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SHOW
Pioneiro do choro
Hamilton Costa volta aos palcos do Clube do Choro para apresentação única hoje. Ele foi um dos primeiros incentivadores do gênero na cidade
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Irlam Rocha Lima Da equipe do Correio Igo Estrela
Hamilton costa ensaia com alunos da escola de choro raphael rabello
O violonista Hamilton Costa é um dos responsáveis pela introdução do choro em Brasília. Em meados da década de 60, nas tardes de sábado, ele e outros músicos como Avena de Castro, Francisco de Assis, Arnoldo Veloso, Dudu do Violão e Pernambuco do Pandeiro se reuniam no apartamento do jornalista Raimundo de Brito, na 105 Sul para memoráveis saraus.
Essas reuniões antecederam os encontros no apartamento de Odete Ernest Dias, na 311 Sul, onde no dia 9 de setembro de 1977 foi fundado o Clube do Choro. ‘‘Tivemos o privilégio de, em algumas daquelas rodas, contar mos com a presença do grande Jacob do Bandolim, que costumava se hospedar no apartamento do Raimundo’’, lembra Hamilton.
Com presença cada vez mais rara no Clube do Choro, o veterano violonista (de 81 anos), volta a ocupar aquele palco hoje, a partir das 21h30, em show que terá a companhia de jovens músicos originários da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello.
No roteiro, há músicas de Hamilton registradas no CD Do meu gosto, que o músico lançou em 2001. Ao seu lado, estarão Henrique Neto (violão de sete cordas), Rafael dos Anjos (violão de seis cordas), Leonardo Benon (cavaquinho) e Augusto César (pandeiro). Haverá, ainda, as participações dos cavaquinistas Mateus Gomes, de apenas 9 anos, e Vinicius .
Quatro são parcerias de Hamilton Costa com Waldir Azevedo. Há ainda Doce enlevo e Choro xará, ‘‘que compus com Avena de Castro e Hamilton de Holanda, respectivamente’’, anuncia.
Brasiliense desde 1959, o fluminense Hamilton (nascido em Campos) veio para a capital para integrar o conjunto que animava as noites da boate do Brasília Palace Hotel. ‘‘Na época, toquei, também, na Radio Nacional, onde apresentava um programa junto com o Avena de Castro. Na convivência com o Avena, passei a gostar mais de choro’’.
Em 1970, Waldir Azevedo veio morar em Brasília, acompanhado uma filha, casada com funcionário do Banco Central. Meio desgostoso com a música, o ‘‘rei do cavaquinho’’ não queria mais tocar o instrumento. ‘‘Depois de insistentes apelos, ele começou a participar de nossas reuniões’’, recorda-se.
Não demorou nada para que Waldir formasse novo conjunto regional, para o qual Hamilton foi convidado a integrar. Além dele, Pernambuco do Pandeiro, Dudu do Violão e Eli do Cavaco. ‘‘Foram dez anos tocando com o Waldir. dez anos de muito trabalho e de muitas alegrias. Gravamos cinco LPs e nos tornamos parceiros em dez composições’’, fala saudoso. ‘‘Chegamos, até, a gravar um especial para uma emissora de tevê na Alemanha’’.
Desde que lançou o Do meu gosto, há dois anos, Hamilton foi poucas vezes ao Clube do Choro. Numa delas, no dia 30 de outubro do ano passado, participou das comemorações dos 25 anos da entidade. Em seu retorno, nesta noite, o violonista sente-se feliz por dividir a cena com músicos da nova geração do choro na capital. ‘‘Me sinto homenageado por eles, garotos que poderiam ser meus netos e bisnetos, todos com ótima formação, prontos para tocar não apenas choro, como outros gêneros musicais’’.
Aos 17 anos, o jovem violonista Henrique Neto, elogiado por mestres do instrumento como Armandinho Macedo e Sebastião Tapajós, sente-se ‘‘honrado’’ por poder tocar com Hamilton Costa. ‘‘Trata-se de um músico com grande bagagem e autor de composições inovadoras, de harmonias complexas’’, elogia.
HAMILTON COSTA
Hoje, às 21h30, no Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia para estudante). Informações pelo telefone 327-0494.
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