua e
falte Terra!

Abraços a todos.
Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]






----- Original Message -----
From: "Luiz Carlos Pavani" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Tuesday, August 19, 2003 4:18 PM
Subject: [irriga-l] Re: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre
Kc...


> Olá pessoal da lista:
>
> Estava apreciando a discussão sobre Kc em plantas chamadas "isoladas" em
> lisímetro, nesses dias passados. Concordo com todas as observações feitas
> pelo colega Flávio Arruda do IAC. Também acho que falta muita definição no
> que está sendo proposto.
>     Uma planta de laranjeira com apenas dois anos, dentro de um lisímetro
> que está no meio de uma área de 10 hectares plantada com a mesma
variedade,
> da mesma idade, é uma planta isolada? E quando estas plantas tiverem 15
> anos, em que não há mais espaçamento livre entre plantas na linha, mas há
na
> entre-linha? E a influência da textura da camada superficial do solo na
> velocidade de secamento da superfície? E a influência do próprio lisímetro
> no desenvolvimento do sistema radicular em uma condição e na outra? Que
> tamanho deverá ter o lisímetro?
>     Quantos espaçamentos diferentes se usa hoje em dia em pomares de
citros
> (5 x 4m; 6 x 4m; 7 x 3m; 8 x 4m, etc.), por exemplo? Quantos tipos de
manejo
> da cobertura vegetal do solo (sem cobertura, com grama, com leguminosas
como
> adubo verde, com cultura intercalar, etc.)? Quais os métodos de irrigação
> que podem ser utilizados: sulcos, bacias de infiltração, aspersão
> convencional, autopropelido, pivô-central, microaspersão, gotejamento com
> linha simples ou linha dupla, gotejadores na superfície ou em
subsuperfície?
> O pomar onde está o lisímetro está sendo nutrido como, via água de
irrigação
> ou a lanço, manualmente? Como esta adubação está sendo parcelada? e ela
foi
> baseada na análise de solo e planta e será aplicada conforme a curva de
> exigência nutricional da cultura? E as diferentes combinações de
> porta-enxerto/copa? E agora com a subenxertia em função do Morte Súbita
dos
> Citros? E a CVC, que antes de se manifestar visualmente já está
> compromentendo o fluxo de seiva da raiz para a copa? Como será obtida a
ETo:
> será medida em lisímetro com grama, com bordadura suficiente (que no nosso
> inverno não se mantém nas condições preconizadas para uma cultura de
> referência) ao mesmo tempo que será medida a evapotranspiração diária da
> cultur  no lisímetro, ou será estimada por meio do método de
Penman-Monteith
> parametrizado por ALLEN et al. (1998), no Boletim 56 da FAO; ou será
> estimado pelo método do Tanque Classe A com valores diários de evaporação,
> ou com médias de cinco dias, ou de dez dias, ou mensais; será estimada
pelo
> método de Hargreaves, Penman ou qualquer outro dos tantos que existem?
> E a precisão, exatidão dos sensores e outros erros embutidos nos métodos,
> nos sensores e nos equipamentos utilizados?
>
> Vejam que as variáveis que podem estar interferindo nos valores finais do
Kc
> podem não ser locais e nem serem percebidas. Por isso muitas pesquisas já
> foram feitas sobre evapotranspiração e muitas ainda serão. Como disse
> Stanhill, se pegarmos todas as folhas dos trabalhos que já foram
publicados
> sobre evapotranspiração e as espalharmos sobre a superfície do planeta,
> cobriríamos uma grande parte dela e diminuiríamos em muito a
> evapotranspiração.
>     Acho que o Boletim 56 da FAO é uma grande contribuição e um grande
passo
> para um  manejo mais inteligente da irrigação. Como diz o ditado "a
> perfeição é uma meta".
>
>         O grande problema, com a escassez de água batendo à nossa porta, é
> de como viabilizarmos operacionalmente o conhecimento que já temos
> engavetado, publicados em periódicos científicos e técnicos, em boletins,
em
> congressos, etc. transformando-os em programas de extensão. Será que os
> programas para financiamento de eauipamentos de irrigação não deveriam
> exigir também uma proposta de manejo de irrigação para a(s) cultura(s) que
o
> irrigante pretende irrigar, assinada por um profissional competente?
> Esse programa sendo efetivamente implantado não poderia servir de desconto
> na futura (em algumas regiões já é atual) cobrança pelo uso da água? E
olha
> que a irrigação será taxada quase que em dobro, pelo volume de água
captado
> e não devolvido (estimado em + ou - 93% do volume captado).
>     Se nós conseguíssemos que os irrigantes medissem decentemente pelo
menos
> a chuva já não seria um grande passo?
>
> Sei que minha intervenção foi muito longa, mas espero ter colocado mais um
> pouco de lenha na fogueira para que ela não se apague.
>
> Abraços e continuemos evapotranspirando em busca da solução!
>
> Luiz Carlos Pavani
> FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal
> Fone: (0 16) 3209-2637
> Fax: (0 16) 3203-3341
> [EMAIL PROTECTED]
> ----- Original Message -----
> From: "Flavio Arruda" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: <[EMAIL PROTECTED]>
> Sent: Tuesday, August 19, 2003 10:05 AM
> Subject: [irriga-l] RES: [irriga-l] Fórum de Discussão sobre Kc...
>
>
> > Caro José
> >
> > A discussão sobre o consumo de água de planta isola está um tanto vaga e
> > seria bom que fosse especificado melhor o problema.
> >
> > Em primeiro lugar seria muito bom que fosse definido o que é planta
> isolada,
> > qual espécie vegetal e qual o objetivo das determinações. São questões
> > fundamentais pois dão indicativas de como deverão ser tratados os
> resultados
> > e qual a precisão necessária. Veja por exemplo as diferenças que podem
> > produzir:
> >
> > - Planta isolada com ou sem forração ou plantas invasoras, em área de
> terra
> > ou numa calçada.
> > - Árvore, arbusto, etc ...
> > - Objetiva-se paisagismo, pomar comercial ou outra.
> >
> > Mais importante do que tudo é a utilização de um modelo que represente a
> > influência dos principais fatores intervenientes,
> > que expresse o comportamento da planta e que seja possível utiliza-lo
para
> > estimativas em outros locais. A grande contribuição do Boletim 56 da FAO
é
> > que ele trás algumas formas de se operacionalizar tudo isso. O recente
> > (2002) livro "Irrigação" vol. 1, da Soc. Brasileira de Engenharia
> Agrícola -
> > SBEA - apresenta dois capitulos sobre evapotranspiração e kc. Todos que
se
> > interessam por kc deveriam aproveitar do conhecimento que lá está
> > disponibilizado.
> >
> > 1) Qual o tamanho ideal de lisímetro para se determinar o consumo de
> > água de uma planta isolada?
> > No geral, o suficiente para ser representativo do sistema produtivo
> vegetal
> > e para supri água e nutrientes à planta.
> > Não há necessidade de ser um lisímetro. Métodos de fluxo de seiva podem
> > produzir os mesmos resultados de maneira muito mais barata e com boa
> > precisão.
> >
> > 2) Como deve ser a reposição de água dessa planta dentro do lisímetro?
> > Tanto faz a forma e o intervalo de aplicação de água desde que o modelo
> leve
> > em consideração o molhamento da superfície do solo e o efeito do
estresse
> > hídrico na transpiração da planta.
> >
> > 3) O Kc determinado em Piracicaba pode ser utilizado em qualquer lugar
do
> > mundo?
> > A rigor, dificilmente uma combinação de situação de cultivo, umidade do
> > solo, condição ambiental se repete num mesmo local ... e muito menos em
> > outro. Por isso a necessidade de uso de modelos.
> >
> > Espero ter trazido alguma luz a esse assunto.
> >
> > Flávio Arruda
> > Pesquisado Científico - IAC
> > Centro de Ecofisiologia e Biofísica
> >
> >
> >
> >
> > ---
> > Outgoing mail is certified Virus Free.
> > Checked by AVG anti-virus system (http://www.grisoft.com).
> > Version: 6.0.510 / Virus Database: 307 - Release Date: 14/08/2003
> >
> >
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