Caro colega Marcos Sarvat
Agradeço seu apoio e o de outros colegas do grupo e
venho informar que já comecei a tomar as medidas necessárias de
acordo com sua orientação e confiando no Cremerj e Dpto. de Defesa
Profissional da SBORL, órgãos que tem a função de
nos proteger e dignificar nossa profissão e especialidade.
Gostaria ainda de conclamar os colegas que estejam passando
pela mesma situação que nós, ORL de Três Rios, que
façam o mesmo pois só assim poderemos nos tornar fortes,
já que sou adepta do antigo ditado que diz "Uma andorinha só
não faz verão".
Valéria Lannes.
Prezada Valéria
Lannes:
Olá, como vai?
Permita-me a franqueza: sou solidário
com sua indignação, (realmente algo precisa ser feito), mas
só indignação não é suficiente para
mudar coisa alguma! Marquei em vermelho no
seu texto 3 (três) afirmações que, se devidamente
comprovadas, poderiam servir de substrato para a
formalização de queixa ao CREMERJ. Como você sabe, sou conselheiro atualmente, e
percebo que você aponta três delitos éticos:
1. anunciar uma especialidade que não
possui, permite denúncia no CRM e é burla também
ao paciente-consumidor - sugiro que documente-se e envie ao CRM, SBORL,
PROCON (art. 135 do CEM);
2. falso atestado ou declaração,
permite denúncia ao CRM e Justiça comum - sugiro que obtenha
cópia da tal carta e envie ao CRM, SBORL e Justiça (art. 110
do CEM);
3. Ela é apoiada como? Seja mais clara.
Se houver cartas comprometedoras, a denúncia é
viável.
Gostaria de frisar que se um queixoso
não deseja se incomodar ou teme se expor ao apontar um delito,
só lhe cabe agüentar ou engolir tudo o que lhe incomodar ou
parecer injusto, antiético ou ilegal. Mas no caso de
um médico queixoso, a questão é
mais séria, pois o artigo
19 do CEM determina ser obrigação ética do
médico "denunciar ao CRM os atos que contrariem os postulados
éticos".
Entenda também que o CRM, apesar de ser
órgão normatizador e fiscalizador da Medicina, depende de
queixas formais ou fatos notórios e públicos, para agir
(notícia em jornal, por ex). Depende-se de uma queixa, seja do
paciente, do médico ou de qualquer cidadão que queira
denunciar algo. Não é viável (e talvez não seja
recomendável) ao CRM uma
função investigativa espontânea sobre cada
médico.
E mais, para finalizar, as denúncias
são sempre sigilosas (todos são inocentes
até prova em contrário), e devem ser feitas ao CRM, e
nunca, fique claro, nunca devem ser feitas publicamente,
como num grupo de debates da Internet, por exemplo. Tal
ação, se levar à identificação da
colega, pode configurar delito ético também do
denunciante!
Abraços, estou a seu
dispor!
Diretor de Defesa Profissional da
SBORL
Tels. 21-537-3115 e 527-0943
CREMERJ - Sede - tel. 21-559-0018
Seccional Petrópolis - tel. 24-243-4373
----- Original Message -----
Sent: Monday, September 25, 2000
8:22 PM
Subject: [otorri.] Re: [otorri.]
Dúvida
Gostaria de também lançar
minha indignação com
relação à colegas que se auto intitulam otorrinolaringologistas e
ainda, são apoiados por professores
de Faculdade, os quais assinam cartas corroborando com uma mentira e
desvalorizando nossa especialidade. É o que
está acontecendo em Três Rios (RJ), cidade em que uma
colega além de trabalhar na Prefeitura nessa especialidade, ainda
, pasmem, conseguiu entrar para a Unimed local. A colega
não opera, não sabe interpretar audiometrias, TC ou
videolaringoscopias. Sou proprietária de um Serviço de ORL
na cidade e nenhum exame pode ser mandado para ela sem laudo. É
uma enganadora e que inclusive agora, no Congresso de Natal pretende
apresentar um trabalho, sem que nenhum comprovante de especialidade lhe
tenha sido exigido. É apoiada por
colegas da cidade de Petrópolis (bem
próxima à nossa) porém não conseguiu
lá nenhum emprego público nem entrar para nenhum
convênio (por quê ??????). O que a diferencia de nós,
que tanto sacrifício fizemos para fazer uma Residência
Médica e até quando estaremos à mercê desses
enganadores ?
Valéria
Lannes.
Prezado
Pedro e demais
Colegas,
Vamos
considerar a real situação da
distribuição dos otorrinos no Brasil: uns 300
municípios brasileiros com otorrinos, etc... como foi
discutido anteriormente. Pois bem, é uma prática muito
comum no interior do Brasil, e não precisa ir muito longe
(posso citar a minha cidade que é Franca-SP), alguns
colegas que fizeram um estagio não reconhecido, não
completaram a residência, ou terminaram a
graduação e se lançaram no mercado de trabalho
e na parede em letras garrafais colocam : OUVIDO, NARIZ E
GARGANTA, prestando atendimento em otorrinolaringologia, tomando
espaços de quem fez tudo direitinho.. Não são
membros da SBORL, não tem títulos de
especialista e não completaram a residência. Fazem
algumas cirurgias de A+A, septo, tumorzinho, etc... e quando a coisa
complica, vaselinam e encaminham o caso para a gente ou outros
colegas e nós seguramos a "bucha". Atendem
convênios tanto quanto a gente, não complicam
para eles, pedem poucos exames e são adequados para aquilo
que interessa aos patrões da medicina de grupo,
barganham preço baixo de consultas e e de exames de
audio ( muitas vezes explorando as fonoaudiólogas) em
benefício pessoal excluindo a concorrência do plano de
saúde e concordando com preços mais baixos da consulta
e procedimentos,
etc... Não
discuto o direito deste colega em exercer a medicina no que
bem entende, mas concorrem com a gente corpo a corpo, se adequam ao
"sistema" e na hora do vamos ver o paciente quer resolver
sua otite, amigdalite e, muitas vezes nem sabe o nome do
médico que o convênio encaminhou e emitiu a guia.
A
realidade do interior, mesmo em cidades maiores como a nossa
é difícil. Em cidades grandes ou em capitais a
realidade profissional é outra. Então o que fazer para
proteger o colega que fez residencia, tem o título de
especialista, é membro da SBORL em dia com suas anuidades. Eu
lhes pergunto, será mesmo que idealmente ocorrerá o
credenciamento universal ??? Eu acho que na minha cidade isto nunca
ocorrerá... seria ótimo, mercado de trabalho livre,
fórum de discussão, o ideal... mas colegas, o buraco
é mais embaixo. Enquando o CRM permitir o livre
exercício de especialidades, sem critérios, sem
provas de títulos e reexames periódicos, todos e
quaisquer um poderão fazer o que bem entende. Os
convênios contratam quem bem lhes convém, pagam oque
querem e para cada um que sai tem dois para entrar no
lugar. Uma
outra situação que reflete a realidade de como se
exerce a medicina no interior do Brasil é a necessidade do
colega ser cotista de um hospital que detem um convênio para
trabalhar. Cobra-se de US$ 40.000 a US$ 80.000 para ser membro
daquele hospital e por conseguinte ter acesso aqueles doentes
conveniados e, não é só em
instituições particulares, a Unimed de Franca pediu R$
50.000 para que o colega pudesse entrar para a cooperativa,
internar e operar no hospital da cooperativa e na Santa Casa, que
é
pública. Que
reservassa de mercado !!!! Prá trabalhar ou é rico ou
bem nascido !!! Coitado daquele como eu que quando começou
não tinha nem onde cair morto. Reserva de mercado para quem
pode
mais...
Este é o mundo verdadeiro, real e selvagem da medicina,
aqui e
agora. Acho
que a SBORL está no caminho certo, o Dep. Defesa
Profissional, na pessoa do Marcos e de outros tantos é
excelente, o Ricardo teambém tem boas ideias,
mas... Os
planos de defesa e avanços devem ser planejados e executados
a curto médio e longo prazo. Qual a força juridica da
SBORL como sociedade para impedir o inadequado exercício da
ORL??? quanto tempo voces acham que vai demorar para se efetivarem
as mudanças?? E aqui no interior paulista, em Macapá
ou
Xanxerê??? Achei
mesmo interessante o selo, podem até achar papagaiada mas,
sinceramente, tenho orgulho de ser membro da SBORL, da SBCCP, ter
seus Títulos de Especialista e fixá-los na parede, foi
difícil para mim, para meu colega lá em Boa Vista ou
Macapá ou mesmo em Passo Fundo e para tantos outros chegarmos
lá. Por que não valorizarmos o que já
é nosso, está em nossas mão e não
custará tanto
??? Um
grande abraço a todos e...desculpem-nos o
desabafo. Gustavo.
At 19:12 19/09/00 -0300, you wrote:
Confesso que
gostaria de entender a sentença: Hoje em dia qualquer um coloca na
tabuleta : > "OUVIDO , NARIZ E GARGANTA" e sai
por aí fazendo amigdalectomia" escrita por alguem do grupo. alguem poderia me ajudar
nessa tarefa?
Obrigado
pedro
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