[obm-l] RE: [obm-l] Re: [obm-l] Derivadas da função Zeta

2014-11-28 Por tôpico Artur Costa Steiner


[obm-l] RE: [obm-l] Re: [obm-l] Derivadas da função Zeta

2014-11-28 Por tôpico Artur Costa Steiner


[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Potenciação

2014-11-28 Por tôpico saulo nilson
4 714 714714 fica repetindo na soma dos diigitos.
2014-11-23 22:00 GMT-02:00 Iuri Rezende Souza iuri_...@hotmail.com:

  Olá!

 A primeira congruência:

 Como 31 tem mesmo resto que 4 ao dividir por 9, 31*31*31*...*31 (n vezes)
 tem o mesmo resto que 4*4*4*...*4 (n vezes) ao dividir por 9. Logo, 31^31 =
 4^31 (mod 9)

 A segunda congruência:

 Observe o que acontece com os restos (mod 9) ao multiplicar o 4 várias
 vezes. Temos a sequência 4, 7, 1, 4, 7, 1, 4, 7, 1, 4, 7, 1, ..., que é
 periódica com período 3. Então basta olhar o resto do expoente (31) por 3.

 Outro modo de ver isso é qual potência de 4 tem resto 1 ao ser dividida
 por 9 (isso é possível, já que 4 e 9 são primos entre si). 4^3 é essa
 potência. Então podemos separar os termos do produto de 3 em 3. Observe que
 4^31 = 4*4*4*4*4*...*4 = (4*4*4)*(4*4*4)*(4*4*4)*(4*4*4)*(4*4*4)*(4*4*4)*4
 = ((4^3)^6)*4. Sabendo que 4^3 tem resto 1 ao ser dividido por 9, o resto
 desse número é igual a (1^6)*4 = 4.

 Mudando um pouco de problema, um exemplo disso em que podemos simplificar
 uma potência com aritmética modular é o critério da divisão por 9 na base
 decimal. O número com algarismos abcd é igual a a*10^3 + b*10^2 + c*10^1 +
 d*10^0. Observe que 10 deixa mesmo resto que 1 ao ser dividido por 9, ou,
 em outras palavras, 10 = 1 (mod 9). Assim, a*10^3 + b*10^2 + c*10^1 +
 d*10^0 = a*1^3 + b*1^2 + c*1^1 + d*1^0 (mod 9). Continuando, a*1^3 + b*1^2
 + c*1^1 + d*1^0 = a+b+c+d (mod 9). Acho que isso já dá o que pensar sobre
 aritmética modular.

 Att,
 Iuri


 On 19-11-2014 12:16, Vanderlei Nemitz wrote:

 Muito obrigado! Confesso que não entendo muito disso, mas vou procurar o
 teorema e estudar. Uma parte que não entendi bem foi:

 Observa-se que chega-se a 1 logo após a 3ª potência do 4. Além disso, a
 cada 3 potências de 4, o resto se repete. Como 31 = 1 (mod 3), temos que

 31^31 = 4^31 = 4^1 = 4 (mod 9).

 Se puder esclarecer, agradeço muito!

 Um abraço!

 Em 18 de novembro de 2014 12:25, Iuri Rezende Souza iuri_...@hotmail.com
 escreveu:

  Sim.

 A soma da soma da soma ... da soma dos algarismos de um número nos dá o
 resto do número ao ser dividido por 9.

 31 = 4 (mod 9), ou seja, 31 deixa o mesmo resto que 4 quando dividido por
 9.

 Observe o padrão do resto das potências de 4 divididas por 9:
 4^2 = 4*4 = 7 (mod 9)
 4^3 = 7*4 = 1 (mod 9)
 4^4 = 1*4 = 4 (mod 9)

 Observa-se que chega-se a 1 logo após a 3ª potência do 4. Além disso, a
 cada 3 potências de 4, o resto se repete. Como 31 = 1 (mod 3), temos que

 31^31 = 4^31 = 4^1 = 4 (mod 9).

 PS: existe um resultado em teoria dos números que diz que se mdc(a, n) =
 1, o menor inteiro não-nulo t tal que a^t = 1 (mod n) divide o número
 phi(n), onde phi(n) é o número de inteiros x menores que n tais que mdc(x,
 n) = 1. Com esse resultado, não precisa procurar padrões: basta saber que
 phi(9) = 6 e usar 31 = 1 (mod 6) a seu favor.



 On 18-11-2014 09:32, Vanderlei Nemitz wrote:

   Existe alguma maneira de resolver a questão a seguir sem precisar
 enxergar um padrão, por meio de alguns exemplos? Mesmo que esse padrão
 exista, não podemos garantir que irá permanecer. Gostaria de um método
 geral.

 Obrigado!

 *O número 31^31 é um inteiro que quando escrito na notação decimal possui
 47 **algarismos. Se a soma destes 47 algarismos é S e a soma dos
 algarismos de S **é T então a soma dos algarismos de T é igual a: *
 *a) 4 *
 *b) 5 *
 *c) 6*
 *d) 7 *
 *e) 8*

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 Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.



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Re: [obm-l] Re: [obm-l] Derivadas da função Zeta

2014-11-28 Por tôpico Artur Costa Steiner
O Bernardo deu uma excelente sugestão. Vou explorar esta linha com algumas 
variantes. Vamos admtir conhecido que a série definindo zeta para Re(z)  1 
converge (na realidade, converge absolutamente). Salvo menção em contrário, 
valores de z e convergências referem-se ao semiplano {z | Re(z)  1}, nosso 
conjunto universo.

Para k = 1, 2, 3... sejam f_k(z) = k^(-z) e, para m = 1, 2, 3... , seja s_m a 
m-gésima soma parcial das f_k. Então, as funções f_k e, portanto, as s_m, são 
holomorfas e (s_m) converge para Z.

Definindo Z[0] = Z, vemos que afirmação dada vale para n = 0, pela própria 
definição de Z (como ln(1) = 0, na sua fórmula não faz diferença começar a 
série em 2 ou em 1. Vamos começar em 1, para facilitar). 

Suponhamos que a fórmula dada valha para n = j. Para cada k, temos que 
f_k[j](z) = (-ln(k))^j k^(-z) e, portanto, |f_k[j](z)| = (ln(k)^j |k^(-z)| = 
(ln(k)^j k^(Re(-z)) = (ln(k)^j k^(-Re(z). Assim, para todo k, a funcão real 
definida no nosso semiplano por z -- |f_k[j](z)| decresce estritamente com 
Re(z).

Seja K um subconjunto compacto não vazio de nosso semiplano. Como a função z 
-- Re(z) é contínua, apresenta um mímimo absoluto em algum z* de K (como 
Re(z*)  1, z* não é nulo). Assim, em z*, todas as funções |f_k[j] apresentam 
um máximo global M_k = ln(k)^j k^(-Re(z*)). Temos portanto que

|f_k[j](z)| = M_para todo k e todo z de K

Como Re(z*) é um real em nosso semiplano, a série Soma (k = 1, oo) converge, 
pela hipótese indutiva, para Z[j](Re(z*)). Assim, em virtude das desigualdades 
acima, o Teste M de Weierstrass nos mostra que a série de funções Soma (k = 1, 
oo) f_k[j] converge uniformemente en K (para Z[j], pela hipótese indutiva). Em 
virtude da definição das funções s_m acima, isto é o mesmo que dizer que a 
sequência de somas parciais (s_m[j]) converge uniformemente em K para Z[j]. 

Vemos assim que, em todo subconjunto compacto de nosso plano, a convergência 
(s_m[j]) -- Z[j] é uniforme. Como as funções s_m[j] são holomorfas (derivadas 
de holomorfas são holomorfas), segue-se de um teorema da Análise Complexa que, 
em todo compacto de nosso semiplano, a sequência (s_m[j]') = (s_m[j + 1]) 
converge uniformemente para Z[j]' = Z[j + 1]. Isto valida sua fórmula para n = 
j + 1 em subconjuntos compactos de nosso semiplano.

Mas como todo z do semiplano pertence a algum subconjunto compacto do mesmo, a 
sua fórmula fica automaticamente validada para n = j + 1 em todo o semiplano 
com Re(z)  1. Isto completa a indução e mostra que, de fato, para todo e todo 
z com Re(z)  1,

Z[n](z) = Soma (k = 1, oo) (ln(k)^n k^(-z)


Para n = 0, temos a própria Z. Para n = 1, podemos começar a série em 2.

Veja que, embora uniforme em conjuntos compactos, a convergência da série não é 
uniforme na totalidade do semiplano.

A função Zeta é também dada por uma integral que envolve a função Gama. Esta 
representação vale em todo o C perfurado em 1, pois Zeta tem um polo em 1. 
Talvez seja possível deduzir sua fórmula com base nisso, mas me parece que vai 
ser bem mais difícil. Enfim, não sei. Na matemática , às vezes acontece de se 
achar que algo é extremamente complicado e alguém aparece com uma solução 
simplíssima, tipo ovo de Colombo. Outras vezes, acha-se que algo é muito 
simples, vai-se fazer e caj-se num tremendo embrólio. 

Esta é minha contribuição. Me avisem se houver algum erro.

Abraços 

Artur


Artur Costa Steiner

 Em 27/11/2014, às 17:38, Bernardo Freitas Paulo da Costa 
 bernardo...@gmail.com escreveu:
 
 2014-11-27 15:44 GMT-02:00 Amanda Merryl sc...@hotmail.com:
 Oi amigos.
 
 A função zeta é definida para complexos com Re(z)  1 pela série Z(z) = 
 Soma(k = 1, oo) k^(-z). Embora isto não seja uma série de potências, acho 
 que podemos derivar termo a termo indefinidamente,
 
 Não é uma série de potências, mas é uma série de funções. Reveja os
 teoremas de convergência uniforme / normal para séries de funções.
 Funções de variável qualquer, claro, para aplicar no caso z
 complexo. (Os teoremas que você viu num curso de análise real sobre
 séries muitas vezes possuem análogos para mais variáveis, com a mesma
 demonstração.)
 
 de modo, que, se isto for válido, então, no semiplano Re(z)  1, a 
 ngésima derivada é
 
 Z[n](z) = (-1)^n Soma(k = 2, oo) (ln k)^n k^(-z)
 
 Eu acho que consegui provar isso no caso de z real. Usando indução e o 
 teste da integral, podemos mostrar que esta série converge para todo real z 
  1. E como a série primitiva converge, a fórmula acima vale para todo z  
 1. Mas vale de fato para todo complexo z com Re(z)  1. Se sim, como podemos 
 provar?
 
 Se você estiver fazendo um curso de análise complexa, talvez valha a
 pena fazer de outra forma: primeiro, você vai ter que provar que a
 zeta é holomorfa. Em seguida, mostrar que a série da derivada n-ésima
 também define uma função holomorfa. (Provavelmente, similar à 
 anterior.) Enfim, conclua que ambas coincidem na reta real, logo por
 continuação