Re: [obm-l] PROBLEMINHAS RECREATIVOS!

2010-07-27 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2010/7/26 Jorge Luis Rodrigues e Silva Luis jorgelrs1...@hotmail.com:
 Um pai, tentando convencer o filho a tornar-se tenista, oferece-lhe prêmio
 se ele vencer duas partidas seguidas numa série de três jogos. A única
 restrição é que o filho deve jogar alternadamente com o pai e o seu
 treinador; devendo escolher então entre uma das duas séries:
 pai-treinador-pai ou treinador-pai-treinador. O treinador joga melhor que o
 pai. Qual série o filho deve escolher?
Esse problema é bem interessante, porque tem dois aspectos. O
primeiro, é que parece ser estranho escolher TPT
(treinador-pai-treinador) em vez de PTP. Mas veja bem.

Sejam p e t as probabilidades de o filho vencer um jogo contra seu pai
e seu treinador, respectivamente.  No tênis, não há empate (mas o jogo
pode durar mito tempo!), logo a probabilidade de ele
ganhar os dois primeiros jogos na configuração PTP é pt. Nesse caso,
ele já tem o prêmio. Se ele perder o primeiro jogo, com probabilidade
(1-p), ele deve ganhar os dois seguintes, logo com probabilidade tp.
Total : pt + (1-p)*tp. (Exercício: veja que essa probabilidade é
realmente menor do que 1, e que ela é máxima exatamente quando p=1, o
que parece bem razoável). Mas se a configuração for TPT, as
probabilidades passam a ser tp + (1-t)*pt. E como o treinador joga
melhor do que o pai quer dizer que a chance de perder contra o
treinador (que vale 1-t, lembre) é maior do que perder contra o pai.
Assim, o filho tem mais chances de ganhar se escolher a configuração
em que ele joga contra o treinador mais vezes. O que tem uma
explicação intuitiva simples. Em qualquer dos casos, o filho tem que
ganhar uma partida contra o treinador. Mais ainda, na configuração
PTP, ele é obrigado a ganhar contra o treinador, enquanto que na
configuração TPT, ele é obrigado a ganhar do pai (o que é mais fácil)
e ele tem 2 chances para tentar ganhar do treinador. Fim de papo.

Mesmo ??? Se você fosse o filho, você escolheria isso ? Eu não...
enfim, depende. Se forem jogos realmente independentes (como a gente
tem mania de pensar por conta dos probleminhas de vestibular), a
dedução procede. Mas imagine que o pai não tem todo o tempo do mundo,
nem o filho, nem o treinador, e na verdade são três jogos
consecutivos. Pode ser um jogo cada dia, mas pode ser muito pior, por
exemplo, durante uma sessão de treinamento. Ou imagine que se trata de
ping-pong, por exemplo, em que os jogos são mais curtos. O raciocínio
acima não leva em consideração um fator muito importante: se você
ganhou um jogo contra alguém que é mais forte do que você, talvez
você tenha se cansado um bocado para tanto. E, de modo geral, para
ganhar uma partida contra um profissional, ou contra um
café-com-leite, a história é bem diferente. Eu proponho, portanto, o
seguinte raciocínio.

Sejam dois jogos consecutivos J1 e J2. Imagine que você tem chance g1
de ganhar o primeiro jogo, e g2 o segundo, se eles fossem realmente
fisicamente independentes. Seja um parâmetro alfa  1. Então você
tem chance somente de (1 - alfa*(1-g1))*g2 de ganhar o segundo. O
coeficiente na frente do g2 é bem simples, mas satisfaz o seguinte:
 - se alfa = 0, os jogos são independentes
 - para todo 0  alfa  1, os jogos são dependentes, e a chance de
ganhar o segundo decresce com alfa
 - para alfa fixo, a chance de ganhar o segundo diminui se você teve
que se cansar mais para ganhar o jogo anterior.
A função (1-g1) de penalidade é provavelmente simples demais. Se g1
fosse quase 1, talvez você devesse descansar mais. Acho que uma boa
função seria uma tangente hiperbólica com uma baita inflexão em g1 =
0.5. Mas deixa pra lá, já vai ficar complicado o suficiente. Aliás,
note que a probabilidade é a mesma independentemente do resultado do
jogo: ela corresponde ao cansaço de ter jogado contra um jogador de
dificuldade 1 - g1. É claro que isso complica ainda mais as coisas:
se você notar que você vai perder, talvez você desista. Eu vou supor
que não é o caso, porque afinal, se o pai notar que o filho desistiu
de ganhar, ele vai dizer: não, você não jogou direito, um
profissional não desistiria assim. Ainda mais que os torneios da ATP
são sempre eliminatórios :).

Com o problema modificado para incorporar esse aspecto a mais, as
probabilidades se tornam:
p*(1 - alfa*(1-p))*t + (1-p)*(1 - alfa*(1-p))*t*(1 - alfa*(1 -
alfa*(1-p))*t)*p = pt( (1 - alfa*(1-p)) +  (1-p)*(1 - alfa*(1-p))*(1 -
alfa*(1 - alfa*(1-p))*t)) para a configuração PTP, e permutando p e t
para a configuração TPT.

A diferença PTP - TPT é, portanto (depois de dividir por p*t, que é
sempre positivo) :
dif = 
(3*t^2*p-3*p^2*t+p^3*t-t^3*p-t+p)*alfa^3+(2*p^2*t+2*t-2*t^2*p-2*p)*alfa^2+(-4*t+t^2+4*p-p^2)*alfa+t-p
Com um pouco de boa vontade (e um computador pra fazer as contas e ver
que vai dar certo), você vê que essa diferença dá pra dividir por p-t,
que é positivo. O que é mais ou menos natural visto a simetria do
problema. Portanto, o que nos interessa é, na verdade, o sinal de

(t^2*p-3*p*t+p^2*t+1)*alfa^3 + 

[obm-l] Hierarquia das Operações

2010-07-27 Por tôpico Luiz Rodrigues
Olá, pessoal!!!
Tudo bem???
Tenho uma dúvida já faz algum tempo e não consegui esclarecê-la.
É sobre a hierarquia das operações (parênteses, depois colchetes etc).
Alguém sabe como isso surgiu? Será que foi um acordo feito entre
matemáticos?
Muito obrigado!!!
Um abraço para todos.
Luiz.


[obm-l] Re: [obm-l] Hierarquia das Operações

2010-07-27 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2010/7/27 Luiz Rodrigues rodrigue...@gmail.com:
 Olá, pessoal!!!
 Tudo bem???
 Tenho uma dúvida já faz algum tempo e não consegui esclarecê-la.
 É sobre a hierarquia das operações (parênteses, depois colchetes etc).
e depois chaves... e depois o quê ???

 Alguém sabe como isso surgiu? Será que foi um acordo feito entre
 matemáticos?
Eu acho que isso parece mais uma convenção brasileira...
provavelmente, questão de hábito. Enfim, em geral, me parece normal
usar símbolos cada vez maiores para poder distinguir, com maior
facilidade, as sub-expressões. Mas, até onde eu saiba, não existe um
consenso mundial nisso. Inclusive, eu quase não vejo colchetes.

Pegando dois livros que eu tenho à mão :
W.K. Hayman, Meromorphic Functions, 1964. Tem um monte de contas
explícitas que ocupam às vezes mais de uma linha. Ele usa parênteses
para os argumentos de funções, e colchetes para grupos. Às vezes,
quando aparece um valor absoluto, os | | acabam servindo de grupo
também. Mas a estrutura não é, absolutamente, rígida.

R.L. Graham, D.E. Knuth, O. Patashnik, Concrete Mathematics. Neste
livro, ocorrem diversas vezes os símbolos de (), {} e [] com diversas
funções. Primeiros, para os special numbers, respectivamente
binomiais (a b), Stirling tipo 2 {a b} e Stirling tipo 1 [a b]
(imagine o a em cima do b). Além disso, [x] = Parte inteira de x,
e {x} = parte fracionária de x. Logo, sobram apenas os parêntesis para
formar grupos, e o livro é coerente nisso o tempo todo. Ainda mais
que, misturar poderia gerar uma grande confusão.

 O que importa é que você resolve primeiro o que está num grupo,
depois o que está no grupo de fora. Como você delimita os grupos, é,
em geral, flexível. A única condição que eu vejo é que seja simétrico
: {) seria muito estranho, e difícil de ler.

 Muito obrigado!!!
 Um abraço para todos.
 Luiz.

Portanto, é mais uma questão de convenção do que realmente um grande
consenso matemático. Além do mais, eu diria que o consenso está mais
pro lado do Knuth (de usar [x] para parte inteira, e {x} = x - [x] =
parte fracionária) do que para a convenção escolar brasileira... Além
do mais, {x} poderia também significar o conjunto cujo único elemento
é x (o que é bem diferente de x!!!), e [a,b] é também
usado para intervalos... Resultado: no fim das contas, a notação
depende, e muito, do contexto. E portanto, quanto mais clara ela for,
melhor. Uma coisa muito engraçada do livro do Concrete Math é que ele
começa, justamente, com duas páginas de A note on notation,
explicando o que ele vai utilizar em seguida. Eu acho que todo mundo
devia fazer assim, pelo menos, nos livros.

[ Abraços ]'s,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Hierarquia das Operações

2010-07-27 Por tôpico Adalberto Dornelles
 Eu acho que isso parece mais uma convenção brasileira...

Não sei se é convenção e não sei se é brasileira...

Minha filha está com 10 anos e está estudando isso no colégio. Quando
ela me perguntou
Pai, tu sabes quel é a ordem?
Respondi
Tanto faz, o que importa é primeiro o que está dentro, depois...
Ele me interrompeu e disse:
Nããõ, o Profe Jaque disse que é primeiro o parenteses, depois 
Para não entrar em polêmica, disse que tudo bem...

Mas na verdade não acho tudo bem De fato acho que alguns livros
didáticos enfatizam essa regra meio sem saber porque e copiando do
outro livro que também dizia isso ...

Não vejo lógica em uma ordem de precedência entre os símbolos...

Na verdade, acho que em expressões do tipo ((a + b) * (c + d) + e) /
(f - g)... o correto é usar só (). o [] ou {} teríam outras
utilidades como delimitador de conjuntos {a,b,c,...} ou intervalos
[-5, 5] por exemplo...

Mas digite parenteses colchete chaves no google e acharas uma
montanha de perguntas e respostas sobre o tema (algumas muito
ingênuas)

Abraço,
Adalberto

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2010-07-27 Por tôpico nicolau

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