Olá Azxy, Você se incomoda se eu perguntar quem é você? Curiosidade pura... e se não quiser falar, de boa.
> Anahuac, você diz que: > > "Eu entendo que a instalação de um firmware ou driver não livre possa ser algo > desculpável por não haver um substituto livre, mas se não estabelecermos algum > limitante, virtualmente estaremos justificando a instalação de quase qualquer > software não livre." > > Vou sugerir uma complementação a isso, o passo seguinte: cada Flisol > compilar uma lista com o hardware que não funcionou com software livre e > a coordenação compilar uma lista nacional para pressionar os > fabricantes, contribuir com o h-node.org e fazer campanhas para > desestimular o uso desses hardwares e campanhas para construir > substitutos livres para os softwares necessários. Interessante, também, > seria compilar uma lista do hardware que funciona com software livre, > para contribuir com o h-node.org e estimular o uso desses hardwares. Na verdade estamos trabalhando exatamente em um programa para automatizar isso. A ideia é facilitar o proceso de coleta dessas informações e depois de processar esses dados ai então alimentar o h-node e gerar uma petição para ser assinada por todos os coordenadores do FLISOL para fazer pressão nos fabricantes. Se tudo der certo lançamos a solução/ideia/petição em meados de março.... vejamos. De qualquer forma, muito obrigado pela ideia e se quiser se juntar a nós nesse esforço, sinta-se convidado. Saudações Livres! > > Em 16-02-2016 00:24, anah...@anahuac.eu escreveu: >> Oliva, >> >> Quando você responde uma mensagem como essa, em geral a lista silencia por >> falta >> de argumentação :-) >> >> Desta vez ou fazer papel de chato mesmo (mais ainda?) e ver se nos ajudo a >> desenvolver mais as ideias... >> >>>> Existe um outro adjetivo que se encaixa muito melhor no objetivos de >>>> nossas ações: CONSCIENTIZAR. Ninguém lá vai instalar um software >>>> não-livre que seja necessário para a funcionalidade da maquina sem >>>> conscientizar o dono da máquina dos problemas que enfrentamos em >>>> relação a estas questões. >> Infelizmente esse tem sido o padrão do FLISOL desde sua criação. Instalação >> de >> tudo o que o voluntário quiser/achar que deve instalar. Ser ou não livre >> sempre >> foi secundário. >> No inicio porque parecia fundamental provar que o GNU+Linux seria capaz de >> "rodar" em igualdade de condições e oferecendo a mesma gama de programas e >> prazeres dos sistemas não livres. Para isso abrimos mão para o Flash, Chrome, >> toda sorte de codecs, blobs e drivers não livres, Steam, Moonlight, >> Netflix... >> bom, a lista é longa. >> Em seguida porque a nova geração já chegou ao FLISOL contaminada por essa >> percepção de que vale a pena sim, instalar software não livre para ajudar o >> Software Livre e hoje, somando esforços a velha guarda que cansou de brigar, >> e >> prega que essa contaminação é a "evolução do Software Livre". >> >> Não deixo de citar o exemplo magnífico do FLISOL de Brasília do ano passado >> que >> promoveu um campeonato de jogos do Steam instalados lá mesmo, assim como o >> campeonato de Urban Terror em Ubuntu organizado pelo Alberto Azevedo no >> Latinoware. >> >>> De minha parte, considero que conscientizar que software privativo é >>> prejudicial é incompatível com instalá-lo. O ato de instalá-lo, >>> enquanto exemplo (que ensina muito mais que palavras), desfaz todo e >>> qualquer trabalho verbal que possa ter sido feito antes ou durante, ou >>> até mesmo depois. >> Não sei se isso se aplica em todos os casos. Eu acredito que se >> conseguíssemos >> de forma unificada e coordenada fazer com que todos os voluntários e >> organizadores do FLISOL estabelecessem limites claros de instalação de >> software >> não livre, seria um tremendo avanço. Seria um caso onde a instalação de >> "algum" >> software não livre, não invalidaria o aviso dos malefícios do mesmo. Por >> exemplo, que todos assumíssemos o compromisso de só instalar blobs e drivers >> não livres e nenhum outro software, em um primeiro momento e coordenando para >> nos próximos anos sermos ainda mais restritos. >> >> Num movimento como esse, planejado, as consequências seriam extremamente >> benéficas, tendo em vista o distanciamento que os atuais voluntários e >> organizadores tem do chamado FLISOL Ideal. >> >>> Dito isso, vejo uma polarização exagerada neste debate. Não só >>> alimentada por "torcidas" de distros, ou pelas diferenças que se >>> costumam atribuir a estratégias OSI/Linux ou FSF/GNU. >> Não há exagero algum. A polarização existe mas sempre esteve sob um manto, >> uma >> neblina, que encobriu a permissividade e complacência do OSI/Linux com o >> software não livre, o pensamento mercantilista e a tentativa retórica de >> reduzir nossa filosofia a um modelo de produção de software. >> >> Os últimos anos tem sido dedicados a jogar luz sobre o assunto e expor os que >> fizeram/fazem isso de forma deliberada. E isso, obviamente, desperta reações. >> >> >>> Estou enxergando um problema crucial relacionado à compreensão do >>> significado de "instalar". Deixa eu explicar. >>> >>> Se alguém chegasse ao FLISoL e pedisse pro voluntário da organização >>> instalar o Microsoft Office, espero que seja consenso que isso não rola. >> Porque não rola? >> Até o momento não havia nenhum documento que impedisse ou confirmasse isso. >> Cada >> FLISOL pode decidir os limites de sua infecção por softwares não livres. >> Na verdade depende exclusivamente da decisão do voluntário. Flash pode, >> Chrome >> pode, Netflix pode, Java da oracle pode.... porque MS Office não pode? >> >> Para ser honesto, parece que o único consenso parece ser a não instalação de >> Windows. >> >>> Igualmente espero que seja consenso que, se alguém chegasse ao FLISoL e >>> pedisse pra instalar um GNU/Linux, mas deixasse no lugar o Windows já >>> instalado, não haveria nenhuma surpresa ou objeção. >> Mais ou menos. Da mesma forma como antes, dependerá do voluntário. Eu mesmo >> fui >> voluntário em um FLISOL em Serra Talhada a alguns anos e me recusei a fazer >> isso. Na Campus Party também me recusei. Outros fizeram. Não há uma norma, >> regra ou consenso nesse caso. >> >>> E se o visitante tivesse ouvido falar que dá pra rodar programas do >>> Windows no GNU/Linux e pedisse ajuda para que o MS-Office e alguns jogos >>> do Windows funcionassem no GNU/Linux também? Não estamos falando de >>> instalar o MS-Office ou os jogos, presumivelmente privativos; apenas de >>> instalar e configurar o Software Livre que permitiria ao usuário >>> continuar utilizando alguns dos programas privativos que já usava. >> É mais grave. Hoje o cara ouviu falar que tem um tal de Steam. E sou capaz de >> apostar que se um usuário chegar no próximo FLISOL e pedir para instalar o >> Steam ele será atendido em 90% das cidades. Em Brasília é 100%! >> >>> Não vejo essa situação como digna de maior objeção que a preservação do >>> MS-Windows, ainda que ela possa ter um efeito deletério de prolongar a >>> dependência do software privativo, na medida em que o acesso a ele fica >>> facilitado. >> Verdade e não é mesmo. >> >>> Sob essa perspectiva, espero que seja também consenso que, >>> caso um voluntário do FLISoL tenha o conhecimento e interesse em >>> instalar e configurar o Wine para que o usuário tenha sua manifesta >>> necessidade ou desejo atendidos, não há qualquer violação ao espírito do >>> FLISoL, nem do Movimento Software Livre. >> Enquanto for o Wine, de fato não há. O detalhe é que impensável que o >> voluntário >> pare por ai. Ter experiência em mexer com Wine, em geral, indica que ele >> mesmo >> usa softwares não livres e que deverá não apenas configurar o Wine, mas >> certamente instalar o software não livre que rodará nele. E sem nenhum >> limitante isso é ainda mais plausível. >> Mas é claro que estou sendo especulativo e circunstancial. >> >>> Por que, então, seria diferente para firmware ou drivers privativos? >> Porque depende da forma como o firmware ou driver é obtido ou instalado. Se >> for >> via baixeaqui e instalado com ndiswarapper, por exemplo é uma coisa. Mas se o >> instalador do Ubuntu não te diz nada e instala é outra. >> >>> Ora, se a máquina já utilizava um dispositivo que, para funcionar a >>> contento do usuário, requer uma peça de firmware privativo, é evidente >>> que essa peça de firmware já está instalada na máquina, no sistema >>> operacional que o usuário utilizava antes do FLISoL. Que mal haveria, >>> sob a perspectiva acima, providenciar para que o GNU/Linux possa se >>> valer do firmware já instalado e utilizado anteriormente, para fazer o >>> dispositivo *continuar* funcionando? Já se o caso for de driver, >>> ndiswrapper cumpre o mesmo papel que o Wine, permitindo que o usuário >>> continue utilizando o driver que usava no sistema operacional que já >>> utilizava. >> Nesse caso específico seria necessário copiar o driver ou firmware da >> instalação >> de software não livre já existente para usá-lo na instalação do GNU+Linux. >> Isso >> não difere muito do que eu sugeri no manifesto do #semUbuntu. >> >>> Então, por que tanta discussão acalorada? >> Porque não é assim que as coisas acontecem no FLISOL. Como já foi explicado >> diversas vezes, o usuário recebe a instalação de uma distribuição que embute >> drivers, firmwares, e uma tonelada de outros softwares não livres sem que >> nada >> seja mencionado pelo instalador da distribuição e nem pelo voluntário. Na >> verdade, quando o voluntário menciona algo é para elogiar essas distribuições >> "por que tudo funciona perfeitamente" valorizando o software não livre, como >> você mesmo disse acima. >> >> Ao que parece a evolução deste ano, em alguns FLISOL, será avisar aos >> usuários >> dos malefícios do software não livre que será instalado. Mas como não há >> nenhum >> limite e cabendo apenas aos voluntários decidirem o que fazer, ficou fácil: >> informe ao usuário dos malefícios e depois instale o MS Office que ta de boa! >> >> >>> Uma vez que se entenda que o objetivo do FLISoL não é exorcizar todo o >>> software privativo que possua o computador do visitante, nem é do >>> Movimento Software Livre fazê-lo de forma imediata, não é incompatível >>> viabilizar ao visitante a continuidade do uso de programas privativos >>> que utilizava antes. >> Depende... pense bem, se ele antes usava um driver não livre e parece >> razoável >> usar o ndiswrapper para carregá-lo na instalação do GNU+Linux por ele >> utilizá-lo antes, o mesmo se aplicaria a usar o Wine para instalar o MS >> Office >> que ele já utilizava antes? >> >> >>> As diferenças, quando existem, dizem respeito à forma de fazê-lo. >> Touché! >> Mas em benefício de uma estratégia que levasse o FLISOL ao rumo certo, >> acrescentaria também a quantidade e o tipo de software não livre que seria >> justificável. >> >> >>> Não considero que instalar uma distro que faça a instalação de forma >>> silenciosa e automática ajude a conscientizar a respeito do problema; >>> pelo contrário, faz parecer que o software privativo é uma vantagem. >>> Isso, por si só, já exclui muitas distros, para insatisfação de suas >>> "torcidas" que vêem no FLISoL uma oportunidade de promover suas distros, >>> ainda que em detrimento (muitas vezes não intencional) do Movimento >>> Software Livre. >> Perfeito. >> E como sei que serei criticado, mais uma vez, por apontar só para o Ubuntu, >> repito: é uma estratégia de contra-ataque. Em minha opinião ninguém nos >> ferrou, >> enganou, se aproveitou mais de nossa comunidade do que a Canonical. >> >>> Mesmo distros que consultem o usuário e facilitem a instalação dos blobs >>> atrapalham o trabalho de conscientização, ainda que em menor medida, >>> pois igualmente valorizam o software privativo a ponto de o oferecerem, >>> ainda que o usuário que dele necessite já o possua! >> Verdade, mas essas são em menor número e muito mais alinhadas dos que as >> outras. >> Acho que o Debian se encaixa bem nessa definição e acho que ela >> poderia/deveria >> ser a distribuição padrão para ser adotada pelo FLISOL em caso de instalações >> que demandem firmwares ou drivers não livres. >> >>> Por outro lado, a instalação de distros 100% Livres que utilizam o GNU >>> Linux-libre não vão permitir facilmente o uso de firmware pré-instalado. >>> Então, tampouco ajudam o usuário que não esteja disposto a abrir mão de >>> componentes de seu hardware atual em favor de sua liberdade. >> Verdade. >> >>> Parece-me que instalar uma distro que não empacote nem ofereça os blobs, >>> mas que tampouco impeça sua carga, seja a solução ideal para um FLISoL >>> conscientizador. >> Conhecemos alguma assim? >> >>> Ainda que o processo não seja tão simples quanto o de >>> uma distro que detecta a instala todos os blobs que possam vir a ser >>> úteis, a busca pelo blob desejado pelo usuário na partição do sistema >>> usado anteriormente e a configuração do sistema novo para utilizá-lo me >>> parece muito mais elucidativa para o visitante do que "apertar o ENTER", >>> especialmente se for acompanhada de uma explicação. >> Sem dúvida, mas isso pressupõe que todos os voluntários sejam capazes de >> fazer >> isso. Eu mesmo não saberia nem por onde começar. >> Além do mais isso implicaria em manter o sistema operacional não livre >> instalado? >> >> >>> Por exemplo, de que >>> há distros (talvez até a própria distro instalada) que oferecem esses >>> programas em seus repositórios. De que o objetivo do FLISoL não é >>> instalar esses programas privativos, mas instalar Software Livre e >>> conscientizar sobre o problema dos programas privativos, porque é parte >>> de um movimento político-social maior que procura curar a sociedade >>> dessa enfermidade. De que, por compreender que cada usuário tem seu >>> tempo e sua liberdade, viabilizamos que continue usando aquilo de que se >>> tornou dependente e de que não pode se livrar imediatamente, sem porém >>> facilitar ou efetuar uma nova instalação de tais programas, apenas >>> utilizando os que já estavam lá. >> Interessante Oliva... essa última frase me remete ao que perguntei acima por >> não >> estabelecer limites. Usar antes não deveria ser um parâmetro irrestrito para >> instalação de software não livre. Eu entendo que a instalação de um firmware >> ou >> driver não livre possa ser algo desculpável por não haver um substituto >> livre, >> mas se não estabelecermos algum limitante, virtualmente estaremos >> justificando >> a instalação de quase qualquer software não livre. >> >> >>> As demais medidas que vi sugeridas, tanto de o voluntário instalar o >>> blob do repositório da distro quanto de escrever um script que o usuário >>> vá rodar depois, parecem-me valorizar demasiado o software privativo, ao >>> tentar facilitar sua (re)adoção, obtendo-o de outras fontes que não o >>> próprio computador onde já está, ou o disco de drivers que tenha >>> acompanhado o dispositivo. >> Verdade. Mas é um risco calculado estrategicamente para tentar realinhar o >> FLISOL com os ideias do Movimento Software Livre. Da forma como o FLISOL está >> hoje, apenas essas duas ações já seriam históricos como o primeiro passo >> para o >> caminho que leva ao FLISOL Ideal. >> >>> É essa a minha perspectiva neste momento. Faz sentido pra vocês? >>> Alguém quer acrescentar (ou remover) alguma coisa? >> É isso... >> >> >>> Saudações Livres, >> +1 >> >>> -- >>> Alexandre Oliva, freedom fighter http://FSFLA.org/~lxoliva/ >>> You must be the change you wish to see in the world. -- Gandhi >>> Be Free! -- http://FSFLA.org/ FSF Latin America board member >>> Free Software Evangelist|Red Hat Brasil GNU Toolchain Engineer >>> _______________________________________________ >>> psl-brasil mailing list >>> psl-brasil@listas.softwarelivre.org >>> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil >>> Regras da lista: >>> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil >>> SAIR DA LISTA ou trocar a senha: >>> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > > _______________________________________________ > psl-brasil mailing list > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil -- Anahuac de Paula Gil "É agitando que se transforma a vida, o homem, a sociedade, o mundo". 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