Rodrigo,

Eu também desconfio que esse rapaz, Júlio Custódio, que eu não conheço
pessoalmente, não procurou assim tanto suporte em alguma literatura para
enunciar suas preocupações ou "reclamações". Mas, em outra "thread" de
discussão, bastante extra-tópica por sinal, vimos algo assim: pessoas
queixando-se daquilo que elas não conheciam direito.

Dou um exemplo paralelo: uns anos atrás testemunhas-de-Jeová bateram à
porta da minha casa e começaram a querer puxar discussão. A certa altura um
deles me disse: "Darwinismo ou teoria da evolução é coisa do diabo". E eu
perguntei-lhe o seguinte: "por que você não me diz que a teoria da
relatividade de Einstein é coisa do diabo também?" Ele respondeu: "porque
essa eu não entendo o que seja".

Obviamente, os testemunhas-de-Jeová em questão não entendem plenamente nem
a Bíblia e menos ainda a teoria da evolução. Mas, como o Darwinismo é uma
teoria muito divulgada de forma resumida e até caricata, eles pensam que
entendem do assunto e podem falar dele sem muito estudo. Somem-se a isto os
argumentos dos auto-denominados criacionistas que parecem fazer sentido, a
confusão está pronta.

A mensagem do J. Custódio evidencia um lado positivo, todavia: que lógica
paraconsistente começa a ficar famosa fora dos seus meios acadêmicos
usuais.

Em 10 de abril de 2012 15:17, Rodrigo Podiacki <podia...@gmail.com>escreveu:

> << Para um exemplo, no paper "A taxonomy of C-systems" fixamos de
> maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
> "princípio da não-contradição" (PNC).  Vemos a seguir que a maior
> parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
> perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo "inconsistência" também
> tem o seu significado precisificado no paper em particular para
> linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
> meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
> nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
> paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
> *inconsistentes* conquanto "não absolutamente inconsistentes" / "não
> extra-completas" / "não triviais". >>
>
> João,
>
> Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
> significado de "inconsistência" "precisificado" (precisado?) no texto de
> sua autoria. Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi
> empregada de um modo vago. Acredito que, dessa forma, uma maneira mais
> natural de interpretar o que foi dito é tomar "lógica inconsistente" como
> significando:
>
> (i) sistema trivial;
>
> ou
>
> (ii) sistema em que se derive algo da forma A & ~A.
>
> As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
> Foi o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
> (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
> precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
> termo "inconsistente", digamos, inconsistente_567.
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