Como o voto de um colega traz a tona uma interpretação mal-entendida
sobre o que está sendo votado, e já explanando para outros colegas que
não acompanharam por completo as discussões até o presente momento,
comento aqui uma argumentação de voto.

Antes de mais nada obrigado por se manifestar, pois a dúvida que um
tem, outros podem também ter, por isso é importante o diálogo e que a
comundade se envolva na discussão.

> Minha opinião está baseada no arquivo .osm que foi distribuído nos grupos do 
> Telegram. Ao abri-lo eu pude observar como seria a classificação caso esta 
> proposta fosse aprovada, e notei algumas questões que me incomodaram. 
> Partirei delas para construir meu argumento:
>

Gostaria de informar que os arquivos com rascunhos de como ficaria a
malha viária são meramente ilustrativos. O que estamos propondo aqui é
a regra de mapeamento e não a interpretação dela, que foi o que eu fiz
ao apresentar os mapas, e como dito no e-mail no qual eu enviei a
lista Talk-BR ao chamar a comunidade a votar, eles ficam como sugestão
de aplicação, e não como obrigatoriedade de aplicação do mapa. O que
defendemos sim é que as comunidades locais possam ir trazendo à
discussão sua malha viária e construindo ela, norteado pela proposta
que estamos apresentando. Além do mais, o arquivo com a malha trunk
apresentado contém parte da totalidade do que será a malha trunk. Veja
bem, o arquivo com a malha trunk contém as conexões entre cidades ou
aglomerações de cidades com mais de 200 mil habitantes e ainda não
levou em consideração as interligações entre as cidades desse porte
que ficam dentro dessas aglomerações e nem dessas com aquelas que
ficam dentro de outras aglomerações. No mapa ilustrativo ainda não foi
levado em consideração as cidades-polos de regiões geográficas
intermediárias na construção da malha trunk, porém a maior parte delas
já estariam inclusas por tabela, cabendo apenas averiguar. Na ocasião
cheguei a averiguar e compartilhar no grupo de classificação viária do
telegram um mapa com as cidades-polos que faltariam ser conectadas, e
se bem me recordo eram em número de 17.

> O litoral do estado de São Paulo não é alcançado por nenhuma rodovia trunk, 
> mesmo já havendo três vias com classificação motorway na região (Imigrantes, 
> Anchieta e Tamoios). Eu entendo que a proposta não considera a mera condição 
> física da via, e concordo com esta abordagem. Por outro lado, o fato de 
> nenhuma das três vias ter sido incluída me causa dúvidas sobre a pertinência 
> dos critérios no mundo real.

O litoral de São Paulo provavelmente é o melhor exemplo do que
comentei recém, ainda não se levou em conta as cidades da aglomeração
urbana da cidade de São Paulo, que consta no IBGE Censo 2010 como área
urbana contínua. Em outras palavras não se levou ainda em consideração
as cidades do litoral com mais de 200 mil habitantes. Mas pela regra
que apresentamos, toda cidade com mais de 200 mil habitantes deve ter
uma ligação trunk no mínimo. Enfim, para saber se haverá conexão entre
2 cidades, deverá se analisar assim: Obtenha a população da menor
entre as duas cidades, extraia a raiz quadrada da população dela para
saber se ela alcança a cidade maior, se sim, verifica seu porte
(2k|20k|200k) para saber o tipo de conexão que deverá haver entre
elas, sempre lembrando que se trechos dessa conexão já estiverem com
classificação de highway maior por interconectar cidades maiores, os
mesmos deverão ser mantidos. Da mesma maneira ainda há a possibilidade
de conectar o litoral de São Paulo com Angra dos Reis e Rio de
Janeiro, com base na proposta apresentada.

> Do mesmo modo, no estado do Rio de Janeiro, a RJ-124 (atualmente motorway), 
> que liga a capital à Região dos Lagos não entrou no corte da proposta. A 
> Rodovia Amaral Peixoto se encaixa no mesmo caso. Ainda no Rio de Janeiro, a 
> RJ-116, que é uma importante ligação da capital com a cidade de Nova Friburgo 
> e parte significativa do interior do estado (volto neste ponto em breve) 
> também não alcançou os critérios.

Pela proposta se uma rodovia apresenta todos os critérios para ser
motorway, os quais estão descritos na proposta, elas serão motorways.
Antes de qualquer argumentação que apresentarei doravante, é preciso
esclarecer que ajustes podem serem feitos na malha viária, pois é
sabido que exceções existirão e é impossível prever todas elas. Então,
se após aplicada a metodologia, a comunidade local perceber que falta
algum trecho ou rodovia que deveria estar numa certa classificação, e
de comum acordo dos interessados na questão decidirem fazer esses
ajustes, os ajustes podem serem feitos. No RS teve casos assim.

Bem, vamos ao caso da RJ-124... segundo o IBGE, Cabo Frio teria hoje
219,863 habitantes, logo, deve sim ser ligada por trunk, e
adicionalmente a isso, Macaé-Rio das Ostras-Cabo Frio são
cidades-polos integrantes de uma Região Geográfica Intermediária,
ficando sugerido que poderia haver conexões estratégicas naquela
região, as quais podem ser analisadas com mais atenção principalmente
pela comunidade local. As interconexões trunk de Cabo Frio não foram
adicionadas ainda naquele mapa apresentado pois ela faz parte de uma
"conurbação" com cidade maior.

> Por outro lado, a rodovia RJ-115, entre Angra dos Reis e Barra Mansa, entrou 
> na lista de trunks, embora ela tenha uma relevância baixa na rede de rodovias 
> do estado do Rio de Janeiro. A classificação, acredito, se deu por conta da 
> ligação entre duas regiões intermediárias.

Creio que seja a RJ-155 da qual esteja falando. Angra dos Reis não é
cidade-polo de nenhuma região geográfica intermediária, porém segundo
o IBGE, ela teria hoje 203,785 habitantes, o que a torna
interconectável pela malha trunk. Certamente ela tem menos importância
que outras como a BR-116, contudo um limiar tem que ser adotado, e não
importa qual limiar que se adote, sempre terá as que estarão prestes a
serem elevadas na classificação como também haverá aquelas que recém
foram elevadas e são de fatos de menor importância que outras que
estão na mesma classificação.

> A BR-493 (Arco Metropolitano do Rio de Janeiro) seria trunk em quase toda sua 
> extensão, exceto no trecho entre a BR-116 e a BR-101. Não ficou clara para 
> mim a razão desta descontinuidade.

Se o Arco metropolitano é estratégico para o estado, e houverem
trechos que não foram contemplados, como dito, um refinamento de comum
acordo dos membros da comunidade e/ou da comunidade local resolve.
Inclusive eu adicionei isso que foi por ti sugerido ao mapa que
apresentei no grupo RJ. Como não é o mapa que está em votação, e sim a
regra e os comuns acordos da comunidade, não voltei a trabalhar nele.
O ideal é assim, com a proposta aprovada, puxar o assunto pro grupo do
estado e convidar os membros para discutirem a malha do estado e
aplicá-la.

> A malha está muito mais densa na Região Sul e no Estado de São Paulo que nas 
> regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É verdade que estas regiões são menos 
> densamente ocupadas, mas a diferença chama a atenção.

Como já explanado, as ligações entre as cidades-polos de regiões
geográficas intermediárias não tinham sido ainda inclusas na proposta
quando foi apresentado o mapa da malha trunk nos grupos locais. Foi
justamente para deixar mais harmônica a distribuição da malha viária
que decidiu-se por incluir esta variável na proposta.

> Citados os exemplos, quero apontar o que me parece ser um problema da 
> proposta e assim sugerir o que eu acredito que poderia ser uma alternativa: o 
> texto inicialmente classifica as cidades a partir de critérios populacionais, 
> trazendo as cidades-pólo de Regiões Intermediárias como uma adição. É verdade 
> que a inclusão de municípios-sede de Regiões Intermediárias resolve parte do 
> problema, mas os casos de Santos (Anchieta-Imigrantes) e Nova Friburgo 
> (RJ-116) não são abrangidos pela proposta.
> Parêntese: não está claro para mim por que Santos não foi considerada (mesmo 
> tendo população acima de 200k), assim como Cabo Frio (uma das cidades-pólo da 
> RGInt de Macaé-Rio das Ostras-Cabo Frio).

Já explicado acima.

> No caso de Nova Friburgo, a cidade não atende aos critérios populacionais por 
> 10 mil habitantes, mas é um pólo no seu entorno. Não obstante, e aqui está o 
> ponto mais importante, a rodovia que faz a ligação da cidade com a Região 
> Metropolitana também é usada por todos os municípios do seu entorno na 
> ligação com a capital. Ela não é uma via apenas entre duas cidades, mas entre 
> a capital e uma região. Certamente há casos como o de Nova Friburgo (e da 
> RJ-116) em outras regiões do Brasil, e seria interessante averiguar se a 
> proposta os contempla.

Se a comunidade local decidir pela inclusão dela à malha trunk por ser
estratégica à malha viária... bastará documentar na wiki. Pois,
imagino que se uma rodovia seja de fato estratégica para um local, a
comunidade irá reconhecer.

> Por outro lado, o caso da rodovia entre Angra dos Reis e Barra Mansa (RJ-155) 
> explicita algo que a proposta não captura: embora as cidades sejam sedes de 
> RGInts, o fluxo entre elas é relativamente baixo, pois ambas são polarizadas 
> pelo Rio de Janeiro. O nível de interligação econômica e de fluxos deveria 
> ser considerado de alguma forma na proposta.

Se a comunidade, depois que a proposta estiver sido aprovada, decidir
de comum acordo pela supressão de alguma rodovia, ela poderá ser
feita, levando sempre em consideração que se uma cidade tem porte
populacional para ser conectada por uma rodovia trunk, é coerente que
ela tenha ao menos uma conexão desse tipo que leve a ela.

> Portanto, concluindo: acredito que a proposta, construída a partir do 
> critério funcional, deva considerar o papel das vias na formação da rede 
> urbana brasileira (vide mapa REGIC 2007, incluído no grupo Classificação de 
> Vias do Telegram). Isto significa descartar algumas vias entre duas regiões 
> cuja intensidade de fluxos seja baixa, ainda que critérios de população e/ou 
> RGInts sejam atendidos, e incluir vias que são elos importantes da rede, 
> mesmo se os critérios de população e/ou RGInts não forem atendidos. -- 
> Guilherme B Alves (talk) 03:22, 20 May 2020 (UTC)

Exceções a regra sempre existirão, e como dito poderão ser discutidas
e votadas a parte pela comunidade, como já previsto na texto da
proposta.

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