A todos
 

Estou enviando mensagem não propriamente sobre o sistema eleitoral, mas fortemente relacionada, pois o atual governo e aliados comprometeram-se ao promover a revogação da lei do voto impresso, tornando o sistema eleitoral mais obscurantista (na ordem: Azeredo, Sarnei, Greenhald, João Paulo, Dirceu, Lula). Essa discussão (referente à política interna) é importante para as futuras decisões sobre a continuação de nossa luta por eleições seguras. Aproveito para render homenagem aos congressistas de vários partidos (PT e PC do B, inclusive) que entenderam a gravidade da situação e nos deram seu apoio. Abaixo alinhavo algumas observações sobre o escrito pelo Prof. Maximus; talvez ajudem em futuros posicionamentos.
 

1.Entendo os argumentos do Prof. Maximus e comungo com parte do que escreveu. Só não fica clara qual a tática proposta. Defender o governo? Em tudo? Em que intensidade? Se o rumo que tanto nos desagrada persistir, o único argumento é que poderia ser pior? Criticar é fazer o jogo das forças obscurantistas? Ou é o próprio governo que o está fazendo? Ou tudo se passa como se os tais que ficaram meio século no poder, lá continuassem?

2.Se essa 'confusão na condução política' fosse por pura incapacidade, eu até que me conformaria. Mas acho que há uns x% de deslumbramento/imaturidade com o poder e y% é pura adesão aos colonizadores, com todas as conseqüências sociais perversas (x e y a determinar). Só sei que este governo está mais entreguista que o anterior! E a impressão é que a urna-e faz parte do plano global.

3.Também gostaria de 'resgatar o que fez o Lula ser eleito'. Toda a esquerda adoraria. E boa parte do PT também. Mas como? O poder concorda com tal resgate? A incoerência da nomenclatura no poder desarvorou a todos. A maior parte da esquerda está indignada e todo o mercado, nacional e global, agradavelmente surpreso. Esse governo não quer saber de acordo com aqueles que poderiam resgatá-lo; na verdade parece desprezá-los. Dúvida perversa: Teremos que defendê-lo para evitar algo pior ainda?

4.Os conservadores estão sempre (bem) articulados. Vive-se em precário equilíbrio dinâmico com eles. Qualquer vacilada, os salvadores renascem (é claro que - com honrosas exceções - em proveito próprio, se não não seriam conservadores). E é aí que reside minha maior queixa/preocupação. Com essa incoerência (leia o que fala(va) o Mercadante!), com esse abandono dos discursos progressistas e, em muitos casos, da moralidade, eles estão perdendo a moral e o necessário apoio dos pensantes que acreditaram neles. E desfaz-se o citado equilíbrio. 

5.Conclusão: meu vaticínio, infelizmente, continua valendo; esse governo, se não ficar logo claro (para todos) que não é de esquerda, vai comprometê-la pelo menos por três gerações. A opção lulista é claramente pelos conservadores, e pelas alianças fisiológicas. Ao dividir o poder com eles, torna-se um deles. É o caso da laranja podre.

6.Como curiosidade: numa reunião com importante jurista, ele falou em 'esquerda'. Brinquei: '- Esquerda do Lula?'. Resposta dele: '- O Lula é de extrema direita!'. Ainda não cheguei a tanto, mas na eleição em S.Paulo de 2000 fiz (cans)ativa campanha para a Marta para prefeita. Pois agora fiz contra. Não por ela, que atuou bem em áreas pontuais, mas por que sua eleição seria interpretada como aprovação pela nomenclatura governamental. O Mercadante deu a entender que, no futuro, contava com os 10 milhões de votos que teve em S.Paulo. Pois pode dar baixa em um: no meu.


Abraço


Walter Del Picchia - S.Paulo/SP

(Obs.: Nossas eleições não têm a mínima confiabilidade; só acredito que o Serra venceu, porque o Datafolha ainda merece crédito, e previu sua vitória)        

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Maximus escreveu:


> Bom dia a todos.
> Acho que está ocorrendo uma grande confusão na condução política do
> governo e com certeza, como velho brizolista, não foi para isso que votei
> no Lula.
> Mas creio ser importante resgatar uma história dos tempos do Allende,
> quando durante um comício um cidadão meio "borracho" gritava:"Es un
> gobierno de mierda" e tanto bradou que foi perguntado por algum
> circunstante se deveriam então "derrubar" o governo.
> Resposta:"Es un gobierno de mierda, pero és mi gobierno"
> O Lula pode ter se perdido, sim, mas precisamos resgatar o que nos fez
> elegê-lo presidente, pois as forças do obscurantismo se articulam
> claramente, especialmente nos meios de comunicação, para inviabilizar ao
> governo, nos querendo fazer acreditar que são os "escolhidos" pela
> providência divina para salvar o país.
> Assistir aos discursos que vêm sendo pronunciados no Senado pela malta que
> "cresceu" na "Banda de Música" da UDN e sustentou o golpe e os governos
> militares em proveito próprio e acham que agora "são" oposição e portanto
> têm solução para tudo, realmente é de dar engulhos!
> Meio século no poder e nada fizeram, que não tivesse uma contrapartida
> pessoal, e querem em dois anos que se conserte o estrago que ficou.
> Vale a pena reler algumas notícias de jornal enfocando quarenta anos
> atrás, em especial na "Tribuna da Imprensa" aqui do Rio (www.tribunadaimprensa.com.br) ; para ficarmos num tema palpitante e
> atual, vale checar as notícias sobre os escândalos da CONSULTEC e da HANNA MINING CORPORATION, que envolviam alguns dos "salvadores da pátria" atuais ou a seus ascendentes à época.
> Já assistimos ao filme em preto e branco e o revemos agora a cores e som
> dolby estéreo!
> Reafirmo:"Es un gobierno de mierda, pero é mi gobierno"
> Maximus Santiago.
> Niterói

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> ----- Original Message -----
> From: Walter Del Picchia
> To: [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED]
> Sent: Wednesday, November 24, 2004 7:15 PM
> Subject: [VotoEletronico] Degeneração neoliberal / Acordos espúrios
>
>
> Listeiros
>
> Enviei à rede PDT (redepdt arroba hotmail.com), a mensagem abaixo.
>
> Abraço
>
> Walter Del Picchia
>
> SE A URNA NÃO IMPRIMIR, SEU VOTO PODE SUMIR.
>
> =================================== ---------------------------
> Mensagem Original ----------------------------
>
> Assunto: Degeneração neoliberal / Acordos espúrios
> De: "Walter Del Picchia"
> Data: Qua, Novembro 24, 2004 7:02 pm
> Para: [EMAIL PROTECTED]
> --------------------------------------------------------------------------
>
> O artigo abaixo ajuda-nos a responder à questão: 'Para onde estão
> levando o Brasil?'. E com este sistema eleitoral altamente
> fraudável, não podemos contar nem com uma eventual correção de
> rumos em próximas eleições. Proteste! Comece assinando o apoio ao
> Alerta Contra a Insegurança do Sistema Eleitoral Informatizado (em
> www.votoseguro.com/alertaprofessores ).
>
> Walter Del Picchia - Escola Politécnica da USP - S.Paulo
>
> ------------------------------------------
>
> Financial Times
>
>
> 24/11/2004
> Lula negocia para fortalecer a coalizão neoliberal
> Presidente quer base para votar a reforma trabalhista, entre outras.
>
> Raymond Colitt
> Em São Paulo
>
> O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, está preparando nesta semana a
> segunda fase de uma mudança de gabinete elaborada para consolidar a sua
> "aliança arco-íris" e aumentar a eficiência do seu governo.
>
> Lula oferecerá cargos no gabinete aos seus aliados, procurando garantir
> uma maioria  confortável no Congresso para a aprovação da sua agenda de reformas. O  centrista  Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o maior no Senado, e  o de  centro-direita Partido Progressista (PP), o quarto maior na Câmara dos  Deputados,  vão obter um outro ministério cada, disseram nesta terça-feira (23/11)  assessores  presidenciais.
>
> Segundo analistas políticos, os dois partidos querem ministérios que tenham não  apenas orçamentos elevados, mas que proporcionem também exposição pública para incrementar a visibilidade das legendas em antecipação às eleições gerais de 2006. "Queremos a fatia que nos cabe no governo federal", disse José Borba, parlamentar do PMDB.
>
> Lula se engajou pessoalmente em lobbies junto a congressistas do PMDB
> durante  jantares privados a fim de dissuadi-los de abandonarem a sua aliança 
governista. O  PMDB votará a proposta de deixar o governo em 12 de dezembro. 

> Nesta semana, membros do gabinete do Partido dos Trabalhadores (PT), de
> Lula, foram informados de que terão que ceder poder aos aliados para que
> seja construída uma coalizão mais sólida.
>
> "O PT não será um obstáculo aos esforços do presidente para obter uma maioria
> parlamentar, ainda que isso signifique abrir mão de espaço político",  disse José
> Genoíno, o presidente do PT. O partido espera relançar a sua agenda de
> reformas, que está encalhada na Câmara dos Deputados há meses, devido em
> grande parte às campanhas eleitorais municipais de outubro.
>
> As suas duas prioridades são uma lei de falência e uma de parceria entre
> os setores  público e privado, dando mais garantias a credores e investidores. No
> ano que vem o governo apresentará propostas para abolir caras e
> incômodas leis trabalhistas e  sindicais, disse ao Financial Times o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante.
>
> As mudanças consistem também em um expurgo dos membros do governo
> considerados ineficientes, especialmente os da ala esquerda, que foram
> nomeados por terem apoiado Lula na sua campanha pela presidência.
>
> Neste mês, meia-dúzia de funcionários-chave do governo deixou seus
> cargos. Carlos  Lessa e Darc Costa foram defenestrados na semana passada dos cargos de  presidente e vice-presidente, respectivamente, do grande Banco Nacional > de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
>
> Ambos defendiam políticas econômicas nacionalistas e intervencionistas e
> se chocaram repetidamente com os ministros mais inclinados ao  neoliberalismo, liderados por Antônio Palocci, ministro da Fazenda.
>
> Em uma demonstração a mais de apoio aos neoliberais, a liderança do PT
> rejeitou no  último fim de semana os apelos da dissidência do partido para que
> mudasse a política  econômica.
>
> A liderança argumentou que as recentes derrotas eleitorais na disputa pelas
> prefeituras de São Paulo e Porto Alegre não se deveram à ortodoxia econômica, mas sim à falta de coalizões.
>
> "A política econômica do governo está mostrando resultados, e não vamos
> substituí-la de forma alguma pelo populismo", garantiu Mercadante.
>
> Tradução: Danilo Fonseca
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