Resposta rapida, estou meio sem tempo :

Hum, tem uma coisa que o processo de Gauss permite calcular
facilmente, que é o modulo do determinante da matriz ! Porque se você
disser pro computador nao multiplicar nenhuma linha (sem adicionar a
uma outra, isso pode, sem problemas), como operaçoes que levam esta
linha em outra conservam o determinante por multilinearidade e
anti-simetria (uma matriz com duas linhas iguais é de det = 0, e três
matrizes com uma linha de uma que é a soma da mesma linha das outras
duas, e o resto igual, tem det = soma dos dois dets) no final do
processo você tera o sinal do determinante. Se você prestar atençao
nas matrizes de permutaçao que você usar (ou seja, calcular o
determinante delas) você pode inclusive descobrir o sinal do
determinante. Repare que nessa bagunça toda, você pode ter perdido os
autovalores, que eles podem mudar bastante no processo. Mas isso nao
importa, o determinante é conservado. E é por isso que é importante de
estudar Algebra linear, porque muitas das demonstraçoes vêm junto com
duas coisas :
1) Idéias interessantes de "invariantes"
2) Algoritmos

E, se você gosta disso, pode se interessar também pela questao da
estabilidade numérica do algoritmo, e é por isso que muitas vezes se
faz uma normalizaçao para evitar numeros muito grandes ou muito
pequenos. E nisso, você inclui mais uma coisa a prestar atençao na
hora de calcular o determinante (tem que pensar nao soh nas matrizes
de permutaçao, mas também nas matrizes de normalizaçao).

Um grande abraço,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa


2009/4/11 Albert Bouskela <bousk...@ymail.com>:
> Chi! O Bruno ficou zangado... Acho até que podia, mas é 6ª feira santa (se
> bem que eu não conheço nenhuma 6ª feira pagã), então esta deve ser mais
> santa do que as outras. Quando você, Bruno, inexoravelmente, chegar à minha
> idade, vai ver que é sempre melhor manter o bom humor e rir um pouco
> daqueles e para aqueles que involuntariamente nos irritam.
>
>
>
> Bem, deixa eu tentar esclarecer algumas coisas:
>
>
>
> O método de eliminação (ou de triangulação) de Gauss serve, basicamente,
> para resolver sistemas de equações lineares do tipo Kx = F [1], onde K é uma
> matriz nxn (quadrada), x é o vetor de incógnitas e F é o vetor independente.
> Repare que através do método de Gauss chega-se a uma matriz triangular, cuja
> diagonal principal é igual a 1 ( r(i, i) = 1). Daí: 1*x(n) = F’(n) --> x(n)
> = F’(n) e por retro-substituição se calcula x(n-1), x(n-2) ... x(1).
>
>
>
> Vantagens do método de Gauss:
>
> É o mais eficiente (seu algoritmo tem o menor números de passos ou linhas);
>
> Para matrizes positivo-definidas [2] é numericamente estável (isto é
> importantíssimo para as aplicações práticas);
>
> Caso o sistema seja indeterminado (é o caso da matriz K apresentar 2 ou mais
> linhas LD), vai aparecer um (ou mais) zero(s) na diagonal principal. Isto é
> muito útil quando estamos lidando com matrizes muito grandes, p.ex.,
> 1000x1000 e não sabemos se o sistema é LI ou LD.
>
>
>
> Desvantagens:
>
> Não permite o cálculo dos auto-valores da matriz K [3].
>
>
>
> Caso seja necessário conhecer os auto-valores e auto-vetores [4], então
> devemos empregar outros métodos, p.ex., o de Cholesky. A desvantagem do
> método de Cholesky, em relação ao de Gauss, é que o algoritmo correspondente
> requer o cálculo de n raízes quadradas a mais em relação ao método de Gauss.
>
>
>
> Observações:
>
> [1] De propósito, coloquei o exemplo da Lei de Hooke generalizada, onde K é
> a matriz de rigidez, x é vetor de deslocamentos (que se quer encontrar) e F
> é o vetor das forças atuantes. É assim que na Engenharia Civil é feito o
> cálculo (dimensionamento) das estruturas (p.ex., edifícios).
>
>
>
> [2] São matrizes nas quais a diagonal principal é numericamente
> preponderante: r(i, i)^2 >> r(i, j)*r(j, i) . Na maioria dos casos práticos,
> a matriz é simétrica – uma matriz de rigidez é SEMPRE simétrica (o que é
> facilmente demonstrável pela reciprocidade ação vs. deslocamento).
>
>
>
> [3] O que disse acima só é válido para estruturas que têm comportamento
> estático (as forças atuantes pouco variam com o tempo, p.ex., o peso
> próprio). No caso de estruturas dinâmicas (sujeitas a ações que variam com o
> tempo: vento, ondas, tráfego de veículos...), tudo se complica bastante e
> devemos resolver um sistema de equações diferenciais. [4] Pra encurtar a
> história, vai ser necessário conhecer os auto-valores e auto-vetores da
> matriz K. Aliás, os auto-valores serão os períodos naturais de vibração da
> estrutura cuja matriz de rigidez é K. Os auto-vetores serão... deixa pra
> lá...
>
>
>
> Sds.,
>
> Albert Bouskela
>
> bousk...@gmail.com
>
> bousk...@ymail.com
>
>
>
> From: owner-ob...@mat.puc-rio.br [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br] On
> Behalf Of Bruno França dos Reis
> Sent: Friday, April 10, 2009 11:11 PM
> To: obm-l@mat.puc-rio.br
> Subject: Re: [obm-l] Matrizes
>
>
>
> Fernando, vc está de brincadeira, não é mesmo?
>
> Antes de ontem (ou mesmo ontem, para quem está no horário brasileiro)
> EXATAMENTE essa questão foi beeeem discutida num tema lançado por você
> mesmo!
>
> Novamente: processo de eliminação de Gauss NÃO CONSERVA AUTOVALORES. Ponto.
>
> Pegue os mesmo exemplos e contra exemplo da discussão anterior, pois esta É
> a discussão anterior.
>
> Além disso, uma matriz triangular, assim como uma matriz diagonal, exibe
> seus autovalores na sua diagonal principal.
>
> Pra tentar te convencer que essa história de método de Gauss não serve pra
> nada na hora de diagonalizar matriz, entenda que o objetivo do método de
> Gauss é transformar uma matriz A em uma matriz diagonal com apenas 1's ou
> 0's na diagonal principal, tanto para matrizes quadradas como para não
> quadradas.
>
> Se o método de Gauss conservasse os autovalores, como vc tanto insiste,
> então toda matriz só poderia ter 0 e 1 como autovalores, o que é um grande
> absurdo. Ainda mais, matrizes não quadradas teriam autovalores (?!?!?)
>
>
> A única coisa para a qual vc pode utilizar o método de Gauss é para estudar
> a independência linear das linhas/colunas de uma matriz. Lembrando-se do que
> eu disse no email anterior, operações elementares não alteram propriedades
> de dependência linear.
>
> Se vc então descobrir que a matriz não é de posto completo, isto é, que o
> conjunto das linhas/colunas não é linearmente independente, então significa
> que o núcleo não é vazio, o que nos diz que 0 é autovalor, ou seja, o
> polinômio característico vai ter a cara p(x) = x*q(x), que vc pode fatorar o
> x para te ajudar no cálculo.
>
>
> Ficou claro?
>
> Bruno
>
> --
> Bruno FRANÇA DOS REIS
>
> msn: brunoreis...@hotmail.com
> skype: brunoreis666
> tel: +33 (0)6 28 43 42 16
>
> http://brunoreis.com
> http://blog.brunoreis.com
>
> GPG Key: http://brunoreis.com/bruno-public.key
>
> e^(pi*i)+1=0
>
> 2009/4/11 Fernando Lima Gama Junior <fgam...@gmail.com>
>
> Uma matriz C sofreu o processo de eliminação de Gauss, virando a matriz C*.
> C e C* tem os mesmos autovelores e autovetores? (Note que C* é triangular
> superior).
>
>
> Fernando Gama

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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