É, acho que o Bernardo tem razão. Considere o sistema: a^12+b^12+c^12=8 a^3+b^3+c^3=6abc
Tomando por exemplo c=0, temos uma solução (a,b,c)=(2^(1/6),-2^(1/6),0), que daria S=a^6+b^6+c^6=4 (que eu estou apostando que é o valor máximo de S, mas não demonstrei). Por outro lado, tomando b=c, podemos achar numericamente uma possível solução como (a,b,c)=(0.38150,1.1225,1.1225), que daria S=2.8706, que é totalmente diferente. Acho que vale a pena conferir se o enunciado é exatamente esse mesmo. Abraço, Ralph 2012/6/10 Bernardo Freitas Paulo da Costa <bernardo...@gmail.com> > > Sejam a,b,c reais tais que > > a^12+b^12+c^12=8 > > [(a-b)^2+(b-c)^2+(c-a)^2]/abc= 6/(a+b+c) > > > > Calcule a^6+b^6+c^6. > > 2012/6/10 Thiago Tarraf Varella <thiago_...@hotmail.com>: > > mas desenvolvendo a 2a. equação na raça, obtém-se > > a³ + b³ + c³ = 6abc > > > Isso deve ajudar... alguma sugestão do que fazer agora? > > Isso dá uma boa ajuda, mas acho que a conclusão final é que não dá > para determinar (numericamente) a^6 + b^6 + c^6. > > Eu argumentaria assim: seja P(x) = x^3 - Ax^2 + Bx - C um polinômio > cujas raízes são a, b e c. Daí, como todas as quantidades são > homogêneas, vamos gastar braço e escrever tudo em função de A, B e C. > Vai dar um monte de trabalho, mas azar. Daí, você obtém uma fórmula > feia para S_12 e outra para S_6, as somas de potências (essa até é > "bonitinha": > > 3 * S_6 = A^4 (A² - 3B) - 3B^3, > > se eu não me enganei.) > > Bom, a fórmula para S_12 é feia, mas não morde. Dá uma equação de grau > 6 homogênea em A^2 e B, fixe um, ache o outro, dado que S_12 = 8. > > Bom, agora vem um argumento meio abstrato. > > Note que a região (S_12 = 8 inter S_3 = 6C) é de dimensão 1 em C^3 (e > também em R^3, a menos que sejam pontos isolados, mas não é o caso), e > por ser de dimensão 1, a gente chama de "curva". Note que ela pode ter > várias partes (componentes conexas), mas isso não importa. Note também > que o valor que a gente quer calcular é S_6, que também é homogêneo. > Então há duas possibilidades: ou ele é constante nessa curva de > dimensão 1 (e basta pegar uma solução qualquer a, b, c e ver o quanto > dá), ou ela é não-constante em *cada componente da curva*, e (em C^3) > assume *todos* os valores complexos possíveis em cada componente > conexa. O mais legal é que essa dicotomia continua mais ou menos > válida em R (que é o que nos interessa!), e o comportamento em R é o > mesmo que o de C: se for constante em C, será em R (óbvio!), e a > recíproca também vale. > > Bom, daí você apela para qualquer software de cálculo algébrico, bota > a equação, chuta uns valores para B (ou A, tanto faz), pede pra > resolver a equação do S_12, substitui no S_6, e vê se dá igual. Se eu > não fiz nenhuma besteira no caminho, existem valores de A e B para os > quais dá diferente. Note que os valores de A e B que eu escolhi, muito > provavelmente vão dar uma equação em que um de a, b e c será complexo. > Mas isso não importa, pelo que eu disse antes: se existir alguma forma > de S_6 mudar, mesmo que passando pelos complexos, também será o caso > se a, b e c forem apenas reais. Ufa! > > Abraços, > -- > Bernardo Freitas Paulo da Costa > > ========================================================================= > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > ========================================================================= >