Alexandre,

Em Sex, 2006-10-27 às 04:51 -0300, Alexandre Oliva escreveu:
> >> http://www.forbes.com/forbes/2006/1030/104_print.html
> 
> > Apesar de não gostar muito das visões da Forbes, esta parece estar
> > correta. 
> 
> ?!?  Ataques descabidos contra RMS, vindos de um conhecido crítico.
> 
> > Provavelmente, este artigo é conseqüência da carta aberta e do
> resultado
> > das votações que tivemos entre os 29 mais ativos colaboradores do
> > kernel:
> 
> > http://lwn.net/Articles/200423/
> > http://lwn.net/images/pdf/kernel_gplv3_position.pdf
> 
> Artigo este baseado em falha de compreensão do que diz o rascunho da
> licença.
A licença GPLv3Draft2, pelo menos se olhada sob a ótica do Kernel,
restringe diversas liberdades importantes da GPLv2 quanto ao uso de
criptografia. 

Além disso, a possibilidade de adicionar restrições na GPLv3 e
alterá-las ao longo do tempo é extremamente danosa, pois significaria
regressões no Kernel (alguém pode enviar uma feature interessante, com
restrições adicionais e posteriormente, propositadamente, removê-las).
Isto é muito ruim.

Além disso, como a v3 draft é mais restritiva que a v2, poderia gerar um
grande problema para as distribuições, abalando o ecossistema.
> 
> Algum de vocês de fato comparou os argumentos furados apresentados com
> o que o rascunho da GPLv3 realmente diz?  Deu a impressão de que leram
> FUD contra GPLv3 (talvez escrito pelo mesmo Daniel Lyons) e se
> posicionaram com base nisso :-(
Nah. Não posso falar pelos outros, mas minha análise está baseada
unicamente na leitura da GPLv3Draft2 à luz dos meus conhecimentos como
mantenedor do Kernel e profissional de segurança.
> 
> Pra mim, parece racionalização da dificuldade de se mudar a licença do
> kernel.
Isto é consenso entre todos. Alterar a licença do kernel não é viável.
Para você ter uma idéia, só à partir do kernel 2.6.10, tivemos mais de
2000 contribuidores! Ao longo da existência do Linux, existe alguns que
não estão mais entre os vivos, e outros que eventualmente mudaram de
idéia sobre FOSS e possam querer re-licenciar seu trabalho em uma
licença proprietária, se alguém lhes der oportunidade.
>   É mais fácil dizer que as uvas estão verdes mesmo.  Não estou
> dizendo que haja malícia: provavelmente nem há consciência disso, pois
> é um processo psicológico que normalmente passa despercebido por quem
> o comete.
> 
> Convido-os a ler novamente o espírito da GPL, descrito no preâmbulo da
> GPLv2 e reproduzido nos rascunhos da GPLv3, e a perceber que as
> alterações são todas no sentido de cobrir casos em que a letra da
> GPLv2 dava margem ao descumprimento do espírito.  Em particular:
> 
>  To protect your rights, we need to make restrictions that forbid
>  anyone to deny you these rights or to ask you to surrender the
>  rights.  These restrictions translate to certain responsi 
O espírito da GPLv3 de combate incondicional ao DRM elimina a
possibilidade do uso válido da criptografia e do desenvolvimento de
sistemas imbutidos.

Por exemplo, uma demanda válida de usuários de sistemas embutidos é não
ter o sistema operacional do seu dispositivo alterado por terceiros. Eu
não gostaria de ter, no meu telefone móvel, no meu roteador da internet
ou no transponder de um sistema de vôo de aeronaves, uma eventual cópia
não assinada do sistema em execução. O uso de sistemas não assinados
pelo fabricante significaria que alguém pode estar escutando ilegalmente
minha comunicação ou derrubando propositadamente uma aeronave. A GPLv3
mata este tipo de uso, ao impedir o uso de criptografia para validação
do sistema operacional. Na prática, usar a GPLv3 com as restrições à
criptografia impede seu uso em sistemas embarcados.

Cheers, 
Mauro.

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