Alexandre,

Bem, creio que o OSM internacional está demonstrando que uma organização
sem a buRRocratização que você quer impor pode, sim, funcionar.

Dizer que o anarquismo tende ao conflito é a perpetuação do lado pejorativo
do termo.

At

Cassio

Cássio Rogério Eskelsen
3Geo

2016-01-04 12:47 GMT-02:00 Alexandre Magno Brito de Medeiros <
alexandre....@gmail.com>:

> As associações que realmente funcionam, que perduram no tempo, se um dia
> começaram como anarquistas, deixaram de sê-lo. Pequenas "sociedades"
> alternativas podem até existir, mas elas não deixam legado. Este é algo que
> nesses cenários fica apenas para e na imaginação (percepção) de cada
> indivíduo.
>
> Todo ser humano tem tendência para o anarquismo. No íntimo, ele agrada a
> cada um de nós. Na verdade, é a tendência mais natural: vermos nossa
> vontade satisfeita. É o atrativo! Porém, não são pressupostos do anarquismo
> as buscas por unidade de pensamento e/ou elementos de consenso. Muito pelo
> contrário, um sistema anarquista tem o conflito de vontades em sua essência
> e NENHUM remédio para ele.
>
> Não há ajuste fino a fazer em um sistema anarquista. As vontades dos
> outros não importam. Ou quando importam, é completamente à mercê de uma
> fantasmagórica "consciência comum".
>
> Uma consciência aperfeiçoada só pode surgir em sistemas em que há uma
> educação. Para esta consciência ser mais social, o processo educativo
> também precisa sê-lo. Os aristocratas tinham/tem sua educação diferenciada,
> e por isso a consciência deles é menos social. O detalhe é que a educação
> não é algo que agrade nossas naturezas; sempre é uma imposição mais ou
> menos aparentada com um presente, mais ou menos sadia.
>
> Se você que me lê acha-se alheio a essas "regras do real", por
> considerar-se *hacker* ou amante do conhecimento, entenda que você foi
> condicionado a isso também. Você já foi o moleque que só queria aprender o
> que lhe apetecia. Se hoje você consegue um pouco desse prazer, é porque
> fora obrigado a aprender uma série de outras coisas que lhe deram base para
> tal, e que não lhe apeteciam. Em outras palavras, você foi educado!
> Determinados conhecimentos tiveram de ser impostos a você. Ou você não
> conseguiria em seus míseros 70 anos de vida naturalmente anarquista
> aproveitar achados de milhares de anos da comunidade global. Você até ter
> sido um menino curioso, mas de você também foi domado, você realmente não
> gostou (a todo momento) de todo o processo da sua educação.
>
> Alexandre Magno
>
> Em 4 de janeiro de 2016 08:35, Peter Krauss <ppkra...@gmail.com> escreveu:
>
>> Adriano e Cassio,
>>
>> Acho que estão todos aqui falando um pouco a mesma coisa, mas com uma
>> linguagem um pouco diferente... Acho que o primeiro cuidado é com o nosso
>> preconceito com relação a palavras que aqui estão sendo empregadas para um
>> sentido parecido, mas que no dia-a-dia usamos com sentidos bem distintos...
>> São elas:
>>
>> * *anarquia*: para alguns tem sentido pejorativo, para outros positivo,
>> até religioso ;-)
>>
>> * *burocracia <https://pt.wikipedia.org/wiki/Burocracia>*: no dia-a-dia
>> tem um sentido bem pejorativo, para gestores de organizações, sentido
>> técnico.
>>
>> * *fazer-cracia
>> <http://wiki.okfn.org/Open_Knowledge_Brasil/Ensaios/Fazer-cracia>*: o
>> Cassio talvez não conheça esse jargão, mas ele traduz a colocação "qualquer
>> um poder sentar na frente dele e fazer alguma coisa".
>>
>> Se todos entenderem tudo da mesma forma, ou seja, se nos alinharmos
>> melhor aqui na discussão, então podemos dar um passo seguinte, que é
>> verificar se existem elementos de consenso...
>>
>> PS: entendo também  que estamos aqui discutindo um *ajuste fino* da
>> OSM-BR, não uma revolução (!).  O Cassio lembra de um desses ajustes que é
>> adaptar o internacional ao local, à nossa cultura. Não é "pegar ou largar",
>> acho que temos margem na OSM para fazer ajustes e adaptações à nossa
>> cultura, às peculiaridades da OSM-BR.
>>
>> Em 4 de janeiro de 2016 08:34, Adriano Rosa <adriano...@gmail.com>
>> escreveu:
>>
>> concordo plenamente, com o cássio. era isso que eu estava pensando em
>>> comentar mas não encontraria os argumentos melhor que ele.
>>>
>>> Em seg, 4 de jan de 2016 às 08:16, Cassio Eskelsen <cas...@3geo.com.br>
>>> escreveu:
>>>
>>>> O grande crescimento do OSM só foi possível pelo seu espírito quase que
>>>> anarquista de qualquer um poder sentar na frente dele e fazer alguma coisa.
>>>>
>>>> Tem problemas?  Claro que tem, mas não podemos ficar presos à velhas
>>>> idéias de comando-e-controle onde apenas uma casta detém o controle, por
>>>> mais benevolente que sua criação informal tenha sido no início. A história
>>>> está aí para provar que tais grupos de controle, sendo eles de que lado
>>>> ideológico forem, com o tempo se tornam um fardo.
>>>>
>>>> Se o modelo do OSM não funciona no Brasil temos é que OU educar as
>>>> pessoas para que façam as coisas corretamente OU, em última instância,
>>>>  lamentar o espírito de porco do brasileiro, mas não querer buRRocratizar
>>>> algo que mundialmente está funcionando relativamente bem.
>>>>
>>>> At
>>>>
>>>> Cassio
>>>>
>>>> Cássio Rogério Eskelsen
>>>> 3Geo
>>>>
>>>> 2015-12-26 10:22 GMT-02:00 Alexandre Magno Brito de Medeiros <
>>>> alexandre....@gmail.com>:
>>>>
>>>>> Para mais clareza:
>>>>>
>>>>> Eu tenho falado em curtidas e descurtidas. Mas na verdade,
>>>>> "descurtida" não é bem a palavra. É claro que eu posso desfazer minha
>>>>> curtida, com uma descurtida. Só que todo o tempo eu estava me referindo a
>>>>> uma pessoa ir lá, onde eu curti, e "não curtir". Como no Youtube, que 
>>>>> temos
>>>>> o "gostei" e o "não gostei".
>>>>>
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