É muito interessante ler as coisas ditas anteriormente.

            Atualmente, apesar da óbvia tentativa da mídia global em desviar o foco deste noticiário, vemos que há uma guerrilha sem trégua e sem liderança central no Iraque, fazendo emboscadas mortais a qualquer soldado americano ou inglês. Talvez aí esteja o retrato de nosso futuro a médio/longo prazo. Tipo “Exterminadores do futuro no terceiro mundo”, se é que me entendem...

            Aliás, no mesmo estilo que os nordestinos brasileiros fizeram com americanos nas bases militares que lá permaneceram depois da Segunda Guerra Mundial (o Francisco já tinha até “revisitado” esta nossa passagem histórica, em mensagem antiga).

            Ao mesmo tempo, mostra-se na TV uma passeata de xiitas (rivais históricos da hegemônica minoria sunita no Iraque de Saddan) na qual protestavam contra estas emboscadas e ainda defendiam a permanência das tropas anglo-americanas. E outra, ontem, com cinco jovens iraquianos cantando em inglês no estilo “boy’s band” do N’sinc e Back Street Boys.

            Definitivamente, sinto que estou vivendo numa contagem regressiva. Cada vez mais vejo o futuro como “incerto”. No caso do Brasil de Lula, o presente é de desesperança. O futuro, no entanto, para mim já é certo: DESILUSÃO TOTAL.

            Desculpem o desabafo e o pessimismo. Mas talvez, piore com o tempo, com a CPI do Banestado sendo abafada, com a retirada do voto impresso das urnas etc...

            GIL, RJ. 

 

-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED]iron.com.br [mailto:[EMAIL PROTECTED] Em nome de Francisco José Santana
Enviada em: quinta-feira, 19 de junho de 2003 20:02
Para: [EMAIL PROTECTED]iron.com.br
Assunto: [VotoEletronico] Re: FC: Depois da Guerra...

 

Aconteceu coisa semelhante aqui no Brasil, quando do golpe de 64

----- Original Message -----

From: Fabio Zugman

Sent: Wednesday, April 09, 2003 2:26 PM

Subject: [VotoEletronico] FC: Depois da Guerra...

 

Acabei de ver na TV cenas de Bagdá: Povo correndo na rua, fazendo festa e subindo em tanques para derrubar estátuas de Saddam...

Ao que me pergunto:

Cade os intelectuais agora?

 

Essa corja de pseudos-analistas-internacionais, com seus textículos sobre imperialismo, euro, dólar, petróleo, "assassinato do povo iraquiano", e citações deturpadas e patéticas de gente como Marx, Maquiavel e outros menos cotados...

 

Bem, os iraquianos pareciam felizes demais p/ quem foi "massacrado" pelos americanos.

Basra tem um novo prefeito, pela primeira vez em muito tempo um líder comunitário. Pela festa de hoje, Bagdá está no mesmo caminho. O povo iraquiano se calou durante todo esse tempo por medo do regime, hoje gritam de alegria.

 

Mas o que mais me espanta, no momento, foi a reação brasileira. Hoje, o mesmo embaixador aplaudido de pé na assembléia, queima papéis no jardim da embaixada. Deputados que deveriam estar preocupados com a fome, dívida externa e o déficit comercial pareciam moleques agitando boicotes insensatos a empresas americanas. (por pura ironia, em seus PC´s americanos, pela Internet, usando sistemas americanos, aliás, a matéria prima do próprio teclado é o petróleo tão difamado. Prova de que até p/ agitador é preciso um mínimo de competência.)

 

O que nos leva a uma conclusão interessante: Vou usar agora, a teoria do "inimigo externoaos seus próprios proponentes: P/ quem não sabe, essa teoria parte de uma observação da Psicologia que, quando temos sucesso, tendemos a assumir os louros da vitória para nós mesmos, mas quando fracassamos, nossa tendência é culpar um fator externo. Encontrar um "culpado" e o combater, é, portanto, tão natural ao ser humano quanto se apaixonar ou sentir dor quando levamos um choque.

 

Na minha opinião, muita gente encontrou nos Estados Unidos esse culpado. Teorias conspiratórias brotavam a cada segundo, seja por qual motivo, os EUA querem dominar o mundo. Teve até deputado (acredite) propondo reforçar a defesa da Amazônia, pois nós seríamos os próximos.

 

Acredito que grande parte da população entrou em um frenesi, jogando suas frustrações no primeiro alvo que encontraram (e quem melhor que os EUA, a maior potência do mundo, que nem de santo, nem de diabo tem nada?), fez passeatas, protestos, tudo contra o ataque ao Iraque. Só esqueceram de uma coisa: Checar os fatos, a história, a geo-política local. Duvido que a grande maioria desses manifestantes ensandecidos saiba sequer citar de cor os países com o qual o Iraque faz fronteira. E quem aproveitou a oportunidade? Os pseudo-intelectuais. Esses  indivíduos de 5.a categoria, vendo a discussão gerada em torno da guerra, encontraram uma ótima maneira de aparecer. Naturalmente, como em todo lugar que se metem, piorando a situação. E de repente os "defensores da liberdade" estavam tão enlouquecidos por sua causa que fecharam os olhos para o outro lado. Essa postura, em si só, foi um atentado à liberdade mais perigoso que a própria guerra.

 

Faço agora um apelo de volta à realidade: O Brasil continua o mesmo! Acreditem, a inflação e crise econômica ainda são ameaças à nossa porta, a dívida externa continua crescendo. O tráfico de drogas, em todo país, continua mais forte que a polícia e a violência, a que estamos tão acostumados (Nossa "guerrinha particular diária") continua firme e forte nos centros urbanos. (Aliás, a urna eletrônica continua do mesmo jeito)

 

Não. A culpa não é dos americanos. Nem dos Ingleses, do Ariel Sharon, do Putin, Saddam ou sei lá mais quem vc quer culpar. A culpa é de nós mesmos. Como eu gostaria de ver passeatas nas cidades brasileiras, pregando o fim da violência, uma sociedade mais justa, uma melhor educação. Lanço até um desafio: Queria uma, só uma, passeata em cada capital brasileira na escala e magnitude que a manifestação "anti-EUA" tomou, mas sobre nossos próprios problemas. Os Hebreus antigos inventaram o "bode expiatório" quando pegavam um desses animais, lançavam todos seus pecados sobre eles e os soltavam no deserto (ironicamente, os "hebreus modernos", tornaram-se os bodes-expiatórios naturais das mentes fracas modernas). Acho que podemos ser melhores que isso, não?

 

Será que não está na hora do povo brasileiro assumir a responsabilidade de seu destino com suas próprias mãos?

 

Até lá, fazer o que, os pseudo-qualquer-coisa vão criando público...

 

[ ]´s

Fábio Zugman

 

 

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