Re: [PSL-Brasil] Informes da Palestra do senador Azeredo em Porto Alegre

2008-08-20 Por tôpico Pedro A.D.Rezende
[EMAIL PROTECTED] escreveu:
> Colegas:
> 
...
> 
> De fato, não há menção a download no texto, mas o artigo 285-A
> criminaliza "acessar,
> mediante violação de segurança, rede de computadores, dispositivo de
> comunicação, ou
> sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso". 

Quem falou isso, o senador, o veículo de imprensa, ou quem postou esta
matéria?

Venha de onde venha, trata-se de um overshooting sobre a ignorância, ou
um insulto à inteligência do leitor: O artigo 285-B criminaliza a
obtenção ou transferência de dado ou informação disponível em rede,
dispositivo de comunicação ou sistema de informção, em desconformidade
com autorização do legítimo titular dessa rede, dispositivo ou sistema.

O 285-B é kafikiano: gramaticalmente ele não vincula a obtenção ou
transferência ilegal à instância do dado ou informação que esteja
disponível mediante autorização. E nem juridicamente, já que se for
forçada a gramática então o artigo seria desnecessário, pois equivaleria
ao 285-A. O 285-B apenas vincula a obtenção ou transferencia ilegal de
um dado ou informação ao fato de alguma instâcia desse dado estar
disponível sob autorização em algum lugar.

Vejo, portanto, a lógica convoluta do 285-B como uma forma camuflada de
se inverter o ônus da prova para acusações de pirataria. Portanto, não
só ele "penaliza baixar música", ele o faz com inversão do ônus da
prova, facilitando enormemente a (e dando eficácia à) tática de
guerrilha (processar por atacado) para os estúdios de Hollywood. E se
assim o fizer na cabeça dos juízes, não terá sido por falta de alerta,
conforme fiz ao assessor do Mercadante em reunião privada. E quando tal
jurisprudência se firmar, o qu dirá o senador pai-do-monstro? Que alguém
"dormiu no ponto"? Eu não.

> 
> Baguete
> 
> Fonte: http://portal.softwarelivre.org/news/11973
> 


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[PSL-Brasil] Informes da Palestra do senador Azeredo em Porto Alegre

2008-08-20 Por tôpico mlteza

Colegas:

Ocorreu ontem, 18/08, uma palestra do senador Azeredo sobre o projeto  
de lei na
Federasul, em Porto Alegre. A iniciativa foi da Federasul, Assespro,  
CETI, Serprogrs,

Internetsul, com patrocinio da Procempa.


Pelo relato do próprio senador, ele participou de uma reunião com as entidades
proponentes da atividade, fez uma coletiva e proferiu a palestra.

Seguem duas visões de dois veiculos que cobriram a coletiva e a palestra.

O Sady Jacques, ASL, ficou até o final e deverá fazer um relato.


mario



Deu na Zero Hora - Senador Azeredo: "essa petição não tem valor"
Editoria: Legislativo
20/Aug/2008 - 00:43
Enviado por Redacao PSL-Brasil
Saí do Meeting de Tecnologia da Federasul, evento que rolou hoje aqui  
na província, com a
sensação de que o projeto de lei contra crimes na internet é ingênuo.  
É minha opinião

pessoal. Peraí que eu explico.

Em palestra, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou que as redes  
peer-to-peer e o

desbloqueio de celulares não estão incluídos no polêmico projeto:

– Não tem como penalizar quem baixa música. Não concordo que vai haver  
criminalização em
massa. Isso é imaginação fértil. Objetivo também não é que o provedor  
seja dedo duro, a
redação (do projeto de lei) foi melhorada, ele não tem que fiscalizar,  
é só (investigar)

denúncia formal que tenha recebido.

De fato, não há menção a download no texto, mas o artigo 285-A  
criminaliza "acessar,
mediante violação de segurança, rede de computadores, dispositivo de  
comunicação, ou
sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso". E  
mais, segundo o
artigo 22, o provedor é responsável por " informar de maneira sigilosa  
à autoridade
competente denúncia que tenha recebido e que contenha indícios da  
prática de crime

sujeito a acionamento penal público incondicionado".

Aí é que está. Lei é algo complicado demais, ainda em mais em casos  
que abrem margem à
interpretação. Acho, portanto, que o projeto é ingênuo por considerar  
que isso tudo está
claríssimo no texto. Mesmo se estivesse, o fato é que a Justiça  
brasileira já deu provas
de que não saca muito de internet. Lembram quando um juiz mandou tirar  
o YouTube do ar

por causa de um vídeo da Dona Daniella Cicarelli?

O senador Azeredo admitiu que há uma "dificuldade de adaptação" dos  
magistrados a esse

assunto, mas lavou as mãos:

– Estou cuidando apenas da parte legislativa – disse.

Por causa de pontos como esse, o projeto é tão criticado. Uma petição  
online arrebanhou
mais de 100 mil assinaturas. Ou, segundo palavras do senador, "é muito  
fácil colocar uma

petição na internet com uma afirmação falsa e conseguir adesões".

Aliás, escuta o trecho da entrevista coletiva em que Azeredo opina  
sobre a petição online.


http://vanessanunes.podbean.com/2008/08/19/entrevista-com-sen-azeredo/

Ao público, Azeredo desabafou em relação às críticas:

– Vocês não imaginam como eu tenho apanhado. Em nenhum momento se  
pensou em rastreamento,
não houve desejo de controlar a internet, o que se busca é criar um  
ambiente mais seguro.


Os provedores são favoráveis ao projeto. Quer dizer, "com emendas  
supressivas pode ser
melhorado", segundo palavras Jaime Wagner, representante dos  
provedores de acesso e
conteúdo no Comitê Gestor da Internet no Brasil. A crítica é contra o  
artigo 22, segundo
o qual os provedores têm que guardar os logs dos usuários por três  
anos, o que tem um
custo (penoso para os pequenos), e pode gerar multa variável de R$ 2  
mil a R$ 100 mil.


– Não é um custo milionário guardar esses dados. Não vou dizer que não  
existe custo, mas

é insignificante – rebateu o senador.

Durante o evento, criticou-se ainda o regime do urgência com que o  
projeto agora tramita
na Câmara (o texto já foi aprovado pelo Senado). Azeredo argumentou  
que esse projeto vem

sendo discutido há tempo:

– Alguns dormiram no ponto – ironizou.


Blog da Vanessa Nunes

Fonte: http://portal.softwarelivre.org/news/11976

e

Deu no Baguete: Eduardo Azeredo - Uma lei para a web
Editoria: Legislativo
19/Aug/2008 - 17:52
Enviado por Redacao PSL-Brasil
A lei de controle de crimes cibernéticos relatada pelo senador Eduardo  
Azeredo (PSDB-MG)
é sem dúvida o assunto da Internet brasileira em 2008. Bicho papão  
para uns, medida
acertada num momento de expansão da web no país para outros, o assunto  
está por todas

partes.

Atualmente aguardando aprovação na Câmara dos Deputados, tudo indica  
que a lei deve
entrar em vigor até o final do ano. Azeredo, que trabalhou por 11 anos  
na IBM e comandou

estatais de processamento de dados, esteve em Porto Alegre

nesta terça-feira, 19, esclarecendo dúvidas sobre o assunto no Meeting  
de TI da Federasul.


Confira a entrevista:

Maurício Flach Renner

O Brasil precisa de uma lei de crimes na Internet?

Eduardo Azeredo: A Argentina acabou de aprovar em maio uma lei como  
essa em maio, só para
falar de um vizinho nosso. A convenção de Budapeste, que prevê a  
adoção de medidas para
coibir o 

[PSL-Brasil] Informes da Palestra do senador Azeredo em Porto Alegre

2008-08-20 Por tôpico mlteza



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