Olá, Bernardo!

Pois é... os acadêmicos são, via de regra e em especial os mais brilhantes
(em todas as áreas, mas destaco a Filosofia, a Física e a Matemática),
vítimas do principal provérbio de Salomão: "Vaidade das vaidades, tudo é
vaidade e aflição de espírito" (Eclesiastes).

Acredito que os matemáticos (os luminares) escrevam a primeira versão de
suas demonstrações em 200 páginas ou mais. Aí, em um dia, fazem uma revisão
pra 50. Em uma semana já conseguem escrevê-la em 10. Quando a publicam,
enviam um abstract de 5 linhas e mais 2 páginas contendo a tal demonstração
pra lá de compactada. Então explodem num orgasmo intelectual: "ninguém vai
conseguir me entender!", "uma passagem de 50 páginas é citada como
'obviamente, sabe-se que...'" e por aí vai...

Acho que o exemplo mais agudo é o da Teoria da Relatividade Restrita:
Einstein formulou sua mais do que genial teoria em 1905 (o chamado "ano dos
milagres de Einstein"), por volta dos seus 25 (VINTE E CINCO!!!) anos, num
artigo que, a despeito da minha memória, que vive a me trair, tinha 11
(ONZE!!!) páginas - refiro-me ao original de Einstein (a versão impressa
tinha cerca de 30 páginas). 

Sds.,
Albert Bouskela
bousk...@gmail.com
bousk...@ymail.com

> -----Original Message-----
> From: owner-ob...@mat.puc-rio.br [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br]
> On Behalf Of Bernardo Freitas Paulo da Costa
> Sent: Thursday, April 23, 2009 10:12 AM
> To: obm-l@mat.puc-rio.br
> Subject: Re: [obm-l] Pi
> 
> 2009/4/22 Albert Bouskela <bousk...@ymail.com>:
> > Olá!
> Salve Albert e toda obm-l !
> 
> > Dentre os números não-algébricos, “pi” é o que possui a prova mais fácil
da
> > sua “irracionalidade”, i.e., apenas uma página. Você pode encontrá-la em
> >
> > http://www.math.upenn.edu/~deturck/m509/niven.pdf
> Muito legal essa prova ! Mas bastante mágica, devo dizer... E em
> termos de comprimento, eu gosto mais da do "e" (o que acontece de novo
> no caso de provar que são transcendentes, ou seja, a do "e" é mais
> fácil também, na minha opinião) :
> Diga que e = p/q
> note que as  aproximações de e pela definição clássica (como limite de
> x_n = 1 + 1 + 1/2 + 1/3! + ... + 1/n!) diferem de menos de 1/(n * n!)
> do valor exato de e (some 1/(n * n!) no final e chame y_n = x_n + 1/(n
> * n!), e veja que x_n é crescente e y_n é decrescente). Ora, o
> presumido denominador de e é um numero finito, certo ? Logo, compare
> os termos da soma até o índice q :
> 1 + 1 + 1/2 + ... + 1/q! < p/q < 1 + 1 + 1/2 + ... + 1/q! + 1/(q * q!)
> 
> Multiplicando por q! dos dois lados, temos que
> Inteiro bem grande < p * (q-1)! < Inteiro bem grande + 1/q
> 
> Ou seja, há um inteiro num espacinho pequeniniho. Absurdo. Uma coisa
> legal desta prova é que não precisa de nada além da definição do e (a
> do pi, precisa saber fazer contas com senos e cossenos, ou seja,
> provar os vários limites clássicos, e o cara pula um bocado na
> integração por partes - eu me lembro de ter visto uma prova parecida
> mas que na minha memória era bem mais longa do que a página do nosso
> amigo de Purdue !!)
> 
> > Sds.,
> > Albert Bouskela
> 
> Abraços,
> --
> Bernardo Freitas Paulo da Costa
> 
> ===========================================================
> ==============
> Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
> ===========================================================
> ==============


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