Olá Fábio,

Gostaria de dar umas opiniões sobre seu problema. Acho que não posso me
considerar uma especialista em nutrição de bubalinos, pq sabemos mto pouco
sobre esse tópico ainda. Mas podemos tirar algumas conclusões a partir do
exposto.

O uso de tampões não visa melhorar a acidez do leite e sim corrigir a
depressão do teor de gordura e manter uma fermentação ruminal mais "normal",
principalmente em condições de stress ao animal. Esse stress pode ser:

Térmico: onde ocorre queda no consumo de forragens durante o período quente,
às vezes atingindo o ponto em que drasticamente a relação acetato:
propionato é alterada, causando o abaixamento do teor de gordura do leite. 
Nesses casos a adição de tampões (cerca de 1% NaHCO3, K2CO3 ou KKCO3 e 0,6
MgO, dados para bovinos de leite) poderá corrigir essa depressão na gordura.


Nutricional: quando se fornece em diferentes proporções energia (em
quantidade e qualidade) e proteína. 

Não sei ao que se refere a refinasil utilizada por ti. Mas aparentemente vc
está utilizando mta energia e pouca proteína. 

Ao meu ver seu problema está mais relacionado ao manejo de ordenha,
principalmente na higiene dos utensílios e equipamentos.

A acidez do leite está em um parâmetro normal entre 13 a 17 graus D
(parâmetros bovinos), gostaria de perguntar aos colegas, se esses valores
referenciais alteram para bubalinos. 

Essa acidificação ocorre em função da ação de bactérias sobre a lactose.  Os
principais gêneros de bactérias produtoras de ácido são:

    - Lactococcus;
    - Streptococcus;
    - Lactobacillus;
    - Leuconostoc;
    - Pediococcus;
    - Escherichia e
    - Enterobacter.

Lhe indico uma análise de CBT (contagem bacteriana total).

Cuidados com a higiene são o ponto básico para prevenir a acidez. Todos os
utensílios e equipamentos que entram em contato com o leite devem ser
adequadamente limpos logo após o uso e sanitizados imediatamente antes de
serem reutilizados 
    

 As etapas de limpeza devem ser as seguintes:

1) água morna de 35 a 45 graus C. (retirada da lactose)
2) água quente a 70 graus C + detergente alcalino-clorado (retirada da
gordura)
3) Cloro presente no Detergente alcalino-clorado (retirada das proteínas)
4) Detergentes ácidos (retirada dos minerais)

Indico vc observar a higiene do seu tratador ao manusear os utensílios. Se
há a troca de mangueiras, teteiras e demais utensílios conforme o fabricante


Espero ter contribuído com alguma informação que lhe ajude.

Aos amigos gostaria de informar sobre uma revista técnica de bovinocultura
de leite (só artigos técnicos, de fácil compreensão e escrita por excelentes
especialistas) que ainda está no número 2,. A revista se chama Leite
integral. A assinatura está R$ 96,00 anual e o contato para assinantes é:
([EMAIL PROTECTED]) Eles estavam com uma promoção de
lançamento que não sei se ainda está valendo. Eu paguei R$ 110,00 por dois
anos de assinatura.

Conversando com a editora ela se mostrou aberta para assuntos sobre a
bubalinocultura de leite. Até o segundo semestre sairá um artigo meu sobre o
tema.


Um abraço a todos,

Natalia Guarino Souza Barbosa
Doutoranda em Ciência Animal EV-UFMG

-------Mensagem original-------
 
De: fabio\.pimentel
Data: 05/25/06 08:32:40
Para: bufalos
Cc: bufalos
Assunto: Re:[bufalos] Qualidade do Leite.
 
  Bom Dia
Pegando uma carona no tema,vou como sempre fazer minhas perguntas.
Estou com um problema de acidez no leite,o leite recém ordenhado ( a 1°
ordenha começa as 3:000 Hs e vai até as 6:00Hs),está chegando com 19°a 21°D.
O Leite é retirado mecanicamente (balde ao pé),e passado em um rebaixador de
placas,e depois vai para latôes plásticos aonde fica até ir para o Latícinio
que fica a cerca de 50 mts do curral.Chega no laticinio as 6:10.
A higienização,é feita através de detergente acido e alcalino e com agua
quente,em todos os equipamentos de ordenha e nos latões.
A semana passada,foi realizado CMT por um veterinário,e nada foi constatado
Apenas 3 vacas levemente suspeitas as quais estão sendo ordenhadas por
ultimo.
  As búfalas estão comendo: Cana 30 Kg,Cevada14 Kg,Refinasil 2 Kg e Polpa
Citrica 2 Kg.
   A Cana é cortada logo após a ordenha e servida rapidamente no cocho 
corta-se as 7 e as 11:00 as vacas já estão na corrente,aonde ficam até o fim
da ordenha da tarde(inicio as 14:00 e fim as 16:00)
Após a ordenha da tarde,é colocado sorgo cortado verde as 12:00Hs e os
bezerros ficam comendo no curral até acorrentar as vacas as 3:00hs da manha
qdo é colcado novamente cevada e as vacas ''limpam o cocho" e depois são
soltas no pasto até acorrentar de novo as 11:00.
Tenho vacas em vários estágios de lactação,mas o leite é colocado em latôes
separados,mas até as vacas de bezerro de novo 60 dias de parida estão com
leite ácido.
O que pode estar ocorrendo?
Obrigado
Fábio
 
 
 
 
 
 
 
      17/05/2006  Uso da contagem de células somáticas para bubalinos       
        A demanda crescente pelo queijo Muzzarella e sua composição
diferenciada explicam em grande parte o interesse pelo leite de búfala no
Brasil e em outros países. Em termos mundiais, os maiores produtores são a
Índia e Paquistão, enquanto que na Europa, o principal país produtor é a
Itália.
 
Para exemplificar o potencial desse tipo de leite, basta dizer que, em média
 a composição do leite de búfala pode atingir 8,3% de gordura e 4,8% de
proteína, o que confirma o grande potencial como matéria-prima para a
fabricação de queijos.
 
Tradicionalmente, considera-se que a búfala é menos susceptível à mastite do
que a vaca. Essa maior resistência às infecções intramamárias poderia ser
explicada, em grande parte, por algumas características como o menor
diâmetro e maior extensão do canal do teto, o que dificulta a invasão de
microrganismos.
 
Por outro lado, também é verdadeiro que as búfalas têm um úbere mais
pendular e tetos maiores, o que pode aumentar o risco de ocorrência de
mastite. Independentemente, dessas particularidades da espécie, os bubalinos
apresentam praticamente os mesmos problemas sanitários que os bovinos, o que
significa dizer que a mastite também pode ser considerada a doença que mais
afeta a produção e qualidade do leite das búfalas.
 
Com o objetivo de estudar a prevalência de infecções intramamárias em
búfalas durante toda a lactação e, adicionalmente, identificar os agentes
causadores mais prevalentes e a relação entre CCS e produção de leite, foi
desenvolvido um estudo em dois rebanhos bubalinos na Itália, com total de
300 animais em lactação.
 
Os rebanhos foram visitados mensalmente durante toda a lactação para a
coleta de amostras de leite para cultura microbiológica (identificação dos
microrganismos causadores de mastite) e para a realização de CCS e
composição do leite (gordura e proteína). Ao final do estudo foi analisado
um total de 1912 amostras de leite.
 
Em termos de prevalência da infecção, do total de 1912 amostras coletadas,
63% dos quartos estavam infectados, o que indica uma alta prevalência da
doença. Além disso, nenhuma búfala permaneceu livre de infecções
intramamárias ao longo do estudo.
 
Dentre os quartos infectados, os agentes causadores mais comuns foram os
estafilococos coagulase-negativa (78% das amostras). No início da lactação,
a prevalência da mastite era baixa, atingiu o máximo de 79% animais
infectados no terceiro mês de lactação e retornou para níveis de cerca de
60% após o sexto mês de lactação.
 
Distribuição dos principais agentes causadores de mastite dentro das
amostras de quartos infectados (n=1204)
 
 
A CCS foi um bom indicador da ocorrência de mastite, sendo que 100% dos
quartos com valores acima de 200.000 cel/ml estavam infectados, enquanto que
98% dos quartos com CCS abaixo desse limite não apresentaram a infecção.
Isso indica uma alta sensibilidade (99,1%) e alta especificidade (100%) para
o uso da CCS como indicador da ocorrência de mastite subclínica em búfalas.
 
Entre os fatores associados com a ocorrência de mastite subclínica, o
estágio de lactação foi um dos que mais apresentaram efeitos, uma vez que o
risco de uma infecção intramamária foi de 6,3 vezes maior no final da
lactação do que no início. Outros fatores de risco importantes foram a maior
produção de leite e o número de parições, sendo que animais com maior
produção e mais velhos foram mais susceptíveis a ocorrência de mastite.
 
Observou-se, também, que os animais infectados não apresentaram redução
significativa da produção de leite em relação aos animais sadios, o que
indica que a ocorrência de mastite subclínica, nas condições do estudo,
afeta pouco a produção.
 
Além disso, diferentemente da vaca, as búfalas infectadas não apresentaram
elevados valores de CCS, o que em parte pode ser explicado pela distribuição
dos patógenos causadores de mastite nesses rebanhos, pois o agente mais
comum (estafilococos coagulase-negativa) tem como característica uma baixa
elevação da CCS nos animais infectados.
 
Os resultados do estudo indicam que em função da pequena diferença de
produção de leite entre quartos com alta e baixa infecção, não se
justificaria o tratamento intramamários com antibiótico para casos de
mastite subclínica em búfalas durante a lactação.
 
Fonte
 
Moroni, et al., Journal of Dairy Science, v. 89,
 
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