Re: [PSL-Brasil] Fwd: Hermeto e a música livre

2009-04-14 Por tôpico Matías Lennie
Fragmentos de la noticia de Hermeto, traducida al español. Espero que si hay
algún error en la información me lo hagan llegar, por favor.
Saludo grande desde Argentina,
http://www.redpanal.org/2009/04/14/hermeto-pascoal-libera-su-musica/

2009/4/7 Filipe Saraiva filip.sara...@gmail.com

 Eu escrevi também algo no meu blog. Muito bom, e o Hermeto é um músico
 admirável, relamente! O som que ele tira DE QUALQUER COISA é fenomenal!!!

 Um verdadeiro artista contemporâneo, como poucos. Sem forçar a barra, como
 alguns fazem por aí...

 Vale a pena também ver a declaração de licenciamento:

 http://www.hermetopascoal.com.br/img/att/licenciamento_declaracao.jpg

 Abraços,

 2009/4/7 Fabianne Balvedi balv...@gmail.com


 -- Forwarded message --
 From: Adriano Belisário
 To: submidialo...@lists.riseup.net


 Hermeto Pascoal tem 72 anos e não passa mais de 24 horas sem rabiscar
 novas combinações de notas musicais e símbolos de percussão em pilhas de
 partituras. A única diferença para os tempos de criança é o papel. Na
 Alagoas dos anos 30, o pequeno Hermeto já compunha todo dia, em rios,
 árvores, na companhia dos passarinhos. Curiosamente, porém, o “Beethoven do
 século 20” (como o define o acordeonista Sivuca) nunca volta para rever as
 tais notas escritas. “Minhas músicas são pétalas soltas, estão voando por
 aí.”

 E, assim, Hermeto deixou suas pétalas ao vento. Desde novembro, abriu mão
 das licenças pela internet e liberou para uso de qualquer músico todas as
 composições registradas em seu nome. Nesta semana, promete disponibilizar
 parte da imensa e riquíssima discografia (são 34 álbuns) para download
 gratuito, num processo que chegará em alguns meses à totalidade da produção
 formal.

 Internet é um assunto até certo ponto desconhecido para Hermeto. Foi a
 parceira musical, espiritual e amorosa Aline Morena a fonte de influência
 digital do compositor. Quando começaram a namorar, em 2002, ela não se
 conformava que um artista do porte de Hermeto (referência internacional,
 inovador, vanguardista) não tivesse sequer um site próprio. Na lista de
 “desleixos” estava também a desorganização dos registros de músicas (que fez
 com que ele nunca ganhasse dinheiro com vendas de discos e CDs – só com
 shows).

 Aline resolveu o problema da comunicação e criou quatro sites, um para
 cada tipo de apresentação de Hermeto (com a Big Band, o Grupo, orquestras
 sinfônicas e para o duo com ela) e plantou na cabeça genial do compositor
 algumas sementes de cultura livre. Seria difícil o conceito não germinar. Em
 1973, o visionário alagoano já batizava um álbum de A Música Livre de
 Hermeto Pascoal.

 A ideia de liberdade já estava desde então algo relacionada com a
 disseminação, a distribuição, a pulverização das composições. Um jargão
 famoso de Hermeto é a frase “tudo é música”. Se qualquer um faz música com
 qualquer coisa (objetos, plantas, voz, etc.) – e portanto as músicas dele
 são livres por natureza –, temos uma espécie de música de “código aberto”,
 colaborativa, termos comuns para leitores do noticiário de tecnologia e que
 desapareceram da música comercial antes do MP3.

 Isso tanto é transformador que a música livre evoluiu para o que hoje a
 dupla Hermeto Pascoal e Aline Morena chama de “música universal”. Nada a ver
 com a “world music” disseminada por aí, e que significa apenas a forma de as
 culturas dominantes globais aceitarem regionalismos como o brasileiro e o
 indiano, por exemplo. Música universal não é isso. É o que há de universal,
 primordial, anterior e essencial na música.

 Hermeto e Aline não usam idiomas conhecidos para compor canções sob o
 estigma universal. É uma letra formada por palavras inventadas sob uma
 lógica própria, não necessariamente com significados. É a busca da dupla
 pela sonoridade, por fonemas que provocam sensações – cuja liberdade também
 inclui a de interpretação. Assim, a composição da música universal só
 termina no momento em que ressoa nos tímpanos.

 Essa abordagem “alinguística” também faz parte das pesquisas mais
 avançadas hoje em artes cênicas. O diretor inglês Peter Brook chegou a algo
 parecido à música universal de Hermeto com o teatro rústico, nos anos 1970.
 Brook e os atores de diversas nacionalidades do Centre International de
 Recherche Théâ-trale (Cirt) parisiense passaram três meses de 1974 em tribos
 africanas para entender o que havia no teatro que se comunicava com qualquer
 cultura (gestos, sons, expressões, ritmos). A pesquisa fez avançar as
 descobertas contemporâneas de linguagem – equivalente ao que o brasileiro
 Hermeto fez na música.

 A última criação organizada do compositor foi Chimarrão com Rapadura, CD e
 DVD de 2006 em dupla com Aline Morena. Imagine a dificuldade de selecionar
 19 canções e melodias entre as centenas criadas diariamente. Nesse álbum,
 Hermeto toca cavaco, pandeiro, surdo, escaleta, piano com fita crepe, caixa,
 zabumba, triângulo, baixo, flauta doce, viola caipira, fole, flauta-baixo,
 percussão 

Re: [PSL-Brasil] Fwd: Hermeto e a música livre

2009-04-07 Por tôpico Filipe Saraiva
Eu escrevi também algo no meu blog. Muito bom, e o Hermeto é um músico
admirável, relamente! O som que ele tira DE QUALQUER COISA é fenomenal!!!

Um verdadeiro artista contemporâneo, como poucos. Sem forçar a barra, como
alguns fazem por aí...

Vale a pena também ver a declaração de licenciamento:

http://www.hermetopascoal.com.br/img/att/licenciamento_declaracao.jpg

Abraços,

2009/4/7 Fabianne Balvedi balv...@gmail.com


 -- Forwarded message --
 From: Adriano Belisário
 To: submidialo...@lists.riseup.net


 Hermeto Pascoal tem 72 anos e não passa mais de 24 horas sem rabiscar novas
 combinações de notas musicais e símbolos de percussão em pilhas de
 partituras. A única diferença para os tempos de criança é o papel. Na
 Alagoas dos anos 30, o pequeno Hermeto já compunha todo dia, em rios,
 árvores, na companhia dos passarinhos. Curiosamente, porém, o “Beethoven do
 século 20” (como o define o acordeonista Sivuca) nunca volta para rever as
 tais notas escritas. “Minhas músicas são pétalas soltas, estão voando por
 aí.”

 E, assim, Hermeto deixou suas pétalas ao vento. Desde novembro, abriu mão
 das licenças pela internet e liberou para uso de qualquer músico todas as
 composições registradas em seu nome. Nesta semana, promete disponibilizar
 parte da imensa e riquíssima discografia (são 34 álbuns) para download
 gratuito, num processo que chegará em alguns meses à totalidade da produção
 formal.

 Internet é um assunto até certo ponto desconhecido para Hermeto. Foi a
 parceira musical, espiritual e amorosa Aline Morena a fonte de influência
 digital do compositor. Quando começaram a namorar, em 2002, ela não se
 conformava que um artista do porte de Hermeto (referência internacional,
 inovador, vanguardista) não tivesse sequer um site próprio. Na lista de
 “desleixos” estava também a desorganização dos registros de músicas (que fez
 com que ele nunca ganhasse dinheiro com vendas de discos e CDs – só com
 shows).

 Aline resolveu o problema da comunicação e criou quatro sites, um para cada
 tipo de apresentação de Hermeto (com a Big Band, o Grupo, orquestras
 sinfônicas e para o duo com ela) e plantou na cabeça genial do compositor
 algumas sementes de cultura livre. Seria difícil o conceito não germinar. Em
 1973, o visionário alagoano já batizava um álbum de A Música Livre de
 Hermeto Pascoal.

 A ideia de liberdade já estava desde então algo relacionada com a
 disseminação, a distribuição, a pulverização das composições. Um jargão
 famoso de Hermeto é a frase “tudo é música”. Se qualquer um faz música com
 qualquer coisa (objetos, plantas, voz, etc.) – e portanto as músicas dele
 são livres por natureza –, temos uma espécie de música de “código aberto”,
 colaborativa, termos comuns para leitores do noticiário de tecnologia e que
 desapareceram da música comercial antes do MP3.

 Isso tanto é transformador que a música livre evoluiu para o que hoje a
 dupla Hermeto Pascoal e Aline Morena chama de “música universal”. Nada a ver
 com a “world music” disseminada por aí, e que significa apenas a forma de as
 culturas dominantes globais aceitarem regionalismos como o brasileiro e o
 indiano, por exemplo. Música universal não é isso. É o que há de universal,
 primordial, anterior e essencial na música.

 Hermeto e Aline não usam idiomas conhecidos para compor canções sob o
 estigma universal. É uma letra formada por palavras inventadas sob uma
 lógica própria, não necessariamente com significados. É a busca da dupla
 pela sonoridade, por fonemas que provocam sensações – cuja liberdade também
 inclui a de interpretação. Assim, a composição da música universal só
 termina no momento em que ressoa nos tímpanos.

 Essa abordagem “alinguística” também faz parte das pesquisas mais avançadas
 hoje em artes cênicas. O diretor inglês Peter Brook chegou a algo parecido à
 música universal de Hermeto com o teatro rústico, nos anos 1970. Brook e os
 atores de diversas nacionalidades do Centre International de Recherche
 Théâ-trale (Cirt) parisiense passaram três meses de 1974 em tribos africanas
 para entender o que havia no teatro que se comunicava com qualquer cultura
 (gestos, sons, expressões, ritmos). A pesquisa fez avançar as descobertas
 contemporâneas de linguagem – equivalente ao que o brasileiro Hermeto fez na
 música.

 A última criação organizada do compositor foi Chimarrão com Rapadura, CD e
 DVD de 2006 em dupla com Aline Morena. Imagine a dificuldade de selecionar
 19 canções e melodias entre as centenas criadas diariamente. Nesse álbum,
 Hermeto toca cavaco, pandeiro, surdo, escaleta, piano com fita crepe, caixa,
 zabumba, triângulo, baixo, flauta doce, viola caipira, fole, flauta-baixo,
 percussão com teclas, flugelhorn, iefone, brinquedos, balde, garfo, faca,
 trumpetinho, chavozeleira, piano, porta, copos de plástico e mangueira. O
 detalhe é que nem tudo é instrumento.

 Apesar da variedade de artefatos sonoros, Hermeto Pascoal não se encantou
 ainda pelos sons fabricados. Não há quase