Gerald, sua explicação ficou muito boa. inclusive refletirei melhor sobre a minha posição.
o receio que tenho quando vejo algo sobre criar uma organização/ estrutura/ norma para proteger o mapa, é que aconteça algo parecido com o waze. vejo o tomio elogiando a estrutura dos editores do waze e lhe entendo. há suas vantagens e desvantagens. a principal desvantagem é o abuso de poder de alguns. aqui um caso para ilustrar um problema que aconteceu comigo (mas já aconteceram casos semelhantes, envolvendo os mesmos ou outros personagens). a treta começa aqui https://www.waze.com/forum/viewtopic.php?f=1005&t=121728&start=60#p1100059, em 4/5/15. e aparentemente se encerrou em 7/5/15. porém, oito meses depois, quando eu menos esperava, por causa de edições anteriores a 25/5/15 (com controvérsias se foram erros de edição, mas não há dúvida que não houve prejuízo ao mapa) fui rebaixado (nível 5 para 2), perdi área de edição e suspenso do fórum. não me incomodo com as penas, pois após a treta inicial já havia decidido contribuir menos com o waze. me incomoda a maneira como as coisas são conduzidas, quando o poder se centraliza. e como temos disponibilidades e capacidades diferentes, com o decorrer do tempo, quem tiver mais disponibilidade poderá ter mais poder. coincidentemente a situação lá piorou enquanto a discussão rola aqui. só quero registrar o alerta aqui, que minha experiência trouxe aversão para algo mais formal, quando se trata de um hobby, um serviço voluntário. compreendo a necessidade de proteger o mapa para torná-lo mais confiável, mas esse projeto comunitário é para muitos um passatempo, não somos profissionais, funcionários do osm. por isso ainda continuo tendendo a concordar com o Cassio. Em ter, 5 de jan de 2016 às 09:39, Gerald Weber <gwebe...@gmail.com> escreveu: > Prezado Cassio e colegas > > 2016-01-05 5:35 GMT-02:00 Cassio Eskelsen <cas...@3geo.com.br>: > >> A pergunta correta é, em primeiro lugar, "por que criar normas"? >> > > As normas já existem. A mais famosa é: não copiar de mapas protegidos por > direito autoral. É algo que os mapeadores aqui no Brasil tem uma gigantesca > dificuldade em aceitar. > > >> >> "Ahhhhh teve os casos x e y de vandalismo". Sim, teve, mas cabe aos >> normatistas demonstrar antes de mais nada que o custo destes >> vandalismos(intencionais ou por imperícia) é substancialmente maior do que >> os benefícios trazidos pela atual forma semi-anárquica de gestão da base do >> OSM. >> > > > Faz o seguinte exercício: abra o JOSM e baixe um pedaço central de > qualquer cidade média/grande no Brasil. Clique em ctrl-A selecionando todos > os elementos, clique em "validar". Depois de se acalmar do susto da > quantidade de erros e advertências que vão aparecer, passe o restante da > semana consertando todos estes erros. Aguarde alguns meses e repita o > exercício no mesmo local. Você verá que muitos novos erros terão aparecido > mesmo em lugares que você já consertou. É como exugar gelo num dia quente > de verão. Não é a toa que 99.99% dos mapeadores desiste. > > Eu não descreveria o sistema do OSM como anárquico e sim como caótico. Se > tudo que você deseja é um mapinha bonitinho para pendurar na parede acho > que o sistema até atende. Mas se você deseja um sistema confiável, por > exemplo para fazer um roteamento, então o OSM falha completamente. > > Não há como confiar num sistema que a qualquer minuto pode ser > completamente detonado de maneira imprevisível. Algumas alterações são bem > aparentes como o buraco em Santa Catarina, que deu origem a esta discussão, > mas a maioria é bem sutil e só aparece quando você procura. Estes são os > piores pois vão corroendo a consistência da base lentamente e de maneira > quase invisível. > > A base cartográfica do OSM é um conjunto de dados bem complexo e muito > frágil. Basta desconectar um único nó estrategicamente e você cria um > estrago gigantesco. Por isto que o sistema deve ser classificado de caótico > (veja definição de sistema caótico > https://en.wikipedia.org/wiki/Chaos_theory) pois é quase impossível > prever as consequências de alguma pequena alteração desastrada. > > Sem esta componente de confiabilidade eu não vejo como o OSM poderá se > tornar mais aceito para o uso do dia-a-dia. E sinceramente não sei como > atingir algum índice de confiabilidade com um sistema caótico de edição, > sem falar num conjunto fragmentado e inconsistente de regras de mapeamento. > > Também não vejo como pode funcionar ter vários programas de edição > inconsistentes entre sí, como JOSM e Id. No mínimo o Id e o JOSM teriam que > ter exatamente as mesmas regras de validação. Eu lembro que ano passado > passei um bom tempo mapeando as serras de Minas Gerais apenas para > descobrir meses depois que algum outro mapeador (usando o Id) passou > semanas apagando tudo que eu fiz pois não entendeu o que eram as linhas que > representam as serras e achou que era lixo que precisava ser apagado. > Coitado, esse ficou bem sem graça quando expliquei. > > Mas apesar de tudo que acabo de escrever eu estou feliz em poder colaborar > com o OSM. O saldo é positivo (mas poderia ser bem mais positivo). > > Completo esta semana 4 anos de OSM. Aprendi muita coisa, mas muito mesmo. > É meu hobby preferido. Não vejo a hora de chegar as férias para colocar os > mapas em dia. Tive momentos de irritação, especialmente em relação a > edições destruidoras. Por isto parei de ficar vigiando as edições em Belo > Horizonte, estava ficando estressante e ficar estressado não combina com > hobby. > > Quero aproveitar para agradecer a todos vocês pela convivência nestes > quatro anos, pelas muitas dicas valiosas e interessantes. Espero continuar > ainda por muito tempo no projeto! > > um grande abraço e um feliz 2016 > > Gerald > > > _______________________________________________ > Talk-br mailing list > Talk-br@openstreetmap.org > https://lists.openstreetmap.org/listinfo/talk-br > -- Adriano.
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