Fernando, isso está errado, convencer as massas primeiro para só mudar depois.
Porque nessa ordem você estará invertendo os valores entre a correção do errado e a eleição propriamente dita.
 
Nada pode ser mais importante que a própria eleição.
Nem a correção de erros do processo eleitoral, muito menos esse apostolado ético sobre segurança eleitoral.
 
Os eleitos sob suspeição, como ocorre desde 96 até hoje, obrigam, impõem, cobram, doam, dão, vendem, entregam, permitem, gastam e tomam emprestado em nosso nome, imediatamente após suas posses...
Não perdem tempo.
Apoiados em quê ? Em meros BUs, folhas impressas de papel sem qualquer confiabilidade concreta.
Eleição assim, sob tal suspeição, mas que dá ao eleito tais prerrogativas, a partir do primeiro segundo de suas gestões, parece-me suicídio sócio-político.
Por mais desanimados ou "down" que estejamos, e estamos, creio que ainda não chegamos ao ponto do suicídio político.
 
O processo de convencimento que você e muitos outros fazem/sugerem/praticam é do tipo escolar, demanda muito tempo físico e não tem resultado garantido.
Mesmo sendo correto e necessário, não o nego, deveria, quando muito, ser tão somente paralelo ao processo de correção.
 
Minha convicção atual quanto às eleições com essas urnas eletrônicas é "um pouco radical" e algo diversa das muitas convicções educativo-legais absolutamente corretas desse grupo:
Devemos bloquear por completo a eleição eletrônica como é feita, hoje.
Simples assim.
 
É contra isso que deveríamos nos bater, direto, de fato e de pronto.
Contra esse processo viciado, fraudável, inconferível, sem fiscalização etc. etc. etc.
Como já o fizeram vários estados americanos independentes.
 
Sem desvios de energias para outros lados, por inúteis ao objetivo maior.
Impedir o crime de imediato, não apenas combatê-lo, amenizá-lo, corrigí-lo, humanizá-lo ou minimizá-lo.
Direto no foco: ante o mal maior, vislumbrado nas aterrorizantes possibilidades antidemocráticas previsíveis, se não for para  fazer de forma segura, então, que não se faça.
Enquanto não garantido o processo, enquanto não corrigidos os furos, enquanto não fiscalizado o processo...
Sem urnas eletrônicas...
Da velocidade das apurações só aproveitam os malandros...
 
Pena que, até agora, isso tudo seja apenas mera convicção pessoal, sem qualquer traço de realidade ou eficácia.
Faltam companheiros das várias áreas envolvidas, técnicas e jurídicas, que ousem encarar tal empreitada fora da alçada do TSE.
Mesmo com as provas técnicas que temos.
 
E essa briga, quando ocorrer, terá que ser fora do TSE, inteiramente oposto ao senso comum.
Porque dentro dele não dá jogo, é o dono da bola e não j(o/ul)ga contra si mesmo.
 
Temos que descobrir outra alçada legal a quem possamos recorrer e a quem o TSE tenha que obedecer, sem discutir.
Se não houver, então, à la Drummond... não há nada mais a desejar.
É engolir essa tirania disfarçada que nos dirige, que atende pelo codinome TSE e manda mais que o Presidente...
 
Abraços
Cordioli
 
 
----- Original Message -----
From: "Fernando Lima" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Wednesday, October 20, 2004 3:26 PM
Subject: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Comentários no Relatório Alfa

> Olá,
>
> Gostaria de desenvolver um pouco mais meu raciocínio quanto a
> "ignorância" dos profissionais de TI quando confrontados com as urnas
> eletrônicas.
>
> A cerca de duas semanas atrás conversei com dois colegas sobre nossa
> votação eletrônica. Um deles, um analista de sistema com anos de
> experiênica na área. O outro, um engenheiro de rede que participou na
> montagem do ambiente do TRE para recepção dos votos nessa eleição.
>
> Ambos, em princípio, concordavam que nossa votação eletrônica é
> segura. Note que o posicionamento deles não tem nada ver como
> preferências políticas ou interesses pessoais. Simplesmente pelo
> "feeling" e pela experiência com TI que eles possuem, eles acreditam
> que a urna eletrônica é essencialmente segura.
>
> Na minha opinião eles não são excessão, são a regra. Em participo de
> listas de discussão sobre Segurança da Informação onde eu tive o mesmo
> problema quando levantei a questão da insegurança das urnas
> eletrônicas. Pela percepção que eles tinham as urnas eletrônicas
> pareciam muito mais segura que o processo manual.
>
> No meu entender a omissão dessa massa de desconhecidos é o que fornece
> sustentação para o atual modelo de votação eletrônica. São eles que
> quando confrontados com a segurança da urna eletrônica dizem algo do
> tipo "Claro que a urna eletrônica é muito melhor que a votação manual.
> O computador é muito mais confiável que um monte de pessoas contando
> votos". Eu acredito que  esse grupo forma um tipo de suporte técnico
> confiável e independente para o modelo atual de votação.
>
> Por esta razão, acredito que um caminho para mudarmos a situação é
> esclarecer estes profissionais. São eles que podem minar a confiança
> cega que a população brasileira depositou nas urnas eletrônicas.
>
> Obrigado.
>
>
>
>
>
>
> On Tue, 19 Oct 2004 22:33:59 -0200, Luiz <
[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>> Prezado Fernando.
>>
>> No fundo, no fundo, conscientemente ou não, esse problema que V. cita, de
>> experts de áreas técnicas em geral e/ou informática que não atinam (ou dizem
>> que não atinam) para a gravidade das atuais possibilidades e não se mexem,
>> na linha do "não é comigo, não é problema meu", parece-me que possa ter
>> explicação parcial com aquela famosa tese de "marcar território", muito
>> presente no reino animal, por exemplo gatos e cachorros, que delimitam seu
>> espaço com seus cheirosos e espantadores xixis...
>>
>> Muitos dos que poderiam endossar tudo o que falamos e aumentar as pressões
>> na medida de suas capacidades próprias, podem estar-se omitindo por verem
>> ameaçados os seus territórios profissionais.
>> Nessas quadras graves que atravessamos, convenha, é, de fato, muito
>> melindroso.
>> Ameaças diretas ou indiretas e, pelo menos por enquanto, apenas
>> profissionais.
>>
>> Muitos deles, em empresas interessadas direta ou indiretamente, não se mexem
>> porque, "já imaginou se se convier que isso não é mesmo seguro? Vai passar
>> uma insegurança geral e eu posso me prejudicar. Que que eu vou fazer depois,
>> vender amendoim na praça? E se a minha empresa perder esse contrato, com
>> minha ajuda ? Eu é que vou para a rua..."
>>
>> Esse tipo de atitude ficou-me bem claro no dia em que apresentei o site do
>> votoseguro, o manifesto, um monte de artigos e livros que tenho a respeito a
>> um amigo que trabalha na USP (!) daqui.
>> Pois foi exatamente esse o raciocínio que ele empregou, verdadeiro ou não.
>> A princípio e a meio, concordou com tudo, mesmo sem grande entusiasmo.
>> No final, quando pressionei para que assinasse o manifesto, recuou direto:
>> "Concordo com tudo que vi e li. Mas só na teoria, na essência da coisa, não
>> participo pessoalmente, não assino nada...
>> Porque se um superior meu vir que assinei e ele não compartilhar da idéia,
>> ou até por outros motivos quiser me ferrar, isso vai ser uma arma na mão
>> dele. Vou sofrer perseguições como ocorreu com Fulano de Tal ou Cicrano, por
>> muito menos disso aí. E se eu perder a minha colocação, que que eu faço ? "
>>
>> Experiência viva, vivida, vívida e chorada.
>> De alguns meses atrás.
>>
>> Conclusão: consertar mesmo pode incomodar muita gente. Muitas mais do que a
>> princípio podemos imaginar.
>>
>> Mas explicita um pouco da nossa dificuldade em corrigir o que está errado.
>> Mesmo sabendo todos, como sabemos, que há muita coisa escancaradamente
>> errada.
>>
>> Cordioli
>>
>>
>>
>>
>> ----- Original Message -----
>> From: "Fernando Lima" <
[EMAIL PROTECTED]>
>> To: <
[EMAIL PROTECTED]>
>> Sent: Tuesday, October 19, 2004 2:50 PM
>> Subject: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Comentários no Relatório Alfa
>>
>> > Olá,
>> >
>> > Existe uma questão interessante sobre o sistema de votação eletrônica
>> > no Brasil que talvez não tenha sido discutido nessa lista.
>> >
>> > Desde que eu começei a ler sobre a insegurança de nossas urnas e
>> > entender dos porques, passei a conversar sobre o problema com meus
>> > colegas de trabalho e amigos que como eu trabalham com tecnologia de
>> > Informação (Popularmente conhecido como informática).
>> >
>> > Meus amigos são analistas de sistemas, administradores de rede, banco
>> > de dados etc... acostumados a trabalharem em grandes sistemas e com
>> > alguma experiência em segurança da informação. Posso dizer que não são
>> > leigos em tecnologia entendendo suas vantagens e desvantagens. Mas,
>> > curiosamente, 99 % deles não consideravam o sistema de votação
>> > eletrônico brasileiro inseguro.
>> >
>> > Em conversas com eles, quase todos consideravam nossa solução
>> > excelente porque acabou com a "fraude" do processo manual. Nenhum
>> > deles parou para pensar nas diferenças entre os sistemas que eles
>> > trabalham e o sistema de votação eletrônica que, como sabemos, possuí
>> > características únicas que dificultam a auditoria da informação.
>> >
>> > No meu entendimento, acho que que precisamos capturar corações e
>> > mentes das pessoas consideradas pela mídia como as que "entendem" do
>> > assunto, isto é, os profissionais de informática.
>> >
>> > Se um jornalista prentende fazer uma reportagem sobre urnas
>> > eletrônicas e todas as suas fontes (amigos e colegas) que trabalham
>> > com informática disserem que a urna é segura, não vai ser um
>> > desconhecido, por mais qualificado que seja, que irá mudar sua visão.
>> >
>> > O que vocês acham ?
>> >
>> >
>> >
>> >
>> > On Mon, 18 Oct 2004 19:22:16 -0200, Amilcar Brunazo Filho
>> > <
[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>> >> Olá,
>> >> Enviei as seguintes respostas aos comentários que foram colocados na
>> >> página
>> >> do Relatório Alfa
>> >>
>> >> Amilcar
>> >> ------------------------
>> >> Resposta 1: ao comentário do Vicent
>> >>
>> >> Acho que é muito grave quando um funcionário da empresa fabricante das
>> >> urnas-e brasileiras comparece para desinformar o eleitor.
>> >>
>> >> O Vicent está totalmente equivocado pois:
>> >>
>> >> - O Sistema VirtuOS é usado apenas nas urnas-e modelo 1998 e 2000 (ambas
>> >> fornacidas pela Diebold/Procomp)
>> >> Nas urnas modelo 2002 (da Unisys) e 2004 (da Diebold/Procomp) se utiliza
>> >> o
>> >> sistema Windows CE.
>> >>
>> >> - O VirtuOS NÂO FOI desenvolvido pela Procomp, coisa nenhuma. Foi
>> >> desenvolvido e é de propriedade da MICROBASE.
>> >> O código-fonte do VirtuOS, que está em umas 300 mil urnas, NUNCA FOI
>> >> ABERTO
>> >> para exame ou conferência dos partidos políticos. Ou seja, nas urnas-e,
>> >> há
>> >> código fechado.
>> >>
>> >> - Nos EUA, neste ano, 1/3 do eleitorado votará em máquinas eletrônicas de
>> >> votar. A Própria Diebold, empresa do Vicent, é uma das maiores
>> >> fornecedoras
>> >> de urnas-e nos EUA.
>> >> Em 10 Estados americanos, urnas-e como a brasileira que não imprimem o
>> >> voto
>> >> para conferência do eleitor, está ou estará proibida até 2006.
>> >>
>> >> - Foi exatamente por causa de afirmações mentirosas dadas por seus
>> >> funcionários, como as que o Vicent afirmou aqui, que a Diebold foi BANIDA
>> >> como fornecedora de urnas-e no Estado da Califórnia em março de 2004 e
>> >> está
>> >> sendo processada.
>> >>
>> >> Parece que o costume de mentir da matriz americana, chegou a filial
>> >> brasileira.
>> >>
>> >> ------------------------------
>> >> Resposta 2: comentários em geral
>> >>
>> >> O Vicent, para defender as urnas inauditáveis brasileiras recorre a
>> >> mentiras (como está descrito na minha resposta ao seu primeiro
>> >> comentário).
>> >>
>> >> O Vinícius recorre a argumentos absolutamente equivocados. Dizer que os
>> >> fiscais conferem os votos! Que bobagem!
>> >>
>> >> Conferir o que com o que, se não há os votos conferidos por cada eleitor
>> >> para servir de base de recontagem?
>> >>
>> >> A Zérésima não prova absolutamente nada. É facílimo fazer um programa que
>> >> imprime a zerésima e depois desvia votos.
>> >>
>> >> Neste ano, o PT e o PDT solitaram permissão ao TSE para fazerem testes de
>> >> resistência a ataques nos esquenas de segurança das urnas-e.
>> >>
>> >> O TSE não permitiu que os testes fossem feitos, mas esconde esta
>> >> proibição
>> >> do público.
>> >>
>> >> Como se pode afirmar que o sistema não pode ser fraudado se não se
>> >> permite
>> >> a ninguém testá-los?
>> >>
>> > ______________________________________________________________
>> > O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
>> > autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
>> > representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
>> >
>> > O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
>> > eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
>> > sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
>> > __________________________________________________
>> > Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
>> >       
http://www.votoseguro.org
>> > __________________________________________________
>> >
>> ______________________________________________________________
>> O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
>> autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
>> representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
>>
>> O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
>> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
>> sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
>> __________________________________________________
>> Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
>>       
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> ______________________________________________________________
> O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
> autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
> representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
>
> O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
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