Dr. Hugo,
                De acordo com estudos feitos pela Embrapa da Amazônia
Oriental, da qual o companheiro faz parte, não se deve vermifugar os búfalos
a partir dos dois anos de idade, desde que estejam bem nutridos;
                Pergunto: Já que os búfalos são imunes a esses parasitas ao
contrário dos bovinos, não seriam também, na idade adulta imunes ao vírus da
aftosa?

Amigo Roberto,

                            Pelo fato de eu não ter formação veterinária,
posso dizer algumas bobagens, porem, sempre com fundamento em algo que leva
a gente acreditar na lei de causa e efeito, ou seja, conhecimento
experimental.
                            Assim sendo, tenho certeza que o animal bem
vacinado, portanto imunizado . . ., poderá ter contato com o vírus da
aftosa,  sem no entanto ser derrotado pelo mesmo na guerra entre estes e os
milhões de leucócitos bubalinicos batizados pelos efeitos da febre.

Abraço de Migliorini - ACB-ms.

----- Original Message -----
From: <[EMAIL PROTECTED]>
To: <bufalos@yahoogrupos.com.br>
Sent: Friday, October 28, 2005 8:54 AM
Subject: Re: [bufalos] Aftosa - Búfalo - Rusticidade


At 09:25 28/10/05 -0300, you wrote:
>Companheiros,
>                        Volto ao assunto e pergunto novamente:
>Ao contrário do que consta dos livros, há quatro anos que crio búfalos,
>nunca cortei umbigo de bezerros, nem sequer passei um repelente. No
entanto,
>nunca tive problemas neste sentido. Isto é normal ou são meus búfalos que
>são mais rústicos?
>
>                        No Vale do Guaporé, 5.000 búfalos sobrevivem muito
>bem sem vacinas contra aftosa. Nas mesmas condições qualquer outra raça de
>bovinos e principalmente as de origem européia, simplesmente teria
>desaparecido do mapa. Não seria o caso de a Embrapa aproveitar essa
genética
>de rusticidade bubalina?
>
>                        Pelo que tenho pesquisado, onde há capivaras,
>veados, porco do mato ou outro animal qualquer de casco fendido, não há
>condições de se eliminar totalmente o virus da aftosa. Logo, o vírus da
>febre citada ronda por toda parte. Assim sendo, nosso rebanho de MS. mesmo
>convivendo com animais selvagens contaminados, estavam livres da doença
>graças a eficiência das vacinações.
>                        Partindo deste princípio, se houve contaminação foi
>devido algo errado com a vacinação.
>
Sr. Migliorini,

O que eu tenho a dizer é que o fato do Sr. não fazer o tratamento do
umbigo, não significa que o o problema não exista. É simplesmente sorte
sua. E a mesma coisa que dizer que não faz o seguro do carro porque nunca
bateu o carro. Um dia pode acontecer. A diferença pode estar no manejo
alimentar e sanitário dos seus animais. Quanto oaos búfalos da Guaporé,
eles não possuem aftosa porque simplesmente o vírus não chegou até lá
ainda. Trata-se de um rebanho bastante isolado. Não tem nada a ver com
rusticidade genética. Devemos parar de pensar que o búfalo é imune ao virus
da aftosa porque ele não é. O que ocorre que por tratar-se de um animal
mais rústico,  mesmo doente, ele geralmente não apresenta sintomas. Ou
seja, ele pode ser um portador são. Isso é um problema sério para o serviço
sanitário oficial, pois os bubalinos, como os caprinos e ovinos podem
funcionar como transmissores da doença. Apesar dos bubalinos serem mais
rusticos que os bovinos, eles demonstram bastante sofrimento quando com a
aftosa. As aftas perduram por mais tempo e a febre e mais alta que nos
bovinos. As consequências parecem ser maiores. Vamos portanto vacinar,
vacinar e vacinar.

Hugo Didonet Láu
Médico Veterinário
Embrapa Amazônia Oriental.




 Migliorini,

A minha pergunta é: Tendo em vista a indiscutível rusticidade bubalina,
basta vacinar para escapar dos prejuízos causados pelo aparecimento dos
focos nos rebanhos bovinos ?

Durante muitos anos eu explorei a pecuária leiteira (com bovinos) ao lado de
uma granja de suínos. Em mais de trinta anos de exploração, sempre vacinei o
rebanho Jersey, nunca tive um caso de aftosa, e nunca vacinei os porcos.

Atribuo isso, apesar de alguns focos terem aparecido na vizinhança, devido à
alta tecnificação aplicada na criação de suínos, inclusive com acesso
restrito, imposição de barreiras sanitárias e higienizações eficazes, tendo
em vista que um rigoroso manejo zootécnico e veterinário e não a vacinação,
que nem mesmo é exigida para essa espécie, geram a garantia de manutenção
de uma suinocultura livre de aftosa.

Até mesmo os pequenos suinicultores são muito rigorosos na aplicação dessas
medidas pois, diferentemente da aftosa em bovinos, nos porcos essa doença
leva sem dúvida alguma a inexorável falência total da atividade.

Aliás, essa tecnificação com responsabilidade também é constatada na
avicultura nacional.

Em meio ao total descontrole das ações públicas, principalmente com a velha
mania de colocar a tranca depois da porta arrombada, não tenho dúvida em
afirmar de que muito mais do que vacinar, cabe ao próprio pecuarista, seja
com búfalos ou bovinos, estabelecer um competente manejo zootécnico e
sanitário que garanta essa condição de fazenda livre de aftosa, brucelose,
tuberculose e principalmente da mais grave endemia que afeta o agronegócio,
a "necrose dos lucros".

Além disso, não basta ser individualmente competente. Ninguém melhor do que
uma Associação ou Cooperativa de Produtores, regionalizada e em parcerias
com frigoríficos, laticínios, atacadistas e varejistas para gerir
coletivamente a rastreabilidade e a certificação da qualidade total,
deixando para o Estado a execução dos Serviços de Inspeção e Vigilância
Sanitária, auditando permanentemente o pleno atendimento às Normas e Padrões
de Qualidade e à Segurança Alimentar.

No caso dos Assentamentos, esta organização é a única forma de desarmar a
crescente ameaça regional que a natural e descuidada proliferação de seus
rebanhos tende a representar.

Para os búfalos, pela rusticidade e menor vulnerabilidade às doenças, menor
número de animais, de fazendas de criação e a maior regionalização, essa
organização fica naturalmente muito mais facilitada.

Roberto.









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