Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico Sergio Durigan Junior
On Wednesday, November 05 2014, anah...@anahuac.eu wrote:

 ”Mas eu já o encorajei a usar o Twitter, para que ele tivesse uma
 plataforma onde pudesse falar”, continuou Greenwald.

O Twitter, aquela mesma ferramenta que faz censura de posts?

https://en.wikipedia.org/wiki/Censorship_of_Twitter

Eu ainda não entendo como as pessoas (e a FSF!) acham que tudo bem usar
o Twitter...

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Sergio
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Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico anahuac

Só para deixar claro: eu não acho que esteja tudo bem em usar Twitter.
Eu acho que não deveríamos usá-lo.

Ainda assim eu uso. É o meu percentual de incoerência :-)




- Mensagem original -
 De: Sergio Durigan Junior sergi...@sergiodj.net
 Para: psl-brasil@listas.softwarelivre.org
 Enviadas: Quinta-feira, 6 de novembro de 2014 13:32:29
 Assunto: Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald
 
 On Wednesday, November 05 2014, anah...@anahuac.eu wrote:
 
  ”Mas eu já o encorajei a usar o Twitter, para que ele tivesse uma
  plataforma onde pudesse falar”, continuou Greenwald.
 
 O Twitter, aquela mesma ferramenta que faz censura de posts?
 
 https://en.wikipedia.org/wiki/Censorship_of_Twitter
 
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Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico Sergio Durigan Junior
On Thursday, November 06 2014, anah...@anahuac.eu wrote:

 Só para deixar claro: eu não acho que esteja tudo bem em usar Twitter.
 Eu acho que não deveríamos usá-lo.

Pode crer, nós já havíamos conversado sobre isso no FISL e eu sei seu
posicionamento :-).  Mesmo assim, obrigado por responder!

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Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico Alexandre Oliva
On Nov  6, 2014, Sergio Durigan Junior sergi...@sergiodj.net wrote:

 On Wednesday, November 05 2014, anah...@anahuac.eu wrote:
 ”Mas eu já o encorajei a usar o Twitter, para que ele tivesse uma
 plataforma onde pudesse falar”, continuou Greenwald.

 O Twitter, aquela mesma ferramenta que faz censura de posts?

Não é à toa que The Intercept, do mesmo Greenwald, *também* publica no
Twister, a rede de µblog P2P construída com tecnologia bittorrent e
bitcoin.  Essa é incensurável.

 Eu ainda não entendo como as pessoas (e a FSF!) acham que tudo bem usar
 o Twitter...

Não sei se a FSF acha que “tudo bem”, mas certamente seu uso não
contraria a bastante bem delimitada missão da FSF, que tem a ver com
usuários terem controle sobre suas *próprias* computações, com Software
ser Livre ou não.  Embora isso toque em questões de censura e
intimidade, nem tudo que envolva censura ou intimidade automaticamente
tem a ver com a missão da FSF.

É discutível se ela deveria expandir seu escopo, se é que ela poderia
fazer isso (por exemplo, se essa modificação seria legalmente permitida
por lei, se os contratos de atribuição de copyright relativo ao projeto
GNU permitiriam essa expansão, se as doações que recebeu ao longo dos
anos poderiam ser redirecionadas para outras questões mais amplas) e se
seria útil fazer isso (por exemplo, se atuais apoiadores continuariam
apoiando ou não, se outros que não são passariam a ser).

Há argumentos para manter o escopo mais focado, concentrando esforço
numa questão específica.  Há outros para abrir o leque apesar da
possibilidade de dispersar esforços.  No fim das contas, a FSF é quem
decide (ou decidiu, se não puder mudar) a questão em que vai trabalhar.

Nós, como pessoas, diferente de uma fundação, não temos obrigação legal
de escolhermos uma missão e nos atermos a ela.  Podemos escolher várias
questões, podemos ter questões mais amplas.  Poderíamos ficar
pessoalmente incomodados por não apoiar causas progressistas como a
vegana, a ambiental, a da desigualdade econômica, a da mão de obra
escrava, da fome, da miséria, e por aí vai.  Podemos lutar em cada uma
delas, ainda que correndo o risco de não ser eficazes em nenhuma ao
tentar abraçar mais do que conseguimos.  Também podemos escolher uma
causa ou outra para lutar, e lamentar não conseguir lutar por outras
ainda que as apoie.  No fim das contas, também cabe a cada um de nós
decidir.

E certo que a questão dos serviços web tem uma proximidade à questão do
Software Livre muito maior que, por exemplo, o veganismo, ou mesmo o
vegetarianismo, a ponto de a FSF tomar posição em casos que têm efeitos
iguais aos do software privativo, especificamente quando afetam
computações do próprio usuário, mesmo que desempenhadas através de
serviços, os chamados SaaSS (serviço como substituto de software).

Ao mesmo tempo, questões que não são computações próprias, mas
computações colaborativas, tais como serviços de intermediação de
comunicação, sejam email, microblog, ou repositórios colaborativos e
públicos de software, parecem não encontrar equivalência no escopo de
atuação da FSF.  Então, é razoável, embora desapontador, a FSF não tomar
posição, mesmo que outras questões que acabaram nos levando ao interesse
e ao ativismo pelo Software Livre estejam presentes e tornem nossa
posição quanto a esses serviços óbvia.

Nessa hora, é preciso que nós compreendamos que a FSF está operando
dentro do que ela escolheu operar quando de sua fundação, e que haveria
sérios riscos em tentar mudar esse escopo.  Essa não é, ou pelo menos
não parece ser, uma questão de Software Livre, de acordo com o que foi
delineado lá atrás.

Não me parece que seja o caso de atacar a FSF por não ter uma bola de
cristal funcional, ou por cumprir compromissos implicitamente assumidos
anteriormente ao aceitar doações a ela oferecidas para levar adiante
aquela missão e nenhuma outra.

Parece-me, sim, que seja o caso de nós, ativistas preocupados com
questões mais amplas, que nos levaram ao ativismo pelo Software Livre,
ou mesmo que conhecemos e apoiamos em decorrência de nosso envolvimento
com o Software Livre, aceitarmos que não podemos presumir apoio da FSF
nas questões mais amplas quando elas não se enquadrem no escopo de
atuação da FSF, e levemos adiante essa bandeira mais ampla, com ou sem
organizações juridicamente estabelecidas para esse fim; aceitar que
vamos encontrar, dentro do movimento Software Livre, pessoas que não
concordam com essas posições, mas que apoiam a FSF e o movimento
Software Livre justamente porque tem um escopo mais delimitado com o
qual elas concordam.

-- 
Alexandre Oliva, freedom fighterhttp://FSFLA.org/~lxoliva/
You must be the change you wish to see in the world. -- Gandhi
Be Free! -- http://FSFLA.org/   FSF Latin America board member
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Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico Pedro A D Rezende
Oliva, Simplesmente brilhante!

Obrigado por compartilhar essas suas reflexões.

On 06-11-2014 21:04, Alexandre Oliva wrote:
 On Nov  6, 2014, Sergio Durigan Junior sergi...@sergiodj.net wrote:

 On Wednesday, November 05 2014, anah...@anahuac.eu wrote:
 ”Mas eu já o encorajei a usar o Twitter, para que ele tivesse uma
 plataforma onde pudesse falar”, continuou Greenwald.
 O Twitter, aquela mesma ferramenta que faz censura de posts?
 Não é à toa que The Intercept, do mesmo Greenwald, *também* publica no
 Twister, a rede de µblog P2P construída com tecnologia bittorrent e
 bitcoin.  Essa é incensurável.

 Eu ainda não entendo como as pessoas (e a FSF!) acham que tudo bem usar
 o Twitter...
 Não sei se a FSF acha que “tudo bem”, mas certamente seu uso não
 contraria a bastante bem delimitada missão da FSF, que tem a ver com
 usuários terem controle sobre suas *próprias* computações, com Software
 ser Livre ou não.  Embora isso toque em questões de censura e
 intimidade, nem tudo que envolva censura ou intimidade automaticamente
 tem a ver com a missão da FSF.

 É discutível se ela deveria expandir seu escopo, se é que ela poderia
 fazer isso (por exemplo, se essa modificação seria legalmente permitida
 por lei, se os contratos de atribuição de copyright relativo ao projeto
 GNU permitiriam essa expansão, se as doações que recebeu ao longo dos
 anos poderiam ser redirecionadas para outras questões mais amplas) e se
 seria útil fazer isso (por exemplo, se atuais apoiadores continuariam
 apoiando ou não, se outros que não são passariam a ser).

 Há argumentos para manter o escopo mais focado, concentrando esforço
 numa questão específica.  Há outros para abrir o leque apesar da
 possibilidade de dispersar esforços.  No fim das contas, a FSF é quem
 decide (ou decidiu, se não puder mudar) a questão em que vai trabalhar.

 Nós, como pessoas, diferente de uma fundação, não temos obrigação legal
 de escolhermos uma missão e nos atermos a ela.  Podemos escolher várias
 questões, podemos ter questões mais amplas.  Poderíamos ficar
 pessoalmente incomodados por não apoiar causas progressistas como a
 vegana, a ambiental, a da desigualdade econômica, a da mão de obra
 escrava, da fome, da miséria, e por aí vai.  Podemos lutar em cada uma
 delas, ainda que correndo o risco de não ser eficazes em nenhuma ao
 tentar abraçar mais do que conseguimos.  Também podemos escolher uma
 causa ou outra para lutar, e lamentar não conseguir lutar por outras
 ainda que as apoie.  No fim das contas, também cabe a cada um de nós
 decidir.

 E certo que a questão dos serviços web tem uma proximidade à questão do
 Software Livre muito maior que, por exemplo, o veganismo, ou mesmo o
 vegetarianismo, a ponto de a FSF tomar posição em casos que têm efeitos
 iguais aos do software privativo, especificamente quando afetam
 computações do próprio usuário, mesmo que desempenhadas através de
 serviços, os chamados SaaSS (serviço como substituto de software).

 Ao mesmo tempo, questões que não são computações próprias, mas
 computações colaborativas, tais como serviços de intermediação de
 comunicação, sejam email, microblog, ou repositórios colaborativos e
 públicos de software, parecem não encontrar equivalência no escopo de
 atuação da FSF.  Então, é razoável, embora desapontador, a FSF não tomar
 posição, mesmo que outras questões que acabaram nos levando ao interesse
 e ao ativismo pelo Software Livre estejam presentes e tornem nossa
 posição quanto a esses serviços óbvia.

 Nessa hora, é preciso que nós compreendamos que a FSF está operando
 dentro do que ela escolheu operar quando de sua fundação, e que haveria
 sérios riscos em tentar mudar esse escopo.  Essa não é, ou pelo menos
 não parece ser, uma questão de Software Livre, de acordo com o que foi
 delineado lá atrás.

 Não me parece que seja o caso de atacar a FSF por não ter uma bola de
 cristal funcional, ou por cumprir compromissos implicitamente assumidos
 anteriormente ao aceitar doações a ela oferecidas para levar adiante
 aquela missão e nenhuma outra.

 Parece-me, sim, que seja o caso de nós, ativistas preocupados com
 questões mais amplas, que nos levaram ao ativismo pelo Software Livre,
 ou mesmo que conhecemos e apoiamos em decorrência de nosso envolvimento
 com o Software Livre, aceitarmos que não podemos presumir apoio da FSF
 nas questões mais amplas quando elas não se enquadrem no escopo de
 atuação da FSF, e levemos adiante essa bandeira mais ampla, com ou sem
 organizações juridicamente estabelecidas para esse fim; aceitar que
 vamos encontrar, dentro do movimento Software Livre, pessoas que não
 concordam com essas posições, mas que apoiam a FSF e o movimento
 Software Livre justamente porque tem um escopo mais delimitado com o
 qual elas concordam.



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prof. Pedro Antonio Dourado de Rezende /\
Computacao - Universidade de Brasilia /__\
tcp: Libertatis quid superest digitis serva

Re: [PSL-Brasil] Ninguém deveria usar Facebook, diz Glenn Greenwald

2014-11-06 Por tôpico Sergio Durigan Junior
On Thursday, November 06 2014, Alexandre Oliva wrote:

 Eu ainda não entendo como as pessoas (e a FSF!) acham que tudo bem usar
 o Twitter...

 Não sei se a FSF acha que “tudo bem”, mas certamente seu uso não
 contraria a bastante bem delimitada missão da FSF, que tem a ver com
 usuários terem controle sobre suas *próprias* computações, com Software
 ser Livre ou não.  Embora isso toque em questões de censura e
 intimidade, nem tudo que envolva censura ou intimidade automaticamente
 tem a ver com a missão da FSF.

Obrigado pela (longa!) resposta e pelas reflexões.  O mais legal foi que
boa parte do seu e-mail contém uma explicação que eu concordo
inteiramente (a FSF tem um escopo definido), então eu nem precisaria
responder a essas partes.  Decidi só confirmar que estamos na mesma
página por desencargo de consciência.  A parte em que eu (re)coloco
meus pontos está mais no final do e-mail.

 É discutível se ela deveria expandir seu escopo, se é que ela poderia
 fazer isso (por exemplo, se essa modificação seria legalmente permitida
 por lei, se os contratos de atribuição de copyright relativo ao projeto
 GNU permitiriam essa expansão, se as doações que recebeu ao longo dos
 anos poderiam ser redirecionadas para outras questões mais amplas) e se
 seria útil fazer isso (por exemplo, se atuais apoiadores continuariam
 apoiando ou não, se outros que não são passariam a ser).

Não tenho o que tirar nem pôr :-).  Você sabe que apóio a FSF e seus
ideais, e, apesar de ter um sonho íntimo (ops, talvez eu não deva
expô-lo aqui?) de ver a fundação expandir seu escopo, esse não é e,
quero crer, nunca foi o ponto que defendi nessas mensagens sobre o
Twitter.

Conforme você mesmo falou ali embaixo...

 Há argumentos para manter o escopo mais focado, concentrando esforço
 numa questão específica.  Há outros para abrir o leque apesar da
 possibilidade de dispersar esforços.  No fim das contas, a FSF é quem
 decide (ou decidiu, se não puder mudar) a questão em que vai trabalhar.

... e assino embaixo.

 E certo que a questão dos serviços web tem uma proximidade à questão do
 Software Livre muito maior que, por exemplo, o veganismo, ou mesmo o
 vegetarianismo, a ponto de a FSF tomar posição em casos que têm efeitos
 iguais aos do software privativo, especificamente quando afetam
 computações do próprio usuário, mesmo que desempenhadas através de
 serviços, os chamados SaaSS (serviço como substituto de software).

Obrigado por fazer essa observação (de que a questão dos serviços web é
muito mais próxima do que as outras que você havia mencionado).  Seria
muito fácil desviar a discussão aqui, e aí a argumentação ficaria
impossível!  :-)

 Ao mesmo tempo, questões que não são computações próprias, mas
 computações colaborativas, tais como serviços de intermediação de
 comunicação, sejam email, microblog, ou repositórios colaborativos e
 públicos de software, parecem não encontrar equivalência no escopo de
 atuação da FSF.  Então, é razoável, embora desapontador, a FSF não tomar
 posição, mesmo que outras questões que acabaram nos levando ao interesse
 e ao ativismo pelo Software Livre estejam presentes e tornem nossa
 posição quanto a esses serviços óbvia.

É aqui que eu começo a ter um outro posicionamento, por assim dizer.
Concordo, como disse acima, que a FSF não precisa se concentrar em
questões que ela não considera fundamentais.  Mas o meu ponto, desde o
começo, é que o fato de a Free Software Foundation --- uma fundação que
tem como missão lutar pela liberdade de usuários de software ---
utilizar o Twitter pode ser (e arrisco a dizer que muitas vezes é)
entendido como um apoio a essa plataforma e ao que ela representa (a
saber: utilização de software proprietário em diversas camadas de
implementação, sem mencionar outros problemas correlatos mas não
diretamente ligados ao assunto Software Livre).

Não mais espero da FSF um posicionamento a respeito de assuntos que, em
meu julgamento, são inseparáveis da questão Software Livre, como por
exemplo o respeito à privacidade na rede (se bem que o guia E-mail
Self-Defense toca bastante nesse ponto), Free Culture, hardware, e
alguns outros tópicos.  Já se foi o tempo em que eu achava que a
fundação iria (ou teria que) se posicionar em todas as áreas.

 Parece-me, sim, que seja o caso de nós, ativistas preocupados com
 questões mais amplas, que nos levaram ao ativismo pelo Software Livre,
 ou mesmo que conhecemos e apoiamos em decorrência de nosso envolvimento
 com o Software Livre, aceitarmos que não podemos presumir apoio da FSF
 nas questões mais amplas quando elas não se enquadrem no escopo de
 atuação da FSF, e levemos adiante essa bandeira mais ampla, com ou sem
 organizações juridicamente estabelecidas para esse fim; aceitar que
 vamos encontrar, dentro do movimento Software Livre, pessoas que não
 concordam com essas posições, mas que apoiam a FSF e o movimento
 Software Livre justamente porque tem um escopo mais delimitado com o
 qual elas concordam.

Entendo e respeito