Olá pessoal, Também concordo que falta a regulamentação da profissão e mais ainda profissionais que não tenham apenas a especialização, mas uma graduação como base, que para o psicopedagogo escolar seja a pedagogia ou outra licenciatura e para o psicopedagogo clínico a psicologia ou a fonoaudiologia. Quem sabe logo isso aconteça e tenhamos um conselho de psicopedagogia.
Abraços e feliz 2008, Karin Em 25/12/07, Eliana Silva Cruz <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: > > Oi Erika, > > Na realidade nos deparamos com esse quadro, porque a profissão não está > regulamentada, tenho conhecimento que apenas em São Paulo os profissionais > atuam em escolas públicas, não fique angustiada, essa profissão requer > pessoas que tenham um caráter pesquisador e atualmente no Brasil, os > profissionais não querem se reciclar e nem aprofundar seus conhecimentos ou > apenas querem títulos para aumentar seu salários, porque atuam em outras > profissões, como pedagos, psicólogos, etc. A Psicopedagogia não é uma > fórmulla de bolo, logo, requer vários desafios e a interação com diversos > profissionias, acredito que quando a profissão for regulamentada, essa > situação melhore. > O psicopedagogo é o profissional que auxilia na identificação e na > resolução dos problemas no processo do aprender. Este profissional está > capacitado a lidar com as mais diversas dificuldades de aprendizagem, um dos > fatores atuais que leva uma boa parcela de alunos à multirrepetência, ao > fracasso escolar e, conseqüentemente, à evasão. > Weiss (2001) entende como fracasso escolar uma resposta insuficiente do > aluno a uma exigência ou demanda da escola. Se o aluno não corresponde a > esta demanda "exigida" pela unidade escolar, algo deverá ser investigado, > num envolvimento global, onde todos os profissionais que fazem parte desta > organização caminhem juntos ao encontro e no repensar de suas posturas > pedagógicas. > O fracasso escolar pode ocasionar problemas sociais, que também perpassam > por esta trajetória de marginalização e exclusão social. A identificação dos > problemas de aprendizagem necessita de um novo olhar a partir das > organizações educadoras. > Para Vygotsky (1989), a aprendizagem da criança começa muito antes da > aprendizagem escolar que nunca parte do zero. Toda aprendizagem da criança > na escola tem uma pré-história. > O profissional da psicopedagogia detém um conhecimento científico > específico oriundo da articulação de várias áreas envolvidas nos processos e > caminhos do aprender. Cabe a ele intervir, visando a solução dos problemas > de aprendizagem e tendo como foco o aluno ou a organização educadora > (escola). > Realizar o diagnóstico e a intervenção psicopedagógica também é uma > atitude que poderá ser efetivada através de métodos, instrumentos e técnicas > próprias da psicopedagogia, sendo relevantes as questões ligadas à > prevenção. > Envolver-se em pesquisas e estudos científicos acerca dos problemas e > processos de aprendizagem é de fundamental importância no trabalho do > psicopedagogo, pois é através de novos enfoques que poderão ser alcançadas > importantes considerações a respeito da aprendizagem, bem como obtidos > argumentos concretos para o reconhecimento da profissão. > O psicopedagogo deve ter a consciência de observar o indivíduo como um > todo: coordenação motora ampla, aspecto sensório-motor, dominância lateral, > desenvolvimento rítmico, desenvolvimento motor fino, criatividade, evolução > do traçado e do desenho, percepção espacial e viso-motora, orientação e > relação espaço-temporal, aquisição e articulação dos sons, aquisição de > palavras novas, elaboração e organização mental, atenção e coordenação, bem > como, expressões, aquisição de conceitos, e, ainda, desenvolvimento do > raciocínio lógico-matemático. > Através destes complexos ambientes de observação, procuramos entender o > processo de aprendizagem segundo a abordagem vygotskyana, partindo do > pressuposto que são várias as razões que determinam o sucesso ou o fracasso > escolar de uma criança. A prática psicopedagógica é entendida como o > conhecimento dos processos de aprendizagem em seus mais diversos aspectos: > cognitivos, emocionais ou corporais. > O trabalho psicopedagógico está inserido no processo ensino-aprendizagem, > atuando primordialmente, junto aos profissionais comprometidos nas > instituições escolares de forma preventiva, detectando os momentos de > dificuldades e prevendo questões que seriam motivo de tratamento futuro na > vida educacional dos aprendentes, como também, interagindo com o organograma > escolar quando os problemas de dificuldades de aprendizagem já estiverem > instalados, trabalhando nos diagnósticos e nas terapias psicopedagógicas. > > Segundo Vygotsky (1982), a atividade criadora é uma manifestação exclusiva > do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar algo novo a partir do > que já existe. Através da memória, o homem pode imaginar situações futuras e > formar outras imagens. Sendo assim, a ação criadora reside no fato da > não-adaptação do ser, isto é, de não estar acomodado e conformado com uma > situação, buscando através do imaginário e da fantasia, um equilíbrio, bem > como a construção de algo novo. > É mediante este pressuposto, que o trabalho psicopedagógico se faz > atuante. É descobrindo no aprendente suas capacidades e desenvolvendo > atividades que o auxiliam na ordenação e coordenação de suas idéias e > manifestações intelectuais. > A especificidade do tratamento psicopedagógico consiste no fato de que > existe um objetivo a ser alcançado, a eliminação dos sintomas. Assim, a > relação psicopedagogo/aprendente é medida por atividades bem definidas cujo > objetivo é solucionar os efeitos nocivos dos sintomas. > Como exemplo, podemos apontar os casos de problemas de aprendizagem em > relação à leitura, motivo bastante freqüente de consultas psicopedagógicas. > É possível que uma criança não aprenda a escrever porque lhe faltam recursos > intelectuais para elaborar e testar suas hipóteses acerca desse novo objeto > de conhecimento. É possível, também, que uma criança cercada de recursos > possua dificuldades em relação à ordenação das idéias e não consiga > organizar e construir seu conhecimento. > Ao psicopedagogo cabe, indiscriminadamente, trabalhar as duas variantes > aprendentes: de forma preventiva para que sejam detectadas as > dificuldades de aprendizagem antes que os processos se instalem, como também > na elaboração do diagnóstico e trabalho conjunto com família e escola frente > às intercorrências advindas das dificuldades no processo do aprender. > Partindo da idéia de que toda criança aprende, o profissional da área > psicopedagógica terá que encontrar entre as diversas teorias educacionais a > que mais se enquadra em cada caso diagnosticado. > Não se pode falar em aprendizagem sem, portanto, considerar todos os > aspectos relevantes na vida desse sujeito que se relaciona e troca, a partir > da criação de vínculos. > No diagnóstico psicopedagógico, não se pode desconsiderar as relações > entre produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às > diversas classes sociais. Muitas vezes, os alunos de baixa renda ainda são > classificados como deficientes nas questões do aprendizado. > Na realidade, faltam-lhes oportunidades de crescimento cultural, de rápida > construção cognitiva e desenvolvimento de linguagem, o que, certamente, > aumentaria suas chances de êxito escolar. > A escola não pode ser vista isolada da sociedade, pois o sistema de > ensino, seja público ou privado, reflete sempre a sociedade na qual está > inserido. > Na verdade, não existem culpados, o que precisamos é trabalhar, > concomitantemente, para amenizar a exclusão educacional e social. > O trabalho de conscientização e de prevenção iniciado e proposto por um > profissional da psicopedagogia é muito bem-vindo em instituições > educacionais que possuem quadros de exclusão semelhantes ao acima citado. > Portanto, pode-se afirmar que a absorção de conhecimento pelo aluno > depende da maneira pela qual as informações lhes foram ensinadas, que, por > sua vez, dependem das condições sociais que determinarão a qualidade deste > mesmo ensino. > Professores em unidades escolares desestruturadas e sem nenhum apoio > material ou pedagógico não terão como tornar real e atraente um > conhecimento. É preciso que o professor, competente e valorizado, encontre > prazer em ensinar para que possibilite o prazer de aprender. > São abordagens como essas, que espelham nossas realidades educacionais, > que o profissional da psicopedagogia considera diariamente. > Quando um psicopedagogo chega à instituição escolar, muitas pessoas > acreditam que ele vai solucionar todos os problemas da escola, sejam eles de > aprendizagem, indisciplina, evasão, exclusão, desestímulo docente entre > outros. O trabalho é minucioso e abrangente, pois o profissional da > psicopedagogia não trabalha isolado. Toda estrutura educacional necessita > estar envolvida e ciente das metas estabelecidas no Plano Político > Pedagógico (PPP).Por isso o trabalho psicopegagógico se depara com desafios > e habilidades tais como: competência, visão de mundo e conhecimento > teórico/prático que determinarão o sucesso deste trabalho. > Com o aluno (aprendente), o trabalho investigativo está em saber se este > quer aprender, se deseja ou não aprender, se deixa seu desejo se manifestar > a partir da sua vontade e construir seu mundo de significados. > Com a instituição educadora (escola), a investigação perpassa desde o > organograma até a conversa, em particular, com cada professor em suas > especificidades disciplinares, sem esquecer de abordar o trabalho em > conjunto onde todos queiram alcançar um único objetivo: o sucesso escolar > dos alunos. > A aprendizagem refere-se a um confrontamento objetivo e uma motivação: > para aprender; é necessário um vínculo e para que este vínculo se instale > ela passa, também, pelo afeto. > Segundo Pichon, (1980), a aprendizagem é uma estrutura dinâmica em > contínuo movimento, que funciona acionada ou movida por motivações > psicológicas. > Delors (1999), cita os quatro pilares essenciais para um novo conceito de > educação quais sejam: aprender a conhecer, aprender a viver juntos, aprender > a fazer e aprender a ser. > Um desses pilares reflete uma postura amadurecida com relação ao aluno: > ... aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, > exercitando a atenção, a memória e o pensamento. O processo de aprendizagem > do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer > experiência. A educação primária pode ser considerada bem sucedida se > conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que > continuem a aprender ao longo de toda vida, tanto na escola como fora dela. > (DELORS, 1999, p.92). > > É neste momento que a intervenção psicopedagógica alcança seu maior grau > de desempenho, fazendo com que o aluno exercite, através de estímulos, a > atenção, a memória e o pensamento lógico-crítico. Cabe ao profissional da > educação proporcionar aos seus alunos oportunidades para que o conhecimento > para a vida aconteça. > Como o saber jamais se dará como acabado, o papel do psicopedagogo terá > uma ampla área de atuação, fazendo com que seus aprendentes descubram qual a > melhor forma de reconhecer e desenvolver suas capacidades intelectuais. > É na prática psicopedagógica que a teoria vygotskyana pode ser vivenciada > no enfoque sócio-histórico-cultural. Partindo-se do pressuposto que a > criança, ao chegar à unidade educadora (escola), já possui uma vasta bagagem > informativa proveniente do meio em que vive, é papel dos educadores orientar > e conduzir o conhecimento a partir de uma prática vivenciada e > correlacionada à realidade da criança. > Para que o conhecimento se construa de fato, a relação do > educador/aprendente também passa pela afetividade e pelo vínculo. > O educador que se compromete com a educação deseja que seu aluno > (aprendente) construa o conhecimento para a vida. O professor é apenas um > mediador de um processo muito maior, que é o aprendizado. > Para Vygotsky, a relação entre o pensamento e a palavra é um processo > contínuo.O pensamento não é simplesmente expresso em palavras, mas, por > meio delas, ele passa a existir. > A prioridade no ensino diz respeito, também, às aptidões, às qualidades > pessoais, à cultura, à comunicação, enfim, à valorização do conhecimento que > o aluno já possui e, a partir da sua visão de mundo, o desenvolvimento de > uma prática pedagógica que estimule a pensar, criar, dialogar e participar > ativamente na construção de novos conhecimentos. > ** > ** > ** > * * > *Considerações Finais* > Na ótica vygotskyana, que nos fornece subsídios para uma prática > fundamentada na construção do indivíduo como pessoa, é fundamental que ele > se insira num determinado ambiente cultural, que tanto pode ser formado a > partir do seu grupo familiar, como, escolar, religioso, esportivo, de > manifestação folclórica etc., pois é esse grupo que fornece instrumentos que > irão possibilitar sua maturidade intelectual. > Poderíamos, então, observar que, a cada dia, o objeto de estudo da > psicopedagogia tem assumido contornos diferenciados, específicos e amplos. > Não se trata do sujeito epistêmico de Piaget, do sujeito do inconsciente de > Freud, do sujeito cindido de Lacan, do sujeito e suas zonas de > desenvolvimento de Vygotsky, entre tantos outros teóricos da educação. > Estamos tratando de resgatar um sujeito completo. Não apenas a soma, mas a > articulação desses sujeitos em suas especificidades. > Nesta variante de teorias educacionais, somos ainda aprendentes e, no > caminhar de nossa especialização, vamos nos identificando com alguns autores > sendo o sóciointeracionismo a corrente teórica que mais se assemelha ao > nosso pensar, não deixando, por isso, analisar e conhecer todos os autores > que contemplam a educação. > Cabe a cada profissional a maturidade e a consciência de identificar qual > teoria se enquadra a cada caso tratado. > > Abraços. > Eliana > FELUIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO > > *erikapesbar <[EMAIL PROTECTED]>* escreveu: > > A Psicopedagogia vem sendo oferecida como curso de especialização em > diferentes instituições aqui em Fortaleza. Por um lado é uma > iniciativa muito boa, pois divulga a profissão, contudo a qualidade > dos profissonais que estão sendo formados é preocupante. Vemos até > pela qualidade de alguns professores de certas instituições que deixam > muito > a desejar. Estou colocando isso porque ultimamente tenho me deparado > com algumas situações que me incomodaram bastante. O primeiro é que > chegou em minhas mãos um panfleto que dizia: Reforço escolar com > Psicopedagoga. E, infelizmente, não foi o único. Então, o que > aparenta para a sociedade é que o psicopedagogo é o profissional que > dá reforço escolar. Segundo, acredito que nós, psicopedagogos, somos > especialistas em dificuldades de aprendizagem (me corrijam se eu > estiver errada) e conversando com outros profissionais da área, > percebi que alguns deles não conseguiram nem dizer o que era > dificuldade de aprendizagem, ou seja, não conseguiram sequer > conceituá-la de uma forma básica (sei que a questão é complexa). > Então, como fazer uma atuação acerca daquilo que não se conhece? > Compartilho um pouco da minha angústia com vocês, que são > profissionais sérios e dedicados à Psicopedagogia, e que de uma certa > forma, também acabam sendo prejudicados pela postura daqueles que não > têm o mesmo compromisso com a função. > Beijos para todos! > > > > > Links do Yahoo! Grupos > > > > > > Abraços. > Eliana > > ------------------------------ > Abra sua conta no Yahoo! > Mail<http://br.rd.yahoo.com/mail/taglines/mail/*http://br.mail.yahoo.com/>, > o único sem limite de espaço para armazenamento! > > >