On Feb 16, 2016, anah...@anahuac.eu wrote: > Em seguida porque a nova geração já chegou ao FLISOL contaminada por > essa percepção de que vale a pena sim, instalar software não livre > para ajudar o Software Livre e hoje, somando esforços a velha guarda > que cansou de brigar, e prega que essa contaminação é a "evolução do > Software Livre".
É o que tenho chamado de "telefone sem fio". Ainda que uma mensagem inicial do Movimento Software Livre tenha sido correta, quem ouviu e particiou do FLISoL mas decidiu instalar software privativo deturpou a mensagem. E quem ouviu a mensagem deturpada não entendeu direito e deturpou mais ainda. E assim por diante. Deu no que deu. > Não sei se isso se aplica em todos os casos. Eu acredito que se > conseguíssemos de forma unificada e coordenada fazer com que todos os > voluntários e organizadores do FLISOL estabelecessem limites claros de > instalação de software não livre, seria um tremendo avanço. Se houvesse ao menos um acordo formal no sentido de o evento progredir na direção do Software Livre ao longo do tempo, acho que daria pra entrar numa dessas, porque seria um compromisso coletivo, não só um compromisso individual que qualquer novo voluntário que pegou a mensagem torcida poderia dizer que não concorda e que faz o que quiser no FLISoL. Mas quais as chances de um acordo desses a nível internacional, nacional, ou mesmo de uma sede que seja? > Num movimento como esse, planejado, as consequências seriam > extremamente benéficas, tendo em vista o distanciamento que os atuais > voluntários e organizadores tem do chamado FLISOL Ideal. +1 >> Dito isso, vejo uma polarização exagerada neste debate. Não só >> alimentada por "torcidas" de distros, ou pelas diferenças que se >> costumam atribuir a estratégias OSI/Linux ou FSF/GNU. > Não há exagero algum. A polarização existe mas sempre esteve sob um > manto, uma neblina, que encobriu a permissividade e complacência do > OSI/Linux com o software não livre, o pensamento mercantilista e a > tentativa retórica de reduzir nossa filosofia a um modelo de produção > de software. Não discordo, mas quando vejo você e a galera do Curitiba Livre discutindo, não é essa a polarização. Nesse caso, é #tamojunto #sóquenão :-) >> Estou enxergando um problema crucial relacionado à compreensão do >> significado de "instalar". Deixa eu explicar. >> Se alguém chegasse ao FLISoL e pedisse pro voluntário da organização >> instalar o Microsoft Office, espero que seja consenso que isso não rola. > Porque não rola? Porque minha esperança é maior do que deveria? > porque MS Office não pode? Só achei que isso já fosse consenso. Acho que isso tá tatuado perto de alguma das cicatrizes que ganhei em discussões na lista internacional do FLISoL em anos anteriores ;-) > Para ser honesto, parece que o único consenso parece ser a não > instalação de Windows. Vai ver é isso e eu me confundi. > É mais grave. Hoje o cara ouviu falar que tem um tal de Steam. E sou > capaz de apostar que se um usuário chegar no próximo FLISOL e pedir > para instalar o Steam ele será atendido em 90% das cidades. Em > Brasília é 100%! :-( > Nesse caso específico seria necessário copiar o driver ou firmware da > instalação de software não livre já existente para usá-lo na > instalação do GNU+Linux. Possivelmente não precise nem copiar, basta montar a outra partição e fazer um symlink no lugar certo. Mas enfim... O ponto é mostrar pro usuário que esse software NÃO FAZ PARTE do mundo Livre, é um software privativo que ele já usava e, se fizer questão, pode continuar usando, pelo menos enquanto tiver essa máquina que não respeita sua liberdade. Esse é o ponto crucial da minha longa mensagem anterior. > Ao que parece a evolução deste ano, em alguns FLISOL, será avisar aos > usuários dos malefícios do software não livre que será instalado. Embora pequeno e contraditório com o exemplo, já é um avanço. Algumas das cicatrizes que ganhei foram por sugerir justamente isso ;-) > Depende... pense bem, se ele antes usava um driver não livre e parece > razoável usar o ndiswrapper para carregá-lo na instalação do GNU+Linux > por ele utilizá-lo antes, o mesmo se aplicaria a usar o Wine para > instalar o MS Office que ele já utilizava antes? Não é instalar, é usar o que já tá lá instalado. Essa é a diferença que eu tentei mostrar, e pelo jeito não consegui. >> Parece-me que instalar uma distro que não empacote nem ofereça os blobs, >> mas que tampouco impeça sua carga, seja a solução ideal para um FLISoL >> conscientizador. > Conhecemos alguma assim? Assim, de cabeça, não me ocorre nenhuma com todas essas características. Das que conheço, o Debian GNU/Linux provavelmente é o que mais se aproxima. Talvez o Trisquel, cujo mantenedor queria muito permitir a carga de firmware blobs instalados (sem porém induzir à sua instalação) a ponto de fazer uma modificação assim no GNU Linux-libre que usa. Não sei até que ponto ele fez, mas pelo menos alguns drivers ele mostrou que sabia bem como fazer. >> Ainda que o processo não seja tão simples quanto o de >> uma distro que detecta a instala todos os blobs que possam vir a ser >> úteis, a busca pelo blob desejado pelo usuário na partição do sistema >> usado anteriormente e a configuração do sistema novo para utilizá-lo me >> parece muito mais elucidativa para o visitante do que "apertar o ENTER", >> especialmente se for acompanhada de uma explicação. > Sem dúvida, mas isso pressupõe que todos os voluntários sejam capazes > de fazer isso. Eu mesmo não saberia nem por onde começar. Putz, eu lembro de já ter visto (e limpo) vários arquivos da documentação do Linux que diziam que arquivo de driver buscar e como extrair o firmware dele. Tem até uns scripts no Linux que fazem isso, tipo get_dvb_firmware... Mas, enfim, se fazer isso fica difícil, como já manifestaram vários, será que buscar o blob no repositório webgit do linux-firmware é mais viável? Porque, tipo assim, o ponto central não é exatamente encontrar o blob no disco do cidadão e usar exatamente aquela cópia, mas deixar claro que é o mesmo programa que ele já usava antes, não está havendo nenhuma perda de liberdade adicional por aceitar novos termos de licenciamento restritivos, nem por aceitar termos iguais sobre uma nova peça de software. > Além do mais isso implicaria em manter o sistema operacional não livre > instalado? Sempre dá pra copiar antes, né? :-) Ou extrair do backup :-) >> Por exemplo, de que >> há distros (talvez até a própria distro instalada) que oferecem esses >> programas em seus repositórios. De que o objetivo do FLISoL não é >> instalar esses programas privativos, mas instalar Software Livre e >> conscientizar sobre o problema dos programas privativos, porque é parte >> de um movimento político-social maior que procura curar a sociedade >> dessa enfermidade. De que, por compreender que cada usuário tem seu >> tempo e sua liberdade, viabilizamos que continue usando aquilo de que se >> tornou dependente e de que não pode se livrar imediatamente, sem porém >> facilitar ou efetuar uma nova instalação de tais programas, apenas >> utilizando os que já estavam lá. > Interessante Oliva... essa última frase me remete ao que perguntei > acima por não estabelecer limites. Usar antes não deveria ser um > parâmetro irrestrito para instalação de software não livre. Não é instalação, é só não-remoção e configuração. Lembre, não é FLASoP (... de apagamento de software privativo), é de instalação de Software Livre. > Eu entendo que a instalação de um firmware ou driver não livre possa > ser algo desculpável por não haver um substituto livre IMHO não é. Meu pensamento nada tem a ver com a existência de um substituto livre. O mesmo argumento que usei vale se houver, mas o usuário optar por continuar usando aquilo com que já estava acostumado naquele computador, para que dê o passo seguinte A SEU TEMPO. > Mas é um risco calculado estrategicamente para tentar > realinhar o FLISOL com os ideias do Movimento Software Livre. Eu entendo o cálculo e concluo que o que eu proponho atinge o mesmo objetivo prático (permitir ao usuário continuar usando um dispositivo do computador que depende de software privativo presente no sistema anterior), porém com uma vantagem de conscientização: deixar claro que esse blob não é Software Livre, não é algo desejável, e que ele deve tentar evitar essa dependência (e outras similares) no próximo computador. Mas que, enquanto usar esse computador, o estrago já estava feito, então, se ele não quiser consertar esse problema agora, dá pra quebrar um galho, pra ele conhecer e entender melhor e, espera-se, um dia dar o passo adiante. -- Alexandre Oliva, freedom fighter http://FSFLA.org/~lxoliva/ You must be the change you wish to see in the world. -- Gandhi Be Free! -- http://FSFLA.org/ FSF Latin America board member Free Software Evangelist|Red Hat Brasil GNU Toolchain Engineer _______________________________________________ psl-brasil mailing list psl-brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil SAIR DA LISTA ou trocar a senha: http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil