Olá Bouskela e demaiscolegas desta lista ... OBM-L,
Tão simples ! Tão simples quanto afirmar que para todo natural N > 2 não existe 
inteiros A, B e C tais que A^N  +  B^N  =  C^N  ? A beleza e a profundida estão 
justamente na simplicidade ... O enunciado é pitoresco e talvez por isso mesmo 
dá origem a diversas interpretações. Vou enunciar aqui os pressupostos que 
entendo estarem contidos no enunciado da questão :
1) a expressão "correnteza desprezível" significa que "se o nadador resolver 
boiar, ele ficará parado." Sem essa hipótese o problema torna-se trivial, pois 
caso a correnteza fosse significativa, bastaria ele boiar e observar a direção 
em que corre o rio. A seguir, tomando qualquer outra direção não paralela, 
bastaria nadar sempre nesta direção que necessariamente chegaria à margem.
2) com "escuridão" ou "peixes vorazes devoram os olhos" o criador da questão 
quer dizer que o nadador pode saber que fez uma curva para a direita ou para a 
esquerda EM RELAÇÃO A DIREÇÃO ANTERIOR, mas não é capaz de calcular o valor 
exato do ãngulo que esta nova direção tem com a anterior. Esta hipótese também 
é necessária, sob pena, mais uma vez, do problema tornar-se trivial ...
Acho razoável supor o seguinte :
3) O nadador nada a velocidade constante em cada trecho retilineo, digamos, 1 
braçada/segundo. 4) O nadador, até por ser nadador, sabe o quanto avança em 
cada braçada, digamos, 1 braçada avança 50 cm
Agora considere a seguinte situação :
Ao ficar cego, ele dá um numero arbitrário de braçadas, digamos, K braçadas. 
Toma então uma nova direção. Nesta nova direção ele dá novamente K braçadas e 
para ( bóia ). Temos aqui um triangulo isósceles ( lados : K braçadas, k 
braçadas, distancia ao ponto original fornecido pelo sistema de navegação ).
Se podemos supor que o nadador é também um Matemático não-medíocre, ele esta 
neste momento boiando e analisando o triãngulo acima - do qual conhece as 
medidas dos três lados - e projetando o que deverá fazer para atingir uma 
margem ...

É preciso parar aqui e esperar a próxima manifestação do Bouskela neste 
sentido, pois introduzi muitas hipóteses e bem pode suceder que algumas delas 
não estejam no rol daquelas admitidas pelo criador da questão. De qualquer 
forma, afirmo que gostei da questão e gostaria de pensar um pouco mais sobre 
ela.
Um Abraço a todosPSR, 620051109AA From: bousk...@msn.com
To: obm-l@mat.puc-rio.br
Subject: [obm-l] Um problema curioso e... insolúvel
Date: Thu, 19 May 2011 15:54:18 -0300



Olá a todos, Uma curiosidade: – Parece-me que o problema abaixo (tão simples!) 
permanece em aberto.  Um nadador está nadando (o que mais pode fazer um 
nadador?) em um ponto qualquer de um rio horizontal, retilíneo, com correnteza 
desprezível, comprimento infinito e largura finita. Subitamente, peixes 
extremamente vorazes devoram os olhos do malfadado nadador, ou, com menos 
drama, cai a noite absolutamente escura. Qual é a trajetória que o nadador deve 
trilhar, i.e., nadar, para atingir – seguramente – uma das margens, nadando a 
menor distância possível? Obs.: – O malfadado nadador tem, implantado em sua 
cabeça, um sistema de navegação que lhe informa, continuamente, a sua posição 
em relação ao ponto inicial (o ponto no qual os peixes devoraram os seus 
olhos).  Saudações,Albert bouskelabousk...@msn.com                              
        

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