Oi Paulo e demais colegasdesta lista ... OBM-L,
Da forma como você apresentou, não, pois a a passagem de "a_n=(a_n-1).q" para 
"(a_1).[q^(n-1)]" não está suficientemente clara ... em verdade, nestapassagem 
você "já esta utilizando "justamente "aquilo que voce dever provar". Em casos 
simples tal como o que você apresenta, quando previamente já seconhece a 
fórmula final, é bastante comum o uso da indução matemática. Assim :
a_2=a_1.q  ( por definição )a_3=a_2.q ( por definição ) => a_3 =a_1.(q^2) ( 
usando o resultado da linha anterior )
Olhando estes dois casos e vendo a "ainda aparente" relação entre índice e o 
expoente, conjecturamos que :
a_n=a_1.( q^(n-1) )
Supondo isso, teremos que : a_(n+1)=a_n.q  por definição. Substituindo a 
hipótese de indução, chegamos a a_(n+1)=a_1.(a^n). Pelo principio da 
induçãofinita fica estabelecido que a expressão vale para todo n natural.
Mas as provas por indução padecem de um mal fundamental, a saber, pressupõe o 
conhecimento prévio da expressão que devemos provar. Em geral, no cursode uma 
investigação, você não conhece previamente o que deverá demonstrar. Por 
exemplo, olhe este link aqui :
http://math.stackexchange.com/questions/17320/derivation-of-the-partial-derangement-rencontres-numbers-formula
lendo, verifica-se que alguns estudantes e pesquisadores estão procurando uma 
"fórmula" para o total de "arranjos caóticos" de comprimento P que podemosfazer 
de um total de N elementos. Como este problema está  ainda hoje ( até agora, 
pois vou mostrar a solução abaixo ) em aberto e a solução pode ser vista como 
uma generalização do trabalho do Nicolau Bernoulli e Euler, eu achei que valia 
a pena pensar nele e deduzi que :
Dn,k = Binom(N,K)*{ somatorio[ i  variando de 1 até M , binom(N-i , 
N-M)*binom(N-M , i)* (!(K-i))] }
onde, nesta formula :
1) M=min{K,N-K}   2) !N = N!*( (1/2!)-(1/3!) + ... + ( (-1)^N )*(1/N!) ) se N 
>= 23) !1=0  e !0=1
A demonstração não é trivial. Não apresento aqui porque isso é apenas o 
resultado inicial de uma pesquisa mais ampla que ainda não conclui.  Mas o que 
quero ressaltar é que EU NÃO SABIA em qual expressão chegaria. Sabia apenas que 
chegaria em algum lugar. Neste sentido, o principio da indução tem pouca 
utilidade.
Mas voce pode demonstrar o seu resultado assim :
a_2 = a_1.qa_3 = a_2.q...a_n=a_(n-1).q
multiplicando membro a membro as N-1 igualdades e eliminado os fatores comuns 
que aparecem nos dois membros, chegamos a :
a_n=a_1.(q^(n-1) )
E agora não foi preciso usar indução. 
Em síntese, não há um roteiro padronizado para demonstrações. O que há são 
certos principios que devemos respeitar ( por exemplo, você não pode usar como 
certo algo que ainda não foi provado ). De resto, o que é importante é a sua 
sensibilidade e intuição, é ela que nos conduz a coisas significativas e que 
nos mostra como provar de forma irretorquivel aquilo que apenas vemos do outro 
lado, no mundo próprio da Matemática
Um abração a TodosPSR, 5190511102A

> From: argolopa...@hotmail.com
> To: obm-l@mat.puc-rio.br
> Subject: [obm-l] Vale a "demonstração"?
> Date: Wed, 18 May 2011 22:51:28 +0000
> 
> 
> 
> Caros Colegas,
> 
> Pode-se dizer que o procedimento empregado abaixo para determinar o termo 
> geral de uma progressão geométrica de razão q é uma real demonstração?
> 
> DEMONSTRAÇÃO:
> 
> Obs.: a_k , sendo k um número natural diferente de zero, indica o k-ésimo 
> termo da progressão.
> 
> Portanto, por definição de progressão geométrica:
> 
> a_2 = (a_1).q
> 
> a_3 = (a_2).q = (a_1).(q^2)
> 
> E assim sucessivamente. Então:
> 
> a_n = (a_n-1). q = (a_1).[q^(n-1)]
> 
> Abraços do Paulo!                                       
> =========================================================================
> Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
> =========================================================================
                                          

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