Leni, 

Ela foi sim elegante. E comparações sempre tendem a falhar pela desigualdade de 
inúmeros fatores que regem o interior de cada um.
O que eu quis realmente dizer é que não dá pra ficar sendo sempre elegante à 
espera da próxima tragédia.

Beijão. 

Carlos Antônio.




----- Original Message ----- 
From: leni balthar 
To: goldenlist-L@yahoogroups.com 
Sent: Wednesday, July 25, 2007 7:14 AM
Subject: Re: [gl-L] Mãe de vítima da TAM acusa Lula de falsidade


Bom dia!
Carlos, ela foi elegante, apesar da dor.
Sabe aquela frase, " Ninquem me engana com bolo, nem me desvenda com caneta " 
que acaba nos fazendo pensar que não da para comparar nada com nada, nem mesmo 
a intensidade do pensamento alheio.
Beijos

ccarloss <[EMAIL PROTECTED]> escreveu:
  Leni,

  É de ficar sem saber o que dizer quando a mãe que perde um filho nas 
circunstâncias em que esta Sra. perdeu, acusa
  o irresponsável que foi colocado na presidência apenas de falsidade.
  Com todo respeito à dor que ela certamente está sentindo, 
  enquanto ficarmos apenas nas acusações, mais afundaremos nas mãos desses 
produtores de opróbrios que 
  sob o comando de Lula proliferam pelo Brasil.

  Um beijão.

  Carlos Antônio.


  ----- Original Message ----- 
  From: leni balthar 
  To: goldenlist-l@yahoogroups.com 
  Sent: Tuesday, July 24, 2007 5:21 PM
  Subject: [gl-L] Mãe de vítima da TAM acusa Lula de falsidade


  Mãe de vítima da TAM acusa Lula de falsidade
  A mãe de Fernando Soares Zacchini, 41, uma das vítimas do Airbus da TAM, 
divulgou uma carta aberta criticando a atitude do governo e principalmente do 
presidente Lula em relação ao acidente. Adi Maria Vasconcellos Soares afirma 
que a tragédia já era prevista e que se surpreendeu com a reação do presidente 
que ela considerou falsa e classificou como um insulto. "Não pensei que teria 
de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma 
de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto. Um texto certamente 
encomendado a um hábil redator, dirigido mais à opinião pública do que a nossos 
corações, ao nosso luto, às nossas vítimas." Luiz Fernando trabalhava para o 
Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs) e 
deixou mulher e um filho. Veja a íntegra da carta: 
  "Aos governantes e à família brasileira, 
  Perdi o meu único filho. 
  Ninguém, a não ser outra mãe que tenha passado por semelhante tragédia, pode 
ter experimentado dor maior. 
  Mesmo sem ter sido dada qualquer publicidade à missa que ontem oferecemos à 
alma de meu filho, Luís Fernando Soares Zacchini, mais de cem pessoas 
compareceram. Em todos os olhos havia lágrimas. Lágrimas sinceras de dor, de 
saudade, de empatia. Meus olhos refletiam todos os prantos derramados por ele, 
por mim, por seu filhinho, por sua esposa, por todos parentes e amigos. Por 
todos os sacrificados na catástrofe do Aeroporto de Congonhas. 
  Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer. Sabia que os vôos 
neste país não oferecem segurança no céu e na terra. Que no Brasil a voracidade 
de vender bilhetes aéreos superou o respeito à vida humana. A culpa é lançada 
sobre um número insuficiente de mal remunerados operadores aéreos ou sobre as 
condições das turbinas dos aviões. Um Governo alheio a vaias é responsável pelo 
desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas aéreas do mundo, a 
VARIG, em benefício da TAM, desde então, a principal provedora de bilhetes 
pagos pelo Governo. Que a opinião pública é desviada para supostos erros de 
bodes expiatórios, permitindo aos ambíguos incompetentes que nos governam 
continuarem sua ação impune. Que nossos aeroportos não têm condições de atender 
à crescente demanda de vôos cujo preço é o mais caro do mundo. Quando os 
usuários aguardam uma explicação, à falta de respeito ao cidadão juntam-se o 
escárnio e a cruel vulgaridade de uma ministra recomendando aos viajantes 
prejudicados que relaxem e gozem. Assuntos de alcova não condizentes com a reta 
postura moral e respeito exigidos no exercício de cargos públicos. Assessores 
do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a 
segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos. Gestos mais apropriados 
a bordéis do que a gabinetes presidenciais. Ao invés de se arrependerem de uma 
conduta chula, incompatível com a dignidade de um povo doce e amável como o 
brasileiro, ainda alardeiam indignação, único sentimento ao alcance dos 
indignos. Aqueles que deveriam comandar a responsabilidade pelo tráfego aéreo 
no Brasil nada fazem exceto conchavos. Aceitam as vantagens de um cargo sem 
sequer diferenciarem caixa preta de sucata. Tanto que oneraram e humilharam o 
país ao levar o material errado para ser examinado em Washington. Essas são as 
mesmas autoridades agraciadas com louvor e condecorações do Governo em nome do 
povo brasileiro, enquanto toda a nação, no auge de sofrimento, chorava a perda 
de seus filhos. 
  Tudo isto eu sabia. A mim, bastava-me minha dor, bastava meu pranto, bastava 
o sofrimento dos que me amam, dos que amaram meu filho. Nenhum choro ou lamento 
iria aumentar ou minorar tanta tristeza. Dores iguais ou maiores que a minha, 
de outras mães, dos pais, filhos e amigos dos mortos necessitam de consolo. A 
solidariedade e amor ao próximo obrigam-nos a esquecer a própria dor. 
  Não pensei, contudo, que teria de passar por mais um insulto: ouvir a 
falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de 
conforto. Um texto certamente encomendado a um hábil redator, dirigido mais à 
opinião pública do que a nossos corações, ao nosso luto, às nossas vítimas. 
Palavras que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que 
demonstrou ao simular uma lágrima. Não, francamente eu não merecia ter de me 
submeter a mais essa provação nem necessitava presenciar a estúpida cena: ver o 
chefe da nação sofismar um sofrimento que não compartilhava conosco. 
  Senhores governantes: há dias vejo o mundo através de lágrimas amargas mas 
verdadeiras. Confundem-se com as lágrimas sinceras e puras de todos os corações 
amigos. Há dias, da forma mais dolorosa possível, aprendi o que é o verdadeiro 
amor. O amor humano, o Amor Divino. O amor é inefável, o amor é um sentimento 
despojado de interesse, não recorre a histriônicas atitudes políticas. 
  Não jorra das bocas, flui do coração! 
  E que Deus nos abençoe! 
  Adi Maria Vasconcellos Soares 
  Porto Alegre, 21 de julho de 2007." 




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