Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor
Caro Artur, Vou tentar explicar algumas dessas coisas: Quoting Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]: Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas duvidas, fiquei um tanto confuso: A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n eh H_d(A)eh a sua medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume, aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d deste volumes, Mais precisamente toma-se potências d dos diâmetros dos conjuntos da cobertura. limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e , depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes. E fazendo r tender a 0, ou seja, tomando o liminf dessas somas quando r tende a 0. Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo? Certo. Se H_d(A) oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh isso mesmo? Sim. O Gugu dise que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim, A- A contenha uma bola, certo? Sim. Mas isso já segue de tomar A igual ao conjunto de Cantor usual (que tem dimensão de Hausdorff positiva mas medida de Lebesgue nula). Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao), entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em algum lugar, certo? Sim. Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes do conjunto basico de Cantor? Conjuntos de Cantor são conjuntos homeomorfos ao conjunto de Cantor usual, e portanto não contêm intervalos. Os conjuntos de Cantor contidos na reta real são exatamente os conjuntos compactos, sem pontos isolados e de interior vazio. Abraços, Gugu Obrigado Artur -Mensagem original- De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED] nome de [EMAIL PROTECTED] Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00 Para: Nicolau C. Saldanha Cc: obm-l@mat.puc-rio.br Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor Oi Nicolau, Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo. Abraços, Gugu Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]: On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N. This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor
Muito obrigado! Este eh um assunto que me fascina, mas no qual encontro alguma dificuldade. Custei a entender o conceito da medida de Hausdorff. Abracos Artur --- [EMAIL PROTECTED] wrote: Caro Artur, Vou tentar explicar algumas dessas coisas: Quoting Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]: Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas duvidas, fiquei um tanto confuso: A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n eh H_d(A)eh a sua medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume, aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d deste volumes, Mais precisamente toma-se potências d dos diâmetros dos conjuntos da cobertura. limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e , depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes. E fazendo r tender a 0, ou seja, tomando o liminf dessas somas quando r tende a 0. Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo? Certo. Se H_d(A) oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh isso mesmo? Sim. O Gugu dise que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim, A- A contenha uma bola, certo? Sim. Mas isso já segue de tomar A igual ao conjunto de Cantor usual (que tem dimensão de Hausdorff positiva mas medida de Lebesgue nula). Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao), entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em algum lugar, certo? Sim. Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes do conjunto basico de Cantor? Conjuntos de Cantor são conjuntos homeomorfos ao conjunto de Cantor usual, e portanto não contêm intervalos. Os conjuntos de Cantor contidos na reta real são exatamente os conjuntos compactos, sem pontos isolados e de interior vazio. Abraços, Gugu Obrigado Artur -Mensagem original- De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED] nome de [EMAIL PROTECTED] Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00 Para: Nicolau C. Saldanha Cc: obm-l@mat.puc-rio.br Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor Oi Nicolau, Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo. Abraços, Gugu Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]: On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N
RES: [obm-l] Cj. Cantor
Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas duvidas, fiquei um tanto confuso: A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n eh H_d(A)eh a sua medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume, aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d deste volumes, limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e , depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes. Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo? Se H_d(A) oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh isso mesmo? O Gugu dise que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim, A- A contenha uma bola, certo? Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao), entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em algum lugar, certo? Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes do conjunto basico de Cantor? Obrigado Artur -Mensagem original- De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED] nome de [EMAIL PROTECTED] Enviada em: terça-feira, 4 de julho de 2006 20:00 Para: Nicolau C. Saldanha Cc: obm-l@mat.puc-rio.br Assunto: Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor Oi Nicolau, Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo. Abraços, Gugu Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]: On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N. This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html = = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =
RES: [obm-l] Cj. Cantor
Com relacao a este assunto, eu gostaria que alguem esclarecesse algumas duvidas, fiquei um tanto confuso: A dimensao de Hausdorff eh baseada na medida (ou medida exterior, nao estou certo) de Hausdorff, OK? Se A eh um conjunto de R^n eh H_d(A)eh a sua medida d-dimensional de Hausdorff, entao a dimensao de Hausdorff D(A) eh definida por infimo{d =0 | H_d(A) 0}, certo? A medida de Hausdorff eh uma extensao da medida de Lebesgue, soh que em vez da soma dos volumes (volume, aqui, no sentido geral) dos conjuntos da cobertura, tomam-se as potências d deste volumes, limitando o diametro dos conjuntos da cobertura em r0 e , depois , tomando-se o infimo em r=0 desta somas de potencias d dos volumes. Assim, para d=1 as medidas de Hausdorff e de Lebesgue se confundem, certo? Se H_d(A) oo, entao H_p(A) = 0 para p d e H_p(A) = oo para 0= p d. Eh isso mesmo? O Gugu dise que existe um conjunto de cantor K com dimensao de Hausdorff nula e tal que K - K seja um intervalo. Isto implica que, em R^n, eh possivel que um conjunto A tenha medida de Lebesgue nula e que, ainda assim, A- A contenha uma bola, certo? Tambem eh verdade em R^n que, se A tem medida positiva (compacto ou nao), entao A - A contem uma bola centrada na origem e A + A contem uma bola em algum lugar, certo? Existe o classico conjunto de Cantor, obtido removendo-se sucessivamente tercos de intervalos de [0, 1], o qual eh compacto e tem medida nula, logo interior vazio. Mas falou-se em conjuntos de Cantor, logo existem outros que ateh podem conter intervalos. Como sao construidas estas generalizacoes do conjunto basico de Cantor? Obrigado Artur --- [EMAIL PROTECTED] wrote: Oi Nicolau, Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo. Abraços, Gugu Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]: On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N. This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html = __ Do You Yahoo!? Tired of spam? Yahoo! Mail has the best spam protection around http://mail.yahoo.com = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =
RES: [obm-l] Cj. Cantor
Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Artur -Mensagem original- De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED] nome de Nicolau C. Saldanha Enviada em: segunda-feira, 3 de julho de 2006 16:55 Para: obm-l@mat.puc-rio.br Assunto: Re: [obm-l] Cj. Cantor On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote: Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valor entre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9 pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9], 1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }. Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Logo o problema é falso. O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica: escreva os números na base 3. Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problema é um caso super especial). []s, N. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html = = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =
Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor
On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =
Re: [obm-l] Cj. Cantor
Ah, certo, percebi qual é o meu erro. Valeu!Em 03/07/06, Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED] escreveu: On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote: Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9].oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valorentre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9], 1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }.Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica:escreva os números na base 3.Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problemaé um caso super especial).[]s, N.=Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html= -- [EMAIL PROTECTED]http://paginas.terra.com.br/arte/dudastabel/
Re: RES: [obm-l] Cj. Cantor
Oi Nicolau, Na verdade, estritamente falando, a sua afirmação não é verdadeira: é possível exibir um conjunto de Cantor A na reta com dimensão de Hausdorff 1 tal que A-A tem medida nula. O meu trabalho com o Yoccoz, no qual provamos uma conjectura do Jacob, implica que a maioria (aberto, denso e de medida total)dos conjuntos de Cantor dinamicamente definidos por funções expansoras (pelo menos de classe C^(1+d), com d0; para C^1 é genericamente falso) K com dimensão de Hausdorff maior que 1/2 é tal que K-K tem interior não-vazio. Por outro lado, para Conjuntos de Cantor bem-comportados (por exemplo dinamicamente definidos) K com dimensão de Hausdorff menor que 1/2, K-K tem medida nula. Isso vale sempre que a capacidade limite (que, para conjuntos bem-comportados, coincide com a dimensão de Hausdorff) de K é menor que 1/2. Por outro lado é possível construir um conjunto de Cantor K na reta com domensão de Hausdorff 0 tal que K-K é um intervalo. Abraços, Gugu Quoting Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]: On Tue, Jul 04, 2006 at 11:28:39AM -0300, Artur Costa Steiner wrote: Esta conclusao a respeito do conjunto K de Cantor eh exemplo de uma conclusao interessante. Sabemos que se um conjunto A de R^n tem medida de Lebesgue positiva, entao A - A contem uma bola centrada na origem. Mas a reciproca na eh vedadeira. K tem medida nula e, mesmo assim, K - K = [-1, 1], que eh uma bola em R centrada na origem. Novamente, o Gugu é a autoridade no assunto, mas existe um número a, 0 a 1, tal que se a dimensão de Hausdorff de um subconjunto compacto A de R é maior do que a então A-A contem uma bola centrada na origem. Infelizmente eu não sei qual é o menor valor de a para o qual vale este resultado, nem sei se o nosso exemplo segue deste resultado geral. Se A tem medida positiva sua dimensão de Hausdorff é 1; a dimensão de Hausdorff de K (o conjunto de Cantor usual) é log 2/log 3 ~= 0.63. []s, N. This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =
[obm-l] Cj. Cantor
Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Logo o problema é falso.Concordam?Duda -- [EMAIL PROTECTED]http://paginas.terra.com.br/arte/dudastabel/
Re: [obm-l] Cj. Cantor
On Mon, Jul 03, 2006 at 02:47:32PM -0300, Eduardo Casagrande Stabel wrote: Tem um probl. do Elon que é mostrar que { |x-y| , x e y em K }, onde K é o cj. de Cantor, é [0,1]. Pensei sobre o probl. e cheguei a conclusão que ele é falso. Pois K é contido em K_2 = [0,1/9] U [2/9,1/3] U [2/3,7/9] U [8/9,1]. E é fácil (realmente é) constatar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. oe x em [2/3,7/9] e y em [2/9,1/3]: x-y pode assumir qualquer valor entre 2/3-1/3=1/3 e 7/9-2/9=5/9. Assim os números entre 4/6 e 5/9 pertencem a { |x-y| , x e y em K_2 }. Por exemplo, 3/4 em [2/3,7/9], 1/4 em [2/9,1/3] donde 1/2 = 3/4 - 1/4 em { |x-y| , x e y em K_2 }. Na verdade é fácil verificar que { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1]. Como K é contido em K_2, { |x-y| , x e y em K } é contido em { |x-y| , x e y em K_2 } = [0,1] \ [4/9,5/9]. Logo o problema é falso. O problema está correto. Não vou mandar a solução mas mando uma dica: escreva os números na base 3. Aliás, o Gugu, colaborador desta lista, é especialista mundial em diferenças aritméticas de conjuntos de Cantor (este problema é um caso super especial). []s, N. = Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html =