[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: Função não periódica
O Artur já me respondeu algo relacionado . https://answers.yahoo.com/question/index;_ylt=ArGgI5KmvwfN1NgNFs2qoFPty6IX;_ylv=3?qid=20130107164843AAfIWMj e em outro email aqui na lista sobre *g(x) = f(x^a), * Em 15 de abril de 2018 19:55, Artur Steinerescreveu: > No caso de f(x) = sen(x^2), também podemos fazer assim: > > Se f for periódica, então f'(x) = 2x cos(x^2) também é. E como f' é' > contínua, é limitada. Mas fazendo x_n = raiz(2pi n), n natural, vemos que > f'(x_n) = raiz(2pi n) vai para oo com n. Temos assim uma contradição que > mostra que f não é periódica. > > > Artur Costa Steiner > > Em Sáb, 14 de abr de 2018 20:16, Artur Costa Steiner < > artur_stei...@yahoo.com> escreveu: > >> Isso é consequência do fato de que x —> sen(x^2) é contínua mas não >> uniformemente contínua. >> >> Artur >> >> >> Enviado do meu iPad >> >> Em 14 de abr de 2018, à(s) 1:10 PM, Claudio Buffara < >> claudio.buff...@gmail.com> escreveu: >> >> Que tal começar provando que x --> sen(x^2) não é periódica? >> >> 2018-04-14 13:04 GMT-03:00 Claudio Buffara : >> >>> Eu também fiquei inseguro em relação a isso e também notei que não >>> usei (pelo menos não explicitamente) a continuidade de f. >>> >>> Mas g(raiz(x+kT)) = g(raiz(x+(k+1)T) não só para um número x fixo, >>> mas para cada x >= -kT: um intervalo infinito. >>> Será que isso não é suficiente para estabelecer a periodicidade de g? >>> >>> []s, >>> Claudio. >>> >>> >>> 2018-04-14 11:42 GMT-03:00 Bernardo Freitas Paulo da Costa < >>> bernardo...@gmail.com>: >>> Oi Claudio, 2018-04-14 10:54 GMT-03:00 Claudio Buffara : > f é periódica (digamos, de perÃodo T > 0). > > Suponhamos que g também seja periódica, digamos de perÃodo P. > > Para todo x, e todo k em N tal que x+kT >= 0, g(raiz(x+kT)) = f(x+kT) = > f(x+(k+1)T) = g(raiz(x+(k+1)T)) ==> > raiz(x+(k+1)T) - raiz(x+kT) = nP, para algum n em N. não é verdade que, se g(x) é periódica, e g(x) = g(y), então x - y é múltiplo do perÃodo. Por exemplo, sin(pi/2 + a) = sin(pi/2 - a), para todo a. > Mas tomando k suficientemente grande, podemos fazer raiz(x+(k+1)T) - > raiz(x+kT) tão pequeno quanto quisermos, em particular < P, o que contraria > raiz(x+(k+1)T) - raiz(x+kT) = nP. Intuitivamente, deve mesmo ter a ver com o que você falou sobre o limite da diferença das raÃzes em PA, mas acho que é um pouco mais complicado. Repare que, no enunciado do Arthur, tem um "f contÃnua"... > 2018-04-12 15:55 GMT-03:00 Artur Steiner < artur.costa.stei...@gmail.com>: >> >> Suponhamos que f:R —> R seja contÃnua, periódica e não constante. Mostre >> que g(x) = f(x^2) não é periódica. >> >> Artur Abraços, -- Bernardo Freitas Paulo da Costa -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e  acredita-se estar livre de perigo. = Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html = >>> >>> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Soma (k = 1, n) 1/P'(r_k) = 0
2018-04-15 13:09 GMT-03:00 Douglas Oliveira de Lima: > Usa o polinomio de Lagrange , nao é nada obvia mesmo. Como usa Lagrange, a fórmula segue para k = 0, 1, ... n-1 (interpolando em n pontos, vamos até grau n-1). E é, de fato, falso para k = n, use P(x) = (x-1)(x+1). Além disso, mesmo para k = n-1, a demonstração por complexa não se aplica mais (o grau dá errado...), e o mesmo polinômio serve para mostrar que a soma não dá mais zero. Abraços, -- Bernardo Freitas Paulo da Costa -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
[obm-l] Provar que m = n
Eu acho esse interessante: Sejam m e n inteiros positivos tais que o produto dos divisores de m iguale-se ao produto dos divisores de n. Então, m = n. Artur Costa Steiner -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
[obm-l] Derivadas da função Zeta de Riemann
No semiplano Re(z) > 1, Zeta é definida pela série Z(z) = Soma (n = 0, oo) 1/n^z. Neste semiplano, as derivadas de ordem n de Z são dadas pelas séries obtidas diferenciando-se n vezes os termos da série primitiva. Provar este fato que, incrivelmente, não parece ser muito conhecido, é interessante Artur Costa Steiner -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
[obm-l] Re: [obm-l] Re: Função não periódica
No caso de f(x) = sen(x^2), também podemos fazer assim: Se f for periódica, então f'(x) = 2x cos(x^2) também é. E como f' é' contínua, é limitada. Mas fazendo x_n = raiz(2pi n), n natural, vemos que f'(x_n) = raiz(2pi n) vai para oo com n. Temos assim uma contradição que mostra que f não é periódica. Artur Costa Steiner Em Sáb, 14 de abr de 2018 20:16, Artur Costa Steiner < artur_stei...@yahoo.com> escreveu: > Isso é consequência do fato de que x —> sen(x^2) é contínua mas não > uniformemente contínua. > > Artur > > > Enviado do meu iPad > > Em 14 de abr de 2018, à(s) 1:10 PM, Claudio Buffara < > claudio.buff...@gmail.com> escreveu: > > Que tal começar provando que x --> sen(x^2) não é periódica? > > 2018-04-14 13:04 GMT-03:00 Claudio Buffara: > >> Eu também fiquei inseguro em relação a isso e também notei que não >> usei (pelo menos não explicitamente) a continuidade de f. >> >> Mas g(raiz(x+kT)) = g(raiz(x+(k+1)T) não só para um número x fixo, mas >> para cada x >= -kT: um intervalo infinito. >> Será que isso não é suficiente para estabelecer a periodicidade de g? >> >> []s, >> Claudio. >> >> >> 2018-04-14 11:42 GMT-03:00 Bernardo Freitas Paulo da Costa < >> bernardo...@gmail.com>: >> >>> Oi Claudio, >>> >>> 2018-04-14 10:54 GMT-03:00 Claudio Buffara : >>> > f é periódica (digamos, de perÃodo T > 0). >>> > >>> > Suponhamos que g também seja periódica, digamos de perÃodo P. >>> > >>> > Para todo x, e todo k em N tal que x+kT >= 0, g(raiz(x+kT)) = f(x+kT) = >>> > f(x+(k+1)T) = g(raiz(x+(k+1)T)) ==> >>> > raiz(x+(k+1)T) - raiz(x+kT) = nP, para algum n em N. >>> >>> não é verdade que, se g(x) é periódica, e g(x) = g(y), então x - y >>> é >>> múltiplo do perÃodo. Por exemplo, sin(pi/2 + a) = sin(pi/2 - a), para >>> todo a. >>> >>> > Mas tomando k suficientemente grande, podemos fazer raiz(x+(k+1)T) - >>> > raiz(x+kT) tão pequeno quanto quisermos, em particular < P, o que >>> contraria >>> > raiz(x+(k+1)T) - raiz(x+kT) = nP. >>> >>> Intuitivamente, deve mesmo ter a ver com o que você falou sobre o >>> limite da diferença das raÃzes em PA, mas acho que é um pouco mais >>> complicado. Repare que, no enunciado do Arthur, tem um "f >>> contÃnua"... >>> >>> > 2018-04-12 15:55 GMT-03:00 Artur Steiner < >>> artur.costa.stei...@gmail.com>: >>> >> >>> >> Suponhamos que f:R —> R seja contÃnua, periódica e não >>> constante. Mostre >>> >> que g(x) = f(x^2) não é periódica. >>> >> >>> >> Artur >>> >>> Abraços, >>> -- >>> Bernardo Freitas Paulo da Costa >>> >>> -- >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >>>  acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> >>> = >>> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >>> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >>> = >>> >> >> > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Soma (k = 1, n) 1/P'(r_k) = 0
Usa o polinomio de Lagrange , nao é nada obvia mesmo. Douglas Oliveira. Em sex, 13 de abr de 2018 13:41, Claudio Buffaraescreveu: > Essa identidade: > x^k=soma (i=1,...,n)(x_i)^k.P(x)/(x-x_i).P'(x_i) > não me parece nada óbvia. > > []s, > Claudio. > > > 2018-04-13 5:56 GMT-03:00 Douglas Oliveira de Lima < > profdouglaso.del...@gmail.com>: > >> Entao, sendo x^k=soma (i=1,...,n)(x_i)^k.P(x)/(x-x_i).P'(x_i) , é só >> igualar os coeficientes de x^(n-1) e pronto, a identidade se torna ate mais >> genérica >> >> Soma (i= 1, n) (x_i)^k/P'(x_i) = 0 >> >> Obs: x_i sao raizes. >> >> Abraco >> >> Douglas Oliveira. >> >> >> >> >> Em 8 de abr de 2018 20:50, "Artur Steiner" >> escreveu: >> >> Seja P um polinômio complexo, de grau n >= 2, que tenha n raízes simples >> r_1, ... r_n. Mostre que Soma (k = 1, n) 1/P'(r_k) = 0. >> >> Para quem conhece um pouco de análise complexa, isto é corolário de um >> resultado geral. Mas parece que pode ser provado sem análise complexa. >> >> Artur Costa Steiner >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Cantor
Olá, Bernardo! Muito obrigado! Ficou claro! Essa diagonal é a "diagonal de Cantor"? Um abraço! Luiz On Sun, Apr 15, 2018, 7:04 AM Bernardo Freitas Paulo da Costa < bernardo...@gmail.com> wrote: > 2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues: > > Olá, amigos! > > Bom dia! > > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho que eu > > reproduzi abaixo. > > > > > > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é possível > > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. > > (...) > > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os termos > > são iguais a zero ou um. > > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada > sequência de > > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma > sequência s > > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se o > > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; > senão, é > > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo de s > é 1; > > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) como > > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s assim > > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). Logo, > não > > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os > elementos de > > C aparecessem como imagem! > > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de construir > uma > > bijeção de N em C. > > > > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim > > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." > > Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um > exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. > > Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: > 1 -> 0100101010101 > 2 -> 010101010101 > 3 -> 11001 > 4 -> > 5 -> 1110111010101 > > Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de > cada um dos elementos, um a um: > > O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). > Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: > > s = 1 > > O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que é 1): > > s = 10 > > O terceiro elemento, oposto do terceiro de f(3), dá s = 100... > O quarto, s = 1001... > O quinto, s = 10010 > > Agora, repare s não pode ser f(1), nem f(2), nem f(3), nem f(4), ... > Porque o primeiro elemento de s é diferente do primeiro de f(1). O > segundo de s, diferente do segundo de f(2). E assim por diante. > Muitas vezes, num quadro-negro, o pessoal faz a tabela que eu esbocei > acima, e envolve os elementos da "diagonal descendente", e depois cria > a sequência dos opostos. > > Abraços, > -- > Bernardo Freitas Paulo da Costa > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Cantor
Olá, Ronei! Fiz essa pergunta para o Bernardo... Um abraço! Luiz On Sun, Apr 15, 2018, 7:23 AM Ronei Lima Badarówrote: > Não é a tal diagonal de Cantor? > > Em Dom, 15 de abr de 2018 07:05, Bernardo Freitas Paulo da Costa < > bernardo...@gmail.com> escreveu: > >> 2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues : >> > Olá, amigos! >> > Bom dia! >> > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho que >> eu >> > reproduzi abaixo. >> > >> > >> > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é >> possível >> > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. >> > (...) >> > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os >> termos >> > são iguais a zero ou um. >> > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada >> sequência de >> > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma >> sequência s >> > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se o >> > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; >> senão, é >> > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo de s >> é 1; >> > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) como >> > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s assim >> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). Logo, >> não >> > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os >> elementos de >> > C aparecessem como imagem! >> > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de >> construir uma >> > bijeção de N em C. >> > >> > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim >> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." >> >> Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um >> exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. >> >> Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: >> 1 -> 0100101010101 >> 2 -> 010101010101 >> 3 -> 11001 >> 4 -> >> 5 -> 1110111010101 >> >> Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de >> cada um dos elementos, um a um: >> >> O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). >> Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: >> >> s = 1 >> >> O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que é 1): >> >> s = 10 >> >> O terceiro elemento, oposto do terceiro de f(3), dá s = 100... >> O quarto, s = 1001... >> O quinto, s = 10010 >> >> Agora, repare s não pode ser f(1), nem f(2), nem f(3), nem f(4), ... >> Porque o primeiro elemento de s é diferente do primeiro de f(1). O >> segundo de s, diferente do segundo de f(2). E assim por diante. >> Muitas vezes, num quadro-negro, o pessoal faz a tabela que eu esbocei >> acima, e envolve os elementos da "diagonal descendente", e depois cria >> a sequência dos opostos. >> >> Abraços, >> -- >> Bernardo Freitas Paulo da Costa >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> = >> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> = >> > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Cantor
Não é a tal diagonal de Cantor? Em Dom, 15 de abr de 2018 07:05, Bernardo Freitas Paulo da Costa < bernardo...@gmail.com> escreveu: > 2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues: > > Olá, amigos! > > Bom dia! > > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho que eu > > reproduzi abaixo. > > > > > > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é possível > > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. > > (...) > > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os termos > > são iguais a zero ou um. > > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada > sequência de > > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma > sequência s > > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se o > > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; > senão, é > > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo de s > é 1; > > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) como > > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s assim > > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). Logo, > não > > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os > elementos de > > C aparecessem como imagem! > > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de construir > uma > > bijeção de N em C. > > > > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim > > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." > > Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um > exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. > > Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: > 1 -> 0100101010101 > 2 -> 010101010101 > 3 -> 11001 > 4 -> > 5 -> 1110111010101 > > Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de > cada um dos elementos, um a um: > > O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). > Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: > > s = 1 > > O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que é 1): > > s = 10 > > O terceiro elemento, oposto do terceiro de f(3), dá s = 100... > O quarto, s = 1001... > O quinto, s = 10010 > > Agora, repare s não pode ser f(1), nem f(2), nem f(3), nem f(4), ... > Porque o primeiro elemento de s é diferente do primeiro de f(1). O > segundo de s, diferente do segundo de f(2). E assim por diante. > Muitas vezes, num quadro-negro, o pessoal faz a tabela que eu esbocei > acima, e envolve os elementos da "diagonal descendente", e depois cria > a sequência dos opostos. > > Abraços, > -- > Bernardo Freitas Paulo da Costa > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Cantor
2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues: > Olá, amigos! > Bom dia! > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho que eu > reproduzi abaixo. > > > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é possível > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. > (...) > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os termos > são iguais a zero ou um. > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada sequência de > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma sequência s > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se o > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; senão, é > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo de s é 1; > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) como > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s assim > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). Logo, não > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os elementos de > C aparecessem como imagem! > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de construir uma > bijeção de N em C. > > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: 1 -> 0100101010101 2 -> 010101010101 3 -> 11001 4 -> 5 -> 1110111010101 Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de cada um dos elementos, um a um: O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: s = 1 O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que é 1): s = 10 O terceiro elemento, oposto do terceiro de f(3), dá s = 100... O quarto, s = 1001... O quinto, s = 10010 Agora, repare s não pode ser f(1), nem f(2), nem f(3), nem f(4), ... Porque o primeiro elemento de s é diferente do primeiro de f(1). O segundo de s, diferente do segundo de f(2). E assim por diante. Muitas vezes, num quadro-negro, o pessoal faz a tabela que eu esbocei acima, e envolve os elementos da "diagonal descendente", e depois cria a sequência dos opostos. Abraços, -- Bernardo Freitas Paulo da Costa -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
[obm-l] Cantor
Olá, amigos! Bom dia! Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho que eu reproduzi abaixo. A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é possível obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. (...) Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os termos são iguais a zero ou um. Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada sequência de C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma sequência s formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se o primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; senão, é zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo de s é 1; senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) como sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s assim construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). Logo, não pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os elementos de C aparecessem como imagem! Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de construir uma bijeção de N em C. Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." Agradeço a ajuda e peço duas coisas: desculpas pela ignorância e a indicação de um livro sobre este assunto... Um grande abraço! Luiz -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.