Realmente o prosicionamento do Senador Mercadante foi lastimável. Proferiu um discurso emotivo baseado na pedofilia, para afirmar retoricamente que "o Congresso não irá se omitir e irá legislar sobre os crimes hediondos que se praticam todos os dias na rede", ou algo que o valha. Os aplausos ao seu discurso foram puxados pelos parlamentares mais conservadores.
Imediatamente me lembrou a tática retórica do Bush, que utilizou o 11 de setembro como motivo para reduzir direitos civis, Me lembrou também as justificativas pa os estados de exceção (eufemismo para ditadura), que sempre apontam uma grade ameaça à ordem social como o motivo para instaurar a vigilância e redução da privacidade, afim de protejer os cidadãos. Pobre da sociedade de não tem capacidade de barrar estas investidas autoritárias através do debate democrático. Pobre da sociedade em que a democracia é falar e não ouvir. Abs, Edgard 2008/7/10 Heber Maia <[EMAIL PROTECTED]>: > O Senador Aloísio Mercadante está sendo enganado ou está querendo nos > enganar? > > Foi realmente deprimente. Assisti a cena. O Senador parecia um > protagonista de dramalhão mexicano. Argumentos concretos e convincentes ele > não apresentou nenhum. Recorreu ao uso de um discurso que apela para o > emocionalismo sem tocar nas questões centrais das implicações da proposta de > vigilância da internet. > > Será que o Senador está sendo mal assessorado ou intencionado? > > Se a motivação for um problema de assessoria ainda existe chance e devemos > agir imediatamente. Porém, se for um "desvio de intencionalidade" devemos > nos preparar para chorar pois vem aí mais um melodrama. A diferença é que, > ao contrário das historinhas melosas dos nossos vizinhos latinos, este não > trará somente alienação mas estará colocando em jogo a nossa liberdade. > > É hora de se mexer pois daqui a pouco pode ser tarde demais. > > *No caminho com Maiakóvski > * (Eduardo Alves da Costa) > > "[...] > > Na primeira noite eles se aproximam > e roubam uma flor > do nosso jardim. > E não dizemos nada. > Na segunda noite, já não se escondem; > pisam as flores, > matam nosso cão, > e não dizemos nada. > Até que um dia, > o mais frágil deles > entra sozinho em nossa casa, > rouba-nos a luz, e, > conhecendo nosso medo, > arranca-nos a voz da garganta. > E já não podemos dizer nada. > [...]" > > > []s > > Heber > > > > > > Everton Rodrigues escreveu: > > Senador Azeredo conseguiu convencer Senador Mercadante a aderir ao > movimento pela vigilância na internet? > > Como tínhamos definido, fizemos uma ação durante o I Fórum Latino-Americano > de Inclusão Digital - F.I.D., acontece hoje, dia 9 de julho, na Câmara > Federal dos Deputados. Essa iniciativa tem como objetivo fortalecer a nossa > opinião a respeito do projeto, nos alinhando com o texto do abaixo assinado > online (http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html). > Interessante que essa petição reuniu 10 mil assinaturas de usuários da rede > mundial de computadores em apenas 3 dias. > > Quando confirmamos que o Senador Aloísio Mercadante estaria mesmo na mesa > de abertura, decidimos que a faixa com a frase: "Pelo veto ao projeto de > cibercrimes - Em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na > Internet Brasileira" seria aberta durante sua fala. De fato, esticamos a > faixa durante a sua fala. De início notei que ele nem nos olhava. Tudo bem. > > Mas, na finalização da sua fala, o nosso grande Senador Mercadante defende > o projeto como um grande avanço para a sociedade. Ele se utilizou de um > artíficio que está já ta ficando banal. A idéia de ganhar apoio ao projeto > de controle da internet com o discurso da pedofilia. > > Mercadante começou dizendo: "quero falar sobre a faixa que os amigos estão > nos mostrando ao lado. E apontou o dedo para nós que estávamos esticando a > faixa". Ele disse que a faixa não fazia sentido, porque, veto é depois do > projeto ser aprovado, e como vetar algo que nem foi a votação? Tentei > explicar que o veto era na verdade da sociedade civil. Quis dizer que nós > estávamos vetando esse projeto do jeito como está. > > Dai ele diz: "Por favor deixa eu falar, e depois você fala, porque senão > não é democracia". Depois de sua fala ele foi embora. Tinha outras tarefas > para fazer. Mas, então, pensei. Democracia no Congresso Nacional é: os > senadores falam e nós escutamos, e quando nós falamos eles não estão lá para > ouvir. Acho que vou mandar um áudio em formato . > > Isso, reforça a idéia de que o Congresso Nacional está muito distante do > povo brasileiro, e, por isso, muitas vezes fazem projeto sem qualquer debate > com a sociedade, apenas como fruto de acordos de interesses constrõem > aberrações como este projeto. > > Continuando o discurso Mercadante diz: "Temos que combater os crimes > digitais. Temos que prender corruptores de crianças e grupos que se > organizam para cometerem crimes contra nossas criaças. Temos que prender > esses sujeitos da escória da sociedade". Só faltou chorar. Faltou bem pouco. > Nesse momento lembrei da estratégia que Joerge W Bush que utilizou o > atentado de 11 de setembro para justificar a invasão de países que > supostamente apoiam terroristas, além de retirar as liberdades civis. > > Com isso finalizou e foi embora. > > Tenho uma filha de 10 anos, e sei que vigiar a internet não irá resolver o > problema. Combater a pedofilia envolve muitos temas, como por exemplo a > educação das crianças para o acesso a conteúdos e uso da tecnologia. As > nossas leis já identicam pedófilos como criminosos, e não é preciso de uma > nova lei para isso. O debate de fundo é que estão usando a pedofilia, que é > um tema que envolve as pessoas emocionalmente e, então, essas pessoas > emocionadas com a idéia de exploração de criaças não percebem que as > liberdades individuais estão em risco com esse projeto. > > A fala do Senador e Ministro Hélio Costa foi de prestação de contas dos > feitos do Governo Federal na área. Falou do Gesac, dos projetos de inclusão > digital do governo. Do programa commputador para todos. Disse que no ano > passado foi vendido 10 milhões de computadores no Brasil, e que essa é a > média de consumo de televisores por ano. > > Mas nada disse sobre o tal projeto de controle da internet. Nem olhou para > a nossa faixa, e quando gritei pedindo sua opinião, ele me olhou como se eu > fosse transparente. Nenhuma novidade. > > No painel I - A inclusão digital e as ações dos organismos multilaterais, > que o moderador foi HADIL DA ROCHA VIANNA, que é chefe do Departamento de > Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exterior, pensei > que eu poderia falar, já que se tratava de um fórum. Em fóruns tem que ter > um momento de debate. Então, Hadil disse que cada palestrante teria 15min e > se sobresse tempo abriria ao debate. Ele não controlou o tempo de ninguém. > No meio da atividade uma moça começou a nos entregar um papeis que é o nosso > meio de mandar nossas questões. Sem direito a voz. Só por escrito. > > Aí lembrei. No congresso o debate é assim mesmo. Os palestrantes falam até > cansar e o restante dos participantes escrevem suas questões e enviam para o > coordenador da mesa, que lê se tiver tempo e se concordar se o que está > escrito não vai gerar muitos problemas. > > Então, agi com seguinte estratégia. Escrevi uma pergunta com duas cópias. > Como se fosse uma email com cópia. E encaminhei para o coordenador da mesa e > para quem eu queria saber a opinião, que era VALERIA JORDAN, coordenadora de > Informação da e-LAC (Cepal). > > No momento que entreguei o bilhetinho, Hadil disse: acho que não vai dar > tempo. Respondi então que a idéia de fórum ficaria prejudicada. > > Ele disse: pois é, estamos com pouco tempo, mas vou tentar. > > Dai ele se dirigiu para a Valéria que ja sabia da pegunta. Discutiram por > um tempo e então, encaminharam que iria ser lida a questão. > > A pergunta foi a seguinte: VALERIA JORDAN. Na sua apresentação conseguiste > desenvolver de forma brilhante a idéia de que as Tics são fundamentais para > o desenvolvimento. Como a senhora bem sabe a internet e o software livre são > fundamentais para a inclusão digital. Por isso, sem internet e sem software > livre não existe inclusão digital. Já que a internet é estruturante da > inclusão digital, gostaria de conhecer a sua opinião a respeito da idéia de > analisar todos os dados que trafegam na rede com a justificativa de combater > crimes digitais. > > Na sua reposta ela disse que: o assunto era complexo. Muito complexo. Ela > disse que antes de tudo é preciso pensar as ferramentas para desenvolver > melhor esse combate a crimes na internet. Disse que os países que se propõem > a vigiar a internet tem alcançado pouco o seus objetivos. Ela ainda disse > que a internet não algo separado da sociedade, e sim um reflexo da sociedade > que temos. E que é preciso ter muito cuidado para não fortalecer a idéia de > um grande big brother. > > -- > --------------------------------------------------- > Everton Rodrigues > [EMAIL PROTECTED] > Jabber: [EMAIL PROTECTED] > GoogleTalk: [EMAIL PROTECTED] > Skype: gnueverton > > Movimento Software Livre > www.softwarelivre.org > ------------------------------------------------ > 10º Fórum Internacional Software Livre - FISL 10 > Agende-se: 2009 > Porto Alegre - RS - Brasil > > ------------------------------ > > _______________________________________________ > PSL-Brasil mailing [EMAIL > PROTECTED]://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > > > _______________________________________________ > PSL-Brasil mailing list > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil >
_______________________________________________ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil