>Oi Eliana, Recebi está informação, na qual foi respondida para Erika, que maravilha, cada dia me sinto mais forte por saber que voce está ai do outro lado para fortalecer nossa profissão. Fico muito Grata. FeliZ Ano Novo,
Maria Oi Erika, > Na realidade nos deparamos com esse quadro, porque a profissão não está regulamentada, tenho conhecimento que apenas em São Paulo os profissionais atuam em escolas públicas, não fique angustiada, essa profissão requer pessoas que tenham um caráter pesquisador e atualmente no Brasil, os profissionais não querem se reciclar e nem aprofundar seus conhecimentos ou apenas querem títulos para aumentar seu salários, porque atuam em outras profissões, como pedagos, psicólogos, etc. A Psicopedagogia não é uma fórmulla de bolo, logo, requer vários desafios e a interação com diversos profissionias, acredito que quando a profissão for regulamentada, essa situação melhore. O psicopedagogo é o profissional que auxilia na identificação e na resolução dos problemas no processo do aprender. Este profissional está capacitado a lidar com as mais diversas dificuldades de aprendizagem, um dos fatores atuais que leva uma boa parcela de alunos à multirrepetência, ao fracasso escolar e, conseqüentemente, à evasão. Weiss (2001) entende como fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Se o aluno não corresponde a esta demanda exigida pela unidade escolar, algo deverá ser investigado, num envolvimento global, onde todos os profissionais que fazem parte desta organização caminhem juntos ao encontro e no repensar de suas posturas pedagógicas. O fracasso escolar pode ocasionar problemas sociais, que também perpassam por esta trajetória de marginalização e exclusão social. A identificação dos problemas de aprendizagem necessita de um novo olhar a partir das organizações educadoras. Para Vygotsky (1989), a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar que nunca parte do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. O profissional da psicopedagogia detém um conhecimento científico específico oriundo da articulação de várias áreas envolvidas nos processos e caminhos do aprender. Cabe a ele intervir, visando a solução dos problemas de aprendizagem e tendo como foco o aluno ou a organização educadora (escola). Realizar o diagnóstico e a intervenção psicopedagógica também é uma atitude que poderá ser efetivada através de métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia, sendo relevantes as questões ligadas à prevenção. Envolver-se em pesquisas e estudos científicos acerca dos problemas e processos de aprendizagem é de fundamental importância no trabalho do psicopedagogo, pois é através de novos enfoques que poderão ser alcançadas importantes considerações a respeito da aprendizagem, bem como obtidos argumentos concretos para o reconhecimento da profissão. O psicopedagogo deve ter a consciência de observar o indivíduo como um todo: coordenação motora ampla, aspecto sensório-motor, dominância lateral, desenvolvimento rítmico, desenvolvimento motor fino, criatividade, evolução do traçado e do desenho, percepção espacial e viso-motora, orientação e relação espaço-temporal, aquisição e articulação dos sons, aquisição de palavras novas, elaboração e organização mental, atenção e coordenação, bem como, expressões, aquisição de conceitos, e, ainda, desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Através destes complexos ambientes de observação, procuramos entender o processo de aprendizagem segundo a abordagem vygotskyana, partindo do pressuposto que são várias as razões que determinam o sucesso ou o fracasso escolar de uma criança. A prática psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos processos de aprendizagem em seus mais diversos aspectos: cognitivos, emocionais ou corporais. O trabalho psicopedagógico está inserido no processo ensino-aprendizagem, atuando primordialmente, junto aos profissionais comprometidos nas instituições escolares de forma preventiva, detectando os momentos de dificuldades e prevendo questões que seriam motivo de tratamento futuro na vida educacional dos aprendentes, como também, interagindo com o organograma escolar quando os problemas de dificuldades de aprendizagem já estiverem instalados, trabalhando nos diagnósticos e nas terapias psicopedagógicas. Segundo Vygotsky (1982), a atividade criadora é uma manifestação exclusiva do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar algo novo a partir do que já existe. Através da memória, o homem pode imaginar situações futuras e formar outras imagens. Sendo assim, a ação criadora reside no fato da não-adaptação do ser, isto é, de não estar acomodado e conformado com uma situação, buscando através do imaginário e da fantasia, um equilíbrio, bem como a construção de algo novo. É mediante este pressuposto, que o trabalho psicopedagógico se faz atuante. É descobrindo no aprendente suas capacidades e desenvolvendo atividades que o auxiliam na ordenação e coordenação de suas idéias e manifestações intelectuais. A especificidade do tratamento psicopedagógico consiste no fato de que existe um objetivo a ser alcançado, a eliminação dos sintomas. Assim, a relação psicopedagogo/aprendente é medida por atividades bem definidas cujo objetivo é solucionar os efeitos nocivos dos sintomas. Como exemplo, podemos apontar os casos de problemas de aprendizagem em relação à leitura, motivo bastante freqüente de consultas psicopedagógicas. É possível que uma criança não aprenda a escrever porque lhe faltam recursos intelectuais para elaborar e testar suas hipóteses acerca desse novo objeto de conhecimento. É possível, também, que uma criança cercada de recursos possua dificuldades em relação à ordenação das idéias e não consiga organizar e construir seu conhecimento. Ao psicopedagogo cabe, indiscriminadamente, trabalhar as duas variantes aprendentes: de forma preventiva para que sejam detectadas as dificuldades de aprendizagem antes que os processos se instalem, como também na elaboração do diagnóstico e trabalho conjunto com família e escola frente às intercorrências advindas das dificuldades no processo do aprender. Partindo da idéia de que toda criança aprende, o profissional da área psicopedagógica terá que encontrar entre as diversas teorias educacionais a que mais se enquadra em cada caso diagnosticado. Não se pode falar em aprendizagem sem, portanto, considerar todos os aspectos relevantes na vida desse sujeito que se relaciona e troca, a partir da criação de vínculos. No diagnóstico psicopedagógico, não se pode desconsiderar as relações entre produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes sociais. Muitas vezes, os alunos de baixa renda ainda são classificados como deficientes nas questões do aprendizado. Na realidade, faltam-lhes oportunidades de crescimento cultural, de rápida construção cognitiva e desenvolvimento de linguagem, o que, certamente, aumentaria suas chances de êxito escolar. A escola não pode ser vista isolada da sociedade, pois o sistema de ensino, seja público ou privado, reflete sempre a sociedade na qual está inserido. Na verdade, não existem culpados, o que precisamos é trabalhar, concomitantemente, para amenizar a exclusão educacional e social. O trabalho de conscientização e de prevenção iniciado e proposto por um profissional da psicopedagogia é muito bem-vindo em instituições educacionais que possuem quadros de exclusão semelhantes ao acima citado. Portanto, pode-se afirmar que a absorção de conhecimento pelo aluno depende da maneira pela qual as informações lhes foram ensinadas, que, por sua vez, dependem das condições sociais que determinarão a qualidade deste mesmo ensino. Professores em unidades escolares desestruturadas e sem nenhum apoio material ou pedagógico não terão como tornar real e atraente um conhecimento. É preciso que o professor, competente e valorizado, encontre prazer em ensinar para que possibilite o prazer de aprender. São abordagens como essas, que espelham nossas realidades educacionais, que o profissional da psicopedagogia considera diariamente. Quando um psicopedagogo chega à instituição escolar, muitas pessoas acreditam que ele vai solucionar todos os problemas da escola, sejam eles de aprendizagem, indisciplina, evasão, exclusão, desestímulo docente entre outros. O trabalho é minucioso e abrangente, pois o profissional da psicopedagogia não trabalha isolado. Toda estrutura educacional necessita estar envolvida e ciente das metas estabelecidas no Plano Político Pedagógico (PPP).Por isso o trabalho psicopegagógico se depara com desafios e habilidades tais como: competência, visão de mundo e conhecimento teórico/prático que determinarão o sucesso deste trabalho. Com o aluno (aprendente), o trabalho investigativo está em saber se este quer aprender, se deseja ou não aprender, se deixa seu desejo se manifestar a partir da sua vontade e construir seu mundo de significados. Com a instituição educadora (escola), a investigação perpassa desde o organograma até a conversa, em particular, com cada professor em suas especificidades disciplinares, sem esquecer de abordar o trabalho em conjunto onde todos queiram alcançar um único objetivo: o sucesso escolar dos alunos. A aprendizagem refere-se a um confrontamento objetivo e uma motivação: para aprender; é necessário um vínculo e para que este vínculo se instale ela passa, também, pelo afeto. Segundo Pichon, (1980), a aprendizagem é uma estrutura dinâmica em contínuo movimento, que funciona acionada ou movida por motivações psicológicas. Delors (1999), cita os quatro pilares essenciais para um novo conceito de educação quais sejam: aprender a conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser. Um desses pilares reflete uma postura amadurecida com relação ao aluno: ... aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. A educação primária pode ser considerada bem sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda vida, tanto na escola como fora dela. (DELORS, 1999, p.92). É neste momento que a intervenção psicopedagógica alcança seu maior grau de desempenho, fazendo com que o aluno exercite, através de estímulos, a atenção, a memória e o pensamento lógico-crítico. Cabe ao profissional da educação proporcionar aos seus alunos oportunidades para que o conhecimento para a vida aconteça. Como o saber jamais se dará como acabado, o papel do psicopedagogo terá uma ampla área de atuação, fazendo com que seus aprendentes descubram qual a melhor forma de reconhecer e desenvolver suas capacidades intelectuais. É na prática psicopedagógica que a teoria vygotskyana pode ser vivenciada no enfoque sócio-histórico-cultural. Partindo-se do pressuposto que a criança, ao chegar à unidade educadora (escola), já possui uma vasta bagagem informativa proveniente do meio em que vive, é papel dos educadores orientar e conduzir o conhecimento a partir de uma prática vivenciada e correlacionada à realidade da criança. Para que o conhecimento se construa de fato, a relação do educador/aprendente também passa pela afetividade e pelo vínculo. O educador que se compromete com a educação deseja que seu aluno (aprendente) construa o conhecimento para a vida. O professor é apenas um mediador de um processo muito maior, que é o aprendizado. Para Vygotsky, a relação entre o pensamento e a palavra é um processo contínuo.O pensamento não é simplesmente expresso em palavras, mas, por meio delas, ele passa a existir. A prioridade no ensino diz respeito, também, às aptidões, às qualidades pessoais, à cultura, à comunicação, enfim, à valorização do conhecimento que o aluno já possui e, a partir da sua visão de mundo, o desenvolvimento de uma prática pedagógica que estimule a pensar, criar, dialogar e participar ativamente na construção de novos conhecimentos. Considerações Finais Na ótica vygotskyana, que nos fornece subsídios para uma prática fundamentada na construção do indivíduo como pessoa, é fundamental que ele se insira num determinado ambiente cultural, que tanto pode ser formado a partir do seu grupo familiar, como, escolar, religioso, esportivo, de manifestação folclórica etc., pois é esse grupo que fornece instrumentos que irão possibilitar sua maturidade intelectual. Poderíamos, então, observar que, a cada dia, o objeto de estudo da psicopedagogia tem assumido contornos diferenciados, específicos e amplos. Não se trata do sujeito epistêmico de Piaget, do sujeito do inconsciente de Freud, do sujeito cindido de Lacan, do sujeito e suas zonas de desenvolvimento de Vygotsky, entre tantos outros teóricos da educação. Estamos tratando de resgatar um sujeito completo. Não apenas a soma, mas a articulação desses sujeitos em suas especificidades. Nesta variante de teorias educacionais, somos ainda aprendentes e, no caminhar de nossa especialização, vamos nos identificando com alguns autores sendo o sóciointeracionismo a corrente teórica que mais se assemelha ao nosso pensar, não deixando, por isso, analisar e conhecer todos os autores que contemplam a educação. Cabe a cada profissional a maturidade e a consciência de identificar qual teoria se enquadra a cada caso tratado. > > Abraços. > Eliana > FELUIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO erikapesbar <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: A Psicopedagogia vem sendo oferecida como curso de especialização em diferentes instituições aqui em Fortaleza. Por um lado é uma iniciativa muito boa, pois divulga a profissão, contudo a qualidade dos profissonais que estão sendo formados é preocupante. Vemos até pela qualidade de alguns professores de certas instituições que deixam muito a desejar. Estou colocando isso porque ultimamente tenho me deparado com algumas situações que me incomodaram bastante. O primeiro é que chegou em minhas mãos um panfleto que dizia: Reforço escolar com Psicopedagoga. E, infelizmente, não foi o único. Então, o que aparenta para a sociedade é que o psicopedagogo é o profissional que dá reforço escolar. Segundo, acredito que nós, psicopedagogos, somos especialistas em dificuldades de aprendizagem (me corrijam se eu estiver errada) e conversando com outros profissionais da área, percebi que alguns deles não conseguiram nem dizer o que era dificuldade de aprendizagem, ou seja, não conseguiram sequer conceituá-la de uma forma básica (sei que a questão é complexa). Então, como fazer uma atuação acerca daquilo que não se conhece? Compartilho um pouco da minha angústia com vocês, que são profissionais sérios e dedicados à Psicopedagogia, e que de uma certa forma, também acabam sendo prejudicados pela postura daqueles que não têm o mesmo compromisso com a função. Beijos para todos! Links do Yahoo! Grupos Abraços. Eliana Abra sua conta no Yahoo! 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