Re: [obm-l] Problemas(ajuda)

2011-07-01 Por tôpico Johann Dirichlet
Em 30/06/11, marcone augusto araújo
borgesmarconeborge...@hotmail.com escreveu:

 1) Se p é inteiro primo ímpar,mostre que o numerador da fração
 1+1/2+1/3+...1/(p-1) é um múltiplo de p.

1) Teorema de Wolstenholme, se não me engano...

Bora lá, usar o velho truque das pontas de Gauss: 1/k+1/(p-k)=p/(k(p-k));
assim sendo, temos um monte de frações p/(alguma coisa). Esta coisa
não será múltipla de p em momento nenhum, logo nada aniquila este
fator p.


 2) Mostre que existem infinitos polinômios p(x) com coeficientes reais tais
 que p(x^2+1) = [p(x)]^2.

 3) Uma corda AB,de comprimento constante,desliza sobre uma
 semicircunferência determinada por um diâmetro d.
 Considere o triângulo cujos vértices são: o ponto médio da corda e as
 projeções ortogonais dos seus extremos A e B
 sobre o diâmetro d.Mostre que ,durante o deslizamento da corda,esse
 triângulo é sempre isósceles e nunca muda de formato(i.é.,os ângulos do
 triângulo são constantes)

Faz um desenho!
Diâmetro r;centro O, raio 1; corda AB, tamanho d, médio M; AB
projetado em r dá XY.

O triangulo AOB é obviamente isósceles.
Os quadrilateros XOMA e YOMB são inscritíveis de diâmetros OA e OB
respectivamente (angulos de 90 graus).

Temos OXM=OAM=OBM=OYM, logo XMY é isosceles. E o angulo OBA depende
unicamente de d.

P.S.: duvido que os triangulos sejam todos congruentes. O angulo XOM
define o tamanho de XM.


 Meus agradecimentos por qualquer esclarecimento.  
 


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Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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Re: [obm-l] Problemas(ajuda)

2011-07-01 Por tôpico Johann Dirichlet
Em 01/07/11, Johann Dirichletpeterdirich...@gmail.com escreveu:
 Em 30/06/11, marcone augusto araújo
 borgesmarconeborge...@hotmail.com escreveu:

 1) Se p é inteiro primo ímpar,mostre que o numerador da fração
 1+1/2+1/3+...1/(p-1) é um múltiplo de p.

 1) Teorema de Wolstenholme, se não me engano...

 Bora lá, usar o velho truque das pontas de Gauss: 1/k+1/(p-k)=p/(k(p-k));
 assim sendo, temos um monte de frações p/(alguma coisa). Esta coisa
 não será múltipla de p em momento nenhum, logo nada aniquila este
 fator p.


 2) Mostre que existem infinitos polinômios p(x) com coeficientes reais
 tais
 que p(x^2+1) = [p(x)]^2.

É mais mole do que eu pensei!

1 - Se P e Q são soluções da equação acima, P*Q também será. Óbvio!
2 - Um polinômio possível é x^2-x+1.
Como sei? Simples:

Se L é um zero de P, então L^2+1 também será.
Se eu conseguir L=L^2+1, terei uma solução pronta!
Basta abrir o polinomio sem medo.


P.S.: saber todas as soluções me parece mais desgastante. Aplicando a
transformação T(L)=L^2+1 um numero finito de vezes, todos os
polinômios dos pontos fixos são soluções. A treta é saber se não
escapa nenhum (até porque muitos desses polinomios são fatoráveis, I
think so).


 3) Uma corda AB,de comprimento constante,desliza sobre uma
 semicircunferência determinada por um diâmetro d.
 Considere o triângulo cujos vértices são: o ponto médio da corda e as
 projeções ortogonais dos seus extremos A e B
 sobre o diâmetro d.Mostre que ,durante o deslizamento da corda,esse
 triângulo é sempre isósceles e nunca muda de formato(i.é.,os ângulos do
 triângulo são constantes)

 Faz um desenho!
 Diâmetro r;centro O, raio 1; corda AB, tamanho d, médio M; AB
 projetado em r dá XY.

 O triangulo AOB é obviamente isósceles.
 Os quadrilateros XOMA e YOMB são inscritíveis de diâmetros OA e OB
 respectivamente (angulos de 90 graus).

 Temos OXM=OAM=OBM=OYM, logo XMY é isosceles. E o angulo OBA depende
 unicamente de d.

 P.S.: duvido que os triangulos sejam todos congruentes. O angulo XOM
 define o tamanho de XM.


 Meus agradecimentos por qualquer esclarecimento. 
 


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Re: [obm-l] Problemas(ajuda)

2011-07-01 Por tôpico Ralph Teixeira
O raciocínio do Dirichlet mostra que basta achar UM polinômio (não
constante) que tenha esta propriedade. Afinal, como ele mostrou, se p(x)
serve, então q(x)=(p(x))^2 também serve.

Mas seja lá quem for o polinômio mágico, eu sei que ou ele é um polinômio
par ou ele é ímpar. Afinal, escreva p(x)=P(x)+I(x) onde P(x) tem apenas os
termos de grau par e I(x) tem apenas os de grau ímpar.

Ora, p(x)^2=(P^2+I^2)+2PI. Note que P^2+I^2 é um polinômio par e 2PI é
ímpar.

Mas a condição manda que p^2=p(x^2+1), que é uma função par. Então o termo
2PI não pode existir, isto é, P=0 ou I=0. Assim, p(x) é par ou ímpar. E
x^2-x+1 não é um nem outro, então não funcionou...

Então precisamos ainda mostrar que existe UM tal polinômio!

Abraço,
  Ralph

P.S.: Tem certeza que o enunciado é esse mesmo? Não seria, sei lá,
p(x^2+1)=(p(x))^2+1 ao invés?
2011/7/1 Johann Dirichlet peterdirich...@gmail.com

 Em 01/07/11, Johann Dirichletpeterdirich...@gmail.com escreveu:
  Em 30/06/11, marcone augusto araújo
  borgesmarconeborge...@hotmail.com escreveu:
 
  1) Se p é inteiro primo ímpar,mostre que o numerador da fração
  1+1/2+1/3+...1/(p-1) é um múltiplo de p.
 
  1) Teorema de Wolstenholme, se não me engano...
 
  Bora lá, usar o velho truque das pontas de Gauss: 1/k+1/(p-k)=p/(k(p-k));
  assim sendo, temos um monte de frações p/(alguma coisa). Esta coisa
  não será múltipla de p em momento nenhum, logo nada aniquila este
  fator p.
 
 
  2) Mostre que existem infinitos polinômios p(x) com coeficientes reais
  tais
  que p(x^2+1) = [p(x)]^2.

 É mais mole do que eu pensei!

 1 - Se P e Q são soluções da equação acima, P*Q também será. Óbvio!
 2 - Um polinômio possível é x^2-x+1.
 Como sei? Simples:

 Se L é um zero de P, então L^2+1 também será.
 Se eu conseguir L=L^2+1, terei uma solução pronta!
 Basta abrir o polinomio sem medo.


 P.S.: saber todas as soluções me parece mais desgastante. Aplicando a
 transformação T(L)=L^2+1 um numero finito de vezes, todos os
 polinômios dos pontos fixos são soluções. A treta é saber se não
 escapa nenhum (até porque muitos desses polinomios são fatoráveis, I
 think so).

 
  3) Uma corda AB,de comprimento constante,desliza sobre uma
  semicircunferência determinada por um diâmetro d.
  Considere o triângulo cujos vértices são: o ponto médio da corda e as
  projeções ortogonais dos seus extremos A e B
  sobre o diâmetro d.Mostre que ,durante o deslizamento da corda,esse
  triângulo é sempre isósceles e nunca muda de formato(i.é.,os ângulos do
  triângulo são constantes)
 
  Faz um desenho!
  Diâmetro r;centro O, raio 1; corda AB, tamanho d, médio M; AB
  projetado em r dá XY.
 
  O triangulo AOB é obviamente isósceles.
  Os quadrilateros XOMA e YOMB são inscritíveis de diâmetros OA e OB
  respectivamente (angulos de 90 graus).
 
  Temos OXM=OAM=OBM=OYM, logo XMY é isosceles. E o angulo OBA depende
  unicamente de d.
 
  P.S.: duvido que os triangulos sejam todos congruentes. O angulo XOM
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Re: [obm-l] Problemas(ajuda)

2011-07-01 Por tôpico Ralph Teixeira
Melhorando aos poucos, ainda usando as ideias do Dirichlet: p(x) não pode
ser ímpar. Se fosse, 0 seria raiz. Mas então 0^2+1=1 seria raiz, e 1^2+1=2
seria raiz, e 2^2+1=5 seria raiz... e p(x) não pode ter infinitas raízes.
Então estamos à procura de um polinômio **par** p(x) tal que
p(x^2+1)=[p(x)]^2.

Aliás, esse raciocínio mostra que esse p(x) não pode ter nenhuma raiz real
-- se tiver uma raiz real x, terá infinitas, já que x^2+1x para todo x
real.

(Por enquanto, fico com a terrível impressão de que tal polinômio não
existe... Alguém achou o dito cujo?)
2011/7/1 Ralph Teixeira ralp...@gmail.com

 O raciocínio do Dirichlet mostra que basta achar UM polinômio (não
 constante) que tenha esta propriedade. Afinal, como ele mostrou, se p(x)
 serve, então q(x)=(p(x))^2 também serve.

 Mas seja lá quem for o polinômio mágico, eu sei que ou ele é um polinômio
 par ou ele é ímpar. Afinal, escreva p(x)=P(x)+I(x) onde P(x) tem apenas os
 termos de grau par e I(x) tem apenas os de grau ímpar.

 Ora, p(x)^2=(P^2+I^2)+2PI. Note que P^2+I^2 é um polinômio par e 2PI é
 ímpar.

 Mas a condição manda que p^2=p(x^2+1), que é uma função par. Então o termo
 2PI não pode existir, isto é, P=0 ou I=0. Assim, p(x) é par ou ímpar. E
 x^2-x+1 não é um nem outro, então não funcionou...

 Então precisamos ainda mostrar que existe UM tal polinômio!

 Abraço,
   Ralph

 P.S.: Tem certeza que o enunciado é esse mesmo? Não seria, sei lá,
 p(x^2+1)=(p(x))^2+1 ao invés?
 2011/7/1 Johann Dirichlet peterdirich...@gmail.com

 Em 01/07/11, Johann Dirichletpeterdirich...@gmail.com escreveu:
  Em 30/06/11, marcone augusto araújo
  borgesmarconeborge...@hotmail.com escreveu:
 
  1) Se p é inteiro primo ímpar,mostre que o numerador da fração
  1+1/2+1/3+...1/(p-1) é um múltiplo de p.
 
  1) Teorema de Wolstenholme, se não me engano...
 
  Bora lá, usar o velho truque das pontas de Gauss:
 1/k+1/(p-k)=p/(k(p-k));
  assim sendo, temos um monte de frações p/(alguma coisa). Esta coisa
  não será múltipla de p em momento nenhum, logo nada aniquila este
  fator p.
 
 
  2) Mostre que existem infinitos polinômios p(x) com coeficientes reais
  tais
  que p(x^2+1) = [p(x)]^2.

 É mais mole do que eu pensei!

 1 - Se P e Q são soluções da equação acima, P*Q também será. Óbvio!
 2 - Um polinômio possível é x^2-x+1.
 Como sei? Simples:

 Se L é um zero de P, então L^2+1 também será.
 Se eu conseguir L=L^2+1, terei uma solução pronta!
 Basta abrir o polinomio sem medo.


 P.S.: saber todas as soluções me parece mais desgastante. Aplicando a
 transformação T(L)=L^2+1 um numero finito de vezes, todos os
 polinômios dos pontos fixos são soluções. A treta é saber se não
 escapa nenhum (até porque muitos desses polinomios são fatoráveis, I
 think so).

 
  3) Uma corda AB,de comprimento constante,desliza sobre uma
  semicircunferência determinada por um diâmetro d.
  Considere o triângulo cujos vértices são: o ponto médio da corda e as
  projeções ortogonais dos seus extremos A e B
  sobre o diâmetro d.Mostre que ,durante o deslizamento da corda,esse
  triângulo é sempre isósceles e nunca muda de formato(i.é.,os ângulos do
  triângulo são constantes)
 
  Faz um desenho!
  Diâmetro r;centro O, raio 1; corda AB, tamanho d, médio M; AB
  projetado em r dá XY.
 
  O triangulo AOB é obviamente isósceles.
  Os quadrilateros XOMA e YOMB são inscritíveis de diâmetros OA e OB
  respectivamente (angulos de 90 graus).
 
  Temos OXM=OAM=OBM=OYM, logo XMY é isosceles. E o angulo OBA depende
  unicamente de d.
 
  P.S.: duvido que os triangulos sejam todos congruentes. O angulo XOM
  define o tamanho de XM.
 
 
  Meus agradecimentos por qualquer esclarecimento.
 
 
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