Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica.... off-topic

2007-08-14 Por tôpico Paulo Santa Rita
Ola Fernando, Nehab e demais
colegas desta lista ... OBM-L,


Achei um paper simples que aborda fatos de alguma forma ligados ao seu
interesse. Veja no endereco abaixo :
http://www.das.ufsc.br/gia/computer/node6.html

Ha tambem um livro introdutorio muito bom ( onde aprendi estas coisas ) :
http://www.ime.usp.br/~is/atc/index.html

 lisongeado pela citação à navalha de Occan, esperando que os mais jovens não
 pensem se tratar de um concorrente da Gillete...

As tiradas do Nehab ( um exemplo acima ) sao realmente geniais ...


Um abraco a todos
Paulo Santa Rita
3,0725,0C0807

Em 13/08/07, Carlos Eddy Esaguy Nehab[EMAIL PROTECTED] escreveu:

  Caro Fernando,

  E eu que achava que tinha alguma chance de deter o título de quase o mais
 antigo da lista...   Nem com o quase.  Tola pretensão...

  Gostaria de fazer apenas um comentário (além de naturalmente ter me sentido
 lisongeado pela citação à navalha de Occan, esperando que os mais jovens não
 pensem se tratar de um concorrente da Gillete...).

  Como esta lista é aberta, é natural que diversos temas mais especializados
 não possam ser abordados de forma a que todos o comprendam.  Eu mesmo,
 embora tenha tido formação em Matemática (além da Engenharia Elétrica) ando
 de fato enferrujado.  Já houve época (há uns 35/40 anos, quando eu
 frequentava o IMPA) em que eu dominava para valer assuntos como Análise
 Real, Topologia, Álgebra Linear (de verdade...), Álgebra (estruturas, não a
 álgebra colegial), etc.

  Mas, a verdade é que voltei a estudar, depois do meu último retorno à esta
 lista e isto foi ótimo.Espero voltar a dominar pelo menos uns 50% do que
 eu dominava...  Mas não tenha dúvidas, esta lista é de longe a melhor lista
 da qual participo e se você (não vou chamá-lo de senhor!) desejar, poderemos
 conversar fora da Lista, e não será por falta de problemas que ficará
 triste... :-)

  Grande Abraço
  Nehab

  PS:
  Nicolau e Santa Rita já responderam a sua indagação, com  enfoques
 diferentes, enriquecendo a todos.  Eu de minha parte, não consegui
 compreender se você usa o termo aleatório para significar sem lei de
 formação aparente (e foram por ai as respostas de ambos) ou em algum outro
 sentido.

  At 09:53 13/8/2007, you wrote:

 Caro Ojesed
  Concordo com você quando diz que  Muitas vezes eu vejo assuntos sendo
 tratados aqui, que é uma lista aberta, com uma linguagem despreocupada em
 atingir o máximo de pessoas possível.   De certa maneira esta atitude inibe
 o  debate.
  A mim parece que a lista engloba o que há de melhor na matemática
 brasileira.  Mas também concordo com o juizo que faz do Nehab, e enfatizo
 sua capacidade de transmitir  conhecimento, de solucionar  problemas, com o
 mínimo de palavras e o máximo de clareza.  Como se usasse a navalha de Occan
 duas vezes, a primeira para barbear e a segunda para escanhoar.
  Não sou matemático, sou um engenheiro aposentado, tenho 82 anos, mas gosto
 de garimpar pela lista, procurando problemas que estejam ao meu alcance, que
 , (devo admitir), são poucos.
  Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer referência
 aos númeroos aleatários, em clássicos de análise  que tratam da teoria do
 número real. Não obtive resposta. No entanto, aparentemente, esses números
 são os principais atores que justificam a não enumerabilidade dos números
 reais. Isso porque os inteiros, os racionais e os algébricos são enumerãveis
 como também os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua
 descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe uma
 abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?
  Sds
  Fernando A Candeias



  Em 10/08/07, Ojesed Mirror [EMAIL PROTECTED]  escreveu:
  Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar assuntos
 desde o mais elementar, como este, até os que estão na fronteira do
 conhecimento com uma clareza invejável.

  Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista aberta,
 com uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de pessoas possível.

  Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente exibindo
 conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da forma mais palatável
 possível e eu é que estou muito defasado da turma. Geralmente fico com a
 segunda opção.

  O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente das
 discussões e a maioria observa.
  Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista, desculpem
 minha preocupação.

  Sds, Ojesed
  - Original Message -
  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab
  To: obm-l@mat.puc-rio.br
  Sent: Friday, August 10, 2007 9:00 AM
  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica


  Oi, Ojesed ,

  At 02:04 10/8/2007, you wrote:

  Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta seria a
 média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?
  Sim, vale...  Veja:

  A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por definição:
 o

Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica....

2007-08-14 Por tôpico Fernando A Candeias
Caros Nicolau e Paulo
 Sinto-me como que caminhando em areia movediça,  pois não domino o
ferramental necessário para abordar o tema com segurança, correndo o risco
de, repentinamente,  derrapar para a metafísica. Talvez por isso, a
ambiguidade na formulação do problema.
Vejamos a anatomia do meu erro. Imaginava  que seria possível definir um
subconjunto dos números transcendentes, como sendo o dos números aleatórios
com infinitos dígitos; e a esse segmento atribuir a responsabilidade pela
não enumerabilidade do contínuo,  mais ou menos por um processo de
exclusão. Mas agora percebo  que este conjunto simplesmente não pode ser
construido como uma partição. Isso porque um número aleatório é aquele cujos
dígitos, em número finito ou não,  são gerados por processo aleatório, ou
seja sem nenhum vínculo com os dígitos anteriores ou com o lugar que  ocupa
no número em questão. O que significa que  qualquer dígito tem uma
probabilidade 1/b de ser escolhido entre os b algarismos que compõe a base
do sistem de numeração adotado. Todavia,  uma vez gerado, um número
aleatório passa a ser é um número real, como outro qualquer. Não  há como,
teoricamente,  pela simples inspeção de um número real, dizer  a
posteriori, se ele foi gerado por processo aleatório ou não.


Em 13/08/07, Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]  escreveu:

 On Mon, Aug 13, 2007 at 53:47AM -0300, Fernando A Candeias wrote:
  Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer referência
 aos
  númeroos aleatários, em clássicos de análise  que tratam da teoria do
 número
  real.* * Não obtive resposta. No entanto, aparentemente, esses números
 são
  os principais atores que justificam a não enumerabilidade dos números
 reais.
  Isso porque os inteiros, os racionais e os algébricos são enumerãveis
 como
  também os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua
  descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe uma
  abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?

 De fato, só uma quantidade enumerável de reais podem ser caracterizados
 por uma expressão finita. Está muito longe de ser verdade, entretanto,
 que os demais sejam em qualquer sentido razoável aleatórios.
 Por exemplo, há uma quantidade não enumerável de reais cuja expansão
 decimal inclui apenas os algarismos 3 e 7 (digamos). Se a_n for o número
 de algarismos 3 dentre os n primeiros algarismos, há uma quantidade não
 enumerável de reais para os quais lim sup a_n/n = 1, lim inf a_n/n = 0.
 Acho que estes não podem ser chamados de aleatórios.

 Talvez você esteja interessado no conceito de números normais.

 []s, N.
 =
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
 =




-- 
Fernando A Candeias


Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica....

2007-08-14 Por tôpico Paulo Santa Rita
Ola Fernando e demais
colegas desta lista ... OBM-L,

Muito bom ouvir voce falar assim ... por oportuno faco votos que
voce inicie novos estudos com o objetivo de sanar estas deficiencias.
Ja pensou em iniciar uma graduacao em Matematica Pura ? A sua verve e
articulacao sugerem que voce tem lucidez mais que suficiente para isso
...

Na medida do ( meu tempo ) possivel vou responder suas mensagens.

Se bem entendi a sua mensagem, e correto a sua observacao de que nao e
possivel fazer uma particao nos moldes que voce imaginou. Para ver
isso claramente, considere os conjuntos :

A = { reais irracionais transcendentes }
B = { reais não computaveis }

Não ocorre que A esta contido em B, pois, por exemplo, pi esta em A
mas não esta em B, pois pi e computavel. Agora : B esta contido em A
? Obviamente que não ... Basta considerar o resultado do sorteio de um
numero do conjunto { 1,2, ..., 9 }. Este resultado e claramente um
numero não computavel e, no entanto, não e irracional transcendente
...

Como voce ve, a relacao entre A e B não e simples. Por outro lado,
analisando a prova da existencia de numeros não computaveis e facil
perceber que o numero em consideracao não e racional, ou seja, existem
irracionais não computaveis.

A essencia da sua duvida parece-me esta no binomio PROCESSO ALEATORIO
x NUMERO NAO COMPUTAVEL. E possivel gerar numeros nao computaveis
atraves de processos aleatorios, mas nao esta ainda suficientemente
claro como e possivel construir numeros nao computaveis atraveis de
processos deterministicos ... Note que ser NAO COMPUTAVEL  nao faz
referencia, em nenhum momento, a questoes de eficacia, eficiencia e
viabilidade, conceitos tao caros a tecnicos e engenheiros.

Exemplo : Seja C= (1000^1000)^1000 e considere o C-esimo algarismo na
representacao decimal de pi.  Este numero e computavel ? Resposta :
e computavel. Mas, e possivel, de forma eficiente, saber quem ele e ?
Resposta : nao.  Pois os algoritmos que conhecemos que nos permitem
determinar o N-esimo algarismo na representacao decimal de pi
gastariam quase uma eternidade ( tempo muito maior que a idade do
planeta Terra, nos computadores atuais ) para chegar a esse numero.

Fixe portanto isso : o fato de um numero nao ser computavel nao
significa que os seus digitos foram gerados por um processo aleatorio.
Alias, no primeiro paper que eu citei na minha mensagem anterior ha
uma clara sugestao para a construcao de um numero nao computavel
determinado por um processo deterministico.

Eu acredito firmemente que estes conceitos precisam ser aperfeicoados
para que tenhamos uma compreensao melhor deste tema.

Um Abraco a todos
Paulo Santa Rita
3,1116,0B0807

Em 14/08/07, Fernando A Candeias[EMAIL PROTECTED] escreveu:
 Caros Nicolau e Paulo
  Sinto-me como que caminhando em areia movediça,  pois não domino o
 ferramental necessário para abordar o tema com segurança, correndo o risco
 de, repentinamente,  derrapar para a metafísica. Talvez por isso, a
 ambiguidade na formulação do problema.
 Vejamos a anatomia do meu erro. Imaginava  que seria possível definir um
 subconjunto dos números transcendentes, como sendo o dos números aleatórios
 com infinitos dígitos; e a esse segmento atribuir a responsabilidade pela
 não enumerabilidade do contínuo,  mais ou menos por um processo de exclusão.
 Mas agora percebo  que este conjunto simplesmente não pode ser construido
 como uma partição. Isso porque um número aleatório é aquele cujos dígitos,
 em número finito ou não,  são gerados por processo aleatório, ou seja sem
 nenhum vínculo com os dígitos anteriores ou com o lugar que  ocupa no número
 em questão. O que significa que  qualquer dígito tem uma probabilidade 1/b
 de ser escolhido entre os b algarismos que compõe a base do sistem de
 numeração adotado. Todavia,  uma vez gerado, um número aleatório passa a
 ser é um número real, como outro qualquer. Não  há como, teoricamente,  pela
 simples inspeção de um número real, dizer  a posteriori, se ele foi gerado
 por processo aleatório ou não.


 Em 13/08/07, Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]  escreveu:
  On Mon, Aug 13, 2007 at 53:47AM -0300, Fernando A Candeias wrote:
   Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer referência
 aos
   númeroos aleatários, em clássicos de análise  que tratam da teoria do
 número
   real.* * Não obtive resposta. No entanto, aparentemente, esses números
 são
   os principais atores que justificam a não enumerabilidade dos números
 reais.
   Isso porque os inteiros, os racionais e os algébricos são enumerãveis
 como
   também os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua
   descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe uma
   abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?
 
  De fato, só uma quantidade enumerável de reais podem ser caracterizados
  por uma expressão finita. Está muito longe de ser verdade, entretanto,
  que os demais sejam em qualquer sentido razoável aleatórios.
  Por exemplo, há uma 

Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica....

2007-08-13 Por tôpico Fernando A Candeias
Caro Ojesed
Concordo com você quando diz que * **Muitas vezes eu vejo assuntos sendo
tratados aqui, que é uma lista aberta, com uma linguagem despreocupada em
atingir o máximo de pessoas possível. *  De certa maneira esta atitude
inibe o  debate.
A mim parece que a lista engloba o que há de melhor na matemática
brasileira.  Mas também concordo com o juizo que faz do Nehab, e enfatizo
sua capacidade de transmitir  conhecimento, de solucionar  problemas, com o
mínimo de palavras e o máximo de clareza.  Como se usasse a navalha de Occan
duas vezes, a primeira para barbear e a segunda para escanhoar.
Não sou matemático, sou um engenheiro aposentado, tenho 82 anos, mas gosto
de garimpar pela lista, procurando problemas que estejam ao meu alcance, que
, (devo admitir), são poucos.
Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer referência aos
númeroos aleatários, em clássicos de análise  que tratam da teoria do número
real.* * Não obtive resposta. No entanto, aparentemente, esses números são
os principais atores que justificam a não enumerabilidade dos números reais.
Isso porque os inteiros, os racionais e os algébricos são enumerãveis como
também os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua
descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe uma
abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?
Sds
Fernando A Candeias



Em 10/08/07, Ojesed Mirror [EMAIL PROTECTED]  escreveu:

  Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar assuntos
 desde o mais elementar, como este, até os que estão na fronteira do
 conhecimento com uma clareza invejável.

 Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista aberta,
 com uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de pessoas possível.

 Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente exibindo
 conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da forma mais palatável
 possível e eu é que estou muito defasado da turma. Geralmente fico com a
 segunda opção.

 O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente das
 discussões e a maioria observa.
 Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista,
 desculpem minha preocupação.

 Sds, Ojesed

 - Original Message -
 *From:* Carlos Eddy Esaguy Nehab [EMAIL PROTECTED]
 *To:* obm-l@mat.puc-rio.br
  *Sent:* Friday, August 10, 2007 9:00 AM
 *Subject:* Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica


 Oi, Ojesed ,

 At 02:04 10/8/2007, you wrote:

 Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta seria a
 média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?


 Sim, vale...  Veja:

 A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por
 definição: o inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) dos
 inversos das densidades d1 e d2.  Ou seja:

 É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)
 que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ]

 Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa total
 (m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).

 Abraços,
 Nehab

  - Original Message -
 From: Carlos Eddy Esaguy Nehab [EMAIL PROTECTED]
 To: obm-l@mat.puc-rio.br
 Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
 Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA

 Oi, Arkon, Ponce e Desejo...

 Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui uma
 dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes por aqui...

 Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é
 extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não parecer
 um negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que ele já adquiriu a
 malicia que eu acho legal.

 Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual em
 todas as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a média é o
 quociente entre duas variáveis  e vejamos:  Velocidade é distância /
 tempo...  Densidade é massa / volume, resistência = voltagem/ corrente
 ...   Logo, se desejamos calcular velocidade média, densidade média,
 resistência equivalente, fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso
 os valores das distâncias, volumes ou voltagens sejam iguais e isto ocorre
 na ligação em paralelo - como as voltagens não se somam, a resistência
 equivalente é o dobro da média harmônica...), posto que velocidade média =
 dist total / tempo total; densidade  final = massa total / volume total... e
 resistencia = mesma voltagem / corrente total

 Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se
 misturam iguais quantidades de MASSA...)

 Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho volta a
 90 km/h.  Qual sua velocidade média?

 Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável chave,
 que é o tempo, está no denominador das velocidades e as duas distâncias, de
 ida e de volta são iguais ...

 Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica.

 Veja: vm =  distância total / tempo

Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica....

2007-08-13 Por tôpico Paulo Santa Rita
Ola Fernando e demais
colegas desta lista ... OBM-L,

Nao tenho certeza se entendi corretamente a sua mensagem ... parece-me
que voce esta identificando NUMERO ALEATORIO com NUMERO
NAO-COMPUTAVEL. E isso ? Se for, a resposta a sua pergunta e facil.
Vejamos :

Um numero e COMPUTAVEL se existe um algoritmo que fornece os seus
digitos em uma base qualquer. Um numero pode ser irracional ( e,
mesmo, transcendente ) e computavel, tal como o famoso pi=3,14 ...
Existem muitos outros irracionais computaveis, mas nao sabemos ainda
caracterizar todos irracionais computaveis ! Assim, NAO PODEMOS
simplesmente dizer que os numeros NAO-COMPUTAVEIS sao a causa da nao
enumerabilidade dos numeros reais.

Alem disso, atualmente, para o trabalho comum de estudo em Analise, a
computabilidade dos numeros nao e um conceito fundamental para a
compreensao das bases deste ramo da Matematica, o que, me parece,
justifica a falta de referencia a este conceito na imensa maioria dos
bons livros sobre este assunto : as definicoes usuais sao suficiente
para justificar as propriedades mais habituais que usamos.

Muitas vezes nos pensamos que entendemos bem os numeros reais, mas,
parafraseando Shakespeare ( Hamlet ), eu diria que neles ha muito mais
coisa do que supoe a nossa ainda maravilhosa Filosofia ( Matematica )

Um Abraco
Paulo Santa Rita
2,4015,130207

Em 13/08/07, Fernando A Candeias[EMAIL PROTECTED] escreveu:
 Caro Ojesed
 Concordo com você quando diz que  Muitas vezes eu vejo assuntos sendo
 tratados aqui, que é uma lista aberta, com uma linguagem despreocupada em
 atingir o máximo de pessoas possível.   De certa maneira esta atitude inibe
 o  debate.
 A mim parece que a lista engloba o que há de melhor na matemática
 brasileira.  Mas também concordo com o juizo que faz do Nehab, e enfatizo
 sua capacidade de transmitir  conhecimento, de solucionar  problemas, com o
 mínimo de palavras e o máximo de clareza.  Como se usasse a navalha de Occan
 duas vezes, a primeira para barbear e a segunda para escanhoar.
 Não sou matemático, sou um engenheiro aposentado, tenho 82 anos, mas gosto
 de garimpar pela lista, procurando problemas que estejam ao meu alcance, que
 , (devo admitir), são poucos.
 Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer referência aos
 númeroos aleatários, em clássicos de análise  que tratam da teoria do número
 real.  Não obtive resposta. No entanto, aparentemente, esses números são os
 principais atores que justificam a não enumerabilidade dos números reais.
 Isso porque os inteiros, os racionais e os algébricos são enumerãveis como
 também os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua
 descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe uma
 abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?
 Sds
 Fernando A Candeias



 Em 10/08/07, Ojesed Mirror [EMAIL PROTECTED]  escreveu:
 
 
  Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar assuntos
 desde o mais elementar, como este, até os que estão na fronteira do
 conhecimento com uma clareza invejável.
 
  Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista aberta,
 com uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de pessoas possível.
 
  Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente exibindo
 conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da forma mais palatável
 possível e eu é que estou muito defasado da turma. Geralmente fico com a
 segunda opção.
 
  O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente das
 discussões e a maioria observa.
  Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista, desculpem
 minha preocupação.
 
  Sds, Ojesed
 
  - Original Message -
  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab
  To: obm-l@mat.puc-rio.br
 
  Sent: Friday, August 10, 2007 9:00 AM
  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica
 
   Oi, Ojesed ,
 
  At 02:04 10/8/2007, you wrote:
 
  Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta seria a
 média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?
  Sim, vale...  Veja:
 
  A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por
 definição: o inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) dos
 inversos das densidades d1 e d2.  Ou seja:
 
  É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)
  que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ]
 
  Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa total
 (m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).
 
  Abraços,
  Nehab
 
 
  - Original Message -
  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab
  To: obm-l@mat.puc-rio.br
  Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA
 
  Oi, Arkon, Ponce e Desejo...
 
  Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui uma
 dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes por aqui...
 
  Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é
 extremamente oportuno sugerir

Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a m�dia harm�nica.... off-topic

2007-08-13 Por tôpico Carlos Eddy Esaguy Nehab

Caro Fernando,

E eu que achava que tinha alguma chance de deter o título de quase o 
mais antigo da lista...   Nem com o quase.  Tola pretensão...


Gostaria de fazer apenas um comentário (além de naturalmente ter me 
sentido lisongeado pela citação à navalha de Occan, esperando que os 
mais jovens não pensem se tratar de um concorrente da Gillete...).


Como esta lista é aberta, é natural que diversos temas mais 
especializados não possam ser abordados de forma a que todos o 
comprendam.  Eu mesmo, embora tenha tido formação em Matemática (além 
da Engenharia Elétrica) ando de fato enferrujado.  Já houve época (há 
uns 35/40 anos, quando eu frequentava o IMPA) em que eu dominava para 
valer assuntos como Análise Real, Topologia, Álgebra Linear (de 
verdade...), Álgebra (estruturas, não a álgebra colegial), etc.


Mas, a verdade é que voltei a estudar, depois do meu último retorno à 
esta lista e isto foi ótimo.Espero voltar a dominar pelo menos 
uns 50% do que eu dominava...  Mas não tenha dúvidas, esta lista é de 
longe a melhor lista da qual participo e se você (não vou chamá-lo de 
senhor!) desejar, poderemos conversar fora da Lista, e não será por 
falta de problemas que ficará triste... :-)


Grande Abraço
Nehab

PS:
Nicolau e Santa Rita já responderam a sua indagação, com  enfoques 
diferentes, enriquecendo a todos.  Eu de minha parte, não consegui 
compreender se você usa o termo aleatório para significar sem lei 
de formação aparente (e foram por ai as respostas de ambos) ou em 
algum outro sentido.


At 09:53 13/8/2007, you wrote:

Caro Ojesed
Concordo com você quando diz que  Muitas vezes eu vejo assuntos 
sendo tratados aqui, que é uma lista aberta, com uma linguagem 
despreocupada em atingir o máximo de pessoas possível.   De certa 
maneira esta atitude inibe o  debate.
A mim parece que a lista engloba o que há de melhor na matemática 
brasileira.  Mas também concordo com o juizo que faz do Nehab, e 
enfatizo  sua capacidade de transmitir  conhecimento, de 
solucionar  problemas, com o mínimo de palavras e o máximo de 
clareza.  Como se usasse a navalha de Occan duas vezes, a primeira 
para barbear e a segunda para escanhoar.
Não sou matemático, sou um engenheiro aposentado, tenho 82 anos, mas 
gosto de garimpar pela lista, procurando problemas que estejam ao 
meu alcance, que , (devo admitir), são poucos.
Uma vez manisfestei estranheza  quanto a ausência de qualquer 
referência aos númeroos aleatários, em clássicos de análise  que 
tratam da teoria do número real.  Não obtive resposta. No entanto, 
aparentemente, esses números são os principais atores que justificam 
a não enumerabilidade dos números reais. Isso porque os inteiros, os 
racionais e os algébricos são enumerãveis como também 
os  transcendentes que requerem um algoritmo finito para sua 
descrição. Pergunto, o que resta são os números aleatórios? Existe 
uma abordagem para esses números fora do  cálculo das probablidades?

Sds
Fernando A Candeias



Em 10/08/07, Ojesed Mirror 
mailto:[EMAIL PROTECTED][EMAIL PROTECTED]  escreveu:
Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar 
assuntos desde o mais elementar, como este, até os que estão na 
fronteira do conhecimento com uma clareza invejável.


Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista 
aberta, com uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de 
pessoas possível.


Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente 
exibindo conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da 
forma mais palatável possível e eu é que estou muito defasado da 
turma. Geralmente fico com a segunda opção.


O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente 
das discussões e a maioria observa.
Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista, 
desculpem minha preocupação.


Sds, Ojesed
- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]Carlos Eddy Esaguy Nehab
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l@mat.puc-rio.br
Sent: Friday, August 10, 2007 9:00 AM
Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica


Oi, Ojesed ,

At 02:04 10/8/2007, you wrote:
Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta 
seria a média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?


Sim, vale...  Veja:

A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por 
definição: o inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) 
dos inversos das densidades d1 e d2.  Ou seja:


É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)
que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ]

Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa 
total (m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).


Abraços,
Nehab


- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]Carlos Eddy Esaguy Nehab
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l@mat.puc-rio.br
Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA
Oi, Arkon, Ponce e Desejo...
Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta

[obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica....

2007-08-10 Por tôpico Ojesed Mirror
Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar assuntos desde o 
mais elementar, como este, até os que estão na fronteira do conhecimento com 
uma clareza invejável.

Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista aberta, com 
uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de pessoas possível.

Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente exibindo 
conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da forma mais palatável 
possível e eu é que estou muito defasado da turma. Geralmente fico com a 
segunda opção.

O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente das 
discussões e a maioria observa.
Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista, desculpem minha 
preocupação.

Sds, Ojesed
  - Original Message - 
  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab 
  To: obm-l@mat.puc-rio.br 
  Sent: Friday, August 10, 2007 9:00 AM
  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica


  Oi, Ojesed ,

  At 02:04 10/8/2007, you wrote:

Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta seria a 
média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?

  Sim, vale...  Veja: 

  A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por definição: o 
inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) dos inversos das 
densidades d1 e d2.  Ou seja:

  É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)   
  que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ] 

  Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa total 
(m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).

  Abraços,
  Nehab


  - Original Message - 

  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab 

  To: obm-l@mat.puc-rio.br 

  Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM

  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA


  Oi, Arkon, Ponce e Desejo...


  Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui uma 
dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes por aqui...


  Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é 
extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não parecer um 
negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que ele já adquiriu a malicia 
que eu acho legal.  


  Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual em 
todas as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a média é o 
quociente entre duas variáveis  e vejamos:  Velocidade é distância / 
tempo...  Densidade é massa / volume, resistência = voltagem/ corrente ...   
Logo, se desejamos calcular velocidade média, densidade média, resistência 
equivalente, fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso os valores das 
distâncias, volumes ou voltagens sejam iguais e isto ocorre na ligação em 
paralelo - como as voltagens não se somam, a resistência equivalente é o dobro 
da média harmônica...), posto que velocidade média = dist total / tempo total; 
densidade  final = massa total / volume total... e resistencia = mesma 
voltagem / corrente total 


  Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se 
misturam iguais quantidades de MASSA...)


  Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho volta 
a 90 km/h.  Qual sua velocidade média?


  Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável chave, 
que é o tempo, está no denominador das velocidades e as duas distâncias, de ida 
e de volta são iguais ...


  Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica. 


  Veja: vm =  distância total / tempo total = (d1 + d2) / (t1 + t2)   
(A)


  Ocorre que t1 =  d1 /v1  e  t2 = d2/v2


  Levando estas expressoes em (A)  voce obtem 

  dist total / tempo total = (x + x) /  [x/v1 + x/v2]  =  2v1.v2  (v1+v2)   
que é a média harmônica...  


  Abraços,

  Nehab



  At 22:39 8/8/2007, you wrote:

A densidade total é a média harmônica das densidades parciais. 
  - Original Message - 
  From: arkon 
  To: obm-l 
  Sent: Wednesday, August 08, 2007 10:49 AM 
  Subject: [obm-l] BETONEIRA


  Alguém pode resolver esta, por favor:


   
  Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá 
iguais quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de densidades iguais a 
1,5; 1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a densidade do concreto que vai ser 
produzido pela betoneira. Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte 
fracionária, caso exista.


   
  DESDE JÁ MUITO OBRIGADO
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Re: [obm-l] BETONEIRA e a m�dia harm�nica....

2007-08-10 Por tôpico Carlos Eddy Esaguy Nehab

Oi, Ojesed ,

At 02:04 10/8/2007, you wrote:
Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta 
seria a média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?


Sim, vale...  Veja:

A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por 
definição: o inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) 
dos inversos das densidades d1 e d2.  Ou seja:


É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)
que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ]

Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa 
total (m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).


Abraços,
Nehab


- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]Carlos Eddy Esaguy Nehab
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l@mat.puc-rio.br
Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA

Oi, Arkon, Ponce e Desejo...

Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui 
uma dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes 
por aqui...


Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é 
extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não 
parecer um negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que ele 
já adquiriu a malicia que eu acho legal.


Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual 
em todas as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a 
média é o quociente entre duas variáveis  e 
vejamos:  Velocidade é distância / tempo...  Densidade é massa / 
volume, resistência = voltagem/ corrente ...   Logo, se desejamos 
calcular velocidade média, densidade média, resistência equivalente, 
fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso os valores das 
distâncias, volumes ou voltagens sejam iguais e isto ocorre na 
ligação em paralelo - como as voltagens não se somam, a resistência 
equivalente é o dobro da média harmônica...), posto que velocidade 
média = dist total / tempo total; densidade  final = massa total / 
volume total... e resistencia = mesma voltagem / corrente total


Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se 
misturam iguais quantidades de MASSA...)


Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho 
volta a 90 km/h.  Qual sua velocidade média?


Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável 
chave, que é o tempo, está no denominador das velocidades e as 
duas distâncias, de ida e de volta são iguais ...


Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica.

Veja: vm =  distância total / tempo total = (d1 + d2) / (t1 + t2)   (A)

Ocorre que t1 =  d1 /v1  e  t2 = d2/v2

Levando estas expressoes em (A)  voce obtem
dist total / tempo total = (x + x) /  [x/v1 + 
x/v2]  =  2v1.v2  (v1+v2)   que é a média harmônica...


Abraços,
Nehab


At 22:39 8/8/2007, you wrote:

A densidade total é a média harmônica das densidades parciais.
- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]arkon
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l
Sent: Wednesday, August 08, 2007 10:49 AM
Subject: [obm-l] BETONEIRA

Alguém pode resolver esta, por favor:


Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá 
iguais quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de 
densidades iguais a 1,5; 1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a 
densidade do concreto que vai ser produzido pela betoneira. 
Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte fracionária, caso exista.



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Re: [obm-l] Re: [obm-l] BETONEIRA e a m�dia harm�nica....

2007-08-10 Por tôpico Carlos Eddy Esaguy Nehab

Oi, Ojesed

Fico muito orgulhoso (de verdade) pelo comentário, pois meu grande 
barato é de fato a sala de aula  e o resolver problemas está em 
segundo lugar (papai do céu é esperto, pois me deu muito mais aptidão 
para ensinar do que para resolver problemas).


Mas ainda bem que você e outros suprem minhas dificuldades aqui e 
acolá, pois o que eu não consigo fazer vocês da Lista conseguem.


Um grande abraço,
Nehab


At 17:06 10/8/2007, you wrote:
Olá Nehab, você é um educador como poucos pois consegue tratar 
assuntos desde o mais elementar, como este, até os que estão na 
fronteira do conhecimento com uma clareza invejável.


Muitas vezes eu vejo assuntos sendo tratados aqui, que é uma lista 
aberta, com uma linguagem despreocupada em atingir o máximo de 
pessoas possível.


Eu fico na dúvida se estou diante de pessoas que estão somente 
exibindo conhecimento ou se os assuntos estão sendo tratados da 
forma mais palatável possível e eu é que estou muito defasado da 
turma. Geralmente fico com a segunda opção.


O fato é que uma minoria de pessoas geniais participam ativamente 
das discussões e a maioria observa.
Se isto não fere o objetivo maior da existência desta lista, 
desculpem minha preocupação.


Sds, Ojesed
- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]Carlos Eddy Esaguy Nehab
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l@mat.puc-rio.br
Sent: Friday, August 10, 2007 9:00 AM
Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA e a média harmônica

Oi, Ojesed ,

At 02:04 10/8/2007, you wrote:
Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta 
seria a média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?


Sim, vale...  Veja:

A média harmônica das densidades, ponderadas pelas massas é, por 
definição: o inverso da média aritmética ponderada (pesos m1 e m2) 
dos inversos das densidades d1 e d2.  Ou seja:


É o inverso de  [ m1 x (1/d1) + m2 x (1/d2) ]  /  (m1 + m2)
que vale (m1+m2) / [ (m1/d1 + m2/d2) ]

Mas esta expressão é exatamente a densidade média, pois é a massa 
total (m1+m2) dividida pelo volume total  (m1/d1 + m2/d2).


Abraços,
Nehab


- Original Message -
From: mailto:[EMAIL PROTECTED]Carlos Eddy Esaguy Nehab
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l@mat.puc-rio.br
Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA
Oi, Arkon, Ponce e Desejo...
Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui 
uma dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas 
vezes por aqui...
Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é 
extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não 
parecer um negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que 
ele já adquiriu a malicia que eu acho legal.
Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual 
em todas as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a 
média é o quociente entre duas variáveis  e 
vejamos:  Velocidade é distância / tempo...  Densidade é massa / 
volume, resistência = voltagem/ corrente ...   Logo, se desejamos 
calcular velocidade média, densidade média, resistência 
equivalente, fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso os 
valores das distâncias, volumes ou voltagens sejam iguais e isto 
ocorre na ligação em paralelo - como as voltagens não se somam, a 
resistência equivalente é o dobro da média harmônica...), posto que 
velocidade média = dist total / tempo total; densidade  final = 
massa total / volume total... e resistencia = mesma voltagem / 
corrente total
Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se 
misturam iguais quantidades de MASSA...)


Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho 
volta a 90 km/h.  Qual sua velocidade média?
Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável 
chave, que é o tempo, está no denominador das velocidades e as 
duas distâncias, de ida e de volta são iguais ...

Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica.
Veja: vm =  distância total / tempo total = (d1 + d2) / (t1 + t2)   (A)
Ocorre que t1 =  d1 /v1  e  t2 = d2/v2
Levando estas expressoes em (A)  voce obtem
dist total / tempo total = (x + x) /  [x/v1 + 
x/v2]  =  2v1.v2  (v1+v2)   que é a média harmônica...

Abraços,
Nehab

At 22:39 8/8/2007, you wrote:

A densidade total é a média harmônica das densidades parciais.
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From: mailto:[EMAIL PROTECTED]arkon
To: mailto:obm-l@mat.puc-rio.brobm-l
Sent: Wednesday, August 08, 2007 10:49 AM
Subject: [obm-l] BETONEIRA

Alguém pode resolver esta, por favor:

Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. 
Receberá iguais quantidades, em massa, de areia, cimento e brita 
de densidades iguais a 1,5; 1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a 
densidade do concreto que vai ser produzido pela betoneira. 
Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte fracionária, caso exista.


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Re: [obm-l] BETONEIRA

2007-08-09 Por tôpico Ojesed Mirror
Seria correto dizer que se as massas não fossem iguais a resposta seria a 
média harmônica ponderada, com as massas sendo os ponderadores ?
  - Original Message - 
  From: Carlos Eddy Esaguy Nehab 
  To: obm-l@mat.puc-rio.br 
  Sent: Thursday, August 09, 2007 2:17 AM
  Subject: Re: [obm-l] BETONEIRA


  Oi, Arkon, Ponce e Desejo...

  Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui uma dica, 
pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes por aqui...

  Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é 
extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não parecer um 
negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que ele já adquiriu a malicia 
que eu acho legal.  

  Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual em todas 
as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a média é o quociente 
entre duas variáveis  e vejamos:  Velocidade é distância / tempo...  
Densidade é massa / volume, resistência = voltagem/ corrente ...   Logo, se 
desejamos calcular velocidade média, densidade média, resistência equivalente, 
fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso os valores das distâncias, 
volumes ou voltagens sejam iguais e isto ocorre na ligação em paralelo - como 
as voltagens não se somam, a resistência equivalente é o dobro da média 
harmônica...), posto que velocidade média = dist total / tempo total; densidade 
 final = massa total / volume total... e resistencia = mesma voltagem / 
corrente total 

  Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se misturam 
iguais quantidades de MASSA...)

  Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho volta a 90 
km/h.  Qual sua velocidade média?

  Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável chave, que é 
o tempo, está no denominador das velocidades e as duas distâncias, de ida e de 
volta são iguais ...

  Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica. 

  Veja: vm =  distância total / tempo total = (d1 + d2) / (t1 + t2)   (A)

  Ocorre que t1 =  d1 /v1  e  t2 = d2/v2

  Levando estas expressoes em (A)  voce obtem 
  dist total / tempo total = (x + x) /  [x/v1 + x/v2]  =  2v1.v2  (v1+v2)   que 
é a média harmônica...  

  Abraços,
  Nehab


  At 22:39 8/8/2007, you wrote:

A densidade total é a média harmônica das densidades parciais.

  - Original Message - 

  From: arkon 

  To: obm-l 

  Sent: Wednesday, August 08, 2007 10:49 AM

  Subject: [obm-l] BETONEIRA


  Alguém pode resolver esta, por favor:





  Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá 
iguais quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de densidades iguais a 
1,5; 1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a densidade do concreto que vai ser 
produzido pela betoneira. Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte 
fracionária, caso exista.





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Re: [obm-l] BETONEIRA

2007-08-08 Por tôpico Rogerio Ponce
Ola' Arkon,
os volumes recebidos serao proporcionais aos inversos das densidades, ou seja, 
para uma mesma massa M de areia, cimento e brita, os volumes serao M/1.5 , 
M/1.3 e M/2.4, ou seja, para uma massa total de 3M , o volume total e' M*(1/1.5 
+ 1/1.3 + 1/2.4) = M*(2/3 + 10/13 + 5/12)

Assim, esse concreto tem a densidade de 
3/(2/3 + 10/13 + 5/12) =~ 1.6194

Portanto a resposta e' 16.
[]'s
Rogerio Ponce

arkon [EMAIL PROTECTED] escreveu:   Alguém pode resolver esta, por favor:
  
 Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá iguais 
quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de densidades iguais a 1,5; 
1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a densidade do concreto que vai ser 
produzido pela betoneira. Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte 
fracionária, caso exista.
  
 DESDE JÁ MUITO OBRIGADO


 

   Alertas do Yahoo! Mail em seu celular. Saiba mais.

Re: [obm-l] BETONEIRA

2007-08-08 Por tôpico Ojesed Mirror
A densidade total é a média harmônica das densidades parciais.
  - Original Message - 
  From: arkon 
  To: obm-l 
  Sent: Wednesday, August 08, 2007 10:49 AM
  Subject: [obm-l] BETONEIRA


  Alguém pode resolver esta, por favor:

   

  Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá iguais 
quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de densidades iguais a 1,5; 
1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a densidade do concreto que vai ser 
produzido pela betoneira. Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte 
fracionária, caso exista.



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Re: [obm-l] BETONEIRA

2007-08-08 Por tôpico Carlos Eddy Esaguy Nehab

Oi, Arkon, Ponce e Desejo...

Já que o Desejo (Ojesed Mirror) deu esta ótima resposta, fica aqui 
uma dica, pois problemas desta natureza já apareceram diversas vezes 
por aqui...


Quando se introduz o conceito de médias (mesmo na 6 ou 7 séries) é 
extremamente oportuno sugerir contextos onde elas ocorrem (para não 
parecer um negócio artificial) e a resposta do Ojesed mostra que ele 
já adquiriu a malicia que eu acho legal.


Na Física a média harmônica ocorre com freqüência, pois ela é usual 
em todas as situações onde a grandeza da qual se deseja calcular a 
média é o quociente entre duas variáveis  e 
vejamos:  Velocidade é distância / tempo...  Densidade é massa / 
volume, resistência = voltagem/ corrente ...   Logo, se desejamos 
calcular velocidade média, densidade média, resistência equivalente, 
fatalmente a média harmônica entra na jogada (caso os valores das 
distâncias, volumes ou voltagens sejam iguais e isto ocorre na 
ligação em paralelo - como as voltagens não se somam, a resistência 
equivalente é o dobro da média harmônica...), posto que velocidade 
média = dist total / tempo total; densidade  final = massa total / 
volume total... e resistencia = mesma voltagem / corrente total


Vejamos um exemplinho  clássico (o outro é o do Arkon, posto que se 
misturam iguais quantidades de MASSA...)


Você vai a 60 km por hora num trecho de estrada e no mesmo trecho 
volta a 90 km/h.  Qual sua velocidade média?


Ora, você está querendo medir velocidade média, mas a variável 
chave, que é o tempo, está no denominador das velocidades e as duas 
distâncias, de ida e de volta são iguais ...


Logo a velocidade média (vm) é a média harmônica.

Veja: vm =  distância total / tempo total = (d1 + d2) / (t1 + t2)   (A)

Ocorre que t1 =  d1 /v1  e  t2 = d2/v2

Levando estas expressoes em (A)  voce obtem
dist total / tempo total = (x + x) /  [x/v1 + 
x/v2]  =  2v1.v2  (v1+v2)   que é a média harmônica...


Abraços,
Nehab


At 22:39 8/8/2007, you wrote:

A densidade total é a média harmônica das densidades parciais.
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From: mailto:[EMAIL PROTECTED]arkon
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Subject: [obm-l] BETONEIRA

Alguém pode resolver esta, por favor:



Uma betoneira está sendo preparada para produzir concreto. Receberá 
iguais quantidades, em massa, de areia, cimento e brita de 
densidades iguais a 1,5; 1,3 e 2,4, respectivamente. Calcular a 
densidade do concreto que vai ser produzido pela betoneira. 
Multiplique o resultado por 10 e despreze a parte fracionária, caso exista.




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