Em 22/12/2006, às 18:51, Pedro A.D.Rezende escreveu:
Sou cético quanto a este tipo de "explicação". Ela não serve para
explicar elementos fundamentais desse acordo, tais como o preço (quem
Longe de mim ter a pretensão de explicar todas as forças envolvidas
no acordo MS/Novell. O q fiz foi apenas oferecer mais uma perspectiva
diante de um cenário q me parece mais complexo do q uma simples
situação de causa-e-efeito. Da mesma forma q outro dia falamos aqui
sobre a complexidade das interações interdepartamentais na MS (as
quais levaram ao design um tanto qto poluído de uma simples
funcionalidade de logout no Vista), um acordo deste porte deve
envolver mais atores e motivos dentro da MS do q temos conhecimento
público.
que a MS pode mudar os termos da "promessa" (de não processar por
infração de "propriedade intelectual" desenvolvedores não-
comerciais do
kernel) a qualquer momento, sem aviso prévio.
Aqui entra o q comentei a respeito dos valores da empresa. São os
valores q direcionam a atenção da empresa àquilo q ela considera
importante. O prof. Chun Wei Choo, da universidade Oxford, descreveu
muito bem este tipo de dinâmica no "The Knowing Organization".
Infelizmente, são os valores de uma oligarquia interna (para mim
representada de forma clara na figura do Ballmer) q ainda dominam a
empresa. São esses valores ("proteger a nossa propriedade intelectual
a qqr custo") q levaram a esse tipo de cláusula no acordo com a
Novell. Mas, acho q há mostras aqui e ali, ainda tímidas, de q isso
pode estar mudando.
Acho que, para tentar entender as intenções e a mente dos que
negociaram
esse acordo, seria mais profícuo acompanhar a evolução da primeira
investida da estratégia de intimidação via alegações genéricas de
violação de propriedade imaterial -- o caso SCO --, do que as cabeças
velhas ou duras, os iates e as vaidades de executivos, ou as
estratégias
negociais da IBM. Acho mais coerente uma leitura hobbesiana deste
acordo, como por exemplo a que é oferecida em (para quem lê inglês)
http://www.groklaw.net/article.php?story=20061203015212989
Bom, como eu disse antes, acho q há mais aspectos e facetas neste
fenômeno do q uma explicação reducionista pode abranger. O caso SCO
me chama a atenção por causa de uma outra empresa: a Sun. Não sei se
todos lembram, mas no início a Sun foi uma financiadora "secreta" da
SCO (ela pediu sigilo e foram uns bons meses antes do seu nome ser
revelado). Então todos achavam q era mais uma empresa atingida
diretamente pela revolução FLOSS (vide o qto eles perderam de mercado
para a Red Hat, segundo os analistas) tentando uma tática desonesta
para atingir seus rivais. Depois, qdo a Sun começou a abrir o código
do Solaris, a empresa alegou q o tal acordo com a SCO tinha por
objetivo licenciar partes do código Unix dentro do Solaris q poderia
ser objeto de disputa em tribunais. Tendo em vista a estrutura da
Sun, era uma explicação q fazia sentido. Agora, qual será a verdade?
A Sun tentou atingir a Red Hat via SCO? A Sun estava apenas criando
salvaguardas para um esforço legítimo de liberação do código de um
dos seus principais produtos? As duas coisas? Eu não tenho uma
resposta definitiva. Será q alguém (além do Scott McNeally) tem?
[ ]s,
olival.junior_______________________________________________
PSL-Brasil mailing list
PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org
http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil
Regras da lista:
http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil