Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é Ontologicamente Neutra.
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é Ontologicamente Neutra.
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-18 Por tôpico Rogerio Fajardo

Realmente, parece que eu gerei mais polêmica do que esperava. Vou indicar um 
site que explica muito bem o Axioma da Escolha - seu enuniado, aplicações e 
discussões filosóficas a respeito de seu uso. O site é: 
http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html


From: Jose Francisco Guimaraes Costa [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: obm-l [EMAIL PROTECTED]
Subject: [obm-l] Axioma da Escolha
Date: Tue, 17 Sep 2002 15:18:29 -0300

Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma
da
Escolha.

Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?

JF

-Mensagem Original-
De: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
Para: [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: Terça-feira, 17 de Setembro de 2002 13:30
Assunto: RE: [obm-l] Axioma da Escolha


  A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha 
é
(...)


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RE: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico Rogerio Fajardo

A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha é 
conseguir uma propriedade que escolhe um elemento de cada conjunto. Por 
exemplo, os racionais são enumeráveis. Em particular, podem ser bem 
ordenados. De fato, podemos escrever essa boa ordem (a lexicográfica, por 
exemplo). Para escolhermos elementos de infinitos conjuntos de racionais, 
basta pegarmos o menor elemento de cada conjunto. Esse tipo de demonstração 
é construtiva, no sentido de que essa escolha não foi feita ao acaso, mas 
obedecendo uma regra explícita.

É claro, como voce ressaltou, o construtivismo não aceita princípios e 
teoremas tidos como fundamentais na matemática. A fim de eliminar algumas 
coisas estranhas da matemática, criou outras mais estranhas ainda. Trata-se 
apenas de uma forma de matemática que não é a mais usual, mas em algum 
momento pode até ser útil. Hoje há quase um consenso em aceitar o axioma da 
escolha. Mas, para alguns, um teorema que não depende do axioma da escolha 
pode ter um status maior do que os outros. Existem muitos trabalhos 
relacionados a independência em Teoria dos Conjuntos que mostram o que seria 
possível sem o axioma da escolha.


From: Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: RE: [obm-l] Axioma da Escolha
Date: Fri, 13 Sep 2002 23:45:41 -0700

  Apenas lembrando, porque costuma-se realçar quando se usa o axioma da
  escolha, há uma corrente filosófica de matemáticos que não aceitam o
  axioma
  da escolha: os construtivistas (ou, mais geralmente, os
intuicionistas). O
  axioma da escolha nos garante a existência de objetos que não podemos
  determinar quem, exatamente, ele é. Esse tipo de coisa os
construtivistas
  não aceitam, pois de que serve saber que existe alguma coisa que nunca
  saberemos quem é, ou onde está? O teorema de Weierstrass, que diz que
toda
  função real contínua sobre um intervalo fechado assume máximo, não é
  aceita
  pelos construtivistas, pois não podemos exibir esse ponto de máximo.
[Artur Costa Steiner]

Ms este teorema é um dos mais importantes da matemática
  Por
  outro lado não podemos dizer que não existe ponto de máximo, pois isso
  seria
  garantir que todos os pontos não são de máximo, o que não devemos
  assegurar.
  Por isso na lógica intuicionista A ou não A pode ser falso, e A não
é
  equivalente a não não A.
[Artur Costa Steiner]

Acho que é também importante lembrar que muitas provas na matemática
basiam-se em infinitas escolhas. Por exemplo, várias das provas dos
teoremas ligados à  compaticidade de espaços métricos enquadram-se nesta
categoria, como o que afirma que S é compacto === S é sequencialmente
compacto. Parece-me que estas provam usam o axioma da escolha. E ninguém
as questiona.

 ,
 Todas essas complicações geradas pelo construtivismo fizeram que
esse
  caísse um pouco no esquecimento. Hoje parece que há poucos matemáticos
  construtivistas. Mas devemos nos lembrar que o argumento central que
gerou
  o
  construtivismo faz sentido. Realmente, podemos pensar o que fazemos
com
  coisas obtidas não construtivamente. Enfim, há sempre uma fagulha de
  construtivista em nós. É certo que os mais radicais não admitem nem
prova
  por absurdo, mas o axioma da escolha já seria o maior crime que se
poderia
  cometer contra o construtivismo. Por isso, nas demonstrações, é sempre
bom
  ressaltar o que é construtivo e o que não é. Por exemplo, o Paradoxo
de
  Banach-Tarski, sobre a duplicação da esfera, citada pelo Paulo, é
  não-construtiva.
  Sobre o problema da violência, resta um consolo: se o conjunto dos
  bandidos, dado pelo problema, já estiver bem ordenado (por exemplo, se
é
  enumerável), não precisamos do axioma da escolha, e não cometeremos
uma
  violência contra os intuicionistas. O difícil vai ser achar bandidos
bem
  ordenados...
 
[Artur Costa Steiner]
Quando podemos fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha?
Sempre que tivermos conjuntos bem ordenados? Por exemplo, se fizermos
infinitas escolhas em infinitos subconjuntos dos racionais, então não
precisamos do axioma?

Artur
 

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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner



 Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o 
Axioma
 da
 Escolha.
 
 Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?
 
 JF

O enunciado mais usual é o seguinte:

Dada uma coleção qualquer de conjuntos disjuntos {A_a} (finita ou 
infinita, numerável ou não), é possível formar um conjunto S tal que 
cada elemento de S pertença a um dos conjuntos A_a. Isto é, é possível 
formar S escolhendo-se um elemento de cada um dos conjuntos A_a, daí o 
nome Axioma da Escolha.

Alguns autores definem o axioma sem  requerer que a coleção {A_a} seja 
disjunta.
Artur
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