Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-06 Por tôpico gugu

   Caro Artur,
   Vou tentar explicar algumas dessas coisas:
Quoting Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]:


Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas
duvidas, fiquei um tanto confuso:

A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou
certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n  eh H_d(A)eh a sua
medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh
definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma
extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume,
aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d
deste volumes,


Mais precisamente toma-se potências d dos diâmetros dos conjuntos da 
cobertura.



limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e ,
depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes.


E fazendo r tender a 0, ou seja, tomando o liminf dessas somas quando r 
tende a 0.



Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo?

Certo.

Se H_d(A)  oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh
isso mesmo?


Sim.


O Gugu dise  que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff
nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh
possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim,
A- A contenha uma bola, certo?


Sim. Mas isso já segue de tomar A igual ao conjunto de Cantor usual 
(que tem dimensão de Hausdorff positiva mas medida de Lebesgue nula).




Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao),
entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em
algum lugar, certo?


Sim.



Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente
tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo
interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros
que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes
do conjunto basico de Cantor?


Conjuntos de Cantor são conjuntos homeomorfos ao conjunto de Cantor 
usual, e portanto não contêm intervalos. Os conjuntos de Cantor 
contidos na reta real são  exatamente os conjuntos compactos, sem 
pontos isolados e de interior vazio.

   Abraços,
 Gugu


Obrigado

Artur


-Mensagem original-
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]
nome de [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00
Para: Nicolau C. Saldanha
Cc: obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor


Oi Nicolau,
Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira:
é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de
Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz,
no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria
(aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor
dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe
C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de
Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro
lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo
dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K
tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para
conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é
menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de
Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo.
Abraços,
   Gugu

Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]:


On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote:

Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma
conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de
Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a
reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1,
1], que eh uma bola em R centrada na origem.


Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a,
0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto
A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem.
Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale
este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral.

Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1;
a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual)
é log 2/log 3 ~= 0.63.

[]s, N.






This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html

Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-06 Por tôpico Artur Costa Steiner
Muito obrigado! Este eh um assunto que me fascina, mas
no qual encontro alguma dificuldade. Custei a entender
o conceito da medida de Hausdorff.

Abracos
Artur 

--- [EMAIL PROTECTED] wrote:

 Caro Artur,
 Vou tentar explicar algumas dessas coisas:
 Quoting Artur Costa Steiner
 [EMAIL PROTECTED]:
 
  Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem
 esclarecesse algumas
  duvidas, fiquei um tanto confuso:
 
  A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou
 medida exterior, nao estou
  certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de
 R^n  eh H_d(A)eh a sua
  medida d-dimensional de Hausdorff, entao a
 dimensao de Hausdorff D(A) eh
  definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A
 medida de Hausdorff eh uma
  extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da
 soma dos volumes (volume,
  aqui, no sentido geral) dos conjuntos da
 cobertura, tomam-se as potências d
  deste volumes,
 
 Mais precisamente toma-se potências d dos diâmetros
 dos conjuntos da 
 cobertura.
 
  limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em
 r0 e ,
  depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas
 de potencias d dos volumes.
 
 E fazendo r tender a 0, ou seja, tomando o liminf
 dessas somas quando r 
 tende a 0.
 
  Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de
 Lebesgue se confundem, certo?
 Certo.
  Se H_d(A)  oo, entao H_p(A) = 0 para p d e
 H_p(A) = oo para 0= p d. Eh
  isso mesmo?
 
 Sim.
 
  O Gugu dise  que existe um conjunto de cantor K
 com dimensao de Hausdorff
  nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto
 implica que, em R^n, eh
  possivel que um conjunto A tenha medida de
 Lebesgue nula e que, ainda assim,
  A- A contenha uma bola, certo?
 
 Sim. Mas isso já segue de tomar A igual ao conjunto
 de Cantor usual 
 (que tem dimensão de Hausdorff positiva mas medida
 de Lebesgue nula).
 
 
  Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida
 positiva (compacto ou nao),
  entao A - A contem uma bola centrada na origem e A
 + A contem uma bola em
  algum lugar, certo?
 
 Sim.
 
 
  Existe o classico conjunto de Cantor, obtido
 removendo-se sucessivamente
  tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto
 e tem medida nula, logo
  interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de
 Cantor, logo existem outros
  que ateh podem conter intervalos. Como sao
 construidas estas generalizacoes
  do conjunto basico de Cantor?
 
 Conjuntos de Cantor são conjuntos homeomorfos ao
 conjunto de Cantor 
 usual, e portanto não contêm intervalos. Os
 conjuntos de Cantor 
 contidos na reta real são  exatamente os conjuntos
 compactos, sem 
 pontos isolados e de interior vazio.
 Abraços,
   Gugu
 
  Obrigado
 
  Artur
 
 
  -Mensagem original-
  De: [EMAIL PROTECTED]
 [mailto:[EMAIL PROTECTED]
  nome de [EMAIL PROTECTED]
  Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00
  Para: Nicolau C. Saldanha
  Cc: obm-l@mat.puc-rio.br
  Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor
 
 
  Oi Nicolau,
  Na verdade, estritamente falando, a sua
 afirmação não é verdadeira:
  é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta
 com dimensão de
  Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu
 trabalho com o Yoccoz,
  no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica
 que a maioria
  (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos
 de Cantor
  dinamicamente definidos por funções expansoras
 (pelo menos de classe
  C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso)
 K com dimensão de
  Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior
 não-vazio. Por outro
  lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados
 (por exemplo
  dinamicamente definidos) K com dimensão de
 Hausdorff menor que 1/2, K-K
  tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade
 limite (que, para
  conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão
 de Hausdorff) de K é
  menor que 1/2. Por outro lado é possível construir
 um conjunto de
  Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal
 que K-K é um intervalo.
  Abraços,
 Gugu
 
  Quoting Nicolau C. Saldanha
 [EMAIL PROTECTED]:
 
  On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur
 Costa Steiner wrote:
  Esta conclusao a respeito do conjunto K de
 Cantor eh exemplo de uma
  conclusao interessante. Sabemos que se um
 conjunto A de R^n tem medida de
  Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola
 centrada na origem. Mas a
  reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e,
 mesmo assim, K - K = [-1,
  1], que eh uma bola em R centrada na origem.
 
  Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas
 existe um número a,
  0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de
 um subconjunto compacto
  A de R é maior do que a então A-A contem uma bola
 centrada na origem.
  Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a
 para o qual vale
  este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue
 deste resultado geral.
 
  Se A tem medida positiva sua dimensão de
 Hausdorff é 1;
  a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de
 Cantor usual)
  é log 2/log 3 ~= 0.63.
 
  []s, N

RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-05 Por tôpico Artur Costa Steiner
Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas
duvidas, fiquei um tanto confuso:

A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou
certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n  eh H_d(A)eh a sua
medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh
definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma
extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume,
aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d
deste volumes, limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e ,
depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes.
Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo?
Se H_d(A)  oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh
isso mesmo?  

O Gugu dise  que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff
nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh
possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim,
A- A contenha uma bola, certo?

Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao),
entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em
algum lugar, certo?

Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente
tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo
interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros
que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes
do conjunto basico de Cantor?

Obrigado

Artur


-Mensagem original-
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]
nome de [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00
Para: Nicolau C. Saldanha
Cc: obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor


Oi Nicolau,
Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: 
é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de 
Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, 
no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria 
(aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor 
dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe 
C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de 
Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro 
lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo 
dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K 
tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para 
conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é 
menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de 
Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo.
Abraços,
   Gugu

Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]:

 On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote:
 Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma
 conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de
 Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a
 reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1,
 1], que eh uma bola em R centrada na origem.

 Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a,
 0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto
 A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem.
 Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale
 este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral.

 Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1;
 a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual)
 é log 2/log 3 ~= 0.63.

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RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-05 Por tôpico Artur Costa Steiner
Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem
esclarecesse algumas duvidas, fiquei um tanto confuso:

A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou
medida exterior, nao estou certo) de Hausdorff, OK? Se
A eh um conjunto de R^n  eh H_d(A)eh a sua medida
d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de
Hausdorff D(A) eh definida por infimo{d =0 | H_d(A)
0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma extensao da
medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes
(volume, aqui, no sentido geral) dos conjuntos da
cobertura, tomam-se as potências d deste volumes,
limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0
e , depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas
de potencias d dos volumes. Assim, para d=1 as medidas
de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo?  Se
H_d(A)  oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo
para 0= p d. Eh isso mesmo?  

O Gugu dise  que existe um conjunto de cantor K com
dimensao de Hausdorff nula e tal que K - K seja um
intervalo. Isto implica que, em R^n, eh possivel que
um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que,
ainda assim,  A- A contenha uma bola, certo?

Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva
(compacto ou nao), entao A - A contem uma bola
centrada na origem e A + A contem uma bola em algum
lugar, certo?

Existe o classico conjunto de Cantor, obtido
removendo-se sucessivamente tercos de intervalos de
[0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo
interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor,
logo existem outros que ateh podem conter intervalos.
Como sao construidas estas generalizacoes do conjunto
basico de Cantor?

Obrigado

Artur


--- [EMAIL PROTECTED] wrote:

 Oi Nicolau,
 Na verdade, estritamente falando, a sua
 afirmação não é verdadeira: 
 é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta
 com dimensão de 
 Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu
 trabalho com o Yoccoz, 
 no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica
 que a maioria 
 (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de
 Cantor 
 dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo
 menos de classe 
 C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K
 com dimensão de 
 Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior
 não-vazio. Por outro 
 lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados
 (por exemplo 
 dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff
 menor que 1/2, K-K 
 tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade
 limite (que, para 
 conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão
 de Hausdorff) de K é 
 menor que 1/2. Por outro lado é possível construir
 um conjunto de 
 Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que
 K-K é um intervalo.
 Abraços,
Gugu
 
 Quoting Nicolau C. Saldanha
 [EMAIL PROTECTED]:
 
  On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur
 Costa Steiner wrote:
  Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor
 eh exemplo de uma
  conclusao interessante. Sabemos que se um
 conjunto A de R^n tem medida de
  Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola
 centrada na origem. Mas a
  reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e,
 mesmo assim, K - K = [-1,
  1], que eh uma bola em R centrada na origem.
 
  Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas
 existe um número a,
  0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de
 um subconjunto compacto
  A de R é maior do que a então A-A contem uma bola
 centrada na origem.
  Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a
 para o qual vale
  este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue
 deste resultado geral.
 
  Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff
 é 1;
  a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor
 usual)
  é log 2/log 3 ~= 0.63.
 
  []s, N.
 
 
 
 


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 Messaging Program.
 
 

=
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e
 usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html

=
 


__
Do You Yahoo!?
Tired of spam?  Yahoo! Mail has the best spam protection around 
http://mail.yahoo.com 
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http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-04 Por tôpico Artur Costa Steiner
Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma
conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de
Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a
reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1,
1], que eh uma bola em R centrada na origem.

Artur 

-Mensagem original-
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]
nome de Nicolau C. Saldanha
Enviada em: segunda-feira, 3 de julho de 2006 16:55
Para: obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: Re: [obm-l] Cj. Cantor


On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote:
 Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o
 cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que 
 ele
 é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U
 [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que
 { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9].

oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valor
entre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9
pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9],
1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }.
Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1].

 Como K é contido em K_2, {
 |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \
 [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.

O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica:
escreva os números na base 3.

Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial
em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problema
é um caso super especial).

[]s, N.
=
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http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-04 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote:
 Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma
 conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de
 Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a
 reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1,
 1], que eh uma bola em R centrada na origem.

Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a,
0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto
A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem.
Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale
este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral.

Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1;
a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual)
é log 2/log 3 ~= 0.63.

[]s, N.
=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-04 Por tôpico Eduardo Casagrande Stabel
Ah, certo, percebi qual é o meu erro. Valeu!Em 03/07/06, Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED] escreveu:
On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote: Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o
 cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que
 { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9].oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valorentre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9],
1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }.Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \
 [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica:escreva os números na base 3.Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial
em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problemaé um caso super especial).[]s, N.=Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html=
-- [EMAIL PROTECTED]http://paginas.terra.com.br/arte/dudastabel/


Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-04 Por tôpico gugu

   Oi Nicolau,
   Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: 
é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de 
Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, 
no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria 
(aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor 
dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe 
C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de 
Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro 
lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo 
dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K 
tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para 
conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é 
menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de 
Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo.

   Abraços,
  Gugu

Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]:


On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote:

Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma
conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de
Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a
reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1,
1], que eh uma bola em R centrada na origem.


Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a,
0  a  1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto
A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem.
Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale
este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral.

Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1;
a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual)
é log 2/log 3 ~= 0.63.

[]s, N.






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=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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[obm-l] Cj. Cantor

2006-07-03 Por tôpico Eduardo Casagrande Stabel
Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que
{ |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.Concordam?Duda
-- [EMAIL PROTECTED]http://paginas.terra.com.br/arte/dudastabel/


Re: [obm-l] Cj. Cantor

2006-07-03 Por tôpico Nicolau C. Saldanha
On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote:
 Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o
 cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que 
 ele
 é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U
 [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que
 { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9].

oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valor
entre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9
pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9],
1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }.
Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1].

 Como K é contido em K_2, {
 |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \
 [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.

O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica:
escreva os números na base 3.

Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial
em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problema
é um caso super especial).

[]s, N.
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