Re: [PSL-Brasil] Re: [PSL-DF] ODF só será recomendado para ser adotado como formato de documento do governo

2006-07-27 Por tôpico Ufa

Outra:
http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3884sid=1
Comitê quer normatizar o uso do software livre e adotar padrão ODF nos
documentos oficiais

Luiz Queiroz

A política de uso do software livre chegou a um impasse dentro do
governo. Depois de ser tratada como um dogma religioso, sem levar em
conta aspectos técnicos inerentes à migração da plataforma
proprietária para a de código aberto, agora os defensores do software
livre compreenderam que todo o trabalho que fizeram estará
comprometido, no futuro, caso até lá não definam algumas normas e
padrões que assegurem a interoperabilidade e a própria
sustentabilidade dessa política.

Ainda existe no campo técnico um problema crucial a ser definido, que
diz respeito ao formato oficial de documento que o governo federal
utilizará em ambiente aberto. Já no campo político, falta uma norma
que reforce a decisão do governo de usar software livre, que obrigue o
uso dos sistemas de código aberto e que defina prazos para ser
implementada por aqueles que continuam fingindo que ela não existe.

Estes serão os próximos passos a serem dados pelo Comitê Técnico de
Implementação do Software Livre (CISL), que nesta terça-feira, 25/07,
se reuniu durante todo o dia, no Centro Cultural do Banco do Brasil,
para fazer um balanço e uma análise crítica da situação.

Uma lista de recomendações foram tiradas nesta reunião. Ela será
encaminhada à chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e ao secretário de
Logística e TI do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
Rogério Santanna, respectivamente, coordenador e secretário-executivo
do Comitê Gestor do Governo Eletrônico.

Dentre as recomendações, destaca-se a decisão do Comitê de adotar o
Open Document Format (ODF) como o padrão oficial de documento do
governo federal. Ele deverá ser adotado na versão 2.0 do e-PING que,
na segunda quinzena de agosto, estará sendo colocada em consulta
pública.

Não se trata de uma mera escolha de formato de documento. Este é o
cerne da questão que, segundo os adeptos, impede o avanço do software
livre no governo federal, sem contar que a escolha do formato de
documento favorece um discurso contrário à plataforma livre e ainda
deixa o governo refém dos sistemas proprietários.

Durante a reunião, o professor da Universidade de Brasília, Pedro
Rezende, resumiu o problema enfrentado pelos defensores do software
livre. Segundo o professor, eles precisam, não apenas escolher um
formato de documento gerado em plataforma aberta, mas usar, também, o
seu poder de pressão junto aos fornecedores de banco de dados, para
que estes absorvam esse modelo: Não adianta nada a licença do
software pretender ser livre, se ele precisa de licenciamento de
padrão proprietário para arquivo explicou.

Na prática

Um caso típico desse problema ocorre no Serpro. Embora a estatal tenha
adotado em seus sistemas os programas de código aberto, seus clientes,
leia-se Receita Federal, por exemplo, não migraram para a plataforma
livre. Isso obriga a estatal a ter de manter licenças de uso de
softwares da Microsoft, para que haja a conversão de arquivos de
interesse do cliente.

Além disso, todo o conteúdo gerado pelo Serpro em padrões abertos de
documentos, acaba tendo de ser convertido no armazenamento dos dados.
Isso porque, os fornecedores de bancos de dados não adotam formatos de
documentos gerados por programas de código aberto.

Ricardo Bimbo, da Cobra Tecnologia, ao coordenar a reunião, lembrou
que, atualmente, quando alguém no governo redige um texto oficial pelo
Word, da Microsoft, não sabe que, por questões contratuais, acabou
transferindo a autoria deste conteúdo para a dona da licença, no caso:
A multinacional.

Adotar o padrão ODF, como no resto do mundo, embora reforce a política
de uso de software livre dentro do governo e obrigue os fornecedores,
sobretudo os de banco de dados, a se mexerem nesta direção - se
quiserem manter bons contratos com o governo - não resolverá nada, se
dentro do próprio governo a plataforma livre não tiver força de lei.

Desde à época do então presidente do ITI, Sérgio Amadeu da Silveira,
os defensores do software livre aguardam pela edição de um decreto que
tornaria a utilização dos programas de codigo aberto obrigatório
dentro do governo. Este decreto acabou não saindo, por divergências de
opiniões entre a SLTI e o ITI. Isso, inclusive, teria contribuído para
Amadeu tomar a decisão de deixar o governo.

O assunto voltou ontem com força dentro do governo, após a decisão de
Comitê de Implementação do Software Livre decidir encaminhar à cúpula
do Governo Eletrônico uma recomendação para a normatização. Não será
tarefa fácil, pois a SLTI durante o evento mostrou-se mais uma vez
refratária ao assunto.
Copyright (c) 2006 Convergência Digital



2006/7/27, Ada Lemos [EMAIL PROTECTED]:


Pedro e demais,
Copiei a matéria num horário x e a postei. Como uso um notebook emprestado e
que tem é Ruindows XP, dei um Ctrl c e
Coloco aqui uma possibilidade de número 4 

Re: [PSL-Brasil] Re: [PSL-DF] ODF só será recomendado para ser adotado como formato de documento do governo

2006-07-27 Por tôpico Pedro A.D.Rezende

Olival Gomes Barboza Junior escreveu:


Em 27/07/2006, às 12:14, Ufa escreveu:

http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3884sid=1 


Comitê quer normatizar o uso do software livre e adotar padrão ODF nos
documentos oficiais

Luiz Queiroz

( . . .)



Ricardo Bimbo, da Cobra Tecnologia, ao coordenar a reunião, lembrou
que, atualmente, quando alguém no governo redige um texto oficial pelo
Word, da Microsoft, não sabe que, por questões contratuais, acabou
transferindo a autoria deste conteúdo para a dona da licença, no caso:
A multinacional.



?!?!

. . . transferindo a **autoria** . . .? Isso é verdade? Afinal, se for 
por aí, a MS seria autora de algumas dezenas de milhares ou milhões de 
documentos os mais diversos, incluindo textos sigilosos (os quais, se 
ela for a autora, não poderia obter por meios ilegítimos e depois 
alegar a propriedade do conteúdo?), pesquisas científicas (idem o 
anterior), artigos em jornais e revistas (já imaginou se o jornalista 
escrevesse o texto falando mal da empresa no Word e a MS exigisse a 
retirada do texto de uma pauta por ser autora dele?), etc


Enfim, a questão não era do formato ser proprietário e, pela licença de 
uso dos produtos MS, não poder sofrer engenharia reversa legalmente, 
tornando o conteúdo de um texto .doc uma autêntica caixa preta, sem 
tocar na questão da autoria do conteúdo?


[ ]s,



Voce tem razão Olival;
essa é outra deturpação da matéria em tela, e não foi erro do Bimbo.

Eu estava lá. na segunda fila, pretando bastante atenção ao que falava 
Bimbo naquele momento, para corrigi-lo caso viesse a dizer alguma 
imprecisão que pudesse comprometer seu trabalho ali no CISL. Justamente 
como fiz com o Leonardo, até quebrando o protocolo, para corrigi-lo em 
relação ao ODF e a versão 1.5 do e-ping.


E me lembro perfeitamente que o Bimbo falou corretamente, da propriedade 
do ARQUIVO ser da MS (através da jurisprudência que reconhece como 
objeto de propriedade o formato em que tal arquivo é gravado, 
jurisprudência à qual está subordinada as EULAs da MS), e não a 
propriedade do CONTEÚDO ou do TEXTO representado no arquivo


As palavras que o jornalista botou na fala do Bimbo no lugar de 
ARQUIVO,(quiçá à guisa de simplificar para o leigo?) nunca foram 
pronunciadas por ele nesse contexto, não são sinônimas, especialmente na 
informática, levam à compreensão exagerada do que foi argumentado, e 
errônea do que está em jogo.

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prof. Pedro Antonio Dourado de Rezende /\
Computacao - Universidade de Brasilia /. \
tcp: Libertas quae digitos desiderat /\
http://www.cic.unb.br/docentes/pedro/sd.htm
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