[obm-l] Re: [obm-l] Esta função complexa tem que ser um mapeamento afim?

2011-05-13 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2011/5/13 Artur Steiner artur_stei...@hotmail.com:
 Prezados amigos
Oi Artur !

 Suponhamos que f seja uma função inteira uniformemente contínua em todo o
 plano complexo. Isto implica que f seja um mapeamento afim?

 Se f for inteira e Lischitz, então a resposta é sim (f' é limitada, logo
 constante por Liouville). Mas se só assumirmos continuidade uniforme (além
 de inteira), não sei.
Eu acho que a idéia é essa mesma, mais o fato que f é
quase-Lipschitz o suficiente para você aplicar Liouville (na
verdade, a demonstração).

Seja A = f(0), e B tal que |f(x) - f(x+y)|  1 para |y|  B
(continuidade uniforme, eps=1, delta dado = B). Seja agora g = f - A,
e note que |g(R*B)| = R. Daí, use as desigualdades de Cauchy para
provar que |g'(z)| = 1/B dentro do círculo de raio R, e daí você
conclui por Liouville (ou então você usa as desigualdades para as
derivadas seguintes, também funciona).

O ponto chave dessa idéia é que você pode (graças à harmonicidade de
f) traduzir uma informação longe de um ponto em um controle dentro
do círculo onde esse mesmo controle vale, um tipo de princípio do
máximo / mínimo. Se g fosse apenas C-infinito, não dava para concluir
|g'(z)| = 1/B apenas do fato que |g| = 1 no círculo de raio B, mas
aqui sim.

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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Re: [obm-l] Teorema sobre mediana

2011-05-13 Por tôpico Ralph Teixeira
Isso é legal, né?

-- A média minimiza a soma dos quadrados dos desvios
-- A mediana minimiza a soma dos módulos dos desvios.

Olhando deste jeito, a mediana parece mais natural do que média para
resumir os dados de uma sequência alíás, vocês já pararam para
pensar PORQUE a gente usa a média o tempo todo? No fundo no fundo, é
só por costume, não há uma razão matemática muito forte não... vou
exagerar um pouco: se eu pudesse, usava a mediana para calcular as
notas finais dos meus alunos.

Mas vamos à solução pedida:

Reordenando a sequência se necessário, podemos supor x1=x2=...=xn.
Considere então f(x)=|x-x1|+|x-x2|+...+|x-xn|. Queremos minimizar
f(x).

Se xx1, note que |x-xi||x1-xi| para todo i, e este x jamais seria
minimizante. Então o x minimizante deve satisfazer x=x1.
Analogamente, x=xn.

Agora, sabendo que x está em [x1,xn], tem-se
|x-x1|+|x-xn|=x-x1+xn-x=xn-x1, que não depende de x. Ou seja, agora
que já sabemos que estamos no intervalo [x1,xn], estas duas parcelas
têm soma constante, e portanto podem ser descartadas na tarefa de
achar o x que minimiza f(x).

Então queremos minimizar g(x)=|x-x2|+|x-x3|++|x-x{n-1}|. Aplicando
o mesmo raciocínio de antes, o x minimizante tem de estar em
[x2,x{n-1}], e então a soma |x-x2|+|x-x{n-1}| é constante e pode ser
descartada...

Continuemos descascando esta cebola... chegamos a uma das duas
seguintes situações:

a) Se n for ímpar (n=2k+1), ao final ficamos com o problema de
minimizar |x-xk|, cuja solução é claramente x=xk (a mediana da
sequência original);
b) Se n for par (n=2k), ao final ficamos com o problema de minimizar
|x-xk|+|x-x{k+1}|, e então qualquer x em [xk,x{k+1}] dá o mesmo valor
mínimo (a função original f(x) tem um platô neste intervalo). Bom, a
mediana está ali, então dá o valor mínimo para f(x).

Abraço,
Ralph

P.S.: O gráfico de f(x) não é difícil de entender não:
-- para xx1, é uma (semir)reta do tipo f(x)=-nx+c1, coeficiente angular -n.
-- para x1xx2, é um segmento do tipo f(x)=-(n-2)x+c2, coeficiente
angular -(n-2).
-- para x2xx3, é f(x)=-(n-4)x+c3.
...
-- para xix{i+1}, é f(x)=-(n-2i)+ci.
...
(c1, c2, ..., ci,... são constantes)

Ou seja, o gráfico de f(x) é uma poligonal, cada vértice em x=xi,
cujos coeficientes angulares vão aumentando de 2 em 2. Se n=2k+1, o
mínimo ocorre onde o coeficiente troca de -1 para +1, exatamente em
xk; se n=2k, tem um pedaço todo em [xk,x{k+1}] com coeficiente angular
0, que é o platô de mínimos.


2011/5/12 Guilherme Neves guigo_ne...@hotmail.com:
 Considere a sequência (x1,x2,x3,..., xn). Demonstrar que o somatório dos
 módulos dos desvios em relação à mediana é um valor mínimo.


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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Função Bijetiva

2011-05-13 Por tôpico Pedro Júnior
Olá a todos, seguinte o livro que foi retirado o problema é Set Theory, cujo
autor Charles C. Pinter, Bucknell Unniversity, publicado pela Addison-Wesley
Publishing Company na década de 70.

Problema:

A~B iff A is one-to-one correspondence with B.

1. Suppose that A ~ B, a \in A, and b \in B. Prove that (A - {a}) ~ (B -
{b}).

2. Suppose that A ~ B, C ~ D, C \cup A and D \cup B. Prove that (A - C) ~ (B
- D).

De fato, havia esquecido da bijeção entre C e D.





Em 9 de maio de 2011 23:23, Ralph Teixeira ralp...@gmail.com escreveu:

 É, tome A=B=D=Z e C=N.

 Então existe uma bijeção I:A-B (a identidade);
 e existe uma bijeção f:C-D (levando {0,1,2,...} em
 {0,-1,1,-2,2,-3,...}, respectivamente)

 Mas não há bijeção de A-C=Z_{-} em B-D=vazio!

 Abraço,
 Ralph

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-- 

Pedro Jerônimo S. de O. Júnior

Professor de Matemática

Geo João Pessoa – PB


Re: [obm-l] Teorema sobre mediana (OFFTOPIC)

2011-05-13 Por tôpico Johann Dirichlet
Em 13/05/11, Ralph Teixeiraralp...@gmail.com escreveu:
 Isso é legal, né?

 -- A média minimiza a soma dos quadrados dos desvios
 -- A mediana minimiza a soma dos módulos dos desvios.

 Olhando deste jeito, a mediana parece mais natural do que média para
 resumir os dados de uma sequência alíás, vocês já pararam para
 pensar PORQUE a gente usa a média o tempo todo? No fundo no fundo, é
 só por costume, não há uma razão matemática muito forte não... vou
 exagerar um pouco: se eu pudesse, usava a mediana para calcular as
 notas finais dos meus alunos.


A ideia é que a média é um balanço entre perdas e ganhos.
Por exemplo, a média entre 5 e 7 é 6, e 6 perde 1 de 7 mas ganha 1 de 5.
O problema é que a média é muito sensível a variações dos dados.

Antes de eu fugir da facul, já tive professores que usavam média
harmônica para as provas!
Zerou uma prova, já era! Ou tão pior quanto, ao se tirar vários 10, um
5 te jogava pra baixo.

Mas enfim, acho que a média é mais usada porque embute a ideia que eu
exibi acima.

-- 
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Torres

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Re: [obm-l] Geometria Cone Sul

2011-05-13 Por tôpico Johann Dirichlet
Em 12/05/11, Luís Lopesqed_te...@hotmail.com escreveu:

 Sauda,c~oes,

 Fonte: Treinamento Cone Sul Volume 2.

 Problema 26 p. 135

 H_b , H_c pés das alturas de B e C.
 H ortocentro
 M_a médio de BC
 Gamma Circuncírculo de ABC
 phi Circuncírculo de AH_bH_c
 S segunda interseção de phi com Gamma

 Mostre que S, H, M_a são colineares

Opa! É Geometria Projetiva na cabeça!

Pegue em mãos sua Eureka! 8, dê uma estudada no artigo do Luciano, e
mãos à obra!
Para melhor acompanhar a demonstração, pegue um papel e faça um
desenho caprichado!

Vamos antes tomar um leminha:

Triângulo ABC;
Alturas AH_a, BH_b, CH_c; ortocentro H
Médios M_a,M_b,M_c;
X_a é o ponto comum a BC e H_bH_c

Demonstrar que M_aH e AX_a são perpendiculares!

Vamlá:
Tome o circulo de centro M_a e raio BM_a, chame-o Epsilon. Como BH_bC
e CH_cB são angulos retos, esta circunferencia passa pelos pontos H_b
e H_c.
Vamos dualizar em Epsilon agora.

A reta polar de A é HX_a
A reta polar de X_a é AH.

Portanto, o ponto polar (polo) de AX_a é H.
Logo, M_aH é perpendicular a AX_a.

Seja Y o ponto comum a AX_a e M_aH.
Pelo lema, AYH=90 graus.

Agora, potência de ponto!

AH_bHH_c é cíclico (angulos retos);
CH_bH_cB é cíclico (angulos retos);
ABC é cíclico (triangulo).

X_a é centro radical dos tres circulos acima descritos (é meio óbvio,
mas basta calcular as potencias de ponto em relação a cada par de
circulos).

Seja Z o ponto em que AX_a corta o circulo AH_bHH_c. Por potencia de
ponto, A,Z,B,C são concíclicos, bem como A, Z, H_c, H.
Logo angulo AZH = angulo AH_cH=90 graus = angulo AYH. Portanto, Y=Z, e
tá demonstrado!


 Como fazer? Com geometria sintética de preferência.

Pra variar um pouco, não vou fazer com trigonometria. Mas a ideia é simples:
Demonstrar que M_aH e AX_a são perpendiculares!


 []'s
 Luís

   


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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Função Bijetiva

2011-05-13 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2011/5/13 Pedro Júnior pedromatematic...@gmail.com:
 Olá a todos, seguinte o livro que foi retirado o problema é Set Theory, cujo
 autor Charles C. Pinter, Bucknell Unniversity, publicado pela Addison-Wesley
 Publishing Company na década de 70.

 Problema:

 A~B iff A is one-to-one correspondence with B.

 1. Suppose that A ~ B, a \in A, and b \in B. Prove that (A - {a}) ~ (B -
 {b}).

 2. Suppose that A ~ B, C ~ D, C \cup A and D \cup B. Prove that (A - C) ~ (B
 - D).

 De fato, havia esquecido da bijeção entre C e D.
Como eu disse e o Ralph provou, ainda falta alguma coisa. Tipo uma
hipótese de que C e D são finitos, para você poder usar recorrência da
propriedade 1. ; sem isso, continua falso.
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa



 Em 9 de maio de 2011 23:23, Ralph Teixeira ralp...@gmail.com escreveu:

 É, tome A=B=D=Z e C=N.

 Então existe uma bijeção I:A-B (a identidade);
 e existe uma bijeção f:C-D (levando {0,1,2,...} em
 {0,-1,1,-2,2,-3,...}, respectivamente)

 Mas não há bijeção de A-C=Z_{-} em B-D=vazio!

 Abraço,
        Ralph


 --

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Re: [obm-l] Teorema sobre mediana (OFFTOPIC)

2011-05-13 Por tôpico Ralph Teixeira
Concordo que, se a soma dos seus dados tem algum sentido, a media tem
esta propriedade adicional de zerar a soma dos desvios (com sinal) e,
portanto, manter a mesma soma. Como voce disse, **quando somar faz
sentido**, a soma perdas com ganhos se anula... Mas note como a
ideia de soma eh essencial neste contexto.

Em outras palavras: o aluno que tirou 0, 3, 9, 9 e 9 nas 5 provas tem
soma de pontos 30. Quanto eu faco a media dele (6), eu estou meio que
dizendo que ele equivale a um que tirou 6, 6, 6, 6 e 6, o que mantem a
mesma soma das pontuacoes. Ou seja, eh como se voce pensasse que as 5
provas juntas fazem uma enorme super-prova de 10h de duracao, e o cara
tirou 60% nesta super-prova. Faz sentido.

Agora, aas vezes os dados vem de voce fazer a mesma experiencia varias
vezes, ou de ter varias pessoas julgando a mesma prova. Por exemplo,
um aluno faz UMA prova, e 5 juizes dao notas 0, 3, 9, 9 e 9. Agora
somar as notas jah nao eh tao obviamente natural... entao manter o
balanco (soma dos desvios 0) jah nao eh tao essencial para mim...
Nestes casos eu costumo preferir a mediana, que, como voce disse, eh
bem menos sensivel aa variacao dos dados --  ou outras coisas
estranhas (por exemplo: jogue fora os dois extremos, faca a media do
que sobrar -- eh uma ideia intermediaria, usada em algumas praticas
olimpicas e apuracoes de escolas de samba...).

Em suma, se tem um numero que eh um alvo, e as variacoes vem de erros
ou perturbacoes aleatorias, e nao da variavel a ser estudada em si, eu
*tendo* a preferir a mediana para ser o alvo. Nao eh que eu ache que a
media eh pessima e tinha que ser abolida ou algo assim; mas gostaria
que as pessoas percebessem que usar media o tempo todo eh um tanto
arbitrario.

Agora, concordo, media harmonica para nota final eh muita maldade... :) :) :)

Abraco,
  Ralph

2011/5/13 Johann Dirichlet peterdirich...@gmail.com:
 Em 13/05/11, Ralph Teixeiraralp...@gmail.com escreveu:
 Isso é legal, né?

 -- A média minimiza a soma dos quadrados dos desvios
 -- A mediana minimiza a soma dos módulos dos desvios.

 Olhando deste jeito, a mediana parece mais natural do que média para
 resumir os dados de uma sequência alíás, vocês já pararam para
 pensar PORQUE a gente usa a média o tempo todo? No fundo no fundo, é
 só por costume, não há uma razão matemática muito forte não... vou
 exagerar um pouco: se eu pudesse, usava a mediana para calcular as
 notas finais dos meus alunos.


 A ideia é que a média é um balanço entre perdas e ganhos.
 Por exemplo, a média entre 5 e 7 é 6, e 6 perde 1 de 7 mas ganha 1 de 5.
 O problema é que a média é muito sensível a variações dos dados.

 Antes de eu fugir da facul, já tive professores que usavam média
 harmônica para as provas!
 Zerou uma prova, já era! Ou tão pior quanto, ao se tirar vários 10, um
 5 te jogava pra baixo.

 Mas enfim, acho que a média é mais usada porque embute a ideia que eu
 exibi acima.

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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Função Bijetiva

2011-05-13 Por tôpico Pedro Júnior
Em 13 de maio de 2011 13:42, Bernardo Freitas Paulo da Costa 
bernardo...@gmail.com escreveu:

 2011/5/13 Pedro Júnior pedromatematic...@gmail.com:
  Olá a todos, seguinte o livro que foi retirado o problema é Set Theory,
 cujo
  autor Charles C. Pinter, Bucknell Unniversity, publicado pela
 Addison-Wesley
  Publishing Company na década de 70.
 
  Problema:
 
  A~B iff A is one-to-one correspondence with B.
 
  1. Suppose that A ~ B, a \in A, and b \in B. Prove that (A - {a}) ~ (B -
  {b}).
 
  2. Suppose that A ~ B, C ~ D, C \cup A and D \cup B. Prove that (A - C) ~
 (B
  - D).
 
  De fato, havia esquecido da bijeção entre C e D.
 Como eu disse e o Ralph provou, ainda falta alguma coisa. Tipo uma
 hipótese de que C e D são finitos, para você poder usar recorrência da
 propriedade 1. ; sem isso, continua falso.
 --
 Bernardo Freitas Paulo da Costa
 Não Bernardo, veja que entre C e D existe uma bijeção, ou seja, esta é a
 hipótese que faltava, agora falta provar!


   Em 9 de maio de 2011 23:23, Ralph Teixeira ralp...@gmail.com
 escreveu:
 
  É, tome A=B=D=Z e C=N.
 
  Então existe uma bijeção I:A-B (a identidade);
  e existe uma bijeção f:C-D (levando {0,1,2,...} em
  {0,-1,1,-2,2,-3,...}, respectivamente)
 
  Mas não há bijeção de A-C=Z_{-} em B-D=vazio!
 
  Abraço,
 Ralph
 
 
  --

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Pedro Jerônimo S. de O. Júnior

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RE: [obm-l] Re: [obm-l] Esta função complexa tem que ser um mapeamento afim?

2011-05-13 Por tôpico steinerar...@gmail.com
É isso aí, grande Bernardo.

Obrigado .

Artur



Enviado de meu telefone Nokia
-Mensagem original-
De: Bernardo Freitas Paulo da Costa
Enviado:  13/05/2011, 02:28 
To: obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: [obm-l] Re: [obm-l] Esta função complexa tem que ser um mapeamento 
afim?


2011/5/13 Artur Steiner artur_stei...@hotmail.com:
 Prezados amigos
Oi Artur !

 Suponhamos que f seja uma função inteira uniformemente contínua em todo o
 plano complexo. Isto implica que f seja um mapeamento afim?

 Se f for inteira e Lischitz, então a resposta é sim (f' é limitada, logo
 constante por Liouville). Mas se só assumirmos continuidade uniforme (além
 de inteira), não sei.
Eu acho que a idéia é essa mesma, mais o fato que f é
quase-Lipschitz o suficiente para você aplicar Liouville (na
verdade, a demonstração).

Seja A = f(0), e B tal que |f(x) - f(x+y)|  1 para |y|  B
(continuidade uniforme, eps=1, delta dado = B). Seja agora g = f - A,
e note que |g(R*B)| = R. Daí, use as desigualdades de Cauchy para
provar que |g'(z)| = 1/B dentro do círculo de raio R, e daí você
conclui por Liouville (ou então você usa as desigualdades para as
derivadas seguintes, também funciona).

O ponto chave dessa idéia é que você pode (graças à harmonicidade de
f) traduzir uma informação longe de um ponto em um controle dentro
do círculo onde esse mesmo controle vale, um tipo de princípio do
máximo / mínimo. Se g fosse apenas C-infinito, não dava para concluir
|g'(z)| = 1/B apenas do fato que |g| = 1 no círculo de raio B, mas
aqui sim.

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

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