Prezado Alexandre,

Seus problemas acabam sendo desafios interessantes para quem tem algo a
acrescentar, e a ajudar. Depois do que o Fernando escreveu e do que
Guilherme dissertou, penso que deveria também atender ao fato da
fertirrigação.
Como seu terreno é de pouca fertilidade e ainda por cima não segura o que vc
lhe coloca dentro, ficaria dificil extrair boas colheitas se não fora a
fertirrigação na qual vc poderá fazer maravilhas, assim tenha o cuidado de
estudar e reunir as fórmulas mais adequadas ás extrações momentânneas de
cada estágio de desenvolvimento de cada cultura.
Mesmo que possa ouvir aqui e alí eventuais argumentos contra ou em favor de
cautelas que apontem para a economicidade, deve quanto a mim, se aprofundar
no tema pelas seguintes razões:
Sem nutrição, vc terá pouca produção ou nula produção;
Com água pura e sem fertilizantes, o resultado é equivalentemente pobre;
Com fertilização adequada e com água adequada, o consumo de fertilizantes
tende a atingir rendimentos otimos e em simultâneo consome menos água por
unidade de massa seca produzida.
Como o seu terreno não tem muito alimento nem segura muito adubo, toda ou a
maior parte da nutrição tem de ser dosada diáriamente como se faz
regularmente nos pomares através de gotejamento e mais radicalmente em
culturas hidropónicas , as quais não têm a contribuição dos nutrientes do
solo , justamente porque não há solo na hidroponia.
Ora, para que vc tenha elementos adequados a uma tal fertirrigação, terá de
pesquisar algo que já esteja feito , mas o mais provável é que vc tenha de
pegar a calculadora e dividir os nutrientes em peso por safra pelos dias
dessa safra dentro de um cronograma que tenha em conta os níveis de extração
de cada cultura para as produções requeridas e de acordo com as curvas de
absorção de cada nutriente.
Tarefa interessante e que lhe dará certamente resultados muito bons.
Não basta procurar o que estará escrito. penso que é necessário enfrentar
desse jeito numa base de ensaio, começando por correções mais grosseiras e
avançando para as  mais sutis , até encontrar um pacote rentável.
Não esqueça que chorume filtrado é um excelente incrementador da flora
microbiana, veículo de micro nutrientes e de outras qualidades necessárias
ao seu solo.
Não esqueça também que a fertirrigação sistemática através dos Pivots
comuns, com tubos de condução de água em aço zincado, acaba com eles e
destrói o Pivot.
Para essa fertirrigação, deverá acrescentar uma tubulação de pvc , a qual
transportará uma pequena parte da água, com os adubos dissolvidos. Como sabe
o pvc não corroi com adubos.
Sugiro que esse caudal lateral seja  de 5% como máximo para que não seja
necessária tubulação de diâmetro muito grande.
Para instalação dessa 2ª linha de água fertilizante, eu poderei lhe fazer o
mapeamento com micro aspersores ou com qualquer outro tipo de emissor com
vazão conhecida. Tal mapeamento tem de ter o mesmo critério de homogeneidade
de lâmina ao longo do raio do terreno.
Com esse sistema, poderá distribuir outros produtos como insecticidas ou
fungicidas, devido á baixa  lâmina aplicada.

Um abraço a todos.
Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]
0xx3838212228



----- Original Message ----- 
From: "Guilherme Busi de Carvalho" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <irriga-l@feis.unesp.br>
Sent: Tuesday, March 15, 2005 10:34 PM
Subject: Re: [irriga-l] Irrigação em pastagem por Ppivô Central


> Prezado Alexandre,
>
> Recentemente, fizemos um estudo para uma fazenda localizada em Ribas
> do Rio Pardo - MS. Nesta propriedade o objetivo é produção de soja,
> porém, fizemos uma análise climática detalhada utilizando os dados de
> Ilha Solteira - SP, como também citou o Prof Fernando B Tangerino, com
> os dados de solo específicos da propriedade, com teste de infiltração
> como disse o Sr Jorge Júlio, análise granulométrica e química em
> diversas profundidades e curva de retenção de água.
>
> Os solos da fazenda estudada, assim como devem ser os da fazenda que o
> Sr trabalha, apresentaram teores de argila sempre inferiores a 15%,
> com altos teores de Alumínio e baixíssima fertilidade.
>
> A curva de retenção de água no solo confirmou o que disseram os
> colegas, o solo seca rapidamente, mesmo após uma chuva intensa,
> portanto não se iluda e não tenha medo de ligar o equipamento.
>
> A análise climática (para soja) mostrou que a lâmina bruta mínima
> ideal de um pivô central, na região, com probabilidade de 80% de
> ocorrência, é de 9,6 mm por dia para suprir a máxima demanda da
> cultura. Obviamente a demanda não é esta ao longo de todo ano, porém,
> com informações de equipamentos como tanque classe A, tensiômetros (em
> casos específicos ou para monitorar a profundidade que atinje a lâmina
> de irrigação), os dois associados, ou mesmo uma estação meteorológica,
> entre diversos outros métodos existentes, vc pode ter informações que
> lhe auxiliem na tomada de decisão sobre a irrigação, já que definir um
> turno de rega fixo ou uma lâmina fixa é um "tiro no pé".
>
> Existem alguns trabalhos que associam lâminas de irrigação com idades
> da forrageira pós corte ou pastejo com adubação nitrogenada e
> produção. Entre no site da Esalq e procure por teses e dissertações.
> Algumas estão disponíveis para Download e podem ser úteis apesar de
> muito teóricas.
>
> Outro problema encontrado na fazenda em estudo foi a existência de
> nematóides (Pratilencus brachiurus), espécie polífaga muito pouco
> estudada.
>
> Nesta propriedade está sendo usado Tanque classe A com tensiômetros
> com bom resultado.
>
> No caso da pastagem é importante lembrar que: quanto maior a área
> foliar maior a evapotranspiração da cultura e, portanto, maior a
> demanda por água. Assim sendo com o aumento da idade pós corte ou
> pastejo a lâmina de irrigação deve ser maior, considerando a mesma
> demanda atmosférica, logo, como o sr deve ter idades diferentes ao
> mesmo tempo no pivô, uma forma de economizar energia é aplicar lâminas
> de irrigação diferentes para cada "fatia" da área, desde que o
> equipamento permita.
>
> Atenciosamente,
>
> Eng° Agro° M.sc. Guilherme Busi de Carvalho
> Irrigart - Eng. e Cons. em Irrigação recursos Hídricos e Meio Ambiente
> Tel.: (19) 3434-9336; (19) 8122-4623
>
> > O endereço eletrônico é da minha mulher , porém me chamo Alexandre ,
> sou Engenheiro Agrônomo e necessito de informações a respeito de
> irrigação de pastagem em pivô central .
> > Atualmente estou trabalhando em uma fazenda na região de Água Clara
> -MS onde possui dois pivôs , um para rodízio do gado ( com Brizanta )
> e outro com MG5 implantado recentemente para corte e ensilagem .
> > A duvida é sobre a lamina d'agua necessária para irrigar as
> pastagens , qual turno de rega , enfim quanto de água necessitarei
> para suprir as pastagem .
> > O solo é bastante arenoso e baixa fertilidade ( estamos corrigindo )
> e a temperatura é alta .
> > Como devo proceder para elaborar um planejamento técnico .
> >  Estarei aguardando resposta ...
> >  Obrigado.
> >
> Eng° Agro° Guilherme Busi de Carvalho
> Irrigart Guaíra - Eng. e Cons. em Água e Solo
> Tel.: (17) 3332-0989; (19) 8122-4623
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