Boa tarde, Marcela e aos demais! Senti-me inclinado em responder, mas como você direcionara as perguntas ao Cláudio, decidi que não. Mas uma vez que o Artur teceu seus comentários, me animei a falar um pouco também. Particularmente, não tenho formação matemática, sou pitaqueiro e aprendo (um pouquinho, as vezes nada) lendo artigos, despertado por interesse que surge em diversos problemas, e tentando resolver os exercícios propostos. O que me inclinou a participar dessa lista, foi ver uma resolução, me apresentada por um amigo, de um jovem de 14 anos, usando desigualdade de Cauchy-Shwarz, que só me fora apresentada com mais de 20 anos.
Quanto ao primeiro questionamento, o colega criticou a forma de ensino e propôs dois livros e ainda apontou um modo de obtê-los. Já em relação ao segundo, ele também não demonstra arrogância, mas sim a preocupação em que o direcionamento dado a forma de explicar afaste os alunos normais, para mim claro, quando ele cita:"...*me ocorreu que elas talvez tivessem um efeito perverso na motivação dos estudantes de matemática, pois passavam a impressão de que é preciso ser um gênio para dominar a matéria.*" Já em relação ao terceiro e quarto, creio que façam os jovens a se acostumarem a pensar de modo diferente. Aí compreendo que seja valorizado o privilégio da aptidão. O que deveria ser uma ponte para desenvolvimento de pesquisas, tão vilipendiadas no nosso país. Tem um anúncio de um carro que todos estão em um trilho simbolizando a rotina, até o pombo que come o milho e vem o carro e Traz a liberdade e é quebrada a rotina. Para mim, ilusão vendida pelo comercial. Mas pensar de maneira diferente, de procurar novas formas, tem o poder de fazer isso, não só na matemática, mas principalmente nas humanas, na forma que vemos as outras pessoas. Creio que a solução, de forma elegante, de problemas de nível cause um prazer nesses jovens e seletos estudantes, assim como uma enterrada voadora do Lebron, um gol de bicicleta do R-7, um aéreo do Medina, uma ultrapassagem do Hamilton. Cada qual com suas aptidões. Somos diferentemente iguais. Saudações, PJMS Em 10 de abril de 2018 15:41, Artur Steiner <artur.costa.stei...@gmail.com> escreveu: > Eu gostaria dr citar alguns pontos de caráter geral sobre sua perguntas > > Julgo conveniente lembrar que esta é uma lista para amantes da matemática, > assim como há para amantes de música, jardinagem, literatura, etc. > Participa que quiser. Ninguém é obrigado a resolver os problemas aqui > disticutidos. Isto não aliena ninguém. Para os que têm interesse em algum > ramo do conhecimento, é sempre bom interagir com quem tem talento no > assunto. Não se trata de exibicionismo. Muitos adeptos da Física gostariam > de ter interagido com Stephen Hawking. > > Problemas olímpicos, assim como tópicos avançados na matemática, são > estudados por quem nisso tem interesse. Concordo que nem sempre apresentam > uma aplicação prática, pelo menos uma claramente identificável. Seria algo > como perguntar " qual a utilidade da música clássica? Qual a de se aprender > latim?" Mas para os aficcionados, há uma utilidade real e palpável: > torna-os mais felizes, causa-lhes satisfação. > > No caso da matemática, muito do que temos hoje só existe porque um dia, > por exemplo, alguém resolveu a "inutilidade" de uma equação diferencial. > > Dois exemplos: estes complicados problemas sobre números primos aplicam-se > em criptografia, para que transações bancárias possam ser feitas com uma > boa dose de segurança. E há algum tempo vim a saber que, na elaboração das > fontes de computador , cujos tamanhos variam conforme desejamos, sempre > mantendo intacta a proporção, utiliza-se teoria dos fractais, algo ligado a > análise complexa avançada, algo que, para muitos, é uma total perda de > tempo. > > Apenas algumas reflexões. > > Abraços > > Artur Costa Steiner > > > Em Ter, 10 de abr de 2018 13:17, Marcela Costa < > marcelinhacost...@gmail.com> escreveu: > >> Caros participantes da lista obm-l. >> >> Tenho seguido esta lista lendo as mensagens de fora há algum tempo e >> fiquei cismada com duas mensagens que o participante Claudio Buffara enviou >> em 23 de março ( https://www.mail-archive.com/ >> obm-l@mat.puc-rio.br/msg55232.html ) e 25 de março ( >> https://www.mail-archive.com/obm-l@mat.puc-rio.br/msg55196.html), a >> respeito do ensino de matemática e decidi participar. >> >> Dessa forma, tenho as seguintes perguntas pra ele: >> >> 1) O Sr. diz que produtos notáveis e fatorações são "notoriamente mal >> ensinados". O Sr. tem alguma sugestão de como ensinar melhor estes tópicos? >> >> 2) O Sr. não acha um pouco arrogante fazer uma afirmação como esta, já >> que o Sr. tem um talento claramente acima da média em matemática e pertence >> à elite dos "olímpicos"? >> >> 3) O Sr. não acha que o exibicionismo com estes problemas dificílimos >> acaba por alienar os alunos normais? >> >> 4) Qual a aplicabilidade na vida real de problemas de olimpíadas de >> matemática? >> >> Sds >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.