Sangue Sobre Patópolos - Parte XXV ---------------------------------- QUAQUILIONÁRIOS UNIDOS Os sobrinhos de Donald saíram sem grandes ferimentos depois da queda do avião. Zezinho e Luisinho carregavam seu irmão pelos braços e pernas. Perdidos no meio da floresta, eles tinham que procurar ajuda, já que o rádio do avião não funcionava. De repente os patinhos ouviram passos e uma voz rouca. Quando notaram quem era, se esconderam atrás de uma moita. Era Professor Gavião falando num telefone sem fio. - Patacôncio? Tudo pronto. Quando quiser disparar o míssil, basta pressionar o botão azul na sua escrivaninha... Como? Rolando fatos novos em Patópolis? Que fatos novos? Anistia? Não estou entendendo, Patacôncio. Está bem. Meia hora. - Manos, aí tem coisa... - cochichou Zezinho - Vamos seguir as pegadas do Gavião e ver de onde ele saiu. O cientista do mal seguiu em frente e encontrou o avião destruído. Pé ante pé, suspeitando de alguma armadilha, ele entrou e examinou as pistas: - Um boné dos sobrinhos do Donald... Dois Donalds mecânicos caídos... Mas não é possível que... Vou ligar para o Patacôncio. Ele vai gostar de saber disso. Gavião tentou, tentou, mas a bateria do telefone começou a falhar. - Não funciona! Raios! Tenho que voltar ao laboratório. Neste momento, os meninos seguiam habilmente as pegadas e Huguinho recuperara a consciência. Finalmente, chegaram a uma antiga mansão perdida no meio da floresta. - O que o Professor Gavião estará fazendo por aqui? Vamos examinar. Curioso, Luisinho olhou pela janela. No meio da sala estava montado um enorme míssil cercado de aparelhos de altíssima tecnologia. - Vejam isto! Um míssil! Professor Gavião surgiu às costas dos patinhos: - Pelo que vejo, vocês me pouparam de dar maiores explicações, seus pivetes! ***** A anistia não foi exatamente um acontecimento jubiloso para os patopolenses. A cidade recebeu o autogolpe de Omar Leitão com o mais incrédulo dos silêncios. É claro que o reconhecimento de seus direitos civis era tudo que a maioria oprimida dos cães caucasianos sempre reivindicou. Entretanto, os cães não acreditavam se o decreto-lei não passava de mais uma tramóia do prefeito - um emérito pau mandado dos patos. Enquanto isso, nada garantia que os patos ortodoxos acatariam a decisão pacificamente. Alheios à interrogação que pairava sobre o cidadão comum, Metralhas de ambos os lados largaram as armas e marcharam unidos e orgulhosos para fora do aeroporto. Finalmente qualquer cão caucasiano poderia comparecer a uma delegacia de polícia e ratificar sua anistia. Mas o sangue de Pãoduro Mac Mônei ainda molhava o banco de trás do Metralhamóvel: - Vão me deixar aqui? Voltem, Metralhas! Voltem! Não podem abandonar um velho pato ferido! Longos minutos se passaram; ninguém socorreu Pãoduro. De repente, como que surgido do nada, um motorista assumiu o volante, deu a partida e saiu em disparada. - Até que enfim. Para onde estamos indo? Já disse que não aceito o tratamento dos hospitais de Patópolis. - Não tem problema; vamos dispensá-lo um tratamento de primeira. Pãoduro reconheceu imediatamente aquela voz: - Eu sabia que você estava por trás de tudo, Patacôncio! ***** Mickey assistira em casa, boquiaberto, ao pronunciamento do prefeito. De volta à delegacia, o camundongo foi à sala do Coronel Cintra comentar as novidades: - Viu o que aconteceu, Coronel? A ditadura do Leitão acabou com a nossa mamata e... Coronel? Coronel? Era tarde. A corda mal suportava o corpo frio e lívido do chefe da polícia. Os 115 quilos de adiposidade pendiam da viga do teto sobre um banquinho tombado e um envelope pardo recheado de papéis comprometedores. ***** Margarida hesitou quando Olímpio Chipper a convidou para passar a noite em seu apartamento em Gansópolis. Mas não teve alternativa. O Serviço de Informações Integrado levaria dois dias para localizar Donald, sua amiga Clara de Ovos - cidadã gansopolense há décadas - não estava em casa, seu dinheiro era insuficiente para um hotel digno. Afinal, Olímpio lhe pareceu bastante simpático e polido, ao contrário do que se poderia esperar de 90% dos cães caucasianos que conhecia. Não poderia haver riscos. Ninguém sabia que Altéia Marreco era a Margarida disfarçada. Era um apartamento de 18 cômodos no 78º andar de um condomínio de alta classe. Olímpio tirou seu estranho casaco e carregou as malas para a sala. Margarida encostou o bico nas amplas vidraças; daquele ponto podia-se avistar toda a cidade. - Não quer tomar um drinque, Margarida? A pata estremeceu. Como Olímpio descobriu seu nome? Uma eternidade de milissegundos de silêncio constrangedor; Margarida murmurou, sem tirar os olhos da janela: - Deve haver algum engano. Meu nome é Altéia. - Sim, claro... Muito prazer; Papai Noel. Ri, ri, ri, ri, ri... - Ficou louco, Olímpio? Margarida virou-se. Naquele momento Olímpio vestia uma ampla camisola preta e um capuz preto. Não havia dúvidas. Ela nunca poderia imaginar que Olímpio Chipper era o Mancha Negra sem disfarce. -- [], 1.000ton ________________ _ \__(=======/_=_/ ____.--'-`--.___ Visite Minha Home Page: \ \ `,--,-.___.----' http://users.sti.com.br/yamato .--`\\--'../ http://users.sti.com.br/stoledo '---._____./] http://sites.uol.com.br/filpo http://users.sti.com.br/gtraxx Nós saudamos as estrelas http://www.fconline.net Desculpas não garantem nada, porque erratas também contêm erros. --------------------------------------------------------------------- Você tem email?? Que tal mudar gratuitamente para [EMAIL PROTECTED]? Visite http://www.email.com.br e faça seu pedido. Esse email é seu! ---------------------------------------------------------------------