[obm-l] Função Injetora

2011-12-13 Por tôpico João Maldonado

Seja  A um conjunto finito,  temos  que se a função f : A- A é injetora ela 
também   é  sobrejetora.  
Queria saber se vale também para conjuntos infinitos como os reais?
[]'sJoão  

[obm-l] Re: [obm-l] Função Injetora

2011-12-13 Por tôpico Rodrigo Renji
Olá joão!


Isso não vale em geral em conjuntos infinitos

considere por exemplo

f: N em N com
f(n) =n+1

a função é injetora, porém não é sobrejetora.

nenhum elemento é enviado no número 0 ( com N= {0,1,2,3,} )

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


[obm-l] Re: [obm-l] Função Injetora

2011-12-13 Por tôpico Lucas Colucci
f:R-R, f(x)=e^x é injetora, mas não sobrejetora.

Lucas Colucci

Em 13 de dezembro de 2011 17:11, João Maldonado joao_maldona...@hotmail.com
 escreveu:

  Seja  A um conjunto finito,  temos  que se a função f : A- A é injetora
 ela também   é  sobrejetora.

 Queria saber se vale também para conjuntos infinitos como os reais?

 []'s
 João



[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Função Injetora

2011-12-13 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2011/12/13 Rodrigo Renji rodrigo.uff.m...@gmail.com:
 Olá joão!

 Isso não vale em geral em conjuntos infinitos

 considere por exemplo

 f: N em N com
 f(n) =n+1

 a função é injetora, porém não é sobrejetora.

 nenhum elemento é enviado no número 0 ( com N= {0,1,2,3,} )
Só para completar: o exemplo do Renji e a questão do João são
universais. Ou seja, vale o seguinte:

- se um conjunto é finito, então toda função injetora é bijetora,
- se um conjunto é infinito, então existe uma função injetora que não
é bijetora.

Para ver a segunda parte, basta lembrar que cada conjunto infinito
contém uma cópia de N dentro dele, e daí você usa uma função que é a
função do Renji na cópia do N, e identidade no resto (se houver),
que é injetiva e não sobrejetiva.

Em uma frase só: um conjunto é finito se, e somente se, toda função
injetora é bijetora.

Ah, quase esqueci: um conjunto X é infinito quando ele não é finito
(daã), ou seja, quando não existir uma bijeção de {0, 1, ..., n}
em X. Se existisse uma sobrejeção de  {0, 1, ..., n} em X mas não
bijeção, X é finito também, porque os subconjuntos de um conjunto
finito são finitos, e X seria bijetivo com a um subconjunto de {0, 1,
..., n}. Assim, se X é infinito, podemos construir uma família de
injeções de {0, 1, ..., n} em X que não são sobrejetivas. Chame-as de
f_n. Construa a cópia de N dentro de X por indução: comece com 0 -
f_0(0). Daí, 1 - f_1(1) ou f_1(0), pelo menos um deles é diferente de
f_0(0) porque são ambos diferentes entre si. Em seguida, suponha que
você já definiu até n-1 - alguma coisa em X, e quer definir a de n.
Podemos supor que f_n(n) é diferente de todas as imagens anteriores
(porque a imagem de {0, 1, ..., n} por f_n tem cardinal n+1, que é
maior que n) e assim n - f_n(n). Se você preferir, diga que n -
algum elemento de f_n({0, 1, , n}) \ {elementos já utilizados},
que é de cardinal = (n+1) - n = 1. Isso prova que todo conjunto
infinito contém uma cópia de N. Para os puristas, isso usa o axioma da
escolha... para quem gosta da wikipédia, a definição de infinito
como possui uma função injetiva e não bijetiva foi dada pelo
Dedekind, e é interessante em si porque é independente de N ser o
menor conjunto infinito que existe.

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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