Colegas:

Ocorreu ontem, 18/08, uma palestra do senador Azeredo sobre o projeto de lei na Federasul, em Porto Alegre. A iniciativa foi da Federasul, Assespro, CETI, Serprogrs,
Internetsul, com patrocinio da Procempa.


Pelo relato do próprio senador, ele participou de uma reunião com as entidades
proponentes da atividade, fez uma coletiva e proferiu a palestra.

Seguem duas visões de dois veiculos que cobriram a coletiva e a palestra.

O Sady Jacques, ASL, ficou até o final e deverá fazer um relato.


mario



Deu na Zero Hora - Senador Azeredo: "essa petição não tem valor"
Editoria: Legislativo
20/Aug/2008 - 00:43
Enviado por Redacao PSL-Brasil
Saí do Meeting de Tecnologia da Federasul, evento que rolou hoje aqui na província, com a sensação de que o projeto de lei contra crimes na internet é ingênuo. É minha opinião
pessoal. Peraí que eu explico.

Em palestra, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou que as redes peer-to-peer e o
desbloqueio de celulares não estão incluídos no polêmico projeto:

– Não tem como penalizar quem baixa música. Não concordo que vai haver criminalização em massa. Isso é imaginação fértil. Objetivo também não é que o provedor seja dedo duro, a redação (do projeto de lei) foi melhorada, ele não tem que fiscalizar, é só (investigar)
denúncia formal que tenha recebido.

De fato, não há menção a download no texto, mas o artigo 285-A criminaliza "acessar, mediante violação de segurança, rede de computadores, dispositivo de comunicação, ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso". E mais, segundo o artigo 22, o provedor é responsável por " informar de maneira sigilosa à autoridade competente denúncia que tenha recebido e que contenha indícios da prática de crime
sujeito a acionamento penal público incondicionado".

Aí é que está. Lei é algo complicado demais, ainda em mais em casos que abrem margem à interpretação. Acho, portanto, que o projeto é ingênuo por considerar que isso tudo está claríssimo no texto. Mesmo se estivesse, o fato é que a Justiça brasileira já deu provas de que não saca muito de internet. Lembram quando um juiz mandou tirar o YouTube do ar
por causa de um vídeo da Dona Daniella Cicarelli?

O senador Azeredo admitiu que há uma "dificuldade de adaptação" dos magistrados a esse
assunto, mas lavou as mãos:

– Estou cuidando apenas da parte legislativa – disse.

Por causa de pontos como esse, o projeto é tão criticado. Uma petição online arrebanhou mais de 100 mil assinaturas. Ou, segundo palavras do senador, "é muito fácil colocar uma
petição na internet com uma afirmação falsa e conseguir adesões".

Aliás, escuta o trecho da entrevista coletiva em que Azeredo opina sobre a petição online.

http://vanessanunes.podbean.com/2008/08/19/entrevista-com-sen-azeredo/

Ao público, Azeredo desabafou em relação às críticas:

– Vocês não imaginam como eu tenho apanhado. Em nenhum momento se pensou em rastreamento, não houve desejo de controlar a internet, o que se busca é criar um ambiente mais seguro.

Os provedores são favoráveis ao projeto. Quer dizer, "com emendas supressivas pode ser melhorado", segundo palavras Jaime Wagner, representante dos provedores de acesso e conteúdo no Comitê Gestor da Internet no Brasil. A crítica é contra o artigo 22, segundo o qual os provedores têm que guardar os logs dos usuários por três anos, o que tem um custo (penoso para os pequenos), e pode gerar multa variável de R$ 2 mil a R$ 100 mil.

– Não é um custo milionário guardar esses dados. Não vou dizer que não existe custo, mas
é insignificante – rebateu o senador.

Durante o evento, criticou-se ainda o regime do urgência com que o projeto agora tramita na Câmara (o texto já foi aprovado pelo Senado). Azeredo argumentou que esse projeto vem
sendo discutido há tempo:

– Alguns dormiram no ponto – ironizou.


Blog da Vanessa Nunes

Fonte: http://portal.softwarelivre.org/news/11976

e

Deu no Baguete: Eduardo Azeredo - Uma lei para a web
Editoria: Legislativo
19/Aug/2008 - 17:52
Enviado por Redacao PSL-Brasil
A lei de controle de crimes cibernéticos relatada pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) é sem dúvida o assunto da Internet brasileira em 2008. Bicho papão para uns, medida acertada num momento de expansão da web no país para outros, o assunto está por todas
partes.

Atualmente aguardando aprovação na Câmara dos Deputados, tudo indica que a lei deve entrar em vigor até o final do ano. Azeredo, que trabalhou por 11 anos na IBM e comandou
estatais de processamento de dados, esteve em Porto Alegre

nesta terça-feira, 19, esclarecendo dúvidas sobre o assunto no Meeting de TI da Federasul.

Confira a entrevista:

Maurício Flach Renner

O Brasil precisa de uma lei de crimes na Internet?

Eduardo Azeredo: A Argentina acabou de aprovar em maio uma lei como essa em maio, só para falar de um vizinho nosso. A convenção de Budapeste, que prevê a adoção de medidas para coibir o crime na Internet foi assinada por 43 países, dos quais 23 já colocaram em vigor suas leis. Vale a pena o Brasil não ficar para trás. Para defender uma expansão do uso da
internet é importante que o país tenha uma lei contra os maus usuários..

É possível levar a lei às últimas conseqüências sem estabelecer a certificação digital de
quem está usando a máquina?

Eduardo Azeredo: Claro que é. Você tem que ter sempre o estado de direito prevalecendo. É a Justiça que com indícios suficientes pode fazer uma investigação nos moldes de uma escuta telefônica. Não há necessidade de identificação, o que o projeto prevê é somente a guarda dos registros das conexões, não o conteúdo que foi trafegado. A investigação pode ser prejudicada sem essa responsabilização mais individual. É evidente que alguém pode usar o seu computador, se você permitir isso. Mas não há no projeto nenhuma penalização nesse sentido. Ele apenas estabelece que você pode chegar até o computador em questão.

Uma petição online já tem 108 mil assinaturas contra a lei e é liderada por alguns
pesquisadores de renome...

Eduardo Azeredo: A lei é realmente nova e é natural que ela gere polêmica. Agora, é muito fácil você colocar uma petição online na Internet com uma afirmação falsa e conseguir adesões. Essa petição afirma que o projeto vai criminalizar o download de músicas e o desbloqueio de celulares, o que é falso. Então, ela não tem valor. Além do mais, os pesquisadores que assinam a petição são contestados por outros de mesmo nível ou até mais experiência. Nós estamos na oitava versão desse projeto, algo de que me orgulho porque prova que ele foi produto do diálogo. Muitos dos que nos criticam simplesmente dormiram
no ponto durante a discussão.

É falsa a afirmação de que a lei criminaliza o desbloqueio de celulares e a troca de
arquivos pela Internet?

Eduardo Azeredo: A lei criminaliza o acesso não autorizado a sistemas com restrição de acesso. O conceito da restrição de acesso foi uma modificação que nós fizemos na lei para esclarecer esse ponto. Trocar música pela Internet e desbloquear um telefone ficam fora de dessa definição. Qualquer juiz que entenda o espírito com que a lei foi feita não poderá interpretar isso. A idéia não é uma lei policialesca que gere criminalização em
massa. Só uma imaginação fértil pode conceber isso.

Porque excluir do escopo da lei a troca de arquivos protegidos por direito autoral, um
dos crimes mais cometidos na Internet?

Eduardo Azeredo: Você já tem outra lei que trata desse assunto. Veja a questão da calúnia e difamação: em outra versão do projeto ela tinha uma penalização mais forte quando cometida pela Internet, porque a capacidade de dano da Internet é maior, o que eu mesmo defendia. Na discussão nós acabamos tirando esse ponto, porque houve um entendimento que já havia uma lei tratando desse assunto como um todo. Uma das críticas que a gente recebe é que a lei é ampla de mais, se ela incluísse esses temas seria mais criticada ainda!

Críticos dizem que lei atribui funções policiais aos provedores de acesso, uma vez que eles teriam que reportar crimes cometidos em páginas hospedadas nos seus servidores...

Eduardo Azeredo: Há muita polêmica em torno desse ponto. O objetivo é que se o provedor receber uma denúncia formal sobre uma página de pornografia infantil, por exemplo, envie isso para o Ministério Público. Existe um temor de que isso significasse funções extras para os provedores. A redação foi aprimorada para esclarecer esse ponto. Vale lembrar que
as denúncias seriam sobre aspectos previstos pela lei.

Outros apontam que a lei se destina a ajudar os bancos, invertendo o ônus da prova nas
fraudes do Internet Banking...

Eduardo Azeredo: Quando foi lançado o Proer no Brasil também houve muitas críticas, dizendo que o Proer era para beneficiar os bancos, quando o Proer era destinado a beneficiar os correntistas. Hoje nos Estados Unidos o governo lançar um “Proer” de US$ 900 milhões. Essa crítica é totalmente infundada. A lei se destina a beneficiar os correntistas dos bancos. Quem deve ter receio desse projeto é apenas que usa o computador
para o mal.

Baguete

Fonte: http://portal.softwarelivre.org/news/11973

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