Title: Em branco
Caro Gil, Antonio e todos da lista Voto Eletrônico.
 
[Encaminho também ao pessoal da Acrópolis,
por julgar este assunto pertinente ao propósito da lista.]
 
Certo dia, uma fêmea de uma das ilhas descobriu que poderia resolver o problema da areia, lavando as batatas num riacho próximo. Quando um certo número já tinha aprendido a novidade cultural e de repente, MAIS UM macaco aprendeu a lavar a batata, nesse exato momento, a energia acrescentada pela adesão do “centésimo” macaco, de alguma forma, provocou uma eclosão cultural e mental e, espontaneamente, cruzou o espaço dos mares entre as outras ilhas,
 
[“O Centésimo Macaco”.
A primeira edição dessa pesquisa
(The Hundredth Monkey)
saiu nos Estados Unidos em 1982,
publicada por Ken Keyes Jr.]
 
 
Um fato provoca uma ou mais interpretações, que neste caso, como em todos, devemos criticar e verificar sua consistência lógica.
 
Fato:
Após um determinado número de macacos aprenderem o processo, outros, sem comunicação tradicional com os primeiros também aprenderam o mesmo processo.
 
Suposição:
Houve uma comunicação mental entre eles por vias desconhecidas por nós.
 
Vale a pena imaginarmos que a primeira macaca que aprendeu a lavar batatas. não teve comunicação telepática ou convencional com qualquer outro para ensiná-la tal coisa.
 
Da mesma forma que ela aprendeu sozinha, qualquer macaco, em qualquer ilha, a qualquer distância dali, também poderia ter aprendido TAMBÉM sozinho.
 
O fato de ter ocorrido após o centésimo ou milésimo macaco de uma ilha distante também ter aprendido o processo não implica em relação alguma entre os dois fatos.
 
Afirmar que houve uma comunicação exótica entre eles, exigiria um processo científico que confirmasse e mensurasse de alguma forma tal SUPOSIÇÃO.
 
Certeza é um dos produtos mais raros neste mercado planetário. Pela falta dela, criamos a fé, ou seja, um desejo ardente de acreditar em algo que preencha nosso vazio e a necessidade de descobrir o que está além da razão objetiva.
 
A quase totalidade da humanidade acredita em Deus, mesmo sendo impossível provar sua existência cientificamente. Inclusive eu. Mas consigo distinguir o limite até onde posso ir racionalmente e o ponto em que passo a empregar a fé, a intuição, o conhecimento direto ou a revelação. E, neste ambiente, não há muito o que discutir, já que não é racionalizável. Pelo menos por enquanto. Mas a ciência caminha nesta direção. Lentamente, mas caminha.
 
Infelizmente não consegui deixar esta mensagem no site da editora citada, motivo pelo qual estou enviando este com cópia para seu responsável.
 

Dial Eticamente,
 
Heitor Reis
BH/MG
 
 
"O maior dos preconceitos
é a recusa intransigente
de discutir conceitos."
(Rebilla)

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