Bruninho é B: B: "Não tenho nada contra o pessoal do Eletrosamba, cada um deve ser livre para fazer o que der na telha (musicalmente falando). Mas eu tenho o direito de não gostar e de falar quando não gosto".
-Tem todo o direito sim, mas sua critica não foi fundamentada no gosto pessoal e sim na forma como o Samba estava sendo embalado. B: "Você não faz o mesmo com compositores que têm senso crítico? Pois bem, eu faço o mesmo com quem opta pelo caminho banal do mercado". -Eu só conheço Sambista de mercado, todos os que conheço tem discos gravados e/ou fazem apresentações ao vivo, em suma, vivem da grana que vem do consumo de produtos do Samba, grana que os consumidores de Samba ganham no mercado para torrar no mercado do Samba, dá para você tipificar melhor o que chama de 'caminho banal do mercado'? Ou os lindos do Samba vivem de brisa? B: "O imperialismo não está só nos gabinetes das multinacionais, mas na mentalidade dos artistas". - Não fosse o imperalismo sequer estariamos teclando mensagens em computadores, larga mão desse seu discurso vermelho, se toca que não consegue mais sobreviver sem as benesses do imperialismo, a cerveja que você toma pode até ser nacional, mas o caminhão que levou o casco até o buteco que você mama foi fabricado numa dessas linhas de produção que você taxa de imperialista, só você e o Sarado de Éllles insistem neste discurso vazio de imperialismo. B: "Mas isso não me obriga a achar que música eletrônica é nacional ou acrescenta alguma coisa. Pra mim é um exu-de-gringo, que vai abrindo os caminhos para a invasão dos mariners". -Até parece que o Samba é um produto genuinamente brasileiro, que nasceu espontâneamente do povo que aqui era nativo, não fosse a colonização portuguesa e a escravidão dos povos africanos em solo pátrio o Samba não teria surgido. B: "Não ridicularizei o trabalho de ninguém. Apenas disse que música feita por computador não faz sentido e nada acrescenta para a cultura nacional." -Isso é o que você acha, eu acho que agrega valor sim à cultura nacional, ou você acha que Candido Portinari pintava seus quadros com pigmentos genuínamente nacionais? Não é por causa do uso da tinta estrangeira que a arte de Portinari se tornou menos brasileira ou deixou de agregar valor à cultura nacional. B: "E quanto às insinuações que sigo a "cartilha do guru-revolta" nem tenho o que lhe dizer. Não tenho guru nenhum, quem tem guru é fã-clube de banda de rock. Por quê não dá logo nome aos bois? Se está falando de Nei Lopes, ótimo. Gosto mesmo de tudo o que ele fez até hoje, tanto na música quanto na literatura". -Estava sim me referindo a ele mesmo, esse chato de galochas. B: "O cara é foda porque tem compromisso com o Brasil, coisa que pouca gente tem. O seu discursinho é entreguista, acredita nessa coisa criminosa chamada "livre iniciativa", quando sabemos que nem todos partem do mesmo ponto nessa corrida desleal do mercado". -Foi-se o tempo em que você enchia a boca para me chamar de entreguista ou neoliberal, hoje neoliberal e entreguista ao que chama de imperialismo é essa turma que você ajudou a marquetear até chegar no poder, meu conceito de neoliberalismo é anão perto da gigantesca voracidade com a qual seus eleitos neoliberais rapam os bolsos, os empregos e o sentido das vidas da população brasileira, entreguista é o presidente e por tabela o ministro da fazenda que você ajudou a colocar lá quando seu voto elegeu a foice e o martelo a nos representar. B: "Tem compositor genial que está na penúria até hoje porque não se enquadra no perfil modernoso das prateleiras dos shoppings-centers. Isto é um crime contra a nação, privar os nossos ouvidos de tanta beleza em nome de um suposto e construído "gosto popular", quando sabemos que é o mesmo povo excluído do "mercado" que continua tocando em frente a tradição da verdadeira Música Popular Brasileira". -O mercado tem te excluído exatamente do que Bruninho? A mim o mercado só não concede o que minha grana não consegue arrastar, tal e qual qualquer pobreta ou qualquer trilionário, não sinto falta de nada para adquirir, só sinto falta de bufunfa para adquirir , não tenho responsabilidade alguma sobre este neoliberalismo, este estado de penúria generalizada não foi meu voto que causou. Eu, feito qualquer Sambista, também queria ser mais conhecido no mercado de oferta e procura, estar vendendo mais serviços, mas não tô. _______________________________________________ Para CANCELAR sua assinatura: http://www.samba-choro.com.br/tribuna/cancela Para ASSINAR esta lista: http://www.samba-choro.com.br/tribuna/assina Antes de escrever, leia as regras de ETIQUETA: http://www.samba-choro.com.br/tribuna/netiqueta