[obm-l] RE: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula
Muito obrigado por suas palavras. Estou tendando concientizar os alunos desse fato, mas, possuo uma turma de segundo ano que possui excelentes alunos com com uma personalidade coletiva que inspira a todos da turma a estudar mais. Com eles esse trabalho não e necessário, nas outras turmas será preciso muita conversa e baixar o nível para não ir mal na avaliação dos alunos e perder o emprego no final do ano '' por cobrar demais '' . Lamento que nosso vestibular parece gostar de alunos com '' descalculia'' que é o correspondente da deslexia para matemática e pior, não se seleciona os melhores candidatos, pois, se nivela por baixo demais Date: Sun, 3 Jun 2012 20:47:27 -0300 Subject: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula From: victor.chaves@gmail.com To: obm-l@mat.puc-rio.br Caro Marco Antonio, sou atualmente aluno de graduação no Rio de Janeiro e compartilho de seus sentimentos. Fui aluno de escolas públicas a vida inteira, federais ao menos, então tenho experiência de caso nesse quesito. A realidade é triste mesmo. O que é cobrado hoje dos alunos é um utilitarismo que beira a ignorância. Atualmente o que o aluno precisa saber de matemática ao sair do ensino médio é equivalente a ser 'razoavelmente' alfabetizado em português. Infelizmente, os alunos em grande maioria assim preferem e pouca gente se levanta para discutir isso como um problema. É lamentável que haja um abismo tão escandaloso entre a matemática do ensino médio e a matemática desejada para um bom desempenho na graduação (qualquer que seja, quiçá no próprio bacharel de matemática). Tão grande é a distância entre as duas exigências que as faculdades estão começando a incluir algo como espécie de Cálculo 0 (Disfarçado de Cálculo I) para poder dar ao aluno de graduação as ferramentas básicas que o E.M. não foi capaz de passar. Não ouvirá da maioria dos alunos o que estou prestes a dizer: não abaixe o nível da aula. Alguns irão odiar sua didática, te acusar de exagerado, louco. Você irá passar por um exame de auto-consciência. O que é ser um bom professor? Satisfazer a vontade do aluno e ensinar-lhe apenas o suficiente ou tentar despertar em todos alguma inspiração, algum interesse na matemática? Se você abaixar o nível da aula, pode ter certeza que será um professor muito querido entre futuros alunos. Irão se referir ao senhor como um professor muito legal, muito tranquilo e com uma matéria bem relax. Mas qual é o produto final disto? É realmente necessário um diploma de licenciatura pra fazer só isso? Tentar extrair o máximo possível de uma classe é o que eu vejo como ser um bom professor. Meu maior lamento é que não tive professores assim a vida inteira. Sou minoria, sou daqueles que defendia o professor de matemática quando diziam que ele era carrasco e garfava todo mundo na prova. Mas os anos passaram. Quem não gostava da aula por achar que não era necessário saber tanto mas se dedicou passou de ano assim mesmo. Quem gostava da aula e se interessou cresceu e aproveitou ao máximo. Se apenas um aluno, um de milhares alunos, algum dia, olhar pra trás e ver que foi bom que o senhor tenha exigido um pouco a mais, então terá sido proveitoso. Essa é minha opinião. Atte.Victor Chaves Em 3 de junho de 2012 19:49, Francisco Barreto fcostabarr...@gmail.com escreveu: Saudações Marco Antonio, Vou sugerir uma leitura, A Arte de Resolver Problemas (How to Solve It) de George Pólya, para você, caso ainda não tenha lido é claro. A outra coisa que eu gostaria de sugerir é inscrever-se no Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio http://www.impa.br/opencms/pt/programas/programa_ensino_medio/ensino_medio_2012_modulo2.html ou assitir alguns dos vídeos disponíveis gratuitamente no site do IMPA de eventos passados. Abraços 2012/6/3 Gabriel Merêncio gmerencio.san...@gmail.com Posso falar apenas como aluno, mas espero que seja relevante à discussão. Acredito que a escola deva ser um agente auxiliar à formação do indivíduo, possibilitando um desenvolvimento pleno e sadio. Desse ponto de vista, é muito bom que você queira oferecer algo além que pode complementar a bagagem de conhecimento do aluno, mas, ao mesmo tempo, não dá para querer impor a todos. Não vejo como questão de abaixar o nível, porém adequar-se ao contexto: não são todos que verão o conteúdo como algo significativo em suas vidas. Uma boa parte só tem interesse em matemática até onde o vestibular cobra, o que é perfeitamente compreensível. Aliás, o que parece trivial pode ser um verdadeiro pesadelo aos que, por exemplo, preferem dedicar-se ao estudo de idiomas ou textos filosóficos de pensadores. Uma boa alternativa são aulas extras fora do horário normal voltadas aos alunos interessados; por exemplo, muitas escolas têm cursos preparatórios para olimpíadas. 2012/6/2 Marco Antonio Leal marcoantonio_elemen...@hotmail.com Sou professor
[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula
Saudações Marco Antonio, Vou sugerir uma leitura, A Arte de Resolver Problemas (How to Solve It) de George Pólya, para você, caso ainda não tenha lido é claro. A outra coisa que eu gostaria de sugerir é inscrever-se no Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio http://www.impa.br/opencms/pt/programas/programa_ensino_medio/ensino_medio_2012_modulo2.html ou assitir alguns dos vídeos disponíveis gratuitamente no site do IMPA de eventos passados. Abraços 2012/6/3 Gabriel Merêncio gmerencio.san...@gmail.com Posso falar apenas como aluno, mas espero que seja relevante à discussão. Acredito que a escola deva ser um agente auxiliar à formação do indivíduo, possibilitando um desenvolvimento pleno e sadio. Desse ponto de vista, é muito bom que você queira oferecer algo além que pode complementar a bagagem de conhecimento do aluno, mas, ao mesmo tempo, não dá para querer impor a todos. Não vejo como questão de abaixar o nível, porém adequar-se ao contexto: não são todos que verão o conteúdo como algo significativo em suas vidas. Uma boa parte só tem interesse em matemática até onde o vestibular cobra, o que é perfeitamente compreensível. Aliás, o que parece trivial pode ser um verdadeiro pesadelo aos que, por exemplo, preferem dedicar-se ao estudo de idiomas ou textos filosóficos de pensadores. Uma boa alternativa são aulas extras fora do horário normal voltadas aos alunos interessados; por exemplo, muitas escolas têm cursos preparatórios para olimpíadas. 2012/6/2 Marco Antonio Leal marcoantonio_elemen...@hotmail.com Sou professor de matemática em Belém do Pará e sempre tento incentivar os alunos a estudar forte, buscar mais problemas, falo e resolvo problemas sobre olimpíadas, mostro teoremas como menelaus, ceva e demonstro todos os teoremas, mas, para minha surpresa, os alunos se preocupam apenas em tentar resolver problemas triviais das universidades estadual, federal e Cesupa, que é uma universidade particular. Estas universidades junto com o ENEM cobram problemas triviais, sem profundidade e imediatos que, na minha opinião, não selecionam os melhores candidatos nem fazem jus ao conteudo ministrado. Me deixa muito triste esse fato, ja que, começo a perceber que uma geração de alunos esta se formando, onde o contexto da questão é mais importante do que o conteudo. Gostaria de saber dos meus colegas de profissão se passam pela mesma angustia em suas escolas, melhor ainda, se para ser um bom professor, é necessario baixar o nível da aula e excluir a abordagem mais profunda do conteudo -- Sinceramente, Francisco Costa D. Barreto
[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula
Caro Marco Antonio, sou atualmente aluno de graduação no Rio de Janeiro e compartilho de seus sentimentos. Fui aluno de escolas públicas a vida inteira, federais ao menos, então tenho experiência de caso nesse quesito. A realidade é triste mesmo. O que é cobrado hoje dos alunos é um utilitarismo que beira a ignorância. Atualmente o que o aluno precisa saber de matemática ao sair do ensino médio é equivalente a ser 'razoavelmente' alfabetizado em português. Infelizmente, os alunos em grande maioria assim preferem e pouca gente se levanta para discutir isso como um problema. É lamentável que haja um abismo tão escandaloso entre a matemática do ensino médio e a matemática desejada para um bom desempenho na graduação (qualquer que seja, quiçá no próprio bacharel de matemática). Tão grande é a distância entre as duas exigências que as faculdades estão começando a incluir algo como espécie de Cálculo 0 (Disfarçado de Cálculo I) para poder dar ao aluno de graduação as ferramentas básicas que o E.M. não foi capaz de passar. Não ouvirá da maioria dos alunos o que estou prestes a dizer: não abaixe o nível da aula. Alguns irão odiar sua didática, te acusar de exagerado, louco. Você irá passar por um exame de auto-consciência. O que é ser um bom professor? Satisfazer a vontade do aluno e ensinar-lhe apenas o suficiente ou tentar despertar em todos alguma inspiração, algum interesse na matemática? Se você abaixar o nível da aula, pode ter certeza que será um professor muito querido entre futuros alunos. Irão se referir ao senhor como um professor muito legal, muito tranquilo e com uma matéria bem *relax*. Mas qual é o produto final disto? É realmente necessário um diploma de licenciatura pra fazer *só isso*? Tentar extrair o máximo possível de uma classe é o que eu vejo como ser um bom professor. Meu maior lamento é que não tive professores assim a vida inteira. Sou minoria, sou daqueles que defendia o professor de matemática quando diziam que ele era carrasco e *garfava* todo mundo na prova. Mas os anos passaram. Quem não gostava da aula por achar que não era necessário saber tanto mas se dedicou passou de ano assim mesmo. Quem gostava da aula e se interessou cresceu e aproveitou ao máximo. Se apenas um aluno, um de milhares alunos, algum dia, olhar pra trás e ver que foi bom que o senhor tenha exigido um pouco a mais, então terá sido proveitoso. Essa é minha opinião. Atte. Victor Chaves Em 3 de junho de 2012 19:49, Francisco Barreto fcostabarr...@gmail.com escreveu: Saudações Marco Antonio, Vou sugerir uma leitura, A Arte de Resolver Problemas (How to Solve It) de George Pólya, para você, caso ainda não tenha lido é claro. A outra coisa que eu gostaria de sugerir é inscrever-se no Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio http://www.impa.br/opencms/pt/programas/programa_ensino_medio/ensino_medio_2012_modulo2.html ou assitir alguns dos vídeos disponíveis gratuitamente no site do IMPA de eventos passados. Abraços 2012/6/3 Gabriel Merêncio gmerencio.san...@gmail.com Posso falar apenas como aluno, mas espero que seja relevante à discussão. Acredito que a escola deva ser um agente auxiliar à formação do indivíduo, possibilitando um desenvolvimento pleno e sadio. Desse ponto de vista, é muito bom que você queira oferecer algo além que pode complementar a bagagem de conhecimento do aluno, mas, ao mesmo tempo, não dá para querer impor a todos. Não vejo como questão de abaixar o nível, porém adequar-se ao contexto: não são todos que verão o conteúdo como algo significativo em suas vidas. Uma boa parte só tem interesse em matemática até onde o vestibular cobra, o que é perfeitamente compreensível. Aliás, o que parece trivial pode ser um verdadeiro pesadelo aos que, por exemplo, preferem dedicar-se ao estudo de idiomas ou textos filosóficos de pensadores. Uma boa alternativa são aulas extras fora do horário normal voltadas aos alunos interessados; por exemplo, muitas escolas têm cursos preparatórios para olimpíadas. 2012/6/2 Marco Antonio Leal marcoantonio_elemen...@hotmail.com Sou professor de matemática em Belém do Pará e sempre tento incentivar os alunos a estudar forte, buscar mais problemas, falo e resolvo problemas sobre olimpíadas, mostro teoremas como menelaus, ceva e demonstro todos os teoremas, mas, para minha surpresa, os alunos se preocupam apenas em tentar resolver problemas triviais das universidades estadual, federal e Cesupa, que é uma universidade particular. Estas universidades junto com o ENEM cobram problemas triviais, sem profundidade e imediatos que, na minha opinião, não selecionam os melhores candidatos nem fazem jus ao conteudo ministrado. Me deixa muito triste esse fato, ja que, começo a perceber que uma geração de alunos esta se formando, onde o contexto da questão é mais importante do que o conteudo. Gostaria de saber dos meus colegas de profissão se passam pela mesma angustia em suas escolas, melhor
[obm-l] RE: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula
Olá, Sou aluno do 1º ano do ensino média, também em Belém/PA. Concordo com o que foi dito anteriormente. A educação de ensino médio no Brasil é curiosa mesmo. Neste ponto de nossa formação, já deveríamos ter a escolha de que áreas desejamos aprender, como é feito em países como o tal dos EUA. A impressão que tenho é que nosso ensino médio é apenas um glorificado cursinho para vestibular disfarçado de escola. Gosto de matemática e tive (e ainda tenho) dificuldades em encontrar fontes genuínas desse conhecimento, catando o que consigo na internet. Assim, acho que, infelizmente, o que esperam do sr. é apenas preparação para tais exames padronizados. Em minha modesta opinião, o melhor a fazer seria reduzir o nível da aula ao que os alunos puderem se interessar e, se possível, oferecer assistência adicional aos que se mostrarem realmente interessados. O sr. provavelmente não dá aula na escola sozinho, e não será a sua aula que irá mudar a atitude dos alunos em geral, além de que apenas uma parcela deles tem interesse em realmente aprender matemática. O que, como dito anteriormente, é compreensível. Date: Sun, 3 Jun 2012 20:47:27 -0300 Subject: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Abaixar o nível da aula From: victor.chaves@gmail.com To: obm-l@mat.puc-rio.br Caro Marco Antonio, sou atualmente aluno de graduação no Rio de Janeiro e compartilho de seus sentimentos. Fui aluno de escolas públicas a vida inteira, federais ao menos, então tenho experiência de caso nesse quesito. A realidade é triste mesmo. O que é cobrado hoje dos alunos é um utilitarismo que beira a ignorância. Atualmente o que o aluno precisa saber de matemática ao sair do ensino médio é equivalente a ser 'razoavelmente' alfabetizado em português. Infelizmente, os alunos em grande maioria assim preferem e pouca gente se levanta para discutir isso como um problema. É lamentável que haja um abismo tão escandaloso entre a matemática do ensino médio e a matemática desejada para um bom desempenho na graduação (qualquer que seja, quiçá no próprio bacharel de matemática). Tão grande é a distância entre as duas exigências que as faculdades estão começando a incluir algo como espécie de Cálculo 0 (Disfarçado de Cálculo I) para poder dar ao aluno de graduação as ferramentas básicas que o E.M. não foi capaz de passar. Não ouvirá da maioria dos alunos o que estou prestes a dizer: não abaixe o nível da aula. Alguns irão odiar sua didática, te acusar de exagerado, louco. Você irá passar por um exame de auto-consciência. O que é ser um bom professor? Satisfazer a vontade do aluno e ensinar-lhe apenas o suficiente ou tentar despertar em todos alguma inspiração, algum interesse na matemática? Se você abaixar o nível da aula, pode ter certeza que será um professor muito querido entre futuros alunos. Irão se referir ao senhor como um professor muito legal, muito tranquilo e com uma matéria bem relax. Mas qual é o produto final disto? É realmente necessário um diploma de licenciatura pra fazer só isso? Tentar extrair o máximo possível de uma classe é o que eu vejo como ser um bom professor. Meu maior lamento é que não tive professores assim a vida inteira. Sou minoria, sou daqueles que defendia o professor de matemática quando diziam que ele era carrasco e garfava todo mundo na prova. Mas os anos passaram. Quem não gostava da aula por achar que não era necessário saber tanto mas se dedicou passou de ano assim mesmo. Quem gostava da aula e se interessou cresceu e aproveitou ao máximo. Se apenas um aluno, um de milhares alunos, algum dia, olhar pra trás e ver que foi bom que o senhor tenha exigido um pouco a mais, então terá sido proveitoso. Essa é minha opinião. Atte.Victor Chaves Em 3 de junho de 2012 19:49, Francisco Barreto fcostabarr...@gmail.com escreveu: Saudações Marco Antonio, Vou sugerir uma leitura, A Arte de Resolver Problemas (How to Solve It) de George Pólya, para você, caso ainda não tenha lido é claro. A outra coisa que eu gostaria de sugerir é inscrever-se no Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio http://www.impa.br/opencms/pt/programas/programa_ensino_medio/ensino_medio_2012_modulo2.html ou assitir alguns dos vídeos disponíveis gratuitamente no site do IMPA de eventos passados. Abraços 2012/6/3 Gabriel Merêncio gmerencio.san...@gmail.com Posso falar apenas como aluno, mas espero que seja relevante à discussão. Acredito que a escola deva ser um agente auxiliar à formação do indivíduo, possibilitando um desenvolvimento pleno e sadio. Desse ponto de vista, é muito bom que você queira oferecer algo além que pode complementar a bagagem de conhecimento do aluno, mas, ao mesmo tempo, não dá para querer impor a todos. Não vejo como questão de abaixar o nível, porém adequar-se ao contexto: não são todos que verão o conteúdo como algo significativo em suas vidas. Uma boa parte só tem interesse em matemática até