Evandro,
 
O que precisa ser feito é garantir a segurança do voto e da totalização eletrônica, imprimir todos os votos e contá-los.
Se V. já tem experiência anterior com problemas na contagem, vamos usá-la, mas nunca para evitar a contagem.
Vamos aprimorar a contagem integral.
Por exemplo, se não der para fiscalizar a apuração de uma só vez, como V. citou, porque não dividí-la, um dia por Estado ?
 
Já concluímos que a pressa permanente alegada pelas raposas, é porque tem jaburu por trás...
Não podemos agir para favorecê-las.
Se cairmos só na opção eletrônica, seremos todos, apenas,  votários.
Perfeito neologismo...
 
Sem uma forma de conciliar o eletrônico e o impresso, eficazmente, um corroborando o outro, melhor esquecer e deixar tudo como está, que é mais simples e mais barato...
Talvez venhamos a saber a verdade das urnas, mas só se contarmos todos os votos impressos.
 
Você me fez lembrar um advogado amigo que me contou um "causo" surpreendente: fôra destituído de uma função fiscalizadora num banco estadual "por aí" porque ao invés de bloquear as fraudes apuradas, os seus tratantes contratantes (o banco) queriam que ele montasse uma forma legal de continuarem cometendo as fraudes mas sem que elas aparecessem...
Como ele não aceitou....rua !
 
É assim que vamos ficar ?
Vamos lutar heroicamente para a impressão de todos os votos para depois não conferir quase nada ?
Mesmo sabendo que aqui, ali e acolá vai haver um monte de fraudes... ?
 
Nossa posição perante o público ignaro do assunto vai ficar linda mas...
E nós, perante os nossos espelhos ?
Estaremos contentes e certos do dever cumprido ?
Asseguro-lhe que eu, pessoalmente, não estarei.
 
Não há lógica em batermo-nos pela impressão total dos votos para dar respaldo ao relatório eletrônico, sem contar tudo o que for impresso.
Ficaremos apenas no chute estatístico sobre fraudes cometidas no atacado, onerados ainda por  prova  que deveremos apresentar para justificar uma eventual contagem ?
E é isso mesmo, só "eventual", porque antes de contar, a própria raposa vai dizer se aceita ou não a sua prova...
Se disser não...bau...bau !
 
Ademais, mesmo se nos seus pífios 3% de chances, você acertar uma urna fraudada para ser conferida, ainda assim vão existir inúmeras formas para impedir que tal contagem ocorra: um incêndio radical e conveniente, a troca daquela urna por outra na calada da noite ou por pedido superior (lembra-se da fraude do Senado?), o sumiço simples daquela urna, a danificação  proposital daquela urna tornando inócua a contagem, uma troca/mistura de votos ou ainda e simplesmente o famoso "Não, sem explicações"...
 
Com bandidos, devemos agir assim : esgotar a possibilidade de fraude ou, pelo menos, dificultar o mais que pudermos.
Se em 94 houve fraudes com a facilidade que V. cita, acha mesmo que deixar só a totalização eletrônica com verificações estatísticas e aleatórias vai resolver o problema ?
 
Sugiro, pelo contrário, se não bastarem as duas, que se busque uma terceira forma de contagem que corrobore as duas anteriores.
Por exemplo, instalar uma contra-urna só com as fotos dos presidenciáveis e governadoráveis num contador isolado e paralelo, cujo relatório apontaria eventual votação diferente da da urna principal.
Uma coisa é definitiva: não podemos ficar só com o relatório eletrônico.
Porque esse é astronomicamente mais fácil de ser fraudado e infinitamente mais difícil de ser contestado.
 
Por último, pelo que deduzi do seu texto, os mesários de 94 não tinham um relatório adicional válido para bater com as trapaças cometidas, o que teriam agora, inibindo muito tal tipo de fraude.
 
Nossa sugestão permanece, pois: os dois relatórios devem ser obrigatórios, o dos votos em papel contados pelos mesários e o eletrônico, extraído da urna. 
E que, para serem considerados válidos e computados seus números, ambos tenham, forçosamente, que coincidir.
 
Quem quiser, ainda assim, fraudar os resultados terá de fazê-lo nos dois relatórios, em conjunto e praticamente ao mesmo tempo, o que é uma a empreitada dificílima.
Nem me parece, à primeira vista, que possam ser praticadas duas fraudes simultâneas e eficazes, em larga escala, com a facilidade que V. coloca.
 
Benefício adicional dessa minha sugestão é que então, o tempo curto que normalmente sempre corre contra nós para apurar e provar uma fraude, nesse caso, correria contra os bandidos, para praticá-la em dois lugares diferentes...
Deixa correr...
 
Sem falar de todos os demais procedimentos de segurança mencionados nesse forum.
 
Abraços
Luiz Cordioli
 
 
----- Original Message -----
From: "Evandro Oliveira" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Thursday, June 06, 2002 11:19 AM
Subject: [VotoEletronico] Re: Imprimiu todos, tem que contar todos, sim

> At 09:52 6/6/2002 -0300, you wrote:
>
> >Perfeito, sem reparos.  Cada grupo de mesários conta a(s) sua(s) urna(s).
> >Se levar duas horas é muito. Já fui mesária, 'responsável' pela urna, e
> >levei bem mais de duas horas, depois de terminada a eleição, até ser
> >liberada.
> >
> >[  ]'s
> >Eneida Melo
>
> Companheiros(as),
>
> Soh para lembrar que voi EXATAMENTE neste processo (escrutinio
> feito pelos mesarios) que ocorreram grandes fraudes nas eleicoes
> "gerais" de1994.
>
> Nao existiu a minima possibilidade de se colocar fiscais partidarios
> em todas as secoes eleitorais e houveram fraudes por todo o pais...
> candaidatos foram descaradamente roubados (muito em funcao da
> montagem dos "mapas de urna"...
>
> Deve-se ressaltar que para que nao existam mal-entendidos que
> o processo a ser feito pelos mesarios eh o de CONFERENCIA...
> voltar a deixar o processo de montagem do mapa nas maos dos
> mesarios NEM PENSAR... fui mesario por algumas eleicoes e sem
> bem do perigo que eh deixar pontos cruciais da eleicao nas maos
> de alguns juizes, presidentes e mesarios... (nem pensar!)
>
> Saudacoes PeTistas,
>
> Evandro Oliveira
> Beaga - MG
>
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