Pessoal concordo plenamente com vocês.
Quanto maior a desorganização maior a exploração.
Por isso, a algum tempo, redigi um texto no formato de um estatuto para uma possível 
associação de consultores("desenvolvedores") de informática, onde estabelecemos os 
pisos salariais de acordo com o perfil e experiência do consultor, um departamento 
jurídico para defender os interesses dos consultores junto aos contratantes e muito 
mais.
Acho que este documento poderia inclusive ser redigido e debatido por todos que se 
interessarem pela idéia, pois acho que desta forma acabamos com o monopólio de nossos 
cérebros pelas consultorias.
Quem quiser uma cópia pode mandar um email para:[EMAIL PROTECTED]

Abraço,
  Júlio César Passáglia.
----- Original Message -----
From: "Mauro Martini" <[EMAIL PROTECTED]>
Date: Thu, 20 Mar 2003 11:19:51 -0300
To: "Leonardo Pereira" <[EMAIL PROTECTED]>
Subject: [java-list] Re: Salarios para JAVA 

> Já que o debate ainda não descambou pra briga, vou meter a minha colher. 
> 
> Acho que o Leonardo tocou no ponto certo. Programador, desenvolvedor,
> "informata" em geral, é marginal. São profissões novas, surgidas no fim do 
> século passado (!), em tempos de crise muito grande de todo o sistema de 
> produção. O sonho do capitalismo é não ter profissionais, não ter experts, 
> poder tratar os recursos humanos como um insumo. Poder dispor da mão-de-obra 
> como se dispõe de energia e matéria prima. 
> 
> A questão da competência me parece até de menor relevância neste contexto. 
> Também existem médicos e advogados incompetentes, como qualquer tipo de 
> profissão, mas eles pelo menos estão protegidos por estruturas e tradições 
> que garantem um mínimo de respeitabilidade na sociedade. Programador não, 
> tem que vestir a camiseta. Ser programador hoje é como ser professor, tem 
> que gostar, porque não vale a pena. E professor é um bom exemplo de uma 
> categoria profissional que já teve um bom status e foi desmantelada nas suas 
> formas de organização; consequência disto são os péssimos salários e 
> condições de trabalho e o resultado é a terrível condição do ensino. 
> 
> Por isso estas profissões novas são tão desvalorizadas e existem tantas 
> discrepâncias no mercado. 
> 
> Esta situação de marginalidade tambem explica, IMHO, o "efeito colateral" 
> que o capitalismo não esperava: o enorme movimento de software livre. Se é 
> pra trabalhar (quase) de graça, pelo menos tem uma opção pra progamar da 
> maneira que dá mais prazer e sentir que está colaborando para a sociedade de 
> alguma forma. Menos frustrante que fazer coisas que sabemos que as vezes vão 
> resolver um grande problema, gerar muito dinheiro, e só participamos das 
> migalhas. 
> 
> Em resumo, esta questão de grana é complicada :-). E como eu sei que não vai 
> rolar um movimento político forte de programadores, porque programadores têm 
> uma cultura diferente de metalúrgicos e e mineiros, a esperança é que a 
> galera tome consciência da importância da profissão. No mundo que a gente 
> vive hoje quase tudo, e pricipalmente o dinheiro, passa por computadores e, 
> portanto, por programas. 
> 
> Alguém aí acha que programadores são menos importantes pra sociedade que 
> advogados, administradores, marketeiros, vendedores? 
> 
> 
> Leonardo Pereira writes: 
> 
> > O que está acontecedo é o mesmo que em outros ramos do mercado de 
> > trabalho... qualquer área da informática que estiver pagando salários 
> > atraentes, profissionais experientes ou universitários correm para a mesma 
> > e procuram se especializar nela, crescendo assim a concorrência. Com 
> > muitos profissionais à disposição, normalmente pequenas ou médias 
> > consultorias de informática contratarão os mais baratos em detrimento dos > mais 
> > capacitados. Vai chegar o dia em que se questionarmos nossos 
> > salários, nos dirão: "se não quiser o emprego, tudo bem, têm vários 
> > esperando para ganhar o que você ganha". 
> > 
> > Porquê isso não acontece com profissionais como médicos ou advogados? É 
> > porque tais profissionais têm certa proteção à sua profissão. Não existe a 
> > Ordem dos Médicos? Não existe a Ordem dos Advogados? Tais Ordens falam 
> > pelos seus profissionais diante das Leis Trabalhistas, estabelecendo tetos 
> > mínimos para seus salários. Procurem saber se existe esse "LEILÃO" que há 
> > no mercado de informática em tais profissões? Os profissionais de 
> > informática, em sua vasta maioria, somos quase "descartáveis", porque as 
> > tecnologias também tendem a ser. Porque todos não lutamos por se criar uma 
> > Ordem dos Informáticos?????? Assim não passaremos mais por "upgrades 
> > humanos". 
> > 
> > Sou um "javanês" hoje pois, além do salário não ser tão ruim AINDA, é uma 
> > linguagem que traz consigo desafios e contém recursos ainda desconhecidos. 
> > Quanto mais conheco Java, mais eu sei o quanto ainda há para conhecer. Se 
> > o Java continuará "em alta", isso só depende de nós. Mesmo sabendo que a 
> > estabilidade neste mercado depende de nossas próprias qualificações, 
> > precisamos nos conscientizar e lutar para que ninguém menospreze o 
> > conhecimento que temos adquirido no decorrer dos anos. 
> > 
> > Abraços.
> > Leonardo Pereira.
>  
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> dúvidas mais comuns: http://www.soujava.org.br/faq.htm
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