[VotoEletronico] 54/64/68/85/92/05

2005-06-20 Por tôpico maximus








As Organizações Globo da época do Collor, são
representadas pela imprensa paulistana nessa era do Lula.

Ambas queriam e conseguiram, acertar o tiro; o
Collor, playboy criado entre Rio e Brasília, usufruía as benesses e,
principalmente, a impunidade, propiciadas pelos golpes de 64  e 68 e deu no que deu.

Na única vez em que o governo lhes foge do controle tutelar, os
herdeiros das capitanias se unem e acertam o tiro outra vez.

Décadas atrás, aprendi algumas coisas, que são preconceituosas, mas que
me ajudaram a sobreviver em momentos difíceis e creio que outros estão a
caminho.

Uma das principais era observar para onde Financial
Times e imprensa semelhante apontam; temos que ir para o lado
oposto,mesmo que na hora não entendamos completamente nosso movimento.

Os interesses deles, nos serão, sempre, contrários e prejudiciais.

Agora já dizem que, desde 94, Lula já estava acertado com
os donos do poder. Isto é, vale tudo para desmoralizar o pato
manco, e aí vem outra noção de época: não chutar cachorro morto.

Quando pedem o uso de roupa preta, num contraponto à novela criada pela Globo no anos 90 para depor o Collor, querem aprofundar
definitivamente a ferida cívica que se fez no país, causada pela decepção com
Lula.

Para quê? É bom pensarmos nisso com muita calma, pois não podemos mais
aceitar que estamos errados o tempo todo e eles sempre certos.

Há muito não aceito cangalha  de ninguém, muito menos dos que sempre
estiveram no poder e só fizeram para os seus, que não somos nós!  

Sei que se Lula fosse Kirchner, como andam
apregoando, já estaria deposto; afinal são 33 milhões de argentinos, em
comparação aos 160 milhões de brasileiros e às dimensões de cada país.

Lula erra muito, sim, mas erra muito menos comparado aos governos
passados, que nos desgraçaram e que agora vão a TV para dizer que falta  autoridade e mando
ao presidente.

Pensemos bem no que estamos nos metendo, pois desta vez não terá volta
fácil; já não há líderes que poderíamos ouvir. 
Brizola morreu, Arrais está daquele jeito e só sobrou o Jefferson Peres,
Pedro Simom e o Cláudio Fonteles.

Em verdade querem eleger o Nelson Jobim,o
herói da urna eletrônica e do voto-e sem impressão, para aí sim, ficarem no
melhor dos mundos possíveis. E nós definitivamente escravos.






Title: Crise pode transformar Lula em um "pato manco" - 20/06/2005 - UOL Mídia Global








  
  

  



  







  
  


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20/06/2005Crise pode transformar Lula em um "pato 
manco"

Raymond 
ColittCorrespondente do FTO Partido dos 
Trabalhadores (PT), a sigla de esquerda do presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva, deveria estar comemorando neste ano em grande estilo 
o seu aniversário de 25 anos e o terceiro ano em que governa o 
Brasil, o maior país da América Latina.Mas em vez disso, o 
PT e Lula passaram separadamente o fim de semana em reuniões de 
emergência para lidar com o escândalo de corrupção que desencadeou a 
pior crise política desde que assumiram o poder em janeiro de 
2003.Um aliado-chave da coalizão governista foi acusado de 
elaborar um esquema de propinas em empresas estatais e, a seguir, 
acusou o PT da pagar mesadas a legisladores em troca de apoio 
político. Mesmo no melhor dos cenários, no qual se 
comprovaria que as alegações são falsas e o presidente e a sua 
equipe econômica sairiam intactos, o governo e a sua coalizão, que 
vai da extrema esquerda ao centro-direita, ficariam 
consideravelmente enfraquecidos. Em uma reunião da liderança 
do PT no fim de semana, ouviu-se um coro crescente de vozes pedindo 
ao governo que abandone alguns dos seus aliados, tais como os 
direitistas Partido Progressista e Partido Liberal (PP e PL), e 
retome 

[VotoEletronico] rede globo !

2005-06-20 Por tôpico Paulo Castelani

Rede Globo de Telealienação




“Transformando seres humanos em não-pessoas!”

Como foi que Lula, que tanto criticava a TV Globo pelo 
encaminhamento que ainda hoje pratica se passou para o lado da maior rede de 
telealienação? A resposta está na dívida da emissora para com o BNDES que a 
impede de sequer tangenciar a verdade em sua programação e, assim, agradar 
enormemente ao desgoverno petista. Vergonha das vergonhas para Ana Paula 
Padrão, outrora boa jornalista, hoje reduzida a áulica portadora de lentes 
cor de rosa incapaz de sequer tangenciar a notícia...




   Antes de mais nada, é muito bom que todos revejam o documentário 
sobre a Globo feito pela BBC de Londres. Chama-se 'Brazil: Beyond Citzen 
Kane', (Além do Cidadão Kane) que Roberto Marinho impediu a entrada no 
Brasil por meios jurídicos de questionáveis a abertamente corruptos. A 
página CMI - Mídia Independente, disponibiliza o filme para download 
gratuito!


   Maiores informações de download (o vídeo tem 423 Mb em formato 
AVI) em Muito Além do Cidadão Kane


Lamentemos o que a mais assistida rede nacional de telealienação faz com a 
população: desinforma, confunde, bajula o governo e omite a verdade! 
Lamentemos as declarações de Palocci, na morte do Doutor Roberto que não 
se sabe onde foi buscar o compromisso de Marinho com a construção da 
democracia brasileira. Lamentemos o presidente Lula que disse ser o 
falecido um homem que veio ao mundo para prestar serviços à comunicação, à 
educação e ao futuro do Brasil. Frase ainda mais triste se recordamos um 
discurso feito em Sergipe, em 6 de setembro de 1987. Lula, então deputado 
federal, disse o seguinte: Nós hoje somos um país com praticamente 20 
milhões de crianças abandonadas. Somos um país com 16 milhões de 
analfabetos. Somos um país onde a história é contada pela Rede Globo de 
Televisão porque o senhor Roberto Marinho não faz outra coisa a não ser 
mentir para o povo.


Pior Ainda!

Se em 1987 e em 1989 (como se vê no excelente documentário Além do Cidadão 
Kane, disponibilizado na página da Central de Midia Independente) Lula 
criticava severamente a parcialidade e cegueira da Rede Globo de 
Telealienação, a emissora, sempre áulica, hoje defende os pontos de vista do 
PT, sempre contra o povo brasileiro.


Há algum tempo, o Jornal da Globo, que passa tarde da noite e é 
apresentado normalmente pela Ana Paula Padrão, gozava de alguma 
credibilidade. Fatos recentes excluem totalmente esta pífia credibilidade...


Quando o noticiário nacional, em todas as outras emissoras de TV, Rádio e 
Jornais informavam dos problemas envolvendo a remessa escusa de divisas pelo 
presidente do Banco Central, assim como pelo presidente do Banco do Brasil, 
além de informar que o presidente do Banco Central sonegou imposto de renda 
e cometeu falsidade ideológica junto à Justiça Eleitoral, enquanto o 
presidente Kasseb, do Banco do Brasil, desviava recursos do Banco para a 
aquisição de uma monumental e suntuária sede para o PT, o Jornal da Globo, 
na voz de Ana Paula Padrão anunciava: a economia finalmente atingiu a 
retomada do crescimento! ou jacaré dá luz a filhote no zoológico de 
Recife, ou ainda Lula vibra com o filme Pelé Eterno!


A Globo é assim: quando interessa - tem dívidas monumentais com o BNDES e 
não pode contrariar o governo, qualquer governo - nada de manchetes, nada de 
noticiário, muita auto-referência - fala-se dos atores de novelas no 
Faustão, fala-se de novos grupos desconhecidos de rock ou pagode, mas nada 
que interesse para informar a população quanto ao que de fato está 
acontecendo no Brasil.


Apenas para relembrar, durante a ditadura militar, a TV Globo foi adesista 
de primeira hora, sempre contra o povo brasileiro e sua censura interna 
sempre foi tão rigorosa que deixava atônitos os censores da ditadura! Agora, 
com a anunciada volta da censura via sistema de regulação de áudio-visual do 
Ministério da Cultura (que não tem dinheiro para ninguém, portanto carece de 
moral para regular o que quer que seja neste setor!)




Para encerrar, é muito bom rever o documentário sobre a Globo feito pela BBC 
de Londres. Chama-se 'Brazil: Beyond Citzen Kane', (Além do Cidadão Kane) 
que Roberto Marinho impediu a entrada no Brasil por meios jurídicos de 
questionáveis a abertamente corruptos. A página CMI - Mídia Independente, 
disponibiliza o filme para download gratuito!




Leia mais sobre as dicotomias da Rede Globo de Telealienação:

2004

Leia o Editorial do Jornal O Globo de 7 de outubro de 1984, no qual 
Roberto Marinho elogia o golpe militar de 64 e se posiciona contra a 
campanha pelas eleições diretas para a Presidência da República.


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[VotoEletronico] Re: 54/64/68/85/92/05

2005-06-20 Por tôpico Walter Del Picchia


 Prezado Prof. Maximus Santiago


 Essa situação me entristece muito, pois a conspiração é explícita e 
se
realimenta. Pode ser mais complexa do que 'apenas' o uso das urnas-e para
'elegerem' pais da pátria. Mas que isso pode ser uma parte do todo, pode.

 Mas, que fazer? Leia na Folha de S.Paulo de domingo (19/06/05, pg.A20) 
sobre o
silêncio dos intelectuais do PT e a análise do Chico de Oliveira. Há
perplexidade e desalento; alianças são necessárias, mas não nesse nível -
quando alia-se com corruptos, algum dia eles cobram do modo deles. A frase do
Ivan Valente (seu anexo: Lula em um pato manco - 20-06-2005 - UOL Mídia
Global.htm): 'Nós já perdemos o apoio do funcionalismo público e daqueles que
recebem salário-mínimo, e agora nos arriscamos a perder também a classe 
média
devido a este escândalo, alerta Valente.' também é eloqüente. Resolve não
participar do protesto, não o divulgar (aliás, as mensagens que tenho recebido
falam mais em protesto contra a podridão no Legislativo, como se a corrupção
existisse apenas lá, esquecendo o Executivo e o Judiciário. Como ajudar um
governo que abusa do direito de ser inábil e incoerente? Como responder às
críticas (de próprios petistas) à fisiologia desvairada e comprada? Ao 
aumento
de cargos de confiança, aos gastos não explicitados com os cartões de 
crédito
etc.? (O pior é que a sociedade é sensível aos pequenos e médios 
escândalos, e
os grandes e enormes ficam desapercebidos: Os mais de 20 bilhões (já li 30)
lucrados pelos bancos no ano passado não constituem uma grossa corrupção que
passou desapercebida? Devemos crer que os promotores da política que levou a
tais ganhos são neutros, incorruptíveis e nada tem a ver com esse resultado?)
Parece que os 'ex-petistas' que chegaram ao governo se comprazem em dar a cara
para bater, e aí desarvoram os petistas históricos. E, como em um jogo de
xadrez, vamos vendo a construção de um xeque mate (nos sentindo meros
espectadores). E as raras conquistas, como o software livre, a afirmação do
Brasil no mundo subdesenvolvido e na América do Sul (embora meio
atrabalhoadamente) podem se perder. Inclusive o cerco ao Chaves poderá ser
incrementado. Já que não conseguem apropriar-se do petróleo iraqueano nos
níveis desejados, que tal buscá-lo na Venezuela? Aprendi outro dia com um
entendido que o petróleo árabe, ou o venezuelano, é essencial para a 
operação
nas torres dos EUA - onde é misturado com outros tipos.

Infelizmente é isso. Espero suas sugestões de ação, pois estamos na 
mesma
trincheira.

Um abraço


Walter Del Picchia - S.Paulo/SP

==

Prof. Maximus escreveu:

 As Organizações Globo da época do Collor, são representadas pela imprensa 
 paulistana
 nessa era do Lula.
 Ambas queriam e conseguiram, acertar o tiro; o Collor, playboy criado entre 
 Rio e
 Brasília, usufruía as benesses e, principalmente, a impunidade, propiciadas 
 pelos
 golpes de 64  e 68 e deu no que deu.
 Na única vez em que o governo lhes foge do controle tutelar, os herdeiros das
 capitanias se unem e acertam o tiro outra vez.
 Décadas atrás, aprendi algumas coisas, que são preconceituosas, mas que me 
 ajudaram
 a sobreviver em momentos difíceis e creio que outros estão a caminho.
 Uma das principais era observar para onde Financial Times e imprensa 
 semelhante
 apontam; temos que ir para o lado oposto,mesmo que na hora não entendamos
 completamente nosso movimento.
 Os interesses deles, nos serão, sempre, contrários e prejudiciais.
 Agora já dizem que, desde 94, Lula já estava acertado com os donos do 
 poder. Isto
 é, vale tudo para desmoralizar o pato manco, e aí vem outra noção de 
 época: não
 chutar cachorro morto.
 Quando pedem o uso de roupa preta, num contraponto à novela criada pela 
 Globo no
 anos 90 para depor o Collor, querem aprofundar definitivamente a ferida 
 cívica que
 se fez no país, causada pela decepção com Lula.
 Para quê? É bom pensarmos nisso com muita calma, pois não podemos mais 
 aceitar que
 estamos errados o tempo todo e eles sempre certos.
 Há muito não aceito cangalha  de ninguém, muito menos dos que sempre 
 estiveram no
 poder e só fizeram para os seus, que não somos nós!
 Sei que se Lula fosse Kirchner, como andam apregoando, já estaria deposto; 
 afinal
 são 33 milhões de argentinos, em comparação aos 160 milhões de 
 brasileiros e às
 dimensões de cada país.
 Lula erra muito, sim, mas erra muito menos comparado aos governos passados, 
 que nos
 desgraçaram e que agora vão a TV para dizer que falta  autoridade e mando 
 ao
 presidente.
 Pensemos bem no que estamos nos metendo, pois desta vez não terá volta 
 fácil; já não
 há líderes que poderíamos ouvir.  Brizola morreu, Arrais está daquele 
 jeito e só
 sobrou o Jefferson Peres, Pedro Simom e o Cláudio Fonteles.
 Em verdade querem eleger o Nelson Jobim,o herói da urna eletrônica e do 
 voto-e sem
 impressão, para aí sim, ficarem no melhor dos mundos possíveis. E nós
 

[VotoEletronico] BLOG

2005-06-20 Por tôpico Paulo Castelani
Do uísque com o chefe da Globo até o dia em que o PT “rompeu o mandamento da 
cosa nostra”


César Benjamin é editor e autor de A Opção Brasileira (Contraponto, 1998) e 
Bom Combate (Contraponto, 2004)

publicado no Jornal Estado de SP 19/06/2005

Retornei do exílio em 1978, antes da Anistia, animado com a retomada do 
movimento operário e o fortalecimento do movimento democrático no Brasil. 
Como muitos da minha geração, dediquei meus melhores esforços, nos anos 
seguintes, à construção do Partido dos Trabalhadores. Fui membro da direção 
nacional. A primeira eleição presidencial direta depois do regime militar, 
em 1989, encontrou-me na linha de frente. Chorei o trauma de uma derrota 
politicamente fraudulenta. Nos dias seguintes ao resultado, junto com cerca 
de 6 mil militantes e simpatizantes do PT, fui para a porta da Rede Globo, 
no Rio de Janeiro, protestar contra a edição do último debate entre Lula e 
Collor, a exibição de seqüestradores do empresário Abilio Diniz com 
camisetas do PT e a manipulação de uma mulher pobre e ressentida, que havia 
recebido dinheiro para macular a vida pessoal do nosso candidato. Viajei em 
seguida para São Paulo, onde encontrei Lula. Tivemos um diálogo curto, que 
nunca esqueci. Lula me disse: Cesinha, sabe quem me ligou nesses dias? O 
Alberico, da Globo. Jantei com eles anteontem. Derrubamos litros de uísque. 
Eu pedi que não se preocupassem, que estava tudo bem entre nós. Não vou 
brigar com a Globo, não é, Cesinha?
Apesar dos anos passados, a citação é textual. Fiquei muito perturbado ao 
saber, pelo próprio Lula, que, no mesmo dia em que a militância do PT 
protestava na rua, ele derrubava litros de uísque com a direção da 
emissora que, a nosso ver, e na visão dele também, o havia agredido e 
humilhado, reiteradamente, nas semanas anteriores. A conversa serviu, para 
mim, como um sinal amarelo sobre o caráter do nosso líder. Mas sua imagem só 
desmontou definitivamente em 1994, quando bancos e empreiteiras começaram a 
financiar pesadamente o PT, à revelia da direção nacional e da militância, 
mantidas na ignorância dos novos esquemas paralelos.
Começou então a ascensão de uma esquerda de negócios, fenômeno novo em 
nossa história. Incentivados e promovidos a cargos de direção, os 
operadores ajudaram a consolidar o poder da Articulação no PT. As relações 
internas foram fortemente contaminadas pela circulação de dinheiro, em geral 
para financiar campanhas e garantir lealdades. A honra de pessoas e o 
cadáver de Celso Daniel ficaram no meio do caminho, mas Lula chegou aonde 
queria chegar. Depois de vários anos de sucessivas demonstrações de 
vassalagem, foi ungido. (Brizola, que enfrentou a Globo em defesa de Lula, 
foi destruído.)
O PT levou para a Presidência da República as mesmas práticas testadas e 
aprovadas na luta interna, mas agora em escala muito ampliada. Os operadores 
passaram a operar freneticamente, aliás em ambiente propício. O que já foi 
divulgado é uma pequena fração dos malfeitos. Lula encontrou pronta uma 
forma espúria de organizar o poder político da Nação e, em vez de lutar para 
alterá-la, como era sua obrigação política e moral, adaptou-se a ela. Forças 
de natureza supranacional, representantes dos nossos credores, continuaram a 
ocupar o Banco Central e o Ministério da Fazenda; a partir dessas posições, 
manejando as políticas monetária, cambial e fiscal, bem como a execução do 
Orçamento, elas controlam e subordinam a ação de todo o Estado brasileiro. O 
Legislativo continuou a ser o espaço onde se expressam demandas de natureza 
subnacional, negociadas caso a caso, na margem, de acordo com a necessidade 
de composições políticas em cada momento. O aparelho de Estado continuou a 
ser tratado como butim. E o povo pobre continuou a receber as migalhas das 
políticas compensatórias. Nesse arranjo, nenhuma instância cuida seriamente 
dos interesses da Nação, que por isso permanece à deriva. É assim que se faz 
política no Brasil.
A Presidência da República, porém, é uma instância muito complexa, para onde 
convergem todas as demandas e interesses. Na ausência de um projeto 
qualquer, inexiste um eixo ordenador das negociações, de modo a impor 
limites aos apetites de cada parte. Lula e o PT submergiram na política do 
varejo, atendendo ou deixando de atender a cada interesse conforme as 
pressões do momento, cada vez mais ponderadas pela grande meta da reeleição, 
a única que de fato os interessava. Com o tempo, o governo foi se tornando 
inconfiável para todos. E cometeu o erro fatal: deixou de honrar a palavra 
empenhada, rompendo assim o primeiro mandamento de qualquer cosa nostra. O 
deputado Roberto Jefferson deu o troco.
Fala-se agora em reforma política. É mais um blefe. O problema não é de 
novas regras formais, feitas, como as outras, para ser burladas, mas de 
conteúdo. O esquema atual é sustentado por uma aliança paradoxal, que vem 
sendo renovada a cada eleição, dos mais ricos, que comandam sempre, com os 
mais pobres,