Há algum tempo surgiu na lista uma discussão sobre "tipo leiteiro". Neste sentido creio que o artigo abaixo aborda algumas questões interessantes sobre o assunto.
Otavio SELECIONAR POR TIPO LEITEIRO É UM ERRO Se considerarmos a história recente da criação de gado especializado para o para o leite e a seleção genética nas raças leiteiras vemos que em todo o mundo a seleção por aumento na produção de leite, gordura e proteína alcançou sucesso geral. Dentro das muitas raças se registraram aumentos genéticos de mais de 100 kg por ano em lactações de 10 meses e também aumentos de 3 ou 4 quilos de proteínas e gordura, cada ano, durante vários anos. Isso significaria que com a alimentação e manejos similares a vaca media nascida este ano basicamente daria mais 100 kg a mais em produção de leite que a vaca media que nasceu no ano passado.Esta mudança é o resultado de uma seleção intensa e eficiente de, sobre tudo, dos touros. Lamentavelmente a seleção por longevidade, reprodução e resistência à mastite foi muito limitada, razão pela qual este aumento na produção levou também a uma menor eficiência reprodutiva, mais problemas de saúde e um aumento involuntário de descarte no rebanho. Em muitos rebanhos leiteiros a avaliação da condição corporal é usada pelos produtores para tomar decisões diárias de manejo. Vacas que são excessivamente gordas tendem a ter mais problemas no momento do parto e imediatamente depois dele. Condição corporal baixa (vacas magras) por outro lado e uma excessiva perda de condição durante os primeiros meses de lactação, são associados com uma performance reduzida no que se refere a reprodução e com outros problemas de manejo. Como condição corporal baixa e uma grande angulosidade se associam com altas produções de leite, muitos produtores falam de vacas que tem o aspecto de poder produzir muito leite, quer dizer, a comida que ingerem vai para produzir leite e não para a gordura corporal. Em muitos programas se seleciona especificamente por Angulosidade e Tipo ou Caráter Leiteiro (em parte através de programas com o uso de avaliações muito influenciadas justamente pelo Tipo= Caráter Leiteiro) sacrificando assim a condição corporal. Especialmente nos E. U. A. se utilizou este tipo de classificação e este uso se propagou velozmente à maioria dos outros paises do mundo. O resultado é que em muitos paises selecionamos por um aumento na produção de leite e ao mesmo tempo por "uma vaca que tem o aspecto de produzir muito leite". As pistas de exposição perpetuaram a seleção por vacas ¨que tem o aspecto de serem muito produtoras ¨, por que na maioria das exposições não se utiliza o resultado da produção individual para determinar a colocação das vacas no resultado final. Como deveríamos então usar a informação sobre angulosidade, tipo leiteiro, fortaleza, musculatura, profundidade de corpo e condição corporal em nossos programas de seleção? Estas características são relacionadas a resistência a enfermidades, a reprodução, e ao descarte involuntário ? Seria possível melhorar os programas de seleção atuais trocando a ênfase colocada nestes itens? Para tratar de responder a estas perguntas se fizeram durante os anos 90 vários estudos e todos chegaram a mesma conclusão. Nos paises Escandinavos a informação sobre dados funcionais são recolhidos e avaliados como rotina e vários ensaios levados a cabo também em muitos rebanhos em outros paises permitiram aos geneticistas abordar estas questões. Investigações sobre touros provados inicialmente nos E. U. A. e depois avaliados na Escandinávia, por meio de sêmen importado, demonstram que touros com avaliações mais altas por tipo leiteiro (que tinham filhas mais angulosas e magras) nos E. U. A., tinham filhas, com maior freqüência de enfermidades na Suécia e na Dinamarca. Esta apreciação demonstrou ser correta para todos os problemas, incluindo problemas reprodutivos, enfermidades metabólicas e digestivas, assim como também enfermidades nas patas e cascos. Um estudo feito no Holstein na Dinamarca demonstrou também que um mais acentuado tipo leiteiro estava geneticamente associado com mais problemas de enfermidades dentro desta raça. Em ambos os estudos a relação entre caráter / tipo leiteiro e enfermidades continuava desfavorável ainda depois de eliminar o impacto da produção (sendo a produção relacionada tanto com o tipo leiteiro quanto com as enfermidades). Em outras palavras, se tomarmos dois touros com uma produção igual de suas filhas, o touro com as filhas com o índice de condição corporal mais baixo teria filhas com mais problemas de saúde. A seleção por mais angulosidade leva efetivamente a uma diminuição na resistência a enfermidades. Qual é a relação entre a fortaleza e a freqüência de enfermidades? Entre profundidade de corpo e enfermidades? Supunha-se que a profundidade de corpo e a fortaleza tinham uma relação favorável com a incidência de enfermidades, mas resultados recentes indicam que estas características não são relacionadas de maneira decisiva a freqüência de enfermidades. A seleção por aumento de profundidade de corpo e para um aumento de fortaleza teria uma influencia mínima sobre a incidência de enfermidades em vacas leiteiras. Certamente seria muito correto selecionar por vacas rústicas e vigorosas, mas parecia que a Fortaleza e a Profundidade de Corpo não nos dariam nenhuma indicação neste sentido. O interesse pela condição corporal cresceu nos últimos anos. Avaliações genéticas de condição corporal serão acessíveis em muitos paises no futuro próximo. Vários estudos recentes nos U.S.A., Inglaterra e Holanda demonstram que a seleção por melhor condição corporal teria um impacto favorável na produção, especialmente nos primeiros meses de lactação há uma relação importante com a fertilidade. Interpreta-se que touros cujas filhas têm melhor condição corporal tem também menos dias para o primeiro serviço, um índice de concepção mais alto no primeiro serviço e um período entre partos mais curto. Vacas com extrema gordura estão mais sensíveis a problemas relacionados ao parto, mas um estado excessivo de gordura seria conseqüência mais de uma alimentação errada ou de uma lactação prolongada que de fatores genéticos. Desde um ponto de vista genético é necessário melhorar a condição corporal em muitas raças leiteiras, especialmente durante a primeira lactação. Avaliações genéticas para fertilidade da fêmea são ou serão accessíveis em muitos paises, estas avaliações nos ajudarão a solucionar o crescente problema de fertilidade em vacas leiteiras, além disso, os programas de seleção de todo o mundo precisam repensar como estão usando os itens de "caráter leiteiro", angulosidade e a avaliação da condição corporal em seus programas de seleção, já que uma avaliação genética para esses itens seria muito útil justamente para determinar a fertilidade da fêmea. Uma seleção simultânea por aumento de produção, melhor fertilidade na fêmea, menor "caráter leiteiro" ou angulosidade e melhor estado corporal nos primeiros meses de lactação ajudará a eliminar a perda na performance reprodutiva que vai em paralelo com a seleção somente pelo aumento da produção de leite. Na próxima vez que você pensar em usar um touro com avaliações muito altas por tipo e angulosidade, pense no possível impacto sobre a reprodução de seu rebanho. Professor Gary Rogers, Universidade do Tennessee. Tradução: Elisabeth Avendaño ---------- No virus found in this outgoing message. Checked by AVG Anti-Virus. Version: 7.0.308 / Virus Database: 266.9.17 - Release Date: 19/04/2005 [As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas] ___________________________________________________________________ Lista de discussao sobre bubalinocultura: Inscrição: envie mensagem para [EMAIL PROTECTED] (sem assunto nem nada no texto) Para sair da lista: enviar mensagem para [EMAIL PROTECTED] (sem assunto nem texto) Página do grupo: http://br.groups.yahoo.com/group/bufalos Links do Yahoo! Grupos <*> Para visitar o site do seu grupo na web, acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/bufalos/ <*> Para sair deste grupo, envie um e-mail para: [EMAIL PROTECTED] <*> O uso que você faz do Yahoo! Grupos está sujeito aos: http://br.yahoo.com/info/utos.html