On Sun, 13 Apr 2003 23:40:32 -0300, Douglas A. Augusto wrote:

>> > No meu entender o Pablo estava se referindo a ética em relação para
>> > com a comunidade, a filosofia e não se a cobrança estaria legalmente
>> > correta, segundo a GPL.
>> 
>>      Ainda assim, qual o problema?
> 
> Não entendo onde persiste sua dúvida.

        Minha dúvida é qual o problema mesmo... não existe nada na filosofia nem
na comunidade contra precos.  Claro que existe muita gente que está aí só
pela gratuidade, mas não há nenhuma indicacão que seja um número
significativo.

        E falta definir que comunidade, quem faz parte dela... e qual filosofia:
sistemas abertos, código aberto, sistemas livres, usuários?


>>      O problema é que a "comunidade" não é uma entidade monolítica
>>      facilmente definível.
> 
> Quando me refiro a comunidade, falo sobre a filosofia geral que o termo
> Software Livre nos traz. Para mim, SL é sinônimo de software gratuito,
> mesmo que a licença permita a cobrança.

        Então acho que você está redondamente enganado.  Vide http://gnu.org./,
ou mesmo as DFSG.


>>      Ainda mais no caso da Conectiva, que se não me falha a memória
>>      contribui
>> com o apt e disponibiliza suas traducões para a comunidade, além de
>> contribuir com o núcleo e outras coisitas menos diretamente relevantes
>> aos Debianitas brasileiros, mas nem por isso menos importantes.
>> 
>>      Lembrem-se, é liberdade, não gratuidade.
> 
> Estritamente falando você tem razão, mas nesse contexto o de praxe é
> considerar a gratuidade como uma conseqüência da liberdade.

        Não mesmo... o de praxe para quem?  Para você e muitos outros, sim... 
mas
esse grupo não é significativo nem em termos de envolvimento na
comunidade, nem numericamente.

        Historicamente, há muitas empresas cobrando caro e contribuindo... a
Cygnus é o exemplo clássico, que hoje faz parte da Red Hat e é a principal
contribuinte do gcc.  O compilador Ada também é mantido por uma empresa. 
Idem para o Objective C, contribuído e mantido pela NeXT, hoje parte da
Apple.  A Lucid contribuiu com o GNU Emacs, embora tenha terminado por
bifurcar o código.  IBM e outras contribuíram muito com o Apache, ao mesmo
tempo em que o incluem em seus produtos.  A Ximian é a principal
mantenedora do Gnome e de vários programas do Gnome, ao mesmo tempo em que
vende produtos e servicos em torno do Gnome.  A Sun vende o StarOffice ao
mesmo tempo em que contribuiu todo o código quase para o OpenOffice.org.


> Para não fugirmos do assunto do tópico (e para simplificar), voltemos a
> dúvida inicial do nosso amigo Denis.  Seria eticamente interessante se
> cobrar por um software que foi adquirido gratuitamente? (abstraia dos
> detalhes de custo de aquisição, como download, tempo, etc).

        Sim, por quê não?  Desde que respeitando os direitos do usuário.


-- 
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